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A Apostila de Farmacologia trás informações básicas acerca dos principais conceitos utilizados.
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
Prof. Enf. Fabriciano Santos de Souza
Elaborado pelo Professor da Disciplina de Farmacologia e Cálculos de Administração de Medicamentos, Bach. Enfermeiro, Fabriciano Santos de Souza.
Caicó-RN 2019.
A palavra droga origina do holandês antigo droog que significa folha seca, pois, antigamente quase todos os medicamentos eram feitos à base de vegetais. Embora em francês drogue signifique erva, relacionada por alguns autores como a origem da palavra droga, a maioria dos autores, fundamentando-se em antigos dicionários, afirmam que se deve a palavra droog a origem do nome.
Embora a Farmacologia tenha sido reconhecida como ciência no final do século XIX, na Alemanha, as ervas já serviam para a manipulação de remédios há bastante tempo, e, as drogas de origem vegetal predominaram no tratamento das doenças até a década de 1920 quando a indústria farmacêutica moderna iniciou o desenvolvimento produzindo produtos químicos sintéticos.
A disciplina Farmacologia envolve os conhecimentos necessários para o profissional de saúde, pois, consiste no estudo do mecanismo pelo qual os agentes químicos afetam as funções dos sistemas biológicos , portanto, de forma ampla, envolve o estudo da interação dos compostos químicos (drogas) com os organismos vivos atuando, em maioria, através da influência das moléculas das drogas nas células.
Objetivos da Farmacologia
Profilática: O medicamento tem ação preventiva contra doenças. Exemplo: As vacinas podem atuar na prevenção de doenças. Terapêutica: O medicamento tem ação curativa, pode curar a patologia. Exemplo: Os antibióticos têm ação terapêutica, curando as doenças. Paliativo: O medicamento tem capacidade de diminuir os sinais e sintomas da doença, mas não promove a cura. Exemplo: Os anti-hipertensivos diminuem a pressão arterial, mas não curam a hipertensão arterial; os antitérmicos e analgésicos diminuem a febre e a dor, porém não curam a patologia causadora dos sinais e sintomas. Diagnóstica: O medicamento auxilia no diagnóstico, elucidando exames radiográficos. Exemplo: Os contrastes são medicamentos que, associado aos exames radiográficos, auxiliam em diagnósticos de patologias.
1.1 Conceitos básicos em farmacologia
No início desse primeiro assunto adentraremos nos conceitos básicos utilizados na farmacologia, bem como o seu próprio conceito. Algumas pessoas que realmente trabalhe no mundo da saúde podem não sabe a diferença entre medicamento, droga, fármaco, remédio e medicação. Todas as pessoas usam essas palavras de forma indiscriminada e no mesmo sentido.
Vamos entender alguns dos conceitos e suas principais diferenças.
Farmacologia: É a ciência que estuda as drogas e suas ações (absorção, mecanismo de ação, excreção e efeitos adversos) no organismo. Fórmula farmacêutica: é o conjunto de substâncias que compõem a forma pela qual os medicamentos são apresentados e possui os seguintes componentes: princípio ativo (agente químico), o corretivo (sabor, corantes, açúcares) e o veículo (dá volume, em forma de talco, pós).
Forma farmacêutica: é a maneira física pela qual o medicamento se apresenta. Ex: Lasix comprimido, Binotal suspensão.
Remédio: Todo meio usado com fim de prevenir ou de curar as doenças.
Prescrição medicamentosa: é o documento ou a principal fonte de informações. Nela devem constar o nome do paciente, a data da prescrição, o registro e o nome do medicamento, a dose, a frequência e horário da administração e a assinatura e carimbo do profissional. Só poderá ser verbal em situação de emergência.
Princípio Ativo : É a substância que existe na composição do medicamento, responsável por seu efeito terapêutico. Também pode ser chamado fármaco.
Medicamentos Simples: Aqueles usados a partir de um único fármaco. Ex. Xarope de Vitamina C.
podem ser empregadas como ingredientes em variadas indústrias, como nas químicas, farmacêuticas e de tinturaria. Têm origem diversificada, podendo vir dos três reinos (animal, vegetal e mineral). Medicamento ou fármaco: é qualquer droga ou associações de drogas que atuam no organismo vivo para beneficiá-lo. São utilizados com a finalidade de prevenção, diagnóstico, alívio ou tratamento da doença. Tóxico: é qualquer droga que atua no organismo produzindo efeitos maléficos e que podem levar à dependência. Remédio: É o conceito que se dá para tudo o que for feito com a intenção de combater a dor e a doença, sem ter comprovação científica e nem margem de segurança. Placebo : é a administração de um medicamento visando o bem-estar psicológico do paciente, uma vez que este acredita que somente esta droga irá solucionar o seu problema. Dose: É a quantidade de medicamento administrado, pode ser única ou em intervalos regulares estabelecidos por horários. Classifica-se em: dose mínima : é a menor quantidade de um medicamento administrado capaz de produzir algum efeito. dose máxima : é a maior quantidade de um medicamento que pode ser administrada no organismo, produzindo efeito terapêutico, sem ultrapassar a margem de segurança. dose terapêutica ou de manutenção : é a dose capaz de produzir efeito esperado, atingindo um nível sanguíneo desejável, sem causar toxicidade. dose letal : é uma dose administrada capaz de causar óbito. dose de ataque : é uma dose administrada para surtir efeito imediato, geralmente em quantidade maior do que se administraria diariamente. margem de segurança : as drogas podem agir como medicamento ou como tóxico, dependendo de fatores como a quantidade (dose) administrada, as vias de administração , as condições do paciente , etc. A margem de segurança é o limite existente entre a dose terapêutica e a dose tóxica da droga. Por exemplo, os digitálicos possuem uma estreita margem de segurança porque
o paciente mesmo fazendo uso de dose terapêutica pode, com relativa facilidade, apresentar sinais de intoxicação digitálica, isto é, sinais de toxicidade da droga. Reação adversa: é uma resposta previsível ou não do organismo frente a droga que pode ser uma reação branda ou grave.
1.2 Vantagens e Desvantagens das vias de administração de fármacos
VIA ORAL: O medicamento é administrado pela boca com a intenção de ter sua absorção no tubo gastrointestinal.
Vantagens
Maior segurança, comodidade e economia; Estabelecimento de esquemas terapêuticos fáceis de serem cumprido pelos pacientes; Absorção intestinal favorecida pela grande superfícies de vilosidade intestinal. Desvantagens
Apresentação de efeitos adversos (náuseas, vômitos e diarreias), pela irritação da mucosa; Variações do grau de absorção conforme: a) ação da enzima digestiva; b) plenitude ou não gástrica; c) tipo da formulação farmacêutica; d) pH. Necessidade da cooperação do paciente.
ATENÇÃO! Fatores como outros medicamentos e a alimentação, afetam a forma de absorção dos medicamentos depois de sua ingestão oral. Assim, há alguns medicamentos que devem ser tomados com o estômago vazio, e há outros que devem ser ingeridos com o alimento ou simplesmente não podem ser tomados por via oral, pois serão inativados por enzimas digestivas. A absorção começa na boca e no estômago, mas ocorre principalmente no intestino delgado.
Intramuscular; Intradérmica; Subcutânea; Intratecal; Intraóssea; Intracardíaca; Intraperitoneal Endotraqueal; Epidural
Absorção da via parenteral
A menos que um fármaco seja administrado para produzir um efeito local, ou seja, injetado diretamente na corrente circulatória, necessita fazer um primeiro movimento de aproximação do sítio de ação, indo do local de aplicação até a corrente circulatória. Esse movimento denomina-se absorção. A absorção influencia o início e a magnitude do efeito farmacológico e é um dos determinantes de escolha de vias de administração e doses.
A absorção depende também do fluxo sanguíneo no sítio absortivo, extensão e espessura da superfície de absorção e vias de administração escolhidas.
Vias parenterais mais utilizadas: intramuscular, endovenosa, subcutânea e intradérmica.
DE COMPETÊNCIA MÉDICA
Vias parenterais de competência médica: intratecal (intraraquidiana); intraperitoneal, intraóssea, epidural, intracardíaca e endotraqueal.
VIA INTRAMUSCULAR: É a administração de medicamentos no músculo. A absorção é nesta via é mais rápida que as vias anteriores. Via de escolha para medicações irritantes.
Áreas de aplicação: Músculos de escolha: deltóide e glúteo;
A aplicação IM glútea deve ser cautelosa para não atingir o nervo ciático, por isso a área de aplicação é sempre é o quadrante superior externo do glúteo.
VIA SUBCUTÂNEA: é a via de escolha para a administração de medicamentos que não devem ser rapidamente absorvidos. A absorção é lenta e gradativa. Ex.: vacinas
Vantagens Absorção boa e constante para soluções; Absorção lenta para suspenções. Desvantagens
Facilidade de sensibilização dos pacientes; Dor e necrose por substâncias irritantes.
1.3 Princípios básicos da farmacoterapia
Farmacoterapia refere-se ao uso de drogas para tratar as doenças. Ao escolher um fármaco para tratar determinada afecção, o profissional deve considerar não apenas a eficácia da droga, mas também outros fatores, como o tipo de terapia que o paciente irá utilizar.
2. FORMAS DE APRESENTAÇÃO DE FÁRMACOS
As formas farmacêuticas são as formas físicas de apresentação do medicamento, e elas podem ser classificadas em sólidas, líquidas e gasosas.
Sólido: a) Comprimidos: possuem consistência sólida e formato variável. São obtidos pela compreensão em moldes da substância medicamentosa.
b) Pó: Deve ser tomado em colheradas ou é acondicionado em saches. (Fluimucil).
c) Drágeas: O princípio ativo está no núcleo da drágea, contendo revestimento com goma-laca, açúcar e corante. São fabricados em drágeas os medicamentos que não devem ser administrados em forma de comprimidos, por apresentarem: sabor desagradável, exige absorção no intestino, medicamentos que atacam a mucosa e/ou que devem ser deglutidos com facilidade.
d) Cápsulas: O medicamento está revestido por um invólucro de gelatina para eliminar sabor desagradável, facilitar a deglutição e/ou facilitar a liberação do medicamento na cavidade gástrica.
e) Pastilhas: É um preparado sólido, de forma circular com o princípio ativo unido com açúcar e uma mucilagem para que a dissolução seja lenta na cavidade oral.
f) Enema, clister, enteroclisma, lavagem ou irrigação: Sua composição varia de acordo com a indicação.
g) Supositórios: óvulos ou lápis - tem formato cônico ou oval, destina-se à aplicação retal, pode ter ação local ou sistêmica.
h) Pomadas: Formas pastosas ou semissólidas constituídas de veículos oleosos, o princípio ativo é o pó.
i) Cremes: São exclusivamente para uso tópicos, na epiderme (com ação epidérmica, endodérmica), vaginais e retais.
Líquidas:
Absorção Distribuição Organismo ativo Metabolismo Excreção
Droga Passiva
Fases da farmacocinética são:
Absorção
Absorção farmacológica: A absorção é a primeira etapa que começa com a escolha da via de administração até o momento que a droga entra na corrente sanguínea. Vias de administração como intravenosa e intra-arterial não passam por essa etapa, entram direto na circulação sanguínea. Existem fatores que interferem nessa etapa, dentre estes temos: o pH do meio, forma farmacêutica e patologias (úlceras por exemplo), dose da droga a ser administrada, concentração da droga na circulação sistêmica, concentração da droga no local de ação, distribuição da droga. Temos ainda um fator a ser relevado que é a característica química da droga, pois esta interfere no processo de absorção.
Efeito de primeira passagem: É a metabolização do medicamento pelo fígado e pela microbiota intestinal, antes que o fármaco chegue à circulação sistêmica. As vias de administração que estão sujeitas a esse efeito são: via oral e via retal (em proporções bem reduzidas).
Distribuição farmacológica: Nesta etapa a droga é distribuída no organismo através da circulação. O processamento da droga no organismo passa primeiramente nos órgãos de maior vascularização (como SNC, pulmão, coração) e depois sofre redistribuição aos tecidos de menos irrigação (tecido adiposo, por exemplo). É nessa etapa em que a droga chega ao ponto onde vai atuar. Nessa fase poderá ocorrer: baixa concentração de proteínas plasmáticas como desnutrição, hepatite e cirrose, que destroem hepatócitos, que são células produtoras de proteínas plasmáticas, reduzindo assim o nível destas no sangue.
Biotransformação Fase onde a droga é transformada em um composto mais hidrossolúvel para a posterior excreção. A Bio - transformação ocorre em duas fases:
Fase 1: etapas de oxidação, redução e hidrólise; Fase 2: conjugação com o ácido glicurônico.
ATENÇÃO: A fase 1 não é um processo obrigatório, variando de droga para droga, é diferente da fase 2, obrigatória a todas as drogas. O fígado é o órgão que prepara a droga para a excreção. Essa é a fase que prepara a droga para a excreção. Biodisponibilidade Biodisponibilidade é uma medida da extensão de uma droga terapeuticamente ativa que atinge a circulação sistêmica e está disponível no local de ação. O termo biodisponibilidade é usado para descrever a fração de uma dose administrada de uma droga não alterada que atinge a circulação sistêmica. É uma das principais propriedades farmacocinéticas das drogas. Por definição, quando uma medicação é administrada intravenosamente, sua biodisponibilidade é de 100%. Entretanto, quando uma medicação é administrada por outras vias (como a via oral, por exemplo), sua biodisponibilidade diminui (devido à absorção incompleta e ao metabolismo de primeira passagem).
Do ponto de vista operacional, esses termos podem ser definidos:
FARMACOCINÉTICA: é o caminho que o medicamento faz no organismo.
FARMACODINÂMICA: é como a droga age no organismo.
Os medicamentos agem no organismo vivo sob várias maneiras, produzindo efeito ou ação.
Ação Local: Aquele que exerce seu efeito no local da aplicação, sem passar pela corrente sanguínea (pomadas e colírios).
Tipos de ação local:
a) Antisséptico: Impede o desenvolvimento de microorganismos. Ex: álcool iodado, clorexedina.
b) Adstringente: Medicamento que contrai o tecido. Ex: loção para fechar os poros.
c) Irritante: Medicamentos que irritam os tecidos.
d) Paliativo: Aplicado no local para alívio da dor.
e) Emoliente: Lubrifica e amolece o tecido.
f) Anestésico: Paralisa as terminações nervosas sensoriais.
Ação Geral ou Sistêmica: A medicação é primeiramente absorvida, depois entra na corrente sanguínea para atuar no local de ação desejado. Para produzir um efeito geral, é necessário que o medicamento caia na corrente sanguínea, pois através dela o medicamento atinge o órgão ou tecido sobre o qual tem ação específica.
Tipos de ação geral ou sistêmica
a) Estimulante: aumentam a atividade de um órgão ou tecido. Ex: Cafeína estimula o SNC.
b) Depressor: diminuem as funções de um tecido ou órgão. Ex.: Morfina deprime o SNC.
c) Cumulativo: medicamento cuja eliminação é mais lenta do que sua absorção, e a concentração do mesmo vai aumentando no organismo. Ex.. Digitalina.
d) Anti-infeccioso: Capaz de destruir os microrganismos responsáveis por uma infecção. e) Antagônicos: Quando as duas ou mais substâncias administradas têm efeito contrário.