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Exercícios Farmacologia II
Antifúngicos e Antibióticos
Questão 1
Paciente do sexo feminino, cozinheira, 28 anos, apresentava alterações ungueais nos
quirodáctilos (dedos da mão) há seis meses. Relatava uma inflamação, dolorida,
inchada, avermelhada na borda proximal de sua unha com presença de secreção
purulenta e também o espessamento das unhas das mãos com alteração de cor. Não
havia história de contato com animais domésticos.
a) Qual tipo de material biológico poderá ser coletado para a realização do diagnóstico micológico? O teste de sensibilidade e a antibiograma trata-se do exame recomendado para avaliar a resistência do microrganismo ao antibiótico, no caso dessas enfermidades provocadas por bactérias. Fazendo o médico diagnosticar e receitar o remédio que será utilizado no tratamento. b) Qual a hipótese diagnóstica e em que a mesma se baseia? O caso relatado trata-se de uma patologia chamado Paroníquia é o nome dado ao processo de inflamação da pele em torno da unha. Ela tem início devido à “perda” da cutícula, que pode ser causada pelo hábito de remoção por alicate ou por pequenos traumatismos, ou por agentes químicos (como detergentes de cozinha, por exemplo), geralmente. Algumas profissões predispõem à Paroníquia, em especial aquelas que têm muito contato com a água, como copeiras, lavadeiras etc. No caso da paciente trata-se de uma Paroníquia aguda, pois vem apresentando dor na região, inchaço, vermelhidão, pus debaixo da pele e unha com mudança de coloração além de que a mesma tem contato constante com água e produtos químicos. c) Qual (is) o provável agente etiológico envolvido no caso? Staphylococcus aureus, estreptococos, Pseudômonas ou Proteus spp, que são bactérias que penetram a pele lesionadas ou agravadas.
d) Qual esquema terapêutico poderá ser adotado no caso clínico. Explique seu mecanismo de ação e seus principais efeitos indesejados. O profissional indicado para tratar do problema é o médico dermatologista. Após o diagnóstico, ele poderá receitar um antibiótico, um antifúngico ou um corticóide tópico, dependendo da causa. Em algumas situações, pode ser necessária uma drenagem para aliviar a dor e, em casos crônicos, em que o tratamento com tópicos não funcionou, pode ser necessária uma cirurgia, que costuma apresentar um resultado muito positivo. O tratamento inicialmente envolve a aplicação de compressas ou antibióticos antiestafilocócicos. Dicloxacilina ou cefalexina, 250 mg via oral de 6/6 horas. A Dicloxacilina exerce uma ação bactericida contra microorganismos sensíveis à penicilina durante o estado de multiplicação ativa. Todas as penicilinas inibem a biossíntese da parede celular bacteriana. Ao ligar- se ás proteínas de ligação à penicilina específicas (PLP) localizadas no interior da parede celular bacteriana, a Dicloxacilina inibe a terceira e última fase da síntese da parede celular. A lise celular é, então, mediada por enzimas autoliticas da parede celular bacteriana, tais como autolisinas, sendo possível que a dicloxacilina interfira com um inibidor da autolisina. Seu efeito adverso está relacionado à alergia à cefalexina ou penicilina, náuseas, vômitos, má digestão, urticária na pele, angioedema, tontura, fadiga, dor de cabeça, agitação, confusão. Clindamicina 300 mg via oral de 6/6 horas. O mecanismo de ação da Clindamicina é um antibiótico eficaz contra bactérias sensíveis à Clindamicina, sendo por isso eficaz no tratamento de infecções de diversas infecções como infecções do trato respiratório superior, infecções do trato respiratório inferior, infecções da pele e partes moles, infecções ósseas, infecções das articulações, infecções dentárias e infecções da pelve e do trato genital feminino.
Questão 2 Paciente do sexo feminino, A.M.S, 2 anos, natural de Maués. Em novembro de 2019, a mesma foi admitida em uma enfermaria pediátrica na capital com história de febre há 20 dias associada à rinorréia de coloração purulenta e equivalentes convulsivos, sendo diagnosticada com pneumonia. Foi iniciado antibioticoterapia com meropenem, tendo em vista as diversas internações prévias. No 5º dia de internação, a paciente apresentou episódios de cianose central e queda de saturação de oxigênio, evoluindo com insuficiência respiratória aguda, sendo necessária a entubação orotraqueal e a ventilação mecânica na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica. Durante internação na UTI, a menor evoluiu com choque séptico descompensado por bactérias multirresistentes. Necessitou de drogas vasoativas e recebeu múltipla antibioticoterapia. a) Qual (is) o provável agente etiológico envolvido no caso? O agente etiológico desse caso são os enterococos bactérias gram-positivas, agentes antissoro do grupo D de Lancefield. b) Discuta o motivo dos antibióticos carbapenêmicos (Meropenem) serem bactericidas. Os carbapenêmicos são fármacos antimicrobianos da classe dos β-lactâmicos, a qual também pertence às penicilinas, as cefalosporinas e os monobactâmicos, porém com espectro de ação significativamente mais amplo que esses outros. São drogas relativamente seguras e utilizadas com muita frequência para o tratamento de pacientes em terapia intensiva, sendo praticamente reservados para uso nesse contexto. O Meropenem é o principal dentre eles e o que tem aplicabilidade discretamente maior na prática, especialmente porque é mais seguro que o Imipenem em pacientes neurológicos, e porque tem espectro maior que o Ertapenem. Seu uso está indicado para infecções de diferentes sítios, incluindo trato gastrointestinal, pele, sistema nervoso central e sangue, entre outros, por patógenos conhecidos resistentes a outros antibióticos ou em terapia empírica, muitas vezes associado à Vancomicina (que cobre Gram positivos), para tratamento de pacientes sépticos em CTI, sem resultados de culturas.
c) Qual esquema terapêutico poderá ser adotado na ocorrência de Infecções causadas por microrganismos multirresistentes. Explique seu mecanismo de ação e seus principais efeitos indesejados. Os carbapenêmicos não possuem formulação para uso por via oral, pelo menos em parte, devido à instabilidade dos mesmos no suco gástrico. Estes antimicrobianos atingem altas concentrações no líquido intersticial de vários tecidos corporais e são metabolizados e excretados principalmente pelos rins. Desta forma, podem necessitar de ajuste da dose de acordo com a função renal. Os carbapenêmicos possuem uma meia-vida plasmática relativamente curta, ao redor de uma hora, com exceção do Ertapenem, que possui meia-vida mais longa (3 a 4 horas), o que permite seu uso em dose única diária. Apresentam atividade tempo-dependente como os outros beta- lactâmicos. O seu mecanismo diferem das outras drogas com mecanismo de ação semelhante pois apresentam resistência à maioria das β-lactamases, que são enzimas que hidrolisam o anel β-lactâmico do fármaco, inativando sua ação bactericida, entretanto essas características não protegem de todas as β-lactamases. Seus efeitos indesejáveis alguns deles são alergias cruzadas (pacientes com alergias a penicilina), convulsões (pode ser causando por qualquerβ-lactâmico em alta concentração). d) Discuta sobre os mecanismos de resistência descritos para microrganismos no contexto da infecção hospitalar. O caso clinico descrito, A.M.S. houve um quadro evolutivo mais grave, que pode ter causado pela própria flora do paciente, pelo contato direto com outros pacientes já contaminados, pelos profissionais de saúde e pelo ambiente já contaminado, isto e preocupante, pois pode se que o principal foco de contaminação seja dentro do local hospitalar, pela mãos, pacientes, profissionais da saúde ou acompanhantes. Isso poderia ser evitado se houvesse conscientização e orientação adequada ao acompanhante e profissional do hospital, adotando rigorosamente medidas assepsia para diminuir as infecções hospitalar. Um fato muito importante é que se o impacto da resistência dos microrganismos em ambiente hospitalar continuar a aumentar vai representa uma ameaça para as
pessoas pois isso leva a resistência aos medicamentos utilizados.
