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Momento de Inércia: Determinação e Aplicação em Figuras Simples e Compostas, Resumos de Resistência dos materiais

Este documento aborda o conceito de momento de inércia, explicando sua definição, como é calculado para figuras simples e compostas, e sua importância na análise de estruturas submetidas a esforços. O texto também inclui exemplos de cálculo e aplicações práticas.

Tipologia: Resumos

2020

Compartilhado em 13/06/2022

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dheiachris 🇧🇷

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DIRETORIA ACADÊMICA DE CONSTRUÇÃO CIVIL
Tecnologia em Construção de Edifícios
Disciplina: Construções em Concreto Armado
TENSÕES DE FLEXÃO E DE CISALHAMENTO EM VIGAS
Notas de Aula:
Edilberto Vitorino de Borja
2019
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DIRETORIA ACADÊMICA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Tecnologia em Construção de Edifícios

Disciplina: Construções em Concreto Armado

TENSÕES DE FLEXÃO E DE CISALHAMENTO EM VIGAS

Notas de Aula:

❑ Edilberto Vitorino de Borja

Prof. Borja Tensões de Flexão e de Cisalhamento

1. MOMENTO DE INÉRCIA – Aspectos Gerais

1.1. Momento de Inércia de Massa

O conceito de Momento de Inércia, em termos práticos, pode ser definido como

sendo “a resistência que um corpo (em rotação) apresenta a uma mudança em sua

velocidade de giro”. Alguns autores costumam dar a esse conceito a denominação de

Inércia Rotacional. O momento de inércia desempenha, na rotação, um papel

equivalente ao da massa no movimento linear.

Para fins comparativos, pode-se citar, como exemplo, o lançamento de duas

pedras, de tamanhos distintos, por uma catapulta com aplicação da mesma força a

cada uma. A pedra “pequena” terá uma aceleração muito maior que a da pedra

“grande”.

De modo similar, se é aplicado um mesmo par de forças a uma roda com um

momento de inércia pequeno e a outra com um momento de inércia grande, a

velocidade de giro da primeira roda aumentará muito mais rapidamente que a da

segunda. Por dedução, pode-se afirmar que o momento de inércia de um objeto

depende de sua massa e da distância da massa ao seu eixo de rotação (eixo

considerado).

Considere dois volantes de massas iguais (1 kg), como ilustrado na Figura 1.

Figura 1. Volantes de massas iguais.

O volante da esquerda tem sua massa distribuída distante do seu eixo de giro,

bem como o volante da direita tem sua massa distribuída próximo ao seu eixo de giro.

Desse modo, pode-se concluir que o volante da direita possui um momento de inércia

menor.

O momento de inércia de um corpo não é uma quantidade única e fixa. Se um

objeto é girado em torno de eixos diferentes, também terá momentos de inércia

diferentes, uma vez que a distribuição de sua massa em relação ao novo eixo é

normalmente distinta do que era no anterior.

Prof. Borja Tensões de Flexão e de Cisalhamento

Para a placa retangular, aplicamos a integral variando 𝑥 de (

𝑏

2

até −

𝑏

2

2

. 𝑑𝑥 =

2

. 𝑑𝑥 =

3

𝑏 2

𝑏 2 =

. [

2

2

] =

𝑏 2

𝑏 2

𝑏 2

𝑏 2

. [

3

8 × 3

3

8 × 3

] =

2

1

12

2 ..... Equação 1.

1.3. Momento de Inércia de área

Momento de Inércia de Área ou Momento de Segunda Ordem de Área é uma

propriedade de uma seção plana de um corpo, que tem relação com a resistência à

deformação. O momento de inércia de uma área tem origem sempre que é feita a

relação entre a tensão normal,  (sigma), ou por força por unidade de área que atua

na seção transversal de uma viga elástica, e o momento externo aplicado 𝑀, que

causa curvatura da viga, como ilustrado na Figura 3.

Figura 3. Curvatura de viga (fletida) submetida a momento fletor externo aplicado.

Apesar da semelhança em formulação e em alguns teoremas, não deve ser

confundido com momento de inércia de massa, que é usado no estudo da rotação de

corpos rígidos. É comum o mesmo símbolo (𝑰) para ambos os temas, mas a distinção

fica normalmente clara no contexto e nas unidades físicas. Em Engenharia, é usual o

emprego da expressão “momento de inércia” para designar o momento de inércia de

área.

Seja, conforme Figura 4 , uma superfície plana genérica de área 𝑺 e um sistema

de coordenadas ortogonais 𝒙𝒚. Os momentos de inércia em relação a cada eixo são

dados por:

Prof. Borja Tensões de Flexão e de Cisalhamento

Figura 4. Placa de superfície genérica de área S.

2

. 𝑑𝑠

2

. 𝑑𝑠

Note que a derivada neste caso é em relação à (𝒅𝒔), ou seja, a derivada é em

função da área, e não da massa como visto anteriormente. Em algumas literaturas se

encontra também a notação conforme as equações 2 e 3:

2

. 𝑑𝑎 ..... Equação 2.

2

. 𝑑𝑎 ..... Equação 3.

1.4. Momento de Inércia de área de placa retangular

Tomamos uma derivada de área (Figura 5 ), o elemento é um retângulo de

comprimento 𝒅𝒚 e a de largura 𝒃.

Figura 5. Momento de Inércia de Área de placa retangular.

A área desse retângulo é dada por:

Prof. Borja Tensões de Flexão e de Cisalhamento

𝐼𝑥´ = (𝐼 1 + 𝐴 × 𝑑 1 ²) + (𝐼 2 + 𝐴 × 𝑑 2 ²) ..... Equação 5.

1.6. Procedimentos para Análise – Resumo Geral

O momento de inércia de uma área composta em relação a um eixo de referência

pode ser determinado utilizando-se os procedimentos a seguir:

  • A partir de um esboço, divida a área nas partes que a compõe e indique a

distância perpendicular do centroide de cada parte em relação ao eixo de

referência;

  • Deve-se determinar os momentos de inércia de cada uma das partes do

composto em relação aos eixos que passam pelos seus centroides, que são

paralelos ao eixo de referência.

  • Se o eixo que passa pelo centroide de uma das partes não coincide com o eixo

de referência, deve-se aplicar o teorema dos eixos paralelos, 𝐼 = 𝐼 ̅+ 𝐴. 𝑑

2 ,

para determinar seu momento de inércia em relação ao eixo de referência;

  • O momento de inércia de toda a área em relação ao eixo de referência é

determinado pelo somatório dos resultados de suas partes constituintes;

  • Caso uma parte do composto tenha uma “área faltante”, o momento dessa

parte é encontrado subtraindo-se o momento de inércia da área faltante do

momento de inércia da área composta total, incluindo a área que falta.

Prof. Borja Tensões de Flexão e de Cisalhamento

Exercícios

  1. Calcule o momento de inércia da área composta ilustrada na Figura 8 em

relação ao eixo 𝑥´.

Figura 8. Figura composta.

  1. Determine os momentos de inércia da área da seção reta da viga mostrada na

Figura 9 em relação aos eixos 𝑥 e 𝑦 que passam pelo seu centroide.

a)

b)

Figura 9. Viga com geometria no formato “z”.

  1. A viga ilustrada na Figura 10 é construída a partir de dois perfis U e duas chapas

de cobertura. Se cada perfil tem área de seção reta igual a 𝐴𝑐 = 76 𝑐𝑚² e momento

de inércia em relação ao eixo horizontal que passa pelo próprio centroide, 𝐶𝐶, igual a

4 , determine o momento de inércia da viga em relação ao eixo 𝑦.

Prof. Borja Tensões de Flexão e de Cisalhamento

Figura 12. Viga em “T”.

  1. Localize o centroide 𝑦̅ da área da seção transversal do perfil na Figura 13 e

determine o momento de inércia em relação ao eixo 𝑥´ que passa pelo centroide.

Figura 13. Viga composta.

Prof. Borja Tensões de Flexão e de Cisalhamento

2. TENSÃO (para qualquer elemento estrutural)

Resposta dos elementos estruturais (lajes, vigas, pilares, fundações), aos

esforços internos aplicados - força normal (𝑁) que dá origem à tração ou à

compressão, momento fletor (𝑀) que dá origem à flexão, momento torçor (𝑀𝑡) que dá

origem à torção e força cortante (𝑉) que dá origem ao cisalhamento.

A fórmula geral para qualquer que seja a tensão (Normal, flexão, torção ou

cisalhamento) é:

CaracterísticaGeométricadaSeçãoTransversal

EsforçoInternoAplicado Tensão =

  • Esforço interno:

Normal;

Momento Fletor;

Momento Torçor;

Esforço Cortante

  • Característica geométrica da seção transversal:

Área (A);

Momento de Inércia (I);

Momento Estático (Q);

Base (b);

Altura (h);

2.1. Tensão de Flexão em uma viga

Em vigas, quando submetidas a esforços externos (carregamentos transversais

com relação ao seu eixo longitudinal), ocorrem deformações de flexão (Figura 14)

devido ao esforço de momento fletor, surgindo desta forma as tensões de flexão.

Figura 14. Viga submetida a momento fletor positivo.

Prof. Borja Tensões de Flexão e de Cisalhamento

Colocando-se os esforços de compressão nas fibras superiores, tração nas

fibras inferiores e ainda nenhum esforço na fibra central, pode-se obter o diagrama de

tensões, conforme ilustrado na Figura 17 (lembrando que a viga está submetida a

esforço de momento fletor positivo).

Figura 17. Diagrama de tensões de flexão.

2.3. Hipótese fundamental da teoria da Flexão - LEI DE NAVIER

As seções planas de uma viga, tomadas normalmente a seu eixo, permanecem

planas após a viga ser submetida à flexão. Essa conclusão é válida para vigas de

qualquer material, seja ele elástico ou inelástico, linear ou não-linear.

As propriedades dos materiais, assim como as dimensões, devem ser

simétricas em relação ao plano de flexão.

As linhas longitudinais na parte inferior da viga são alongadas (tracionadas),

enquanto aquelas na parte superior são diminuídas (comprimidas).

2.4. Superfície Neutra

É uma superfície em algum lugar entre o topo e a base da viga em que as linhas

longitudinais não mudam de comprimento.

Linha Neutra – é a interseção da superfície neutra com qualquer plano de

seção transversal. Na LN, não há esforço, nem de tração, nem de compressão.

Para materiais homogêneos (aço, madeira, concreto simples), a LN passa no

centro de gravidade (CG) da seção transversal (Figura 18 ).

Compressão

Tração

Prof. Borja Tensões de Flexão e de Cisalhamento

Figura 18. Identificação da superfície e linha neutra.

2.5. Análise das distâncias das fibras em relação a L.N.

Façamos agora a análise das distâncias entre as seções transversais e

consequentemente dos esforços nas fibras superiores, inferiores e na LN em alguns

pontos da viga ilustrada na Figura 19.

Figura 19. Seções planas em vigas.

Sobre o apoio Meio do vão

Fibras superiores Fibras se afastam: tração Fibras se aproximam: compressão

Linha Neutra Não há alteração Não há alteração

Fibras inferiores Fibras se aproximam: compressão Fibras se afastam: tração

2.6. Determinação das Tensões de Flexão

Esta tensão é a resposta da viga decorrente do esforço de flexão (Momento

Fletor). Como consequência desse esforço, a viga se deforma, fletindo, sobre seu eixo

longitudinal.

Prof. Borja Tensões de Flexão e de Cisalhamento

Figura 21. Momentos Fletores nas seções 𝐷 e 𝐸 e seção transversal de viga.

Resolução:

Ponto D:

Momento de Inércia (em rel. à LN) :

4

3 3

LN 104167 cm 12

b.h I =

Fibras acima da LN:

Fibra 1

0,36kN/cm² 104167

30 12,5 (100)

LN

I

M.y

f

=

   = =

Fibra Superior

0,72kN/cm² 104167

30 25 (100)

LN

I

M.y

f

=

   = =

Obs.: o valor 100 na fórmula acima serve para transformar o momento fletor

de kNm para kNcm. O resultado foi positivo, logo a tensão de flexão na fibra superior

no ponto 𝐷 (meio do vão) é de compressão.

Fibras abaixo da LN:

Fibra 2

  • 0,36kN/cm² 104167

30 (12,5) (100)

LN

I

M.y

f

=

−   = =

Fibra Inferior

  • 0,72kN/cm² 104167

30 ( 25) (100)

LN

I

M.y

f

=

−   = =

O resultado foi negativo, logo a tensão de flexão na fibra inferior no ponto 𝐷

(meio do vão) é de tração.

Diagrama das tensões de flexão no ponto 𝑫 (Figura 22 ):

Prof. Borja Tensões de Flexão e de Cisalhamento

Figura 22. Diagrama das tensões de flexão no ponto 𝐷.

Ponto E:

Fibras acima da LN:

Fibra 1

  • 0,24kN/cm² 104167

(-20) 12,5 (100)

LN

I

M.y

f

=

   = =

Fibra Superior

  • 0,48kN/cm² 104167

(-20) 25 (100)

LN

I

M.y

f

=

   = =

Obs.:O resultado foi negativo, logo a tensão de flexão na fibra superior no ponto

𝐸 (apoio) é de tração.

Fibras abaixo da LN:

Fibra 2

0,24kN/cm² 104167

(-20) (-12,5) (100)

LN

I

M.y

f

=

   = =

Fibra Inferior

0,48kN/cm² 104167

(-20) (-25) (100)

LN

I

M.y

f

=

   = =

O resultado foi positivo, logo a tensão de flexão na fibra inferior no ponto 𝑬

(apoio) é de compressão.

2.9. Verificação da Estabilidade

Para não haver rompimento, ou para que haja estabilidade , é necessário

que a seguinte inequação seja verificada:

Tensão admissívelTensão máxima. Coeficiente de segurança

Prof. Borja Tensões de Flexão e de Cisalhamento

Figura 23. Viga “𝑇”.

2.11. Exemplo – Verificação da estabilidade à flexão (de uma viga)

Analise a Figura 24.

Figura 24. Momento Fletor máximo e seção transversal de viga isostática.

Com base nas informações contida nessa figura e nas tensões admissíveis de

flexão de tração e de compressão dadas a seguir, verificar a sua estabilidade.

 fc =2,00kN/cm²  ft =1,75kN/cm²

Resolução:

Características geométricas da seção transversal – Momento de Inércia (seção

retangular):

4

3 3

LN

104167 cm 12

b.h I =

▪ Flexão:

Prof. Borja Tensões de Flexão e de Cisalhamento

Fórmula

LN

sup.ouinf

ou máx máx I

M

Tou C

y

f

Para

máx

M = 50 kN

Fibras superiores:

1,20kN/cm² 104167

I

M

LN

máx sup

TouCmáx^ =

y

 f (compressão)

 f c max = 1,20 kN/cm²

Fibras inferiores:

  • 1,20kN/cm² 104167

I

M

LN

máx inf

TouCmáx

y (

f

 (tração)

 (^) f T max = - 1,20 kN/cm²

Verificação (utiliza-se os valores das tensões em módulo, pois não teria

sentido comparar uma tensão máxima com valor negativo com uma tensão admissível

que é sempre positiva).

Comparação

Compressão

  f C max. 1,4  2,00  1,20. 1,4  2,00  1,68 verifica

Tração

  f T max. 1,4  1,75  1,20. 1,4  1,75  1,68 verifica

Conclusão

Como as inequações relativas à flexão se verificaram, chega-se a conclusão de

que a viga é estável considerando-se a flexão.

2.12. Exemplo – determinação das Tensões de Flexão

A viga representada na Figura 25 tem seção transversal circular constante.

Determinar a tensão de flexão (Resposta:  = 2,738 kN/cm²).