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Apostila de obstetrícia veterinária, Resumos de Obstetrícia

Aparelho reprodutor feminino Placenta e anexos fetais Cirurgias obstétricas Patologias reprodutivas

Tipologia: Resumos

2021

Compartilhado em 11/11/2023

beatriz-mano
beatriz-mano 🇧🇷

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PhD. Luiz Figueira Pinto

PhD. Saulo Andrade Caldas

Obstetrícia Veterinária

Rio de Janeiro 2016

Luiz Figueira Pinto

Saulo Andrade Caldas

Prefácio Índice A Obstetrícia Veterinária A pélvis óssea Pelvimetria O aparelho reprodutor feminino Mastologia Veterinária Anexos do embrião e do feto Placentas Circulação sanguínea fetal e neonatal Aspectos clínicos e fisiológicos da gestação Aspectos clínicos e fisiológicos do parto e do puerpério Cesariana Patologias da gestação Distocias nos animais domésticos Distocias fetais Distocias maternas Puerpério patológico Cuidados com o recém-nato Fetotomia.

da parturiente quanto do produto. Dessa forma, o obstetra estará atuando de acordo com as premissas máximas da propedêutica médica, as quais são: Primum non nocere (em primeiro lugar, não causar o mal), “abster-se do impossível” e “quando o fizeres faça o da melhor maneira”, enunciadas por Hipócrates.

A pélvis óssea

A anatomia obstétrica veterinária compreende o estudo da pélvis, das glândulas mamárias, da circulação fetal, dos anexos embrionários e fetais, e do cordão umbilical (Quadro 1), por se constituírem locais de importância clínica e cirúrgica durante a gestação e o parto.

A pélvis óssea no sentido tocológico é o cinturão pélvico que rodeia parcialmente a cavidade pélvica. É a parte menos flexível da pélvis, mas que permite certa ampliação no momento do parto (Figuras 1 e 2).

Durante o parto o sacro se desvia algo para cima e os ângulos internos do ílio se afastam ocorrendo ampliação nos diâmetros vertical e transversal do canal do nascimento. Quanto mais curto e móvel se apresentar o sacro mais fácil será o parto.

Figura 2. Pélvis óssea bovina. Vista caudal.

Osso Ílio O Ílio é um osso par e irregularmente triangular que apresenta duas faces, a dorsal e ventral; três bordos, o anterior, o medial e o esterno; e três ângulos, o interno, o externo e o acetabular. Estas estruturas constituem o corpo e a asa do ílio (Figura 3).

A face dorsal do Ílio é côncava e constitui a superfície glútea do ilíaco, onde se inserem os músculos glúteos e dorsais. Apresenta ainda a linha glútea, que é proeminente na vaca, e que em seu bordo interno se continua com a espinha isquiática.

A face ventral do Ílio é convexa, sendo denominada de face pélvica. Apresenta sulcos produzidos pelos vasos e nervos obturadores. Possui uma parte triangular, rugosa, e que serve de inserção ligamentar; e outra quadrangular, onde se localiza a linha iliopectínea, por onde correm os vasos ílio-femurais; e o tubérculo do Psoas, onde se inserem os tendões dos músculos psoas menor.

Figura 3. Osso Íleo. Face dorsal.

O bordo anterior do Ílio é côncavo, grosso e rugoso, serve de apoio ligamentar para os músculos dorsais, e é denominado de crista do ilíaco. O bordo medial é côncavo e apresenta a escotadura ciática maior e a espinha isquiática. E, o bordo esterno é côncavo e rugoso e apresenta um sulco para os vasos iliolombares.

O ângulo interno do Ílio constitui a porção medial da asa do ílio, e se denomina de tuberosidade sacral. O Ílio se articula ventro-medialmente com o Sacro formando a articulação sacro-ilíaca, de grande importância no parto.

O ângulo externo do Ílio é rugoso devido às inserções musculares. Constitui a porção lateral da asa do Ílio formando a tuberosidade coxal.

O ângulo acetabular pertence ao corpo do Ílio e forma 2/5 do acetábulo, onde se une ao Ísquio e ao Púbis.

A avaliação obstétrica da pélvis se inicia com a inspeção clínica do animal em procura de simetria entre as tuberosidades coxais do ílio, a fim de descartar lesão óssea e irregularidades no canal do nascimento. Neste aspecto verifica-se que os eqüinos apresentam mais comumente lesão no ângulo esterno do íÍio provocada por quedas. E, no exame obstétrico do canal do nascimento, por meio de palpação vaginal, se pesquisa na região acetabular a presença de irregularidades ósseas, por se constituir em uma região mais susceptível às fraturas ósseas. A presença de calo ósseo na região do corpo do ílio próximo ao acetábulo resulta em assimetria e diminuição do diâmetro do canal do nascimento, o que constitui em obstáculo à passagem do feto durante o parto vaginal.

Osso Ísquio O osso Ísquio é um osso par e quadrangular que forma a parte caudal do piso ventral da pélvis. Apresenta duas faces, quatro bordos e quatro

articula com o púbis, e o ângulo ântero–externo se denomina ramo acetabular e apresenta a espinha isquiática, que é proeminente na vaca e na porca.

O ângulo posterior-interno do Ísquio se une com o ísquio homólogo, enquanto o ângulo posterior-externo forma a tuberosidade isquiática.

Osso Púbis É o menor dos ossos da pélvis e forma a parte cranial do assoalho pélvico (Figura 4). Em sua descrição encontram-se duas faces, pélvica e ventral; três bordos, anterior, medial e posterior; e quatro ângulos, medial, acetabular e posterior.

A face pelviana do Púbis é lisa e côncava nas fêmeas. Na vaca jovem pode haver uma tuberosidade pronunciada na parte cranial da sínfise púbica, o que pode ser causa de contusão ou laceração das partes moles do canal do nascimento, em uma distocia. A face ventral é convexa e rugosa, onde se inserem ligamentos. Encontra-se nesta região o sulco púbico que aloja o plexo vásculo-nervoso oriundo do buraco obturador.

No bordo anterior do Púbis encontra-se a eminência iliopectínea, que serve de apoio para o músculo pectíneo, e o tubérculo púbico que serve de inserção para os músculos abdominais e o ligamento mediano do úbere. O bordo medial, denominado sínfise púbica, constitui a porção cranial da sínfise púbica, que se articula com o púbis oposto. E, o bordo posterior constitui o rebordo anterior do buraco obturador, que se completa com o osso ísquio.

Os ângulos púbicos internos do Púbis formam os ramos púbicos sinfisários e os ângulos externos formam o ramo acetabular e o ramo isquiático.

Acetábulo

É uma cavidade cotilóide que aloja a cabeça do fêmur, formando a articulação coxofemoral (Figura 5). O Acetábulo é formado pela fusão do ângulo acetabular do Ílio, ângulo ântero–externo do Ísquio e o ramo acetabular do Púbis. Geralmente estão presentes nesta articulação os ligamentos transverso, redondo e acessório, que promovem a inserção da cabeça femural na cavidade acetabular. Nos bovinos pode não haver qualquer ligamento ou estar presente apenas o ligamento redondo.

Figura 5. Vista lateral da pélvis e do acetábulo.

Buraco obturador Acidente anatômico localizado no assoalho da pélvis e constituído pela união da borda posterior do Púbis com a borda anterior do Ísquio (Figura 6). Encontra-se preenchido pelos músculos obturadores internos e externos e dá passagem a um complexo vásculo-nervoso (artéria, veia e nervo obturadores).

Figura 7. Osso Sacro. Face pelviana.

Figura 8. Osso Sacro. Face dorsal

Diferenças entre as pélvis masculinas e femininas

O diâmetro de entrada é menor nos machos; O arco isquiático é mais estreito nos machos; A cavidade pélvica é menor nos machos; A sínfise pélvica é sinestosada nos machos; A porção cranial do assoalho pélvico é convexo nos machos e côncavo nas fêmeas.

Causas de luxação coxofemoral na vaca na hora do parto

a) Acetábulo raso;

b) Falta de musculatura dos membros posteriores potente;

c) Pode faltar o ligamento redondo, que é fraco e pequeno quando existe;

d) Andar peculiar jogando as pernas;

e) Falta do ligamento acessório do redondo.

Articulações da Pélvis Articulação sacro–ilíaca É uma diartrose entre as asas do osso Sacro e as tuberosidades sacrais do osso Ílio. Esta articulação tem a finalidade de oferecer estabilidade à pélvis e certa mobilidade articular na hora do parto.

É de grande importância para a dilatação do canal do nascimento no parto, seja quando da passagem do feto com a parturiente em estação, ou quando a parturiente se coloca em decúbito e apóia a tuberosidade coxal do osso Ílio de encontro ao solo, o que permite a mobilidade do Ílio oposto.

Articulação lombo–sacra É uma articulação formada pela última vértebra lombar e a primeira vértebra sacral. Local de acesso para o emprego da anestesia epidural em cabra, porca e cadela., empregada em determinados procedimentos obstétricos.

Articulação sacrococcígea É a articulação entre a ultima vértebra sacral e a primeira vértebra coccígea. É de grande importância obstétrica para o emprego da anestesia epidural em vacas e éguas.

O ligamento sacro–ilíaco ventral envolve a articulação sacro–ilíaca ventralmente e preenche o ângulo entre a asa do osso Sacro e a face ventral da porção medial do osso Ílio.

O ligamento sacro–isquiático, também denominado sacro–ciático ou simplesmente ligamento isquiático, se apresenta como uma extensa folha ligamentar quadrangular que completa a parede lateral da cavidade pélvica, e forma o arcabouço do canal do nascimento. Este ligamento sofre o processo de embebimento hormonal no momento do parto, o que proporciona um relaxamento ligamentar, que iguala o diâmetro da abertura caudal ao da abertura cranial. Este relaxamento proporciona o aparecimento de um sinal clínico de proximidade do parto, que é o relaxamento da anca, facilmente identificado na vaca. Na inserção deste ligamento identificam-se os bordos dorsal, ventral e posterior. O bordo dorsal é lateral ao sacro e às apófises transversas das três primeiras vértebras coccígeas. O bordo ventral se insere na espinha ciática e na tuberosidade isquiática, enquanto o bordo posterior se fusiona com a cabeça vertebral dos músculos semimembranosos. Nos cães identifica-se o ligamento sacro-tuberoso, que é uma estrutura forte, formado pelo espessamento da porção caudal do ligamento isquiático, que se insere no bordo lateral do osso Sacro e na tuberosidade isquiática.

O tendão pré–púbico é o tendão de inserção dos músculos abdominais, exceto dos transversos abdominais. È fortemente aderido ao bordo anterior cranial dos ossos Púbis e bastante desenvolvido na vaca, o que pode modificar as dimensões da pélvis e dificultar o trabalho de parto.

Nervos pélvicos A inervação da pélvis é promovida pela ramificação dos nervos ciático, pudendo obturador e femural.

O nervo ciático ou isquiático é o maior nervo do corpo animal, e é constituído pelas raízes nervosas de L5, L6, S1 e S2. Emerge pelo forame

ciático maior e segue como uma larga cinta plana e que se fusiona em sua origem com o nervo glúteo posterior.

O nervo pudendo fornece ramificações para a bexiga, uretra e reto, com o seu ramo pudendo interno; e para o esfíncter anal, músculo isquiocavernoso, clitóris e vulva, com o seu ramo pudendo externo.

O nervo obturador é um nervo motor que inerva os músculos obturador externo, pectíneo, adutor e a porção reto interna do músculo quadríceps femural. É o nervo mais vulnerável no momento do parto por se dispor de encontro à face ventral do osso Ílio e ficar sujeito à compressão pelo feto em sua passagem pelo canal do nascimento. A ocorrência de traumas por compressão do nervo obturador acarreta em paresia ou paralisia de um membro posterior, o que mantém a vaca em decúbito lateral, e constitui uma das etiologias da síndrome da vaca caída.

O nervo femural é derivado das raízes dos nervos lombares L4 e L5 e sua continuidade forma o nervo safeno.

Artérias e veias da pélvis A vascularização da pélvis é promovida pela artéria ilíaca interna, também denominada artéria hipogástrica, ramo da aorta abdominal. As veias são satélites e se reúnem na veia cava caudal (Quadro 2).