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ANESTESIOLOGIA 08 - Anestesia Inalatória - MED RESUMOS (SET-2011).pdf, Manuais, Projetos, Pesquisas de Medicina

ANESTESIOLOGIA 08 - Anestesia Inalatória - MED RESUMOS (SET-2011)

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2018

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Arlindo Ugulino Netto ANESTESIOLOGIA MEDICINA P5 2009.2
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MED RESUMOS 2011
NETTO, Arlindo Ugulino.
ANESTESIOLOGIA
ANESTESIA INALATÓRIA
A redu€•o da concentra€•o de oxig‚nio e o aumento da concentra€•o de gƒs carb„nico produzem inconsci‚ncia
e analgesia. Da mesma forma, a adi€•o de um certo gƒs ou vapor ao ar atmosf…rico pode produzir o mesmo efeito.
Assim, no s…culo passado, o †xido nitroso (N2O) e, depois, o …ter diet‡lico e o clorof†rmio foram utilizados como
anest…sicos inalat†rios em fra€ˆes de atmosfera.
A administra€•o de um agente terap‚utico tem como objetivo a obten€•o de uma a€•o farmacol†gica com a
dose eficaz recomendada oferecendo a menor repercuss•o sist‚mica ao paciente. Esta regra deve ser seguida pelos
anest…sicos de uma forma geral, sobretudo, os inalat†rios. Contudo, como se sabe, a anestesia moderna tende a ser,
cada vez mais, balanceada raramente se faz anestesia exclusivamente inalat†ria. No entanto, seu uso exclusivo ainda
feito em algumas anestesias pediƒtricas ou procedimentos de curto per‡odo de tempo.
OBJETIVOS DO ANESTESIOLOGISTA
Equilibrar o sistema pulm•o-circula€•o (DA95). Este fato importante pois, quando se faz uma indu€•o inalat†ria em
uma crian€a, ocorrerƒ indu€•o mais rƒpida do que em um adulto jovem. Isso se devido a maior velocidade e
capacidade metab†lica da crian€a, que maior do que a do adulto, com freqŠ‚ncia respirat†ria maior.
Conhecer os conceitos bƒsicos de farmacocin…tica e farmacodin‹mica dos agentes inalat†rios principais
Ter no€ˆes farmacol†gicas da concentra€•o alveolar m‡nima (CAM) de cada anest…sico inalat†rio,constante de
tempo, solubilidade dos anest…sicos, capta€•o pelos tecidos, distribui€•o compartimental, metabolismo e excre€•o.
FARMACOCIN•TICA DOS ANEST•SICOS INALAT‚RIOS
A farmacocin…tica compreende a absor€•o, distribui€•o e elimina€•o de um fƒrmaco, procurando explicar a
entrada das mol…culas no organismo, a seletividade dos seus trajetos nos compartimentos org‹nicos e sua sa‡da atrav…s
das vias naturais.
Os anest…sicos inalat†rios desenvolvem suas a€ˆes farmacol†gicas principais no sistema nervoso central, onde
inibem a percep€•o da sensibilidade. as a€ˆes secundƒrias, colaterais, s•o exercidas sobre os outros sistemas do
organismo. Seu mecanismo de a€•o (adiantando um pouco da farmacodin‹mica destes anest…sicos) consiste na
expans•o das membranas celulares, desarranjo dos canais i„nicos e sensibiliza€•o de enzimas superficiais.
Ação no sistema nervoso central: Atua na inibi€•o da percep€•o da sensibilidade. Os anest…sicos inalat†rios
atuam sobre as sinapses, interferindo na mem†ria e no estado de alerta. A inconsci‚ncia e a amn…sia ocorrem
fruto da a€•o do anest…sico no c…rebro, sendo que, para que isto necessƒrio uma concentra€•o alveolar
m‡nima de 25-40%. ainda evidencias que tais anest…sicos atuem sobre a subst‹ncia ativadora reticular
ascendente (SARA). Como se sabe, oSARA formadopor fibras ascendentes, provenientes da formaۥo
reticular (nŒcleos da rafe) e, apresentam como principal a€•o o controle do est•o de vig‡lia. Em estudos
experimentais, mostra a import‹ncia dos neur„nios da estrutura CA1 do hipocampo na mem†ria anter†grada e,
consequentemente, na amn…sia provocada pelos anest…sicos inalat†rios. Alem disso, deve-se lembrar que o
tƒlamo uma grande subesta€•o das vias sensoriais e, portanto, a a€•o analg…sica dos anest…sicos gerais se
relaciona com a inibi€•o da sensibilidade dolorosa em n‡vel do tƒlamo. Quanto a a€•o dos anest…sicos
inalat†rios sobre a medula espinhal, os estudos experimentais apontam que o isoflurano dificulta a transmiss•o
dos impulsos sensoriais da medula para o c†rtex cerebral.
Ações secundárias ou colaterais: Al…m da inibi€•o da sensibilidade, os fƒrmacos que atuam como anest…sicos
inalat†rios tamb…m apresentam efeitos em vƒrios sistemas extra-encefƒlicos, agindo, pois, em sistemƒtica.
Excetuando-se os casos de hipersensibilidade e toler‹ncia individual, que s•o muito raros, as a€ˆes colaterais
dos anest…sicos inalat†rios s•o dose-dependentes.
CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR
Administrados por via pulmonar, os anest…sicos inalat†rios chegam corrente circulat†ria atrav…s da absor€•o
(capta€•o) nos alv…olos pulmonares. A medida da concentra€•o (fra€•o ou fracional) alveolar feita por um processo
relativamente simples, mediante anƒlise do gƒs expirado final.
De um modo geral, os anest…sicos inalat†rios s•o bem tolerados at… a administra€•o da dose anest…sica,
expressa pela concentração alveolar mínima (CAM). A CAM definida pela concentra€•o de anest…sico capaz de
manter 50% de uma popula€•o insens‡vel a um est‡mulo doloroso padronizado (como a incis•o da pele com bisturi).
Contudo, este conceito n•o deve ser levado para uma anestesia efetiva, uma vez que s•o necessƒrias doses
que garantam a insensibilidade dor em mais de 50% da popula€•o. Esta dose anest…sica capaz de sensibilizar pelos
menos 90% ou 95% dos pacientes definida pela CAM-expandida (DA90 ou DA95), que a CAM acrescida de
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MED RESUMOS 2011

NETTO, Arlindo Ugulino.

ANESTESIOLOGIA

ANESTESIA INALATÓRIA

A redu€o da concentra€o de oxig‚nio e o aumento da concentra€o de gƒs carb„nico produzem inconsci‚ncia e analgesia. Da mesma forma, a adi€o de um certo gƒs ou vapor ao ar atmosf rico pode produzir o mesmo efeito. Assim, no s culo passado, o †xido nitroso (N 2 O) e, depois, o ter diet‡lico e o clorof†rmio foram utilizados como anest sicos inalat†rios em fra€ˆes de atmosfera. A administra€o de um agente terap‚utico tem como objetivo a obten€o de uma a€o farmacol†gica com a dose eficaz recomendada oferecendo a menor repercusso sist‚mica ao paciente. Esta regra deve ser seguida pelos anest sicos de uma forma geral, sobretudo, os inalat†rios. Contudo, como se sabe, a anestesia moderna tende a ser, cada vez mais, balanceada – raramente se faz anestesia exclusivamente inalat†ria. No entanto, seu uso exclusivo ainda

feito em algumas anestesias pediƒtricas ou procedimentos de curto per‡odo de tempo.

OBJETIVOS DO ANESTESIOLOGISTA

 Equilibrar o sistema pulmo-circula€o (DA 95 ). Este fato importante pois, quando se faz uma indu€o inalat†ria em uma crian€a, ocorrerƒ indu€o mais rƒpida do que em um adulto jovem. Isso se dƒ devido a maior velocidade e capacidade metab†lica da crian€a, que maior do que a do adulto, com freqŠ‚ncia respirat†ria maior.  Conhecer os conceitos bƒsicos de farmacocin tica e farmacodin‹mica dos agentes inalat†rios principais  Ter no€ˆes farmacol†gicas da concentra€o alveolar m‡nima (CAM) de cada anest sico inalat†rio, constante de tempo, solubilidade dos anest sicos, capta€o pelos tecidos, distribui€o compartimental, metabolismo e excre€o.

FARMACOCINTICA DOS ANESTSICOS INALAT‚RIOS

A farmacocin tica compreende a absor€o, distribui€o e elimina€o de um fƒrmaco, procurando explicar a entrada das mol culas no organismo, a seletividade dos seus trajetos nos compartimentos org‹nicos e sua sa‡da atrav s das vias naturais. Os anest sicos inalat†rios desenvolvem suas a€ˆes farmacol†gicas principais no sistema nervoso central, onde inibem a percep€o da sensibilidade. Jƒ as a€ˆes secundƒrias, colaterais, so exercidas sobre os outros sistemas do organismo. Seu mecanismo de a€o (adiantando um pouco da farmacodin‹mica destes anest sicos) consiste na expanso das membranas celulares, desarranjo dos canais i„nicos e sensibiliza€o de enzimas superficiais.  Ação no sistema nervoso central: Atua na inibi€o da percep€o da sensibilidade. Os anest sicos inalat†rios atuam sobre as sinapses, interferindo na mem†ria e no estado de alerta. A inconsci‚ncia e a amn sia ocorrem fruto da a€o do anest sico no c rebro, sendo que, para que isto necessƒrio uma concentra€o alveolar m‡nima de 25-40%. Hƒ ainda evidencias que tais anest sicos atuem sobre a subst‹ncia ativadora reticular ascendente (SARA). Como se sabe, o SARA formado por fibras ascendentes, provenientes da forma€o reticular (nŒcleos da rafe) e, apresentam como principal a€o o controle do esto de vig‡lia. Em estudos experimentais, mostra a import‹ncia dos neur„nios da estrutura CA1 do hipocampo na mem†ria anter†grada e, consequentemente, na amn sia provocada pelos anest sicos inalat†rios. Alem disso, deve-se lembrar que o tƒlamo uma grande subesta€o das vias sensoriais e, portanto, a a€o analg sica dos anest sicos gerais se relaciona com a inibi€o da sensibilidade dolorosa em n‡vel do tƒlamo. Quanto a a€o dos anest sicos inalat†rios sobre a medula espinhal, os estudos experimentais apontam que o isoflurano dificulta a transmisso dos impulsos sensoriais da medula para o c†rtex cerebral.  Ações secundárias ou colaterais: Al m da inibi€o da sensibilidade, os fƒrmacos que atuam como anest sicos inalat†rios tamb m apresentam efeitos em vƒrios sistemas extra-encefƒlicos, agindo, pois, em sistemƒtica. Excetuando-se os casos de hipersensibilidade e toler‹ncia individual, que so muito raros, as a€ˆes colaterais dos anest sicos inalat†rios so dose-dependentes.

CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR Administrados por via pulmonar, os anest sicos inalat†rios chegam  corrente circulat†ria atrav s da absor€o (capta€o) nos alv olos pulmonares. A medida da concentra€o (fra€o ou fracional) alveolar feita por um processo relativamente simples, mediante anƒlise do gƒs expirado final. De um modo geral, os anest sicos inalat†rios so bem tolerados at a administra€o da dose anest sica, expressa pela concentração alveolar mínima (CAM). A CAM definida pela concentra€o de anest sico capaz de manter 50% de uma popula€o insens‡vel a um est‡mulo doloroso padronizado (como a inciso da pele com bisturi). Contudo, este conceito no deve ser levado para uma anestesia efetiva, uma vez que so necessƒrias doses que garantam a insensibilidade  dor em mais de 50% da popula€o. Esta dose anest sica capaz de sensibilizar pelos menos 90% ou 95% dos pacientes definida pela CAM-expandida (DA 90 ou DA 95 ), que a CAM acrescida de

aproximadamente um ter€o (30%) de seu valor (a DA 95 vale cerca de 1,3 vezes o valor da CAM; ver OBS^2 ). Esta sim a CAM terap‚utica capaz de garantir uma anestesia efetiva. O CAM apresenta algumas variƒveis que influenciam direta ou indiretamente no seu valor:  Diretamente: a idade do paciente (sobretudo extremos de idade, sobretudo os idosos, que necessitam de concentra€ˆes anest sicas menores, diferentemente da crian€a, que necessitam de uma concentra€o um pouco maior devido ao seu metabolismo aumentado); ciclo circadiano; drogas; fun€o tireoidiana; temperatura corporal.  Indireta: sexo; tempo de administra€o da anestesia; concentra€o de O 2 ; altera€ˆes do pH (equil‡brio ƒcido- bƒsico); PaCO 2 (limites compat‡veis com a vida); presso arterial.

Depois da d cada de 40, foram estudadas algumas dezenas de novos agentes. Desses, alguns foram usados clinicamente, como o halotano, fluomar, enflurano e o isoflurano. Os que permanecem so o halotano, enflurano e o isoflurano. Recentemente, foram introduzidos o sevoflurano e desflurano. Observe a tabela ao lado, que relaciona a CAM com a idade do paciente, que na maior parte da vida, o CAM do †xido nitroso ultrapassa os 100%, enquanto que o halotano apresenta uma CAM menor que 1%, o que prova a sua maior pot‚ncia com rela€o aos demais anest sicos inalat†rios. Contudo, apresenta alguns efeitos indesejados como a hepatotoxicidade. Por esta razo, no poss‡vel realizar apenas o †xido nitroso para promover a anestesia, sob pena de levar o paciente  hip†xia difusional. Isto porque no alv olo, s† haveria concentra€ˆes de †xido nitroso, faltando o oxig‚nio. A hip†xia difusional responsƒvel pela maioria dos relatos de cefal ia, nƒusea e letargia que ocorrem ap†s administra€o do N 2 O – um efeito “ressaca”. Os alv olos do paciente, que estƒ respirando o ar atmosf rico se tornam preenchidos com uma mistura de N 2 , O 2 , CO 2 , N 2 O e H 2 O (em estado de vapor). Durante os primeiros minutos que o paciente respira o ar atmosf rico, grandes volumes de N 2 O se difundem a partir do sangue e so expirados. Isso significa dizer que, no ocorrerƒ a presen€a de O 2 nos alv olos e, somente N 2 O. A perfuso do O 2 , portanto, estaria prejudicada, fazendo com que o paciente desenvolva uma acidose respirat†ria com uma consequente morte cerebral. Recomenda-se, portanto, concentra€ˆes m‡nimas de oxig‚nio a 25% e 75% de N 2 O. Na prƒtica anest sica, para ter uma maior margem de seguran€a, utiliza-se 1/3 de O 2 (33,3%) e 2/3 de N 2 O (66,6%). Contudo, existem escolas que utilizam concentra€ˆes meio a meio (50% de O 2 e 50% de N 2 O). O isoflurano, bastante utilizado atualmente, capaz de diminuir o fluxo sangu‡neo cerebral, sendo bastante Œtil em neurocirurgias. O isoflurano responsƒvel ainda pelo referido efeito Robin Wood , isto , realiza um seqŠestro do sangue da circula€o coronariana e, portanto, o seu uso deve ser repensado em pacientes coronariopatas. Para estes, estƒ indicado o sevoflurano, capaz de realizar os mesmos efeitos do isoflurano em n‡vel de SNC sem promover seqŠestro de circula€o coronariana. O sevoflurano , atualmente, considerado o melhor e mais efetivo anest sico inalat†rio no mercado. Jƒ o enflurano vem entrando em desuso por ser responsƒvel por liberar ‡ons fluoretos nefrot†xicos.

OBS^1 : Fluxômetro. O fluxometro trata-se de um equipamento componente dos aparatos anest sicos que apresenta um medidor de fluxo de oxig‚nio, de nitrog‚nio e de ar comprimido. Os flux„metros mais simples apresentam apenas duas colunas, a de nitrog‚nio e de oxig‚nio. Estas colunas medem o fluxo dos respectivos gases que entram no aparelho por meio de aparelhos valvulares denominados servomax de fluxo e servomax de presso, que aplicam uma presso de 3, kpsi^2 sobre o sistema do flux„metro. Caso a presso seja menor, podem ocorrer interveni‚ncias no funcionamento da anestesia. Contudo, o sistema valvular do servomax de presso responsƒvel por impedir qualquer oscila€o na presso, garantindo uma boa alimenta€o e distribui€o dos gases inalat†rios para os blocos cirŒrgicos. O sistema valvular de servomax de fluxo responsƒvel por aferir a concentra€o de oxig‚nio e, caso a concentra€o caia para menos de 25% do ar fornecido ao paciente, o aparelho ativa um sinal sonoro na forma de alarme e corta, automaticamente, o fornecimento de †xido nitroso como um mecanismo de seguran€a. OBS^2 : Relação fração alveolar x concentração alveolar mínima. Admitindo que na maioria das anestesias inalat†rias bem conduzidas a concentra€o alveolar estaria pr†xima  concentra€o alveolar m‡nima (DA 50 ), ou entre esta e a concentra€o m‡nima expandida (DA 95 ), pode-se dizer que a rela€o Fa/CAM seria de 1-1,3 considerando que a DA 95

cerca de 30% maior do que a DA50. Desse modo, para haver inibi€o da sensibilidade durante a indu€o da anestesia,

necessƒrio obter uma concentra€o alveolar suficiente, que represente a dose anest sica. No inicio da administra€o, o anest sico inalat†rio sofre duas dilui€ˆes: (1) no volume do sistema de inala€o; (2) no volume a reo do pulmo. Por isso, existe uma grande diferen€a entre a concentra€o administrada (fra€o inalada ou FI) e a concentra€o alveolar (fra€o alveolar ou FA).  medida que o tempo passa, a diferen€a diminui e o equil‡brio cin tico vai se processando. A

Em razo do rƒpido deslocamento de volume do †xido nitroso, a capacidade residual funcional diminui e os gases alveolares remanescentes aumentam suas concentra€ˆes porque perderam uma parte significativa do maior diluente, que o †xido nitroso. Em resumo, o efeito de segundo gƒs regido pela seguinte lei f‡sico-qu‡mica: quando um vapor se encontra em equil‡brio no alv olo e um gƒs menor e solŒvel acrescentado, ocorre aumento na concentra€o deste vapor. O N 2 O transfere-se para o sangue mais rapidamente que o primeiro agente administrado, diminuindo assim a sua concentra€o nos alv olos e aumentando a dos gases remanescentes. Em exemplos prƒticos, faz-se primeiro a desnitrogena€o do paciente (com oxig‚nio a 100%). Logo depois, aplica-se o agente anest sico inalat†rio (como o halotano) e, concomitantemente, administra-se †xido nitroso, o “segundo gƒs”, responsƒvel por, de maneira didƒtica, empurrar o primeiro gƒs contra a parede dos alv olos (aumentando, assim, a presso parcial do primeiro gƒs, isto , do anest sico inalat†rio), aumentando a velocidade de indu€o do anest sico.

EFEITO DA CONCENTRAÇÃO Quanto maior a concentra€o do gƒs inspirado, maior serƒ a velocidade de aumento da concentra€o alveolar. A afirma€o explica o efeito do segundo gƒs pela concentra€o elevada do primeiro gƒs, a exemplo do †xido nitroso como primeiro gƒs e do halotano como segundo gƒs. Certamente, a concentra€o do segundo gƒs s† acontece se o primeiro for transferido em grandes volumes.

CAPTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS ANESTÉSICOS

A capta€o do anest sico inalat†rio no alv olo pelo sangue depende da perfuso sangu‡nea do alv olo e da solubilidade do agente no sangue, expressa pelo coeficiente de parti€o sangue/gƒs. A distribui€o do anest sico pelo organismo depende da perfuso sangu‡nea dos vƒrios †rgos e da solubilidade do agente no sangue. Hƒ ainda alguns outros fatores que influenciam na capta€o e distribui€o dos anest sicos: dura€o da anestesia, massa corporal magra e gorda. Tendo maior massa corporal, o individuo capta mais anest sico porque tem maior perfuso tecidual. Por isso, sua concentra€o alveolar sempre mais baixa, quando comparado com o individuo normal ou magro. Isso repercute na rela€o Fa/Fi, que ƒ mais baixa, e consequentemente na rela€o Fa/CAM, que passa a ter um maior tempo para atingir 1, significando uma indu€o anest sica inalat†ria mais longa. A capta€o dependente da retirada do N 2 do pulmo (pela aloca€o do agente anest sico atrav s do processo de respira€o, a depender da fra€o inspirada do paciente). A rela€o entre a fra€o alveolar (FA) e a fra€o inspirada (FI) retrata a velocidade que ocorre a eleva€o da concentra€o no alv olo em rela€o a fra€o administrada. A capta€o e a distribui€o dos anest sicos inalat†rios sofrem influ‚ncia de vƒrios outros fatores: perfuso sangu‡nea tecidual, massa corporal magra, massa corporal gorda, dura€o da administra€o de anest sico, etc. O segundo gƒs responsƒvel por aumentar o FA/FI do primeiro anest sico.

DISTRIBUIÇÃO COMPARTIMENTAL A ordem de distribui€o compartimental dos anest sicos inalat†rios a seguinte: (1) ‘rgos ricamente vascularizados (c rebro, cora€o, pulmˆes, rins e f‡gado); (2) mŒsculos; (3) Gordura; (4) Pobremente vascularizados (Cartilagens e Ossos).

EFEITOS NA VENTILAÇÃO E NO DÉBITO CARDÍACO Quanto maior a ventila€o, maior serƒ a velocidade de concentra€o alveolar e mais rƒpida a indu€o anest sica. Quanto maior o debito card‡aco, menor a velocidade de aumento da concentra€o alveolar e mais lenta serƒ a indu€o.

ELIMINAÇÃO

Enquanto o anest sico vai sendo eliminado, processa-se a regresso da anestesia. Sendo ela um fen„meno revers‡vel, pode-se falar em sua indica€o, manuten€o e regresso. O termo regresso refere-se mais especificamente  farmacologia e estƒ relacionado com os n‡veis de consci‚ncia p†s-anest sica. O termo recupera€o mais gen rico, mais abrangente, e envolve todos os aspectos da reversibilidade anest sica, incluindo o estƒgio de regresso e a estabilidade cardiorrespirat†ria. Na anestesia inalat†ria, sempre que a concentra€o inspirada menor do que a concentra€o alveolar, o anest sico retorna  boca e ao sistema de anestesia. Consequentemente, passa do sangue para o alv olo e das c lulas para o sangue por diferen€a de presso parcial, que dependente da diferen€a de concentra€o.  medida que o

anestésico do sistema de anestesia vai sendo eliminado, a concentração inspirada e a concentração administrada se aproxima do zero. Passado algum tempo de eliminação do anestésico, aproximadamente 10 minutos, o paciente está quase acordado, é capaz de obedecer a comandos e abrir os olhos ou a boca quando solicitado. Nesse momento, ele tem no alvéolo uma concentração anestésica equivalente à meia concentração alveolar mínima, que por definição é a CAM- acordado, isto é, concentração alveolar mínima em que o paciente obedece comando. Parte considerável do anestésico foi então eliminado. Para que isso acontecesse, foi necessário um débito cardíaco capaz de perfundir bem todo o organismo e de trazer para o alvéolo pulmonar uma boa porção do anestésico retido no sistema nervoso central. Completando o processo de eliminação, a ventilação alveolar traz o anestésico do alvéolo para o ambiente. Alguns fatores, além da perfusão sanguínea e ventilação alveolar, podem interferir na regressão da anestesia. A duração da administração de anestésicos, a massa corporal (especialmente a gordurosa) e a solubilidade do agente são fatores determinantes importantes. O compartimento gorduroso, sendo pouco perfundido e tendo grande capacidade de estocar anestésico pela alta solubilidade dos agentes nas gorduras, exerce maior influência nos estágios finais de regressão da anestesia, porque elimina os anestésicos lentamente e, por isso, mantém a concentração alveolar apenas subanestésica.

FARMACODINƒMICA DOS ANESTSICOS INALAT‚RIOS

A estrutura química dos anestésicos é a responsável por determinar as suas propriedades físicas, sendo também capazes de explicar a ação farmacológica desses agentes. Existe uma relação entre peso molecular, solubilidade e ponto de ebulição. A halogenização (adição de elementos halogenados: Cl-, Fl-, Br-, I-) dos hidrocarbonetos promoveu os ensaios de um considerável numero de agentes, o que ocorreu após o grande desenvolvimento da química nuclear, com a preparação do hexafluoreto de urânio na década de 40. Quimicamente, quando se substitui átomos de Hidrogênio de um hidrocarboneto por Flúor, aumenta o peso molecular, solubilidade e ponto de ebulição. Atualmente, a tendência é para os menos solúveis, menos potente. A justificativa maior é a baixa metabolização. Sendo pouco potentes, com a concentração alveolar mínima elevada, para que esta venha a ser atingida, a vaporização do agente é muito grande e, obviamente, o gasto significativamente alto. Dentro das propriedades físico-químicas, destaca-se o tamanho e o peso molecular dos agentes. Alguns agentes anestésicos inalatórios, a depender do tamanho de sua molécula, conseguem ultrapassar a barreira hemato-encéfalica e hemato-placentária (quase todos os agentes inalatórios apresentam tal propriedade). Os que tem peso molecular abaixo de 200, passam estas barreiras tranquilamente; os que têm um peso molecular intermediário entre 400 e 600, passam mais lentamente; os anestésicos com mais de 600 de peso molecular não passam estas barreiras. Os anestésicos que conseguem difundir-se e chegar ao útero favorecem o relaxamento da musculatura uterina, podendo causar aborto ou trabalho de parto prematura em pacientes obstétricas submetidas a cirurgias que não o parto. A recomendação técnica é que se utilize metade dos valores da DA 95 dos anestésicos inalatórios juntamente à anestesia venosa para este grupo de pacientes.

OBS^3 : O óxido nitroso, ao contrário da maioria dos anestésicos inalatórios, não interfere na ação da musculatura uterina. Esta particularidade expõe a importância de explorar o efeito de segundo gás do N 2 O durante a indução anestésica inalatória em pacientes gravídicas.

O isoflurano produz menor alteração do débito cardíaco, em função do menor efeito inotrópico negativo quando comparado ao halotano e ao enflurano. Gera aumento da freqüência cardíaca e este efeito parece ter mediação central. Causa a maior redução da resistência vascular sistêmica quando comparado ao halotano e ao enflurano e não sensibiliza o miocárdio às catecolaminas endógenas e exógenas. O ritmo cardíaco é notavelmente estável, constituindo uma vantagem definida sobre o halotano e, em menor extensão enflurano. Essa maior estabilidade do ritmo cardíaco está ligada provavelmente ao menor efeito do isoflurano sobre a geração e a condução de impulsos, de tal modo que as arritmias causadas por alteração do automatismo e pelo fenômeno de reentrada são raras. Concentrações de isoflurano inferiores a 1 CAM não provocam aumento do fluxo sangüíneo cerebral na presença de PaCO2 normal, ao contrário do que ocorre com halotano e enflurano. Em níveis mais profundos de anestesia, o isoflurano aumenta fluxo sangüíneo cerebral e, consequentemente, a pressão craniana, mas ainda assim em menor extensão do que a com o halotano. Esta característica do isoflurano é de grande importância em anestesia para neurocirurgia. O isoflurano diminui a resistência vascular coronariana. Por outro lado, diminui também a resistência vascular sistêmica e, se em conseqüência ocorre queda da pressão arterial média, pode causar diminuição do fluxo sangüíneo coronariano. Não obstante, a diminuição da resistência vascular coronariana tende a aumentar o fluxo sangüíneo nas áreas com vasculatura coronariana normal. O global do anestésico sobre a perfusão coronariana depende do balanço entre esses dois fatores. Na presença de doença vascular coronariana, pode haver redistribuição do fluxo sangüíneo levando à redução distal na área da estenose. O termo "roubo do fluxo coronariano" foi proposto para definir esta situação em que o fluxo sanguíneo é desviado de áreas isquêmicas para áreas com vasculatura normal (efeito Robin Hood), piorando a isquemia miocárdica. Este efeito do isoflurano é, até certo ponto, semelhante ao de substâncias utilizadas no tratamento de doença isquêmica do miocárdio, como a nitroglicerina e antagonistas de cálcio. O benefício ou a piora do quadro parecem depender do calibre dos vasos afetados pelo agente vasodilatador, Embora não tenha sido demonstrado agravamento da isquemia por "roubo" de fluxo sanguíneo de áreas isquêmicas para áreas não-isquêmicas do miocárdio no paciente anestesiado com ísoflurano, é prudente evitar o uso desse agente em pacientes com doença vascular coronariana atingindo múltiplos vasos, especialmente na presença de insuficiência ventricular esquerda. O desflurano produz diminuição dose-dependente da contratilidade miocárdica e da pressão arterial média, de maneira similar ao que ocorre com o isoflurano. Diminui a resistência vascular sistêmica e eleva a freqüência cardíaca. Associa-se à hiperatividade simpática em concentrações superiores a 6%. Ocasiona pequena alteração da resistência vascular coronariana, não havendo evidência do fenômeno de "roubo de fluxo coronariano" com este agente. Pode haver piora da isquemia em coronariopatas quando seu uso é acompanhado de taquicardia e hipertensão arterial, o que é eliminado pela combinação do desflurano com um opióide como o entanil. Não sensibiliza o miocárdio à ação de catecolaminas endógenas ou exógenas, apresentando perfil semelhante ao do isoflurano. O sevoflurano deprime a contratilidade rniocárdica em extensão semelhante do isoflurano, provavelmente devido ao bloqueio do influxo de íons cálcio. Reduz a pressão arterial de maneira paralela à redução resistência vascular sistêmica. O débito cardíaco é preservado em concentrações de uso clínico. Não altera significativamente a freqüência cardíaca, o que é benéfico para o portador de doença isquêmica do miocárdio, uma vez que não há aumento do consumo de oxigênio pelo órgão nem diminuição do tempo disponível para o enchimento coronariano durante a perfusão. ·É um vasodilatador coronariano menos potente que o isoflurano, não tem efeito sobre o diâmetro dos grandes vasos coronarianos nem promove o fenômeno de "roubo de fluxo coronariano" em modelo experimental. Ele não sensibiliza o miocárdio à ação de catecolaminas endógenas ou exógenas; a dose de epinefrina capaz de produzir ectopia ventricular não difere da observada com o isoflurano. O óxido nitroso embora haja relato de propriedades depressoras do miocárdio, elas não parecem ter significado na prática clínica. A freqüência cardíaca não se altera ou diminui ligeiramente, a resistência vascular sistêmica eleva-se e não há alteração da pressão arterial média. Ele não sensibiliza o miocárdio à ação de catecolaminas endógenas ou exógenas.
OBS^5 : Fatores que determinam a oferta de oxigênio para o miocárdio  Fluxo sanguíneo coronário (diretamente proporcional)  Resistência vascular coronariana (inversamente proporcional)  Pressão aórtica diastólica (diretamente proporcional)  Pressão ventricular esquerda em final de diástole (inversamente proporcional)  Tempo diastólico (diretamente proporcional)  Conteúdo de oxigênio no sangue arterial (diretamente proporcional)  Pressão intramural ventricular (inversamente proporcional) OBS^6 : Fatores que determinam o consumo de oxigênio pelo o miocárdio  Tensão na parede ventricular durante a sístole (pós-carga)  Pressão ventricular esquerda no final da diástole (pré-carga)  Pressão aórtica diastólica  Espessura da parede do ventrículo  Contratilidade do miocárdio  Frequência cardíaca OBS^7 : Uma anestesia ineficiente pode causar, secundário a dor do paciente, a liberação de catecolaminas endógenas (como a adrenalina e a noradrenalina) que aumentam a resistência vascular periférica e, com isso, aumentam a pressão sistólica a pressão diastólica, aumentando assim, o trabalho do miocárdio e o consumo de oxigênio por este músculo,

podendo causar hipóxia e arritmias cardíacas importantes. Em casos mais graves, a isquemia e a parada cardíaca são eventos consideráveis.

EFEITOS RESPIRATÓRIOS Ocorre, nos primeiros momentos da anestesia, um aumento da frequência respiratória devido à inibição inicial dos neurônios inibitórios, seguida, só depois, da inibição dos neurônios excitatórios. É neste segundo momento que ocorre a diminuição da frequência e da amplitude respiratória. Contudo, os efeitos da anestesia sobre as condições respiratórias dependem muito do estado clínico do paciente durante o procedimento cirúrgico e outros fatores, como a posição e a idade do mesmo. Todos os agentes inalatórios halogenados deprimem a ventilação alveolar de maneira dose-dependente, do que resulta elevação da PaCO 2. Em um primeiro momento, há um aumento da freqüência respiratória (inibição dos neurônios inibitórios e predominância dos neurônios excitatórios) e, em um segundo momento, ocorrerá à diminuição do volume corrente (diminuição da freqüência respiratória e amplitude). A estimulação cirúrgica diminui o grau de depressão da ventilação, provavelmente pelo efeito da liberação de catecolaminas induzida pela cirurgia sobre o mecanismo de controle central da respiração. Além dessa inibição acima citada, é devido comentar sobre a inibição que ocorre por parte dos agentes anestésicos inalatórios dos centros respiratórios. Na medida em que o CO 2 aumenta, ocorrerão estímulos ao centro respiratório para que o paciente respire. A resposta ventilatória à hipóxia é deprimida pelos agentes inalatórios. Todos possuem efeito broncodilatador, o que pode ser útil em anestesia no paciente asmático. Não obstante há que se considerar que o isoflurano e o desflurano são irritantes para o trato respiratório, e o halotano é arritmogênico. O odor agradável e a ausência de irritabilidade do trato respiratório parecem fazer do sevoflurano um agente especialmente indicado não só em anestesia do asmático, mas também na indução inalatória em pacientes pediátricos. Na circulação pulmonar, a resposta vasoconstritora à hipóxia é atenuada, em maior ou menor grau, por todos os agentes inalatórios.

EFEITOS SOBRE A TRANSMISSÃO NEUROMUSCULAR Todos os agentes inalatórios halogenados deprimem a transmissão neuromusculares e potencializam os bloqueadores neuromusculares não-despolarizantes, quando administrados em altas concentrações. O enflurano e o isoflurano são mais potentes do que o halotano na intensificação do efeito do pancurônio, ao passo que o enflurano é mais potente do que o halotano e o isoflurano na interação com o vicurônio. Esta propriedade dos agentes inalatórios parece ser devida a um efeito pré-sináptico, e ela é mais pronunciada quando é atingido o estado de equilíbrio entre as concentrações do agente inalatório nos vários compartimentos. Assim, a potencialização do efeito do bloqueador neuromuscular não-despolarizante é mais intensa com agentes como o sevoflurano e o desflurano, com os quais o estado de equilíbrio entre as frações alveolar e inspirada é atingido mais rapidamente. O isoflurano consegue potencializar os efeitos dos bloqueadores neuro-musculares aumentando a permanência desses bloqueadores nos receptores colinérgicos.

EFEITOS SOBRE O SISTEMA NERVOSO CENTRAL Determinados agentes inalatórios causam aumento ou diminuição do fluxo sanguíneo cerebral e, outros se apresentam indiferentes quanto esse processo. Quanto maior for a PaCO 2 , maior será a vasodilatação cerebral. Todas as vezes quando se realiza anestesia, deve-se evitar a PaCO 2 muito elevada, pois, ocorrendo vasodilatação cerebral, o paciente ficará refratário ao edema cerebral e, posteriormente, poderá ocorrer isquemia e áreas de infarto cerebral. Por vezes, ainda podem ocorrer acidose respiratória e, posteriormente, acidose metabólica que deixa o paciente propenso à arritmias cardíacas, hipóxia, anóxia e infarto agudo do miocárdio. O halotano causa vasodilatação cerebral e aumento dose-dependente do fluxo sanguíneo cerebral (Rice; Sbordone; Mazze, 1980). A auto-regulação do fluxo sangüíneo cerebral é deprimida, e a pressão do líquido cérebro- espinhal aumenta. Esses efeitos levam a um aumento da pressão intracraniana, o qual pode ser reduzido quando se pratica hiperventilação pulmonar para diminuir a PaCO 2 antes da instituição do anestésico. O halotano é relativamente contra-indicado no paciente com hipertensão intracraniana. O enflurano , como o halotano, provoca aumento dose-dependente do fluxo sanguíneo cerebral e deprime o mecanismo de auto-regulação do fluxo cerebral levando a aumento da pressão intracraniana. Observa-se um padrão eletroencefalográfico convulsivante durante anestesia por enflurano, especialmente quando o agente é empregado em concentrações elevadas e quando coexiste hipocapnia. É, portanto, contra-indicado no paciente com epilepsia preexistente, até porque há outras opções quando se planeja utilizar anestesia inalatória nesta situação. O isoflurano eleva o fluxo sanguíneo cerebral em uma proporção inferior à observada com o halotano e o enflurano. Ele deprime o metabolismo cerebral e, assim, o consumo cerebral de oxigênio. Não produz atividade convulsivante detectável no EEG, mesmo em níveis profundos de anestesia concomitantes com hipocapnia. É assim, um anestésico inalatório adequado para uso em neurocirurgia (assim como o sevoflurano). Não obstante, pode ocorrer aumento de pressão intracraniana na presença de grandes tumores cerebrais. O desflurano é um anestésico muito utilizado nos países de primeiro mundo. No Brasil, é pouco utilizado devido ao seu alto custo e CAM bastante elevada. Este anestésico produz redução dose-dependente da resistência vascular cerebral e do consumo cerebral de oxigênio, com aumento do fluxo sangüíneo cerebral e da pressão intracraniana. Na

 Estabilidade molecular. Não deve ser decomposto por luz, álcalis, cal sodada. Deve ser estável sem que haja necessidade de preservativos, podendo ser armazenado por longos períodos nas mais diversas condições climáticas.  Não-explosivo. Não deve formar misturar explosivas ou inflamáveis com ar, oxigênio ou óxido nitroso.  Elevada potência anestésica. Deve ser razoavelmente potente, permitindo o uso de altas concentrações de oxigênio.  Baixa solubilidade sanguínea. Esta propriedade proporciona indução e recuperação rápidas da anestesia, e garante flexibilidade no controle da sua profundidade.  Odor não-pungente. Deve ser agradável e não-irritante para as vias aéreas, permitindo suave indução e recuperação rápidas da anestesia, e garante flexibilidade no controle da sua profundidade.  Não-tóxico. Não deve sofrer biotransformação no organismo, nem produzir efeitos tóxicos orgânicos específicos, mesmo durante inalação crônica de baixas concentrações como ocorre o pessoal dos centros cirúrgicos.  Efeitos colaterais mínimos, especialmente nos sistemas cardiovascular e respiratório.  Efeitos sobre o sistema nervoso central reversíveis e não-estimulatórios. Eles devem ser prontamente reversíveis após a interrupção e não devem acompanhar-se de estimulação. O agente deve proporcionar algum grau de analgesia além da hipnose.  Interações farmacológicas. Não deve participar de interações adversas com outros fármacos, nem sensibilizar o coração às catecolaminas.