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tudo que um empreendedor precisa saber
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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UNIVERSIDADE
EMPREENDEDORISMO
Ícones
Empreendedorismo é um assunto que traz à tona a necessidade da profissionali- zação da atitude empreendedora, fundamental para o sucesso empresarial. Conhecer os processos, técnicas e ferramentas para aprimorar atividades ou de- senvolver ideias de produtos e serviços para a criação de negócios empresariais, mui- tas vezes inovadores, pode contribuir para a assertividade do empreendedor na definição e na implantação de ações que conduzem ao sucesso. Atualmente, as ações de incentivo público e privado ao empreendedorismo têm aumentado na mesma proporção em que cresce o número de pessoas que se aventu- ram na fascinante jornada de criar uma nova empresa e conquistar a autorrealização pessoal e financeira. Apresentação
Os autores O Professor Luís Alberto Saavedra Martinelli é Mestre em Administração Estratégica (PUC-PR), possui MBA em Gestão de Equipes (FGV), Pós-Graduação em Finanças (FAE), Pós-Graduação em Planejamento e Gestão de Negócios (FAE) e Graduação em Engenharia Química (UFPR). É consultor sênior e facilitador em programas de planejamento estratégico, desenvolvimento de equipes e formação gerencial e de lide- rança. Possui experiência em atividades de consultoria e em posições de gestão em mul- tinacionais de grande porte, com trabalhos desenvolvidos na China, França, Alemanha, Inglaterra, Argentina, no Canadá e nos Estados Unidos. É profissional de coaching, Lean Six Sigma Black Belt e professor em programas de pós-graduação e MBA em Administração de Empresas em instituições de ensino superior. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8395653469304403
Os autores O Professor Carlos Rodolfo Reissmann é Mestre em Administração Estratégica (UFPR), Especialista em Marketing Empresarial (UFPR) e Bacharel em Comércio Exterior (UP). Tem experiência na área acadêmica como professor presencial e a distância, para graduação e MBA, além de ampla vivência empresarial, em consultoria e na indústria automotiva. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/
1 O empreendedorismo e o processo empreendedor O empreendedorismo é um assunto que tem atraído cada vez mais a atenção das pessoas porque, em suas bases, organiza os temas relacionados à criação de empre- sas duradouras (DORNELAS, 2005). Considerando as elevadas taxas de mortalidade de negócios nos primeiros anos de vida, o tema empreendedorismo torna-se particu- larmente importante. Como parte das políticas de desenvolvimento econômico, o governo brasileiro tem contribuído com ações de difusão, educação e fomento à atividade empreendedora, cujo resultado é o aumento da taxa de sucesso de negócios. O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), em seu es- tudo sobre a “Sobrevivência das empresas no Brasil”, divulgado em 2016, constatou que: [...] a taxa de mortalidade de empresas com até dois anos caiu de 45,8%, nas empresas nas- cidas em 2008, para 23,4%, nas empresas nascidas em 2012. É importante frisar que as empresas criadas entre 2008 e 2012 beneficiaram-se de uma série de aspectos positivos, presentes no conjunto do período compreendido entre 2008 e 2014, o que ajuda a explicar o aumento da taxa de sobrevivência das empresas neste período (SEBRAE, 2016, p. 17). Entre os aspectos positivos mencionados, destacam-se, por exemplo: a) evolução do Produto Interno Bruto (PIB); b) evolução das taxas de juros; c) evolução do rendi- mento médio real dos trabalhadores; d) evolução do Salário Mínimo (SM) real; e) evo- lução da taxa de desemprego (SEBRAE, 2016). Neste capítulo, exploraremos tanto o conceito quanto a prática do empreende- dorismo dentro dos contextos brasileiro e mundial. Também estudaremos o processo empreendedor e suas etapas. © Kurhan / / Fotolia
EmprEEndEdorismo 13 A força empreendedora se baseia na capacidade de identificar oportunidades, idealizar maneiras de respondê-las e, organizadamente, colocar essas respostas em prática, de forma que os benefícios sejam maiores que os ônus da construção, conside- rando os riscos inerentes. 1 � 1 �2 O empreendedorismo no Brasil O empreendedorismo no Brasil segue o padrão observado em países desenvolvi- dos, nos quais a ação empreendedora é um fator relevante para o desenvolvimento da economia. Nos Estados Unidos, por exemplo, os empreendedores representam uma parcela considerável das pessoas que impulsionam a economia (DORNELAS, 2005). O empreendedorismo ganhou força no Brasil a partir do início da década de 1990, quando entidades como o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e a Softex (Sociedade Brasileira para a Exportação de Software ), que passou a ser denominada de Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro, foram criadas para fomentar o processo empreendedor no país (DORNELAS, 2005). Acesse o relatório da pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor), que traz dados sobre o cenário empreendedor no Brasil (GEM, 2016). Esse processo evoluiu a ponto de levar o Brasil a apresentar resultados expres- sivos no setor. O relatório executivo do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) de 2000, apud Dornelas (2005), demonstrou que o Brasil aparecia como o país que pos- suía a melhor relação entre o número de habitantes adultos que começam um novo negócio e o total dessa população: um em cada oito adultos. Entre 1997 e 2002, as pequenas empresas foram responsáveis pela criação de 96% dos empregos e, no ano de 2003, representavam 98,7% do total de empresas (BOM ANGELO, 2003). Conheça o Sebrae a partir de seu portal na internet e entenda os serviços que estão à disposi- ção do empreendedor. Em 2006, segundo o relatório geral do Global Entrepreneurship Monitor (2008), cerca de treze em cada cem brasileiros adultos estavam envolvidos com alguma ativi- dade relacionada ao empreendedorismo (GEM, 2007). Entre os países do bloco Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil era o país na segunda colocação, apenas atrás da China no que se refere à porcentagem de adultos envolvidos com algu- ma atividade relacionada ao empreendedorismo.
EmprEEndEdorismo 14 O empreendedorismo está fortemente ligado ao futuro econômico do planeta, uma vez que as mudanças no mundo do trabalho deixam cada vez mais claras as previ- sões de que, como afirma Mendes (2009), não haverá espaço para a grande massa visí- vel de desempregados em busca de ocupação no mercado formal. Essa mudança de comportamento em relação ao trabalho já coloca a ação em- preendedora no centro das discussões sobre as alternativas viáveis de sustentação dos blocos econômicos que se formam ao redor do mundo. 1 � 1 �3 Um paralelo entre o empreendedorismo no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa A partir da década de 1980, a globalização tornou a concorrência entre organi- zações e países cada vez mais acirrada, o que obrigou as empresas a explorarem no- vas maneiras de fazer negócios e a se modernizarem, para que pudessem aproveitar as oportunidades do mercado global (MENDES, 2009). O processo de automatização levou ao aumento da produtividade, eliminando milhares de postos de trabalho. No caso do Brasil, esse processo foi intensificado pela desestatização de empresas do setor público e pelo encolhimento do Estado, a partir dos anos 1990. Esse cenário contribuiu para a geração de milhares de oportunidades de negó- cios, que foram aproveitadas por pessoas com perfil empreendedor. Por outro lado, outras milhares de pessoas acabaram aderindo ao processo empreendedor pela neces- sidade de sobrevivência, pois se viram à margem do mercado formal de trabalho. Dornelas (2005) afirma que a cultura empreendedora está arraigada em regiões desenvolvidas, como a América do Norte e a Europa. Nesses continentes, já no sé- culo XVIII, capitalistas e empreendedores juntavam esforços para criar novos negó- cios. Um exemplo citado pelo autor são as pesquisas sobre eletricidade e química, de Thomas Edison, que só foram possíveis graças ao auxílio de investidores que finan- ciaram seus experimentos. Esse processo, com a Revolução Industrial que ocorria naquele momento, foi res- ponsável pela criação de grandes fortunas e de companhias, muitas delas ainda em atividade. © JMcreation / / Fotolia
EmprEEndEdorismo 16 No modelo sequencial, pode-se entender de forma sistemática e organizada a maneira de se adotar uma postura empreendedora, considerando etapas a serem se- guidas e os pré-requisitos e atividades inerentes a cada uma delas. Uma das visões simplificadas do processo empreendedor é dada por Shane e Venkataraman (2000), que consideram a seguinte sequência para a ação empreendedora: Identificação de oportunidades para a criação de negócios futuros baseados em novos produtos ou serviços. Avaliação das alternativas de oportunidades e seleção daquela que oferecerá o maior benefício. Exploração da oportunidade, por meio da criação de negócio alinhado com as características identificadas de necessidade de novos produtos e serviços com os benefícios esperados. A B C Design Gráfico: Willian Batista Nessa linha de pensamento processual, Dornelas (2005) sugere uma sequência de atividades que influenciam o surgimento de um empreendimento, considerando um processo empreendedor com quatro etapas distintas, após a definição de uma ideia inovadora para um negócio: Design Gráfico: Willian Batista Ideia Etapa 4: Gerenciar a empresa criada. Etapa 3: Determinar e captar os recursos necessários. Etapa 2: Desenvolver o plano de negócios. Etapa 1: Identificar e avaliar a oportunidade.
EmprEEndEdorismo 17 Considerando o processo das 4 Etapas, a ação empreendedora se desenrola com foco na criação de novos negócios, desde que as características de cada etapa sejam conhecidas e respeitadas no processo de execução. Esse conhecimento passa a ser pri- mordial na definição de indicadores de sucesso da implantação do novo empreendi- mento, que leva à necessidade de aprofundar o entendimento de suas peculiaridades. 1 � 2 �2 Da oportunidade ao plano de negócios A identificação de oportunidades de negócio está intimamente relacionada à ca- pacidade que o empreendedor tem de entender as necessidades dos clientes e inovar com produtos e serviços que os satisfaçam. A inovação é, segundo Oliveira (2006) e Cruz (2005), a capacidade de perceber, idealizar, estruturar e operacionalizar novas situações. É tornar o processo mais eficaz, inserindo recursos atualmente não disponíveis. Já a inovação tecnológica, segundo Reis (2004), é a introdução de novos produtos ou tecnologias no processo de produção ou nas organizações. É importante destacar a diferença entre criatividade e inovação no contexto do empreendedorismo. Na concepção de Rixon (2003), enquanto a criatividade é o processo de desenvolver e expressar novas ideias, a inovação é o resultado final do processo criativo, sendo esta a incorporação, a combinação ou a síntese de conheci- mentos, gerando novos, relevantes e valorosos processos, produtos e serviços. O processo criativo é caracterizado pela geração de ideias, no entanto é o pro- cesso inovador que transforma essas ideias em realidade para a empresa. Dessa forma, pode-se considerar que o processo criativo faz parte do processo de inovação, uma vez que este último se utiliza das ideias criativas para gerar o novo. É importante entender que a criatividade em si não é um “fim”. É preciso aliar o processo criativo à ação, para que seja possível chegar à inovação. Com a inovação, cria-se um ambiente de admiração, de curiosidade e a missão de sempre buscar o novo. A inovação não pode ser um processo que ocorre por casualida- de, mas sim o resultado da escolha de operar corporativamente. O empreendedor está constantemente em busca de inovações que possam se transformar em soluções para os problemas cotidianos ou em produtos ou serviços fi- nanceiramente viáveis. O empreendedor visualiza um novo negócio com base em uma vantagem competitiva que foque a inovação, a qual ocorre quando novos conhecimen- tos são criados (NONAKA; TAKEUCHI, 1997). O talento empreendedor depende da percepção, direção, dedicação e trabalho daqueles que fazem as coisas acontecerem (DORNELAS, 2005).
EmprEEndEdorismo 19 Projeto é um conjunto de atividades definidas para se obter um produto ou ser- viço específico e único, considerando um orçamento financeiro e um prazo (KERZNER, 2010). Projetos bem estruturados, alinhados com as estratégias e bem gerenciados são fundamentais para o efetivo e contínuo atendimento das necessidades humanas. Quando o projeto chega ao fim, a empresa está criada. Resta ao empreendedor gerenciá-la para que o plano de negócios seja efetivamente colocado em execução. Dornelas (2005) destaca que o empreendedor deve estar atento à equipe de profissio- nais que recrutará para ajudá-lo a gerir a empresa, implantando ações que ajudem a minimizar os problemas e identificando prioridades e pontos críticos para o sucesso do empreendimento. 1 � 2 �4 Fatores de sucesso no processo empreendedor Os fatores de sucesso no processo empreendedor são classificados por Dornelas (2005) em pessoais, sociológicos, organizacionais e ambientais.
EmprEEndEdorismo 20 Organizações do Estado: o beneficiário é o cidadão, uma vez que a organização existe para que o Estado cumpra suas obrigações junto à população de seu território. Aqui estão inseri- dos os órgãos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, as empresas públicas, as orga- nizações militares, as organizações jurídicas, de saúde pública e de educação pública. Associações de benefícios mútuos: são organizações nas quais os membros são o público-alvo e os beneficiários dividem os resultados da operação. Nesse tipo, enquadram-se as coope- rativas e as associações de classe, como os conselhos profissionais, sindicatos e consórcios. Organizações de interesses comerciais: são empresas convencionais muito comuns no mer- cado de consumo. Os proprietários são os principais beneficiários da organização. São de capital aberto ou fechado. Organizações de serviços: os beneficiários são os clientes e usuários e os mantenedores não usufruem de benefícios diretos de suas operações, apesar de serem remunerados por isso. Nesse tipo, incluem-se escolas e universidades, organizações religiosas e organizações do terceiro setor. 1 �3 A empresa no contexto do empreendedorismo A empresa é uma instituição formal que per- mite que o empreendedor se insira na economia e forneça produtos ou serviços, tendo como contra- partida o lucro. É também uma organização esta- belecida em um conjunto de outras organizações. 1 � 3 �1 Conceito e tipos de organizações As sociedades são estruturadas na forma de organizações com propósitos específicos, que ge- ram obrigações e benefícios para quem está inse- rido em seus contextos organizacionais. Exemplos dessas organizações da sociedade são a família, o governo do estado e as empresas. Quando abordamos as organizações do pon- to de vista empresarial, uma tipologia organizacional que podemos considerar é o Modelo de Tipologia de Blau e Scott (CHIAVENATO, 2000), que é baseado em dois elementos principais: os membros da organização e o público externo. O benefício que a organização fornece passa a ser o ponto fundamental de sua classificação e é a razão primordial de sua existência na sociedade em que está inserida. Essa classificação de organizações considera quatro tipos básicos: © Sergey Nivens / / Fotolia 4