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Um resumo sobre a Anemia de Doença Crônica, uma síndrome clínica que se caracteriza pelo desenvolvimento de anemia em pacientes que apresentam doenças infecciosas crônicas, inflamatórias ou neoplásicas. O texto aborda a definição, sinais e sintomas e diagnóstico clínico da doença.
Tipologia: Esquemas
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Anemia de Doença Crônica é uma síndrome clínica que se caracteriza pelo desenvolvimento de anemia em pacientes que apresentam doenças infecciosas crônicas, inflamatórias ou neoplásicas. Essa síndrome tem como aspecto peculiar a presença de anemia associada à diminuição da concentração do ferro sérico e da capacidade total de ligação do ferro, embora a quantidade do ferro medular seja normal ou aumentada. Por definição, não fazem parte dessa síndrome outras causas de anemia como: perda sanguínea, deficiência de ferro, deficiência de folato e/ou vitamina B12, hemólise, mielofitise, doença renal, doença endócrina e doença hepática, exposição a drogas e/ou toxinas, embora essas causas possam coexistir no mesmo paciente. ADC é a causa mais frequente de anemia em pacientes hospitalizados (9), particularmente quando se analisa pacientes com idade superior a 65 anos, e a segunda causa mais frequente de anemia, após a anemia por deficiência de ferro. ADC é uma das síndromes clínicas mais comuns na prática médica impondo, desta forma, ao clínico geral e ao hematologista a necessidade de se familiarizar com essa entidade.
Doenças crônicas frequentemente levam a anemia, especialmente em adultos mais idosos. Quadros clínicos como infecções, doenças autoimunes (sobretudo artrite reumatoide), doenças renais e câncer causam, muito frequentemente, anemia por doença crônica. Há três formas pelas quais a doença crônica pode causar anemia: Supressão da produção de glóbulos vermelhos na medula óssea Diminuição do ciclo de vida dos glóbulos vermelhos Problemas na forma como o corpo utiliza o ferro A supressão da produção de glóbulos vermelhos não costuma ser grave. Assim, a anemia se desenvolve lentamente e só fica evidente depois de algum tempo. Quando há um problema na forma como o corpo utiliza o ferro, a medula óssea não consegue utilizar o ferro armazenado para criar novos glóbulos vermelhos. Como a anemia por doença crônica se desenvolve lentamente e costuma ser branda, normalmente ela causa poucos ou mesmo nenhum sintoma. Quando ocorrem sintomas, estes geralmente resultam da doença que está causando a anemia e não da própria anemia.
As características clínicas, geralmente os sintomas presentes estão relacionados à doença de base e não à anemia propriamente dita. Esta desenvolve-se nos primeiros 30 a 90 dias, usualmente não progride e, frequentemente, normaliza-se com o tratamento da doença de base. Aspecto relevante é a correlação positiva entre anemia e atividade e/ ou intensidade da doença de base, ou seja, quanto maior a intensidade dos sintomas do paciente, maior o grau de anemia e, uma vez instituído o tratamento, a anemia tende a melhorar e, até mesmo, haver a normalização dos valores da hemoglobina. Assim, a presença e intensidade da anemia constitui-se num parâmetro laboratorial utilizado para monitorar o curso clínico da doença bem como a eficácia do tratamento instituído.
Os exames laboratoriais para o diagnóstico da anemia de doença crônica e também para diferenciá-la de outras anemias são: hemograma, contagem de reticulócitos, ferro sérico, índice de saturação da transferrina, ferritina sérica. A anemia de doença crônica é uma anemia normocítica do tipo hipoproliferativa com ferro sérico e saturação da transferrina diminuídos e aumento da concentração do ferro sérico. A anemia apresenta valores de hemoglobina que variam entre 9 e 12 g/dl e o hematócrito varia entre 25 a 40 %. As hemácias são normocíticas de normocrômicas, embora em 50 % dos casos sejam hipocrômicas. Quando há microcitose, esta não costuma ser tão intensa como nas anemias ferropriva. O Volume Corpuscular Médio nunca é menor que 72 fl. A contagem de reticulócitos é normal ou pouco elevada. A ferritina é normal ou pouco elevada. A dosagem das citocinas encontram-se elevadas.
O tratamento específico da ADC consiste no tratamento da doença de base com o objetivo de corrigir os mecanismos envolvidos no desenvolvimento da anemia. O uso de terapia anti- citocina pode oferecer algum benefício ao paciente, porém sua utilização ainda é controversa. A anemia no paciente com ADC costuma ser leve à moderada e, em menos de 2% dos casos, o hematócrito é inferior a 25%. Estima-se que 20% a 30% dos pacientes requerem tratamento que inclui: reposição de ferro, administração da eritropoetina e, eventualmente, transfusão de hemácias. Tais medidas devem ser consideradas caso a caso. O ferro é um elemento essencial na maioria dos processos fisiológicos, desempenhando função central no metabolismo energético celular. No caso das infecções e das neoplasias em que o agente etiológico e as células neoplásicas dependem intrinsicamente do ferro para sua proliferação, alguns estudiosos adotam a hipótese de que a retenção de ferro na forma de depósito constitui-se um mecanismo desenvolvido pelo organismo humano como forma de defesa contra esses agentes agressores. Assim, nesses casos, deve-se evitar a administração de ferro oral ou parenteral. Já nas doenças inflamatórias como na artrite reumatóide, recomenda-se o uso do ferro, quando necessário. A transfusão de concentrado de hemácias pode ser necessária, especialmente nos pacientes mais idosos e nos pacientes com neoplasia, nos quais outros mecanismos (como: supressão da hematopoese pós quimioterapia, infiltração da medula óssea) possam estar envolvidos no desenvolvimento da anemia. Portanto, compreendem situações cuja intensidade da anemia compromete a qualidade de vida e coloca em risco a sobrevida do paciente.