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Guias e Dicas
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Arquitetura & Aço, Manuais, Projetos, Pesquisas de Urbanismo

O uso do aço nos projetos de arquitetura

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2012

Compartilhado em 26/08/2012

joseilson-pacheco-4
joseilson-pacheco-4 🇧🇷

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Edição Especial
Copa do Mundo 2014
Edição Especial
Copa do Mundo 2014
ARQUITETURA
AÇO
ARQUITETURA
AÇO
&
Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço Edição Especial Janeiro 2010
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E d i ç ã o E s p e c i a l

Copa do Mundo 2014

E d i ç ã o E s p e c i a l

Copa do Mundo 2014

ARQUITETURA ARQUITETURA AÇOAÇO

&

Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço Edição Especial Janeiro 2010

Ricardo Junqueira

A expectAtivA dA confirmAção do Brasil para sede da Copa do Mundo de Futebol

de 2014 deu lugar à preocupação de como atender a todas as exigências que um even-

to deste porte demanda. Ainda não é possível mensurar investimentos e números de

obras que serão erguidas ou reformuladas em função do mundial. Mas é certo que

o País ampliará bastante sua capacidade em termos de aeroportos, hotéis, estradas,

anéis viários, estações e linhas de trens e metrô, entre outras obras.

Esta edição Especial Copa 2014 da revista Arquitetura & Aço reúne obras brasileiras

e internacionais que são parâmetros em velocidade construtiva, segurança, sustentabi-

lidade, flexibilidade e, acima de tudo, boa arquitetura. Em comum, os empreendimen-

tos elencados em Obras de Referência trazem o uso do aço como escolha de grandes

arquitetos e incorporadores, que contam aqui o muito que ganharam com a opção pelo

material em tipologias distintas como estádios, estacionamentos, centros comerciais e

também pontes.

De fato o Brasil precisa estar pronto para receber o volume de turistas e toda a

atenção a que estará exposto – calcula-se que para cada espectador dentro do estádio,

outros 10 mil estarão assistindo às transmissões dos jogos. Todos querem ver o País

brilhar nas telas de TV, computadores, jornais, revistas e celulares do mundo inteiro.

Mas também entendemos que, encerrado o evento histórico e de grande potencial de

negócios, todo o fruto da mobilização construtiva seja, então, usufruído pelas cidades

e pela população que nelas permanecerá.

Esse número especial reúne entrevistas com arquitetos brasileiros que sabem

estar diante de uma oportunidade única para a transformação do País. Em seus

depoimentos, eles contam como é possível construir eficientemente, de maneira

sustentável, inteligente e econômica, e recomendam o aço como uma escolha inevi-

tável para as grandes obras que devem funcionar pontualmente e também perdurar,

integrando-se à paisagem e à realidade brasileiras.

Boa leitura.

O CBCA

O CentrO BrasileirO da COnstruçãO em açO (CBCa) tem como mis-

são promover e ampliar a participação da construção em aco no mer-

cado nacional, realizando ações para sua divulgação e apoiando o de-

senvolvimento tecnológico. O escopo de atuação do CBCa, cujo gestor

é o instituto aço Brasil (iaBr), estende-se por diversas áreas.

as parcerias mantidas com organizações similares permitem a troca

de informações e o alinhamento de estratégias em prol da constru-

ção em aço. nas universidades, oferece bolsas de estudo e incentiva

as pesquisas para o aprofundamento da produção científica sobre o

tema. desde 2008, passou a promover concurso para estudantes de

arquitetura e a turma vencedora representa o Brasil na versão inter-

nacional do concurso organizado pelo instituto latino-americano de

Ferro e aço (ilaFa). Por meio de cursos especializados, presenciais e

a distância, promove a qualificação da mão-de-obra.

O CBCa edita livros e manuais técnicos orientados pela demanda de

informação das novas tecnologias, com as quais o mercado depara-

se diariamente. também publica a revista Arquitetura & Aço ,

divulgando as melhores obras e profissionais do País.

no campo da qualidade do aço, implementa ações, como o

plano de atualização constante da normalização técnica,

a avaliação e ações institucionais que visam o combate à

não conformidade intencional dos produtos em todo o ter-

ritório nacional.

editorial

do país do futebol

Os gols

Com o objetivo de divulgar suas ativida-

des, o CBCa mantém parcerias com enti-

dades e universidades para a promoção

de congressos, seminários e eventos.

sua principal ferramenta de comunica-

ção, porém, é o site www.cbca-iabr.org.br,

que reúne informações e conhecimento

especializado sobre a construção em

aço no Brasil e no mundo.

O CBCa junta-se aos esforços de organi-

zações nacionais que congregam repre-

sentantes da indústria local, entidades

e profissionais ligados à construção em

aço, contribuindo decisivamente para a

modernização do ambiente construído.

4 ARQUITETURA & AÇO ARQUITETURA & AÇO 5

Hubert NieNHoff

entrevista

O VOn G erkan , M arG U nd P artners (GMP) é O escritóriO qUe Vai PrOjetar O nOVO estádiO V iValdO liMa , eM M anaUs (aM), Para a cOPa de 2014, taMbéM faz Parte da eqUiPe resPOnsáVel Pelas refOrMas dO M aGalhães P intO, eM belO hOrizOnte (MG), e dO M ané G arrincha , eM brasília (df), aléM de ser cOnsUltOr Para a refOrMa dO MOrUMbi , eM sãO P aUlO (sP). VOlkwin M arG, ceO, é UM dOs fUndadOres , hUbert nienhOff , UM dOs sóciO- diretOres e ralf aMann , rePresentante nO brasil dO escritóriO qUe se tOrnOU referência nO desenhO de arenas esPOrtiVas nO MUndO. criadOres de estádiOs Para a cOPa da áfrica dO sUl , Para as O liMPíadas de P eqUiM (china ), aléM dO estádiO O líMPicO de berliM (aleManha ), eles cOncederaM a seGUin - te entreVista à A rquiteturA & A ço especiAl copA 2014

Arquitetura & Aço – Os Srs. falam na importância de utilizar materiais

existentes no País para a construção dos estádios para a Copa. Neste

sentido, qual o potencial do aço brasileiro para os estádios de 2014?

GMP – Aqui, vemos um grande potencial, especialmente para o aço de

alta qualidade. O uso deste material em projetos da GMP é marca regis-

trada, pois os assuntos de sustentabilidade, funcionalidade, economia

e engenhosidade da forma encontram-se em primeiro plano. Por suas

características específicas, o aço como material de construção tem um

papel especial: é o material ideal devido à sua alta eficiência, ao seu

baixo peso quando comparado com a sua capacidade estrutural, à sua

reciclagem simples e à sua alta capacidade de carga, especialmente em

construções vencendo grandes vãos. O aço é imprescindível.

Por conta da Copa de 2014, os estádios existentes irão precisar de cober-

turas modernas, o que só é possível com o uso do aço. O fato é que se

apresenta um grande impulso ao desenvolvimento da competência

nacional no que se refere à construção em aço.

AA – Quais os destaques do aço nos estádios que o GMP projetou ou

reformou recentemente? Como pretende tratar os estádios brasilei-

ros para 2014?

GMP – Achamos essencial desenvolver, para cada lugar, soluções

específicas dentro do contexto local, sua história e paisagem. Assim,

também o aço é utilizado de maneira bem diferente dos estádios do

GMP em Colônia, Berlim, Frankfurt ou na África do Sul: em Berlim, a

construção em balanço, coberta por camada dupla em diálogo com o

monumento histórico; em Frankfurt, em forma do princípio da roda

de bicicleta otimizada com a cobertura retrátil interna; em Colônia,

usando o princípio de construção da ponte já existente no parque de

esportes; na Cidade do Cabo, como cobertura pênsil dentro do contexto

da silhueta poderosa da Montanha da Mesa; em Porto Elisabeth, como

cobertura em balanço em diálogo material entre as áreas cobertas

por metal e por membranas; ou em Durban, como uma construção de

cobertura sustentada por um arco monumental marcando a paisagem.

Em primeiro plano está sempre a busca da forma específica, particular.

Assim, também os projetos do GMP para os estádios da Copa no Brasil

mostram abordagens bem diversas. O estádio de Manaus foi inspirado

O aço é uma marca nos projetos em que sustentabilidade,

“funcionalidade e economia estão em primeiro plano

rALf AMANN

VoLkwiN MArg

imprescindível

O aço é

o estádio governador Magalhães Pinto, o Mineirão, em belo Horizonte (Mg), que será reformado em parceria com gustavo Penna Arquiteto & Associados

GMP/Gustavo Penna Arquiteto & Associados

Fotos GMP/Divulgação

6 ARQUITETURA & AÇO ARQUITETURA & AÇO 7

no vocabulário formal da Amazônia. Em Belo Horizonte, a intervenção

reservada em relação ao monumento histórico do estádio do Mineirão

existente estava em primeiro plano.

No caso do Vivaldão, por exemplo, o aço é utilizado como material

altamente efetivo e esteticamente marcante para a fachada e para a

construção da cobertura, acrescentados por membrana. O foco é o uso

das tecnologias e competências locais. As possibilidades múltiplas com

perfis tubulares soldados nos permitem uma liberdade de criação na

formulação da geometria da cobertura.

AA – Os Srs. citam a valorização das cidades aproveitando os está-

dios novos para a realização de intervenções sociais. Olhando para

as grandes cidades brasileiras, em particular as cidades-sede, quais

as principais deficiências estruturais que as arenas de 2014 podem

ajudar a solucionar?

GMP – O impacto positivo a longo prazo para as cidades-sede da Copa

não limitam-se às construções de cada um dos estádios, mas às medi-

das gerais da Copa: a melhora nos sistemas de transporte, da infraes-

trutura técnica e de turismo, como também o pós-uso público das ins-

talações de esporte e de treinamento. Também não se deve subestimar

os fatores “suaves”, psicológicos: por meio de tal evento, o país anfitrião

coloca-se no centro dos interesses globais e pode apresentar-se como

atração turística, além de tornar-se um centro de investimentos econô-

micos atraente. Um fenômeno que pôde ser observado na Alemanha

em 2006 e também atualmente na África do Sul.

AA – O fato de o aço ser 100% reciclável o coloca, no futuro, na constru-

ção de estádios e arenas esportivas?

GMP – Sim, certamente! Os aspectos de sustentabilidade são pre-

sieGbert zanettini cOMPletOU, eM 2009, MeiO sécUlO de arqUitetUra – qUase 40 cOMO PrOfessOr da facUldade de arqUitetUra e U rbanisMO da U niVersidade de sãO P aUlO (faU-UsP). aUtOr de PrOjetOs PreMiadOs e inOVadOres , ele cOMPleta UM PercUrsO de 1.200 Obras realizadas , qUe PassaM POr edifíciOs cOMO Os da escOla P anaMericana de artes , eM sãO P aUlO (sP), e O centrO de P esqUisa da P etrObras nO riO de janeirO (rj). a raciOnalizaçãO dO canteirO de Obras , O resPeitO aO aMbiente e a OtiMizaçãO da Vida útil das cOnstrUções sãO Presenças na bandeira qUe zanettini eMPUnha desde qUe se debrUçOU Pela PriMeira Vez sObre UMa Prancheta. “deMOrOU, Mas a arqUitetUra cOMe - ça a Perceber nO açO UMa saída Para Os Grandes PrObleMas na cOnstrUçãO ciVil ”, diz O arqUitetO, qUe cOncedeU a entreVista a seGUir de seU escritóriO, UM edifíciO eM sãO P aUlO tOtalMente MOntadO cOM estrUtUra e cOMPOnentes Pré - fabricadOs eM açO

O aço oferece aplicação

eficiente para

estruturas de cobertura

e também para

fachadas e construções

temporárias que

precisam ser montadas

num período curto

enchidos pelo aço de forma ideal. É um

material que oferece, do nosso ponto

de vista, uma aplicação eficiente para

estruturas de cobertura e outras cons-

truções de grandes vãos, mas também

para fachadas e construções temporárias

que precisam ser montadas num perío-

do muito curto.

AA – O Estádio Olímpico de Berlim e o

Ninho do Pássaro, em Beijing, têm forte

caracterização determinada pelo aço. O

que justifica sua utilização?

GMP – Os dois projetos apresentam uma

resposta à mesma demanda: fornecer

uma cobertura ao estádio que dará à

construção uma identidade própria,

reconhecimento imediato. No entan-

to, os meios de formular esta resposta

em termos de construção são diversos:

enquanto o Ninho do Pássaro apresenta

a sua arquitetura inconfundível a partir

do posicionamento supostamente caóti-

co dos seus perfis tubulares, o Olímpico

de Berlim aposta em uma arquitetu-

ra reduzida e reservada, por usar uma

estrutura esteticamente disciplinada e

organizada, que se celebra pelo meio da

luz de maneira efetiva. (M.H.V.) M

Acima, o estádio Vivaldo Lima, o Vivaldão, em Manaus, projeto em parceria com a empresa Stadia

limpa e racional

Urgente é a busca pela obra

Acervo

interno/Divulgação

GMP/Schlaich, Bergermann & Partner/Stadia

10 ARQUITETURA & AÇO ARQUITETURA & AÇO 11

capacitação da indústria

A cAdeiA produtivA do Aço está prontA pArA As demAndAs dA copA

  1. mAs A questão vAi Além disso : todo o setor , dA produção à dis - tribuição , pAssAndo pelA formAção profissionAl , se prepArA pArA dAr mAis um sAlto nAs suAs competênciAs. quem gAnhA é o pAís

Pronto para vencer

Um conjUnto de ações adotadas nas últimas décadas garantiu à cadeia pro-

dutiva do aço um processo de amadurecimento e modernização, assegurando ao

setor o preparo necessário para atender à demanda esperada em função da Copa

de 2014. Pelo lado da indústria brasileira do aço, desde a conclusão do processo de

privatização em 1994 até 2004, foram investidos US$ 14 bilhões para modernização

do parque industrial e eliminação de gargalos.

A partir de 2004, os investimentos foram direcionados para o aumento da capa-

cidade instalada, que passou de 28 milhões de toneladas para as atuais 41 milhões

de toneladas. Foram investidos neste período US$ 12 bilhões. A previsão era investir

registrava 34 kg/hab, volume quase dez vezes inferior ao atual. O

presidente da Associação Brasileira da Construção Metálica, José

Eliseu Verzoni, salienta ainda que a construção civil é o setor no

qual o aço apresenta o melhor potencial de crescimento.

Para atender ao mercado, a indústria produtora de aço ampliou a

oferta de produtos para a construção em aço: perfis laminados, tubos

com ou sem costura, além de perfis soldados e perfis formados a frio.

Quanto ao envelope do edifício, ou seja, a cobertura e o fechamento,

há oferta de vários tipos de aços inoxidáveis e de aços revestidos, tais

como galvanizados, liga alumínio-zinco e pré-pintados.

O presidente do Instituto Aço Brasil (IABr) define que o País

experimenta um movimento de transição da construção conven-

cional para a industrialização. Prova disso é que há investimentos

crescentes em produtos industrializados, como os steel decks , pai-

outros US$ 40 bilhões até 2012. Com a

crise econômica, a partir de setembro

de 2008, esses projetos estão sendo

reavaliados. Entretanto, dois novos

projetos continuam em andamento

visando ampliar a oferta de produtos

para o mercado interno.

Seja qual for o montante, fica a cer-

teza de que capacidade produtiva está

mais do que pronta para atender às

muitas obras que invadirão as cida-

des por conta de 2014. “O desafio será

mobilizar o País dentro de um rigoroso

cronograma de obras. É a grande opor-

tunidade de um salto de modernidade

com o maior uso do aço gerando bene-

fícios ambientais”, afirma o presidente

do Instituto Aço Brasil, Flávio Roberto

Silva de Azevedo.

Segundo o presidente, ainda não é

possível detalhar previsões da deman-

da em função da Copa de 2014. O certo

é que o evento pode mudar a cultu-

ra na construção civil e impulsionar a

aplicação de sistemas industrializados

em aço no País. No Brasil, o consumo

per capita de produtos siderúrgicos

hoje se mantém na faixa dos 100 kg/

hab. Em 2008, houve um aumento de

7,6%, passando para 127 kg/hab. Apesar

do aumento, o indicador fica muito

abaixo do registrado em países como

México (148 kg/hab) e China (332 kg/

hab). Cerca de um terço da produção

de aço no Brasil é exportada porque o

mercado interno hoje não a absorve.

“O consumo per capita de aço refle-

te o nível de investimento e infraes-

trutura de um país”, destaca Azevedo,

citando a China como comparativo. Em

1980, quando o Brasil consumiu 100 kg/

hab de produtos siderúrgicos, a China

Capacidade instalada da indústria do aço no Brasil

(toneladas de aço em milhões)

Consumo per capita de aço em 1980 e 2008:

(kg de produtos de aço por habitante)

Brasil 100 127

México 120 148

China 34 332

Chile 56,4 153

Espanha 202 404

2002 2004 2006 2008

Roberto Inaba

12 ARQUITETURA & AÇO ARQUITETURA & AÇO 13

Ideias em aço

dita Monteiro. Ele afirma, inclusive,

que o trabalho com aço é atualmente

apoiado no uso de computadores e a

adaptação rápida dos fornecedores

de software foi determinante para a

absorção dos novos conceitos.

“Tecnicamente, não existe restrição

ao uso do aço”, assegura Monteiro, para

quem o desafio é incorporar o uso das

estruturas em aço à rotina da constru-

ção civil. Ele acredita que o salto a ser

dado com a Copa de 2014 traz a vanta-

gem do aumento da escala, com conse-

qüente queda dos preços. “As estrutu-

ras em aço têm tudo para se tornarem

ainda mais competitivas.”

Para disseminar conhecimen-

to sobre o uso do material, o Centro

Brasileiro da Construção em Aço

(CBCA), entidade que tem o Instituto

Aço Brasil como gestor, dedicou aten-

ção especial à identificação das neces-

sidades de material técnico. Diversos

manuais de construção em aço foram

lançados, além da promoção de cursos

on line, como Introdução ao Uso do Aço

na Construção e Sistemas Estruturais

em Aço na Arquitetura, voltados para

arquitetos, engenheiros e estudantes

que desejam conhecer mais sobre essa

técnica de construção que tem cresci-

do nos últimos anos no País.

Pelo lado dos distribuidores tam-

bém não existem gargalos, informa o

presidente do Instituto Nacional dos

Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Lou-

reiro. Historicamente entre 30% e 40%

da demanda por aço é atendida pelos

distribuidores, responsáveis por colocar

o produto mais perto do mercado. “O

setor está pronto para atender ao cresci-

mento da demanda”, assegura. (m.m.) M

néis pré-fabricados para fechamento, drywall , shafts , tubulações

flexíveis de polietileno e de CPVC. Além disso, novas tecnologias

e sistemas construtivos estão se multiplicando nos canteiros de

obras, como os componentes com pilar misto e light steel framing.

Avanço profissional

A capacitação também pode ser notada na formação dos engenhei-

ros e arquitetos. “A cultura da estrutura metálica é relativamente

nova no Brasil e os profissionais estão incorporando estes conceitos

ao seu dia a dia”, explica o presidente da Associação Brasileira de

Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece), Marcos Monteiro. Ele

conta que a revisão da norma técnica ABNT NBR 8800, que trata de

projetos e execução de estrutura em aço, foi um grande passo para

harmonizar os conceitos e torná-los mais amigáveis aos projetis-

tas, historicamente acostumados com o concreto. A nova versão

entrou em vigor em setembro de 2008. “A partir daí, o corpo téc-

nico ficou muito mais confortável para trabalhar com o aço”, acre-

Consumo por setores consumidores finais (2008):

A provAdAs pArA receber os jogos dA copA de 2014, As cidAdes - sede têm pelA frente Alguns desAfios cruciAis pArA estArem de fAto AptAs A Acolher As pArtidAs e os torcedores pArA os jogos. A reformA dos estádios , A criAção de leitos e estAcionAmentos – AindA insu - ficientes em muitAs dAs sedes –, Além de todA A A orgAnizAção dA circulAção viáriA são Algu - mAs questões pArA As quAis o pAís terá de se prepArAr em breve. convidAdos pelA revis - tA, Arquitetos com A trAjetóriA pontuAdA por projetos premiA- dos e que fAzem uso expressivo e importAnte do Aço em suAs obrAs propõem , Aqui , soluções pArA Alguns destes gArgAlos de um ponto de vistA ideAl – nenhum deles concorre A pro - jeto Algum pArA 2014. o Arqui - teto siegbert zAnettini e os escritórios A ndrAde morettin , fgmf e unA contribuem com leiturAs ArquitetônicAs de soluções em Aço que , Além de resolverem A questão pontuAl do evento , podem ser incor - porAdAs pelA cidAde e suAs demAndAs cotidiAnAs. (a.W.)

ensaio

Construção civil: 33,4%

Automotivo: 25,5%

Bens de capital: 20,9%

Utilidades domésticas e

comerciais: 5,9%

Tubos com costura

pequeno diâmetro: 5,8%

Embalagens: 3,6%

Outros: 4,9%

FGMF

16 ARQUITETURA & AÇO ARQUITETURA & AÇO 17

ZAnettini ArquiteturA

edifíCio-gArAgeM

o arquiteto siegbert Zanettini resolve com sua proposta uma pauta ainda em aberto nas discussões em torno do grande evento espor- tivo: estacionamentos, onde e como construí-los. tratando-se dos estádios já existentes – e sem garagens adequadas nas proximida- des – como é o caso do Morumbi, em são paulo, descarta-se a pri- meira hipótese, subterrânea. “para estádios em áreas adensadas, dificilmente se conseguiria um quarteirão inteiro”, diz o arquiteto. A solução de Zanettini foi a divisão do edifício garagem em dois quarteirões, ligados por passarelas que também são as rampas de acesso e circulação dos carros. “Com estruturas pré-fabricadas – e nossa indústria está prontíssima para isto – é possível montar este estacionamento em menos de três meses e depois removê-lo intei- ro sem grande transtorno, podendo aproveitar a estrutura para um outro local”, afirma o autor da proposta que sugere a mesma solu- ção para ligar os edifícios do hospital das Clínicas em são paulo.

siegbert zAnettini é professor dA fAu-usp. homenAgeAdo pelA 6ª bienAl internAcionAl de A rquiteturA (biA), em que foi representAdo por sAlA especiAl , completA 50 Anos de cArreirA com obrAs premiAdAs e projetos em AndAmento que trAduzem umA preocupAção imperAtivA pelA rAcionAlizAção dos cAnteiros de obrAs no pAís. conhecido por suA defesA do uso do Aço nAs construções , ele hoje se dedicA A projetos de grAnde AlcAnce dentro dos conceitos de sustentAbilidAde

18 ARQUITETURA & AÇO ARQUITETURA & AÇO 19

unA Arquitetos

estAção de pAssAgeiros

A partir da percepção de que a mobilidade urbana é uma das principais questões das grandes metrópo- les nos dias atuais – e um dos maiores gargalos das cidades brasileiras –, os arquitetos do una propuse- ram a construção de estações para servir o conjunto integrado de trens e metrôs das cidades. “A maior transformação das grandes cidades como são paulo (sp) deve passar pela questão do transporte em massa”, diz fernando viégas, um dos autores da proposta. o grupo partiu do cenário paulistano para propor o abrigo em aço, que deve ao mesmo tempo proteger com conforto os passageiros e servir de passagem para os pedestres. “podemos imaginar esta estação para a linha f de trens da Companhia paulista de trens Metropolitanos (CptM), que cruza municípios importantes da grande são paulo ao mesmo tempo em que se avizinha em parte de sua extensão do parque ecológico do tietê. Assim, a estação serviria também como uma passagem segura – e gratuita – para quem quisesse atravessar para o parque.” A estrutura metálica da proposta seria organizada pelos pórticos, que deixariam a estação livre de pilares e manteriam coberto tam- bém o mezanino, nivelado com a rua.

fernAndo viégAs , cristiAne muniz , fAbio vAlentim e fernAndA bArbArA são sócios do unA A rquitetos desde 1996 – e desde lá colecionAm prêmios importAntes , como o dA 5ª biA pelo projeto do centro universitário mAriA A ntôniA, dA usp. um dos destAques dA suA produção são As propostAs ligAdAs à requAlificAção urbAnA, umA dAs quAis premiAdA pelA 7ª biA

22 ARQUITETURA & AÇO ARQUITETURA & AÇO 23

sustentabilidade

A CopA do Mundo de 2014 promete ser “verde”, dada a preocupa-

ção com a sustentabilidade ambiental do evento. Os arquitetos têm

diante de si o desafio de utilizar materiais e equipamentos ambien-

tal, econômico e socialmente adequados, tratar e destinar resíduos

líquidos e sólidos de forma ambientalmente correta, assim como

optar por sistemas construtivos que melhor atendam às premissas

da sustentabilidade. O evento também deve seguir os chamados

green goals, uma lista de metas verdes estabelecidas pela FIFA a

partir da Copa da Alemanha, em 2006.

A sustentAbilidAde está cAdA vez mAis perto do centro dAs preocupAções mundiAis e A próxi - mA copA do mundo está no foco deste debAte. A pArticipAção do Aço nAs grAndes obrAs que serão reAlizAdAs em função do evento contribui pArA A reAlizAção dA construção AmbientAl - mente eficiente , sociAlmente corretA e economicAmente viável

Além do verde

desperdícios e a quantidade de entu-

lhos e demais resíduos nos canteiros

de obras.

O engenheiro Fernando Orsini

Rodarte, superintendente de obras da

Construtora Andrade Gutierrez, desta-

ca que o uso do aço facilita o acom-

panhamento da obra, reduz o custo

homem/hora e “desburocratiza” o can-

teiro de obras, pois não há necessidade

de se montar centrais de carpintaria,

concreto e armação. Além de se traba-

lhar em local mais limpo e organizado,

Tanta atenção com a sustentabi-

lidade abre portas para o aço, mate-

rial 100% reciclável e o mais reciclado

no mundo. O uso do aço nas obras de

construção civil possibilita a utilização

de estruturas mais leves, que exigem

fundações de menor profundidade. O

aço também contribui para acelerar

a obra e reduz significativamente os

racionaliza-se – e, muitas vezes, diminui se radicalmente – o uso da

madeira. Rodarte ainda enfatiza que o uso do aço facilita o plane-

jamento da obra à medida que a integração com o fabricante ou

fornecedor da estrutura permite aos mestres-de-obras saberem

exatamente o que deve ser feito em cada etapa, acelerando a velo-

cidade construtiva e diminuindo os transtornos que, comumente,

acontecem nas obras.

O professor Francisco Ferreira Cardoso, da Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo (USP) e membro do Conselho Brasileiro

de Construção Sustentável, destaca que a construção em aço se

consolidará ainda mais quando a construção civil brasileira for

diferente do que é e adotar de fato os princípios da industrialização

e da modernização.

Estrutura em aço com vedação em painéis de vidro, perfeitamente ajustado ao relevo do morro e permeável à luz solar, traduz a adaptabilidade do aço às demandas de sus- tentabilidade, preocupação cada vez maior das edificações contemporâneas

Marilyna/Dreamstime.com

24 ARQUITETURA & AÇO

O aço tem grande durabilidade e é extremamente adaptável.

Um edifício em aço pode ser mais facilmente modificado, permi-

tindo rearranjos que se adequam às necessidades dos usuários e

prolongam sua vida útil.

Os demais países que sediaram, mais recentemente, a Copa do

Mundo e outros eventos esportivos de grande magnitude, como

as Olimpíadas, substituíram os sistemas construtivos tradicionais

pelo uso do aço não só nos estádios como também na ampliação ou

reforma de aeroportos, obras de infraestrutura e diversos tipos de

edificações. Os cronogramas apertados dos megaeventos esportivos

requerem que os materiais usados nas obras sejam resistentes, durá-

veis e flexíveis, qualidades estas plenamente atendidas pelo aço.

Sob a óptica ambiental, quanto mais for utilizado o aço nas

construções maior será o índice de reciclabilidade dos resíduos das

estádios

aeroportos

hotéis

hospitais

estações de passageiros

mobiliário urbano

pontes e passarelas

estacionamentos

infraestrutura

centros comerciais

obras, assim como daqueles gerados ao

se findar a vida útil da edificação, mui-

tos anos depois. O aço contido nas edi-

ficações é coletado e retorna às usinas

siderúrgicas para ser reciclado, infini-

tamente, sem perder nenhuma de suas

qualidades. Ademais, o aço reciclado

contribui para reduzir as emissões de

CO2 do processo siderúrgico, reduzindo

os impactos sobre a mudança do clima

e o consumo de recursos naturais não

renováveis. Cada tonelada de aço reci-

clada representa uma economia de

1.140 kg de minério de ferro, 154 kg de

carvão e 18 kg de calcário, sem perda da

qualidade, segundo o Steel Recycling

Institute, entidade americana para

reciclagem do aço.

O século 21 é momento de mudança

de paradigma, incorporando-se defini-

tivamente o conceito da sustentabili-

dade ambiental não só nos projetos e

obras, mas também no nosso dia a dia.

Com vistas à manutenção da qualidade

de vida no planeta, é responsabilidade

de todos racionalizar o consumo de

energia e de água, segregar e reciclar

materiais e empregar técnicas e tec-

nologias “limpas” em quaisquer das

nossas atividades. As futuras gerações

agradecerão. (M.M.) M

A preparação para a Copa

do Mundo de 2014 vai

estimular um crescimen-

to raramente visto na

construção civil brasilei-

ra. Neste boom de edifica-

ções, algumas tipologias

se destacam pela impor-

tância para o evento e

para o País. Esta edição de

Arquitetura & Aço reúne

empreendimentos nessas

diferentes tipologias que,

além de serem referências

arquitetônicas, fazem uso

exemplar do aço

de referência

Consumo

Descarte

Sucata

Reciclagem

Produção de bens intensivos em aço

Obras

Os benefícios do aço para a construção sustentável

(^) 100% reciclável (^) Racionalização de materiais e mão-de-obra (^) Maior facilidade e economia de transporte (^) Redução de geração de entulho (^) Estímulo ao uso de mão-de-obra especializada (^) Maior facilidade de desmontagem e reaproveitamento

(^) Promoção da segurança no canteiro de obras (^) Redução do impacto na vizinhança (^) Maior flexibilidade (^) Compatibilidade com outros materiais (^) Alívio de carga nas fundações

28 ARQUITETURA & AÇO ARQUITETURA & AÇO 29

Construído às pressas para os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, o Estádio João Havelange consumiu 2,7 mil toneladas de aço, parte na cobertura, parte nas estruturas

"Por conta da Copa de 2014, os está-

dios existentes irão precisar de cober-

turas modernas, o que só é possível

com o uso de aço", observa Ralf Amann,

sócio do GMP, responsável pelo desen-

volvimento de alguns dos principais

projetos para a Copa no Brasil (leia

entrevista exclusiva à página 4). "O

fato é que se apresenta uma grande

oportunidade ao desenvolvimento da

competência nacional no que se refere

à construção em aço", diz o arquiteto.

Dos estádios que serão reformados,

o mais moderno é o Arena da Baixada,

em Curitiba, pertencente ao Clube

Atlético Paranaense e construído em

1998, dentro do conceito de arena

multiuso. O campo de futebol divide o

espaço com um centro comercial, uma

academia de ginástica e uma churras-

caria. O antigo estádio foi demolido e

o novo, erguido em 18 meses. Foram

utilizadas 3,6 mil toneladas nas estru-

turas e coberturas.

O desafio atual é adequar a arena às

exigências da FIFA, o que inclui a insta-

lação de uma nova cobertura e a amplia-

ção da capacidade para 40 mil especta-

dores, além de outras obras. Serão mais

3,4 mil toneladas de aço, sendo um terço

na cobertura. “O aço ajuda na eficiên-

cia da obra pela qualidade do produto

nacional e pela ampla gama de soluções

criativas que o material permite”, desta-

ca o engenheiro Flávio Vaz, responsável

pelas reformas para 2014.

O Estádio Olímpico João Havelange,

construído às pressas para os Jogos

Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em

2007, também se beneficiou da agili-

dade propiciada pelo aço: são 2,7 mil

toneladas na estrutura – a cobertura

tem 35 mil m^2.

Volta Redonda

Um bom exemplo em construção de

arenas esportivas com aço no Brasil

é o Estádio da Cidadania, em Volta

Celso Brando

Celso Brando

My Zoom

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30 ARQUITETURA & AÇO ARQUITETURA & AÇO 31

O grande arco de aço substituiu a antiga fachada do mais tradicional estádio britâ- nico e tornou-se um dos principais cartões-postais de Londres. Além de vistoso, é forte: sustenta metade do peso da cobertura de Wembley. Na página ao lado, o Estádio da Cidadania é um bom exemplo da sustentabilidade do aço

Redonda (RJ), feito para receber 18 mil espectadores. A obra con-

sumiu 11 meses de trabalho, entre 2003 e 2004, e 970 toneladas

de aço (perfil soldado, tipo patinável e lajes steel deck ). O uso do

aço foi pensado desde o projeto arquitetônico porque a obra exigia

agilidade e clareza de custos. “Nós pudemos mostrar – e, nisso, o aço

foi fundamental – que uma obra pública bem planejada, com orça-

mento limitado, pode ser feita sem exageros”, afirma Ildony Bellei,

engenheiro responsável pelo projeto das estruturas e toda a parte

metálica do Estádio da Cidadania.

O Estádio da Cidadania foi planejado para ter um espaço mul-

tiuso, para gerar atividades sociais e esportivas para a sociedade,

e receita não só durante os jogos de futebol. Sob as estruturas das

arquibancadas fica o Centro de Saúde para idosos, com academia

e médicos, uma sala de musculação, feita especificamente para a

recuperação de cardíacos, e centros de ensino a distância. “Estádios

de futebol têm de ser voltados para a comunidade”, avalia Bellei.

O que Volta Redonda fez não é novidade no mundo moderno.

O aço também é o personagem principal do chamado “Templo

do Futebol”, o estádio de Wembley, em Londres. Em 2000, 76 anos

depois de sua festiva inauguração, o velho Wembley começou a ser

demolido. A sociedade inglesa, embasada em valores socioeconô-

Cerca de 500 cilindros se prendem

a 41 anéis, que formam a estrutura,

construída no chão por mais de 200

trabalhadores. Depois de pronto, o Arco

foi erguido e afixado na face norte do

estádio, para ajudar a suportar o peso

da cobertura e o movimento de aber-

tura e fechamento do teto retrátil.

“Vimos que uma cobertura retrátil,

em aço, era mais eficiente do que uma

fixa em geomembrana; então, precisá-

vamos de algo muito forte para supor-

tar o grande peso”, explica Lenczer. Ele

informa que, além do Arco, Wembley

tem mais 38 mil toneladas de aço em

suas estruturas, cobertura e reforços.

“O aço foi considerado o material mais

eficiente, por uma consultoria finan-

ceira que contratamos para o projeto”,

diz o arquiteto. (M.H.V.) M

micos e também estéticos, decidiu que

a simpática fachada com as torres do

projeto de Sir Edward Watkins, de 1889,

seria trocada. A ideia era dar uma nova

feição ao principal centro esportivo de

Londres, criando um novo e impactan-

te símbolo britânico no lugar de um

tradicional cartão-postal do país.

“O aço nos propiciou uma oportu-

nidade estética, uma solução prática e

o melhor custo”, conta Alistair Lenczer,

sócio do escritório Foster and Partners,

de Londres, que fez e executou o pro-

jeto. Ele se refere ao famoso Arco, uma

fabulosa estrutura em aço, de 1,75 mil

toneladas, 7 m de diâmetro, 315 m de

comprimento, que se ergue a 133 m do

solo em seu ponto mais alto e sustenta,

com cabos de aço, metade do peso da

cobertura de 40 mil m^2 de aço. E, ainda,

pode ser visto do outro lado de Londres.

Fotos Ildony Bellei

Fotos Divulgação

34 ARQUITETURA & AÇO

simples, na qual uma sequência de

vigas treliçadas planas cortam trans-

versalmente o edifício. A estrutura da

cobertura é travada por vigas longitu-

dinais e mãos-francesas. A que forma o

piso do mezanino e o pavimento técni-

co foi executada com treliças em perfis I,

assim como os pilares.

Portas de entrada

O s aerOpOrtOs brasileirOs serãO Os pOrtões para Os mais de 500 mil turistas estrangeirOs esperadOs para a COpa dO mundO 2014. a tarefa de COnstruir Ou ampliar Os aerOpOrtOs próximOs Ou nas próprias Cidades - sede da COpa exigirá rapidez na exeCuçãO das Obras de COmplexOs terminais para O grande eventO espOrtivO

O Aeroporto Internacional Augusto Severo consumiu cerca de 1. toneladas de aço nos pilares, lajessteel deck e forro. A opção pelo material considerou fatores como rapidez construtiva, sistema mais limpo para o canteiro de obras e leveza, fator que minimizou as car- gas nas fundações. A grande cobertura (foto ao alto) foi feita com um jogo de superfícies curvas, de modo a permitir a entrada de luz

Autor do projeto do Aeroporto Internacional Augusto Severo,

localizado em Natal (RN), uma das cidades-sede da Copa 2014, Sergio

Parada acredita que o aço seja um dos materiais mais indicados

para se cumprirem os prazos dos projetos de ampliação e constru-

ção que devem ocorrer nos próximos anos. Aliás, a experiência do

arquiteto com o uso do aço em obras aeroportuárias lhe confere for-

tes credenciais: o aeroporto de Natal é o primeiro em sua categoria

no Brasil a ter a estrutura totalmente concebida em aço.

aeroportos

Fotos Ricardo Junqueira

Nele, o material está nos pilares, lajes

steel deck , cobertura e forro. “Este tipo

de arquitetura deve preocupar-se com

o usuário, favorecer a leitura do edifício,

respeitando a escala humana e propor-

cionando deslocamentos claros”, afirma

Parada. Por isso, o aeroporto de Natal

foi concebido a partir de uma estrutura

36 ARQUITETURA & AÇO ARQUITETURA & AÇO 37

No aeroporto de Fortaleza (acima e abaixo), uma malha curva cobre o vão central. As obras da construção de quatro andares foram reali- zadas em dois anos, sem impactar o edifício vizinho, um prédio dos anos 1960

Projetado na década de 1930 pelos irmãos Milton e

Marcelo Roberto, o Aeroporto Santos-Dumont, no Rio de

Janeiro, foi descaracterizado por reformas e adaptações, até

que, em 1998, um incêndio o destruiu quase por completo.

Recuperado com projeto do arquiteto Sergio Jardim, retomou

sua volumetria original e foi tombado pelo Instituto Estadual do

Patrimônio Artístico e Cultural (Inepac). Em 2004, o Santos-Dumont

novamente foi ampliado, e mais uma vez com projeto de Sergio

Jardim, que encontrou diversas condicionantes como desafio: além

do tombamento, a ampliação não poderia impedir a visão da Baía da

Guanabara e deveria considerar o mínimo de intervenções no prédio

existente. Assim, a ampliação foi concebida de modo a manter as

características originais do prédio tombado.

Criou-se, então, um bloco paralelo ao prédio existente para as

funções de embarque, ficando o prédio original com as de desem-

barque. Relacionando estes dois blocos, foi criado um bloco de

ligação, uma edificação elíptica com 287,50 m de comprimento,

construída em tubos de aço e vidro, onde estão as salas de embar-

que e pontes metálicas, ou fingers, de embarque e desembarque.

“Todo este conjunto precisava necessariamente de soluções arqui-

tetônicas que conferissem leveza e transparência, daí a opção pelas

estruturas em aço”, afirma Jardim.

Sergio Jardim recomenda o aço como solução construtiva para

Projetado nos anos 1930, o aeroporto Santos-Dumont passou por sucessivas reformas até que um incêndio, em 1998, o destruiu quase por completo. O projeto de recuperação, de Sergio Jardim, restaurou características da arquitetura original

Fotos José Albano

Jornal do Brasil

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