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Ao se considerar esta realidade, apresentaremos neste módulo a importância da limnologia na piscicultura. Fazendo uma descrição das principais variáveis físicas, químicas e biológicas necessárias para o acompanhamento e um bom desenvolvimento no cultivo de organismos aquáticos.
Tipologia: Esquemas
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A limnologia é definida como o estudo ecológico de todas as águas continentais. Apesar da palavra limnologia, de origem grega “limné”, significar estudo de lagos, esta ciência é aplicada a inúmeros corpos d’água, entre os quais lagoas, represas, rios, áreas alagáveis, sendo ainda considerada como uma ciência resultante da integração de várias outras ciências (Botânica, Zoologia, Química, Física, Geologia, etc.). A consolidação dos estudos limnológicos, como ciência se deu no período de 1900 e 1950, sendo que no Brasil seu reconhecimento foi dado em 1970, por meio de expedições exploratórias na Amazônia, que dentre outras pesquisas há a que reconhece a relação entre a química e a biologia, dos ecossistemas aquáticos. Pesquisas limnológicas, na Amazônia, proporcionaram a identificação de três tipos de rios: rios de água branca, rios de água preta e rios de águas claras. Alem dos rios, também foram evidenciados outros inúmeros corpos d’água, entre os quais lagos, igarapés, furos e paranás que promovem a permanente troca de energia e matéria com os rios. Tendo em vista essa diversidade de corpos d’água, a Amazônia apresenta grande potencial para a atividade da aqüicultura. Se compararmos a origem das palavras agricultura e aqüicultura, teremos: agri = terra e cultura = cultivo e, aqui = água. Dessa maneira, numa atividade aqüícola é necessário que se cultive, ou melhor, prepare a água para que se tenha sucesso na produção. Ao se considerar esta realidade, apresentaremos neste módulo a importância da limnologia na piscicultura. Fazendo uma descrição das principais variáveis físicas, químicas e biológicas necessárias para o acompanhamento e um bom desenvolvimento no cultivo de organismos aquáticos.
As etapas do ciclo hidrológico constituem um dos conhecimentos mais importantes para a manutenção do equilíbrio da terra. O ciclo da água na biosfera é um processo contínuo de transporte de água do oceano para atmosfera, por meio das chuvas, e da atmosfera de volta ao oceano
Tabela 1. Tipos de perda de água que ocorrem num viveiro (Sipaúba-Tavres, 1994) Ganho de água Perda de água Escoamento direto Infiltração Entrada regulada Descarga do vertedouro Entrada do lençol d’água Descarga regulada Precipitação Evaporação e evapotranspiração
A entrada e saída dos viveiros, assim como o vento provoca correntes que tem influencia direta na distribuição dos organismos, bem como na qualidade da água. O tempo com que a água entra e sai dos viveiros também pode influenciar na dinâmica dos organismos, fertilização e calagem, que podem ser perdidas se a velocidade da passagem de água for grande.
Figura 2. Ciclo da água no viveiro
Conjunto integrado de fatores físicos, químicos e biológicos, que caracterizam um determinado lugar. Pode ser também, uma unidade ecológica constituída pela
união do meio abiótico com a comunidade, onde ocorre intercâmbio de matéria e energia corresponde à interdependência dos seres vivos ao ambiente.
Podem ser classificados por características funcionais ou estruturais. Os tipos de ecossistemas aquáticos são caracterizados pela estrutura geológica e física. O conjunto dos ecossistemas de água doce é o menor de todos os biociclos estudados. Pode ser dividido em: Lótico (águas correntes): rios, riachos etc
Lêntico (águas paradas): lagos, tanques etc..
3.2.1. Águas lóticas
Segmento formado por rios, riachos e corredeiras, em que a água se desloca rapidamente. Com as águas em permanente movimento, esses ecossistemas se apresentam bem oxigenados e ricos em nutrientes inorgânicos trazidos principalmente, pela erosão dos terrenos adjacentes e a suas margens. Como se percebe, trata-se de um ecossistema importador, ou seja, está sempre recebendo material dos ecossistemas vizinhos e, por isso, é bastante dependente e frágil. Tal fragilidade, junto ao seu equilíbrio ecológico é, observada quando ocorre despejo de esgotos ou de agrotóxicos. Nesses ecossistemas, não encontramos plâncton bem definido. Com as águas correntes, os seres vivos que normalmente vivem na superfície são arrastados num só sentido e acabam desaparecendo. No entanto, podemos encontrar plantas e animais perfeitamente adaptados a essa correnteza, como, algas filamentosas, musgos presos às rochas, moluscos escondidos debaixo de pedras, larvas de insetos nas dobras da margens e uma grande variedade de peixes.
lagos permanentes ou temporários, onde são encontrados grandes bagres entre outras espécies.
4.1.1. Rios de água branca:
Apresenta águas turvas, cor de barro, pouca transparência. Nas áreas onde a correnteza invade os barrancos a cor da água é cada vez mais esbranquiçada devido a introdução de novos materiais. Seu pH é quase neutro (6,5 e 7,0). Exemplos: Madeira, Purus, Juruá entre outros. Os rios de água branca são aqueles que carreiam uma grande quantidade de material em suspensão e, conseqüentemente possuem uma elevada turbidez, com visibilidade em torno de 20 cm, originando-se das encostas dos Andes, como Amazonas, Napo, Marañon, Tigre, Juruá, Purus e Madeira; a condutividade é elevada e, o pH é próximo do neutro (6, e 7,0), devido ao bicarbonato diluído na água que atua como tampão. Nestes rios se observa uma relação direta entre a carga de sedimentos e o nível do rio
4.1.2. Rios de água clara:
Águas mais ou menos transparentes pela pouca possibilidade de erosão, já que estas regiões passam por estações de seca e chuvosas bem marcadas, levando assim uma certa quantidade de material. Seu pH é de 4,5 e 7,0. Exemplo: Tapajós, Xingu e Trombetas.
4.1.3. Rios de água preta:
Água de cor amarronzada, transparente. Seu relevo é suave e pouco movimentado e ocorre pouca erosão. Conseqüentemente, ocorre pouco sedimento por isso, os rios são transparentes. Seu pH á ácido (3,0 e 5,0), pobres em sais minerais. A cor escura é causada pela decomposição de material orgânico produzido
pelas florestas. Exemplos: Negro, Uatumã, Preto da Eva, Urubu, Cururu entre outros.
Os lagos são grandes depressões com água acumulada que podem ser provenientes do transbordamento de um canal principal de um rio causado, na enchente. O número de lagos é maior nos cursos inferior dos rios do que nas suas cabeceiras. Originam-se em terrenos com depressões entre 2 e 6m de profundidade e no verão recebem água dos igarapés vizinhos. Na enchente tornam a transbordar, devido à cheia do rio principal.
4.2.1. Tipos de Lagos
Os lagos são corpos d’água interiores sem comunicação direta com o mar. Apresentam, em geral, baixo teor de íons dissolvidos comparados a águas oceânicas. Não são elementos permanentes, uma vez que são fenômenos de curta durabilidade, surgindo e desaparecendo no decorrer do tempo. São classificados, geralmente, de acordo com sua formação como poderemos ver a seguir:
Figura 4. Esquema de lagos de origem glaciares.
6.1. Lagos de terra firme da Amazônia : são alongados e muitos dendríticos (forma de dedos). Foram formados, principalmente, por rios de água branca.
Figura 5. Lagos dendríticos da Amazônia.
Figura 8. Esquema de uma represa, evidenciando a grande variação do nível da água.
Leito d’água bem delimitada, com correnteza relativamente acentuada, temperatura baixa e pouco variável durante o ano (26ºC). Durante a cheia suas águas sobem e tornam-se mais turvas, devido o carreamento de substâncias orgânicas das florestas e, durante a vazante suas águas se tornam mais límpidas, reduz7indo-se a um pequeno filete. O nível da água nos igarapés pode, sofrer variações devido as fortes chuvas, quando as águas ultrapassam os limites, invadindo as margens, o que afeta a vida dos peixes os quais aproveitam o momento para explorarem as fontes alimentares que ficam disponíveis. Nele, não há muita produção biológica, devido a pouca penetração de luz, ao bloqueio da floresta, pelo reduzido teor de sais minerais dissolvidos e pela correnteza acentuada. Apresenta peixes de pequeno porte como piabas, sarapós, entre outros.
Muito comum nas regiões de planaltos, as corredeiras apresentam um fundo pedregoso-arenoso. Colonizadas por plantas aquáticas rupestres que servem como abrigo e alimento para os peixes e outros animais aquáticos.
A água constitui um dos mais importantes elementos do planeta. Esta importância é dada ao fato de que nenhum processo metabólico ocorre sem sua ação direta ou indireta. A água é um composto formado basicamente por moléculas de oxigênio e hidrogênio. Estas moléculas são ligadas por uma atração eletrostática mútua, ou seja, a extremidade de uma molécula de água negativa se liga a outra na extremidade positiva, relação denominada de pontes de hidrogênio.
em conta que em temperaturas elevadas os organismos planctônicos podem afundar mais rápido.
É a relação entre a massa e o volume que uma determinada substância ocupa. Pode ser influenciada pela salinidade, temperatura e pressão atmosférica. Entretanto a caracterização de um corpo d’água precisa ser quantificada através de um conjunto de parâmetros que estejam relacionadas. Neste contexto, as variações mais importantes que devem ser monitoradas em cultivo de peixes são:
Todos os fatores físicos, químicos e biológicos são influenciados pelos aspectos geomorfológicos, clima, localização geográfica, e todos estes influenciados pela forma (morfometria) do viveiro, tanque ou reservatório a ser estudado.
A água e o solo são os principais componentes do meio em que vivem os peixes. Neste meio, também se desenvolvem vários outros organismos, animais ou vegetais, que são fundamentais para os peixes. As variáveis limnológicas, neste sentido, são determinantes para a qualidade e quantidade dos organismos. A seguir estão descritas algumas variáveis importantes para a criação de peixes.
5.4.1. Oxigênio
É o elemento mais importante da água para o cultivo de peixes, tendo em vista que é indispensável para a respiração. É um elemento vindo da atmosfera e de processos fotossintéticos. Em viveiros, o consumo de oxigênio ocorre em maior intensidade pela respiração dos peixes e das bactérias, que decompõem a matéria orgânica. Para que não haja falta de oxigênio nos viveiros, alguns problemas devem ser evitados entre os quais a superpopulação de peixes e deposição exagerada de matéria orgânica, causada pelo excesso de arraçoamento, são os que merecem grande atenção. Em viveiros, com produção excessiva de fitoplâncton, é comum observar deficiência no oxigênio nas primeiras horas do dia, bem como dias nublados, uma vez que o fitoplâncton sem luz solar consome oxigênio.
Figura 10. Comportamento do oxigênio dissolvido ao longo do dia em função da fotossíntese e respiração na água.
Peixes amazônicos realizam suas funções vitais, satisfatoriamente, em viveiros com concentrações de oxigênio em torno de 6mg/L.
Alterações no pH da água podem provocar altas mortalidades de peixes, principalmente, por atuar junto a outras variáveis como o nitrogênio, que na forma de nitrito ou amônia tornam-se mais tóxicas em pH ácido. Outro fator importante de ser mencionado é o crescimento, que pode ser extremamente afetado pelo pH.
Figura 12. Valores de pH atuando no desenvolvimento do peixe.
5.4.2.1.Correção e adubação dos viveiros
As águas interiores, normalmente, apresentam baixa produção natural de nutrientes (sais dissolvidos) e são muito ácidas (pH inferior a 7). Esta característica amazônica força a necessidade da utilização de práticas de correção e adubação dos viveiros, para que apresentem resultados satisfatórios na criação. As práticas de adubação e calagem tem como objetivo principal, melhorar a qualidade do solo e, principalmente, da água para que o peixe se desenvolva com eficácia. A calagem, que corrige a acidez do ambiente, pode ser realizada pela distribuição de calcário na superfície do viveiro, cheio ou vazio. Viveiros povoados também podem passar por este processo, no entanto, a aplicação deve ser parcelada para que não haja mortalidade.
5.4.3. Alcalinidade total
A alcalinidade total refere-se a concentração de bases na água. Pode ser dividida em:
Figura 13. Variação dos valores de alcalinidade para cultivo.
Tabela 2. Textura dos solos determinado pelo teor da alcalinidade Tipo de solo Teor de alcalinidade Areia Baixa Argila Alta (contém CaCO 3 ) Regiões áridas Alta (excessiva evaporação) Altamente orgânicos Baixa
5.4.4..Dureza total
A dureza de uma água é dada de acordo com o teor de cálcio presente, ou seja, o teor de íons cálcio (Ca) e magnésio (Mg), principalemnte, é quem expressa a dureza dos corpos d’água. Além disso, a dureza pode ainda ser expressa de acorodo com alcalinidade, uma vez que, as concentrações de alcalinidade e dureza são similares em muitas águas.