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Análise do processo produtivo das rochas ornamentais: solução para impactos gerados, Notas de estudo de Engenharia de Produção

O objetivo deste trabalho é relatar como é realizado o processo produtivo das rochas ornamentais do início ao fim, destacando os danos gerados ao meio ambiente e nas pessoas que estão ao seu redor, buscando alternativas sustentáveis ou que diminua o impacto no meio ambiente e medidas que promovam uma diminuição dos riscos em que os trabalhadores ficam expostos.

Tipologia: Notas de estudo

2014

Compartilhado em 19/02/2014

cassio-altoe-9
cassio-altoe-9 🇧🇷

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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO ESPÍRITO SANTO
FACULDADE DO ESPÍRITO SANTO - UNES
CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
CÁSSIO RIGO ALTOÉ
ANÁLISE DO PROCESSO PRODUTIVO DAS ROCHAS ORNAMENTAIS EM
BUSCA DE UMA SOLUÇÃO PARA OS IMPACTOS GERADOS
CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
2013
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Baixe Análise do processo produtivo das rochas ornamentais: solução para impactos gerados e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia de Produção, somente na Docsity!

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO ESPÍRITO SANTO

FACULDADE DO ESPÍRITO SANTO - UNES

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

CÁSSIO RIGO ALTOÉ

ANÁLISE DO PROCESSO PRODUTIVO DAS ROCHAS ORNAMENTAIS EM

BUSCA DE UMA SOLUÇÃO PARA OS IMPACTOS GERADOS

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM

CÁSSIO RIGO ALTOÉ

ANÁLISE DO PROCESSO PRODUTIVO DAS ROCHAS ORNAMENTAIS EM

BUSCA DE UMA SOLUÇÃO PARA OS IMPACTOS GERADOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia de Produção na Faculdade do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia de Produção. Orientador: Prof. Dr. Edison Thaddeu Pacheco

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM

Dedico a minha família.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que iluminou minha mente durante todo esse tempo e poder concluir mais essa conquista na minha vida.

A minha família que sempre me apoiou durante essa caminhada.

Aos amigos conquistados na Faculdade, que estarão eternamente guardados em minha memória.

Aos meus professores, principalmente meu orientador Edison Thaddeu Pacheco.

ALTOÉ, Cássio Rigo. Análise do processo produtivo das rochas ornamentais em busca de uma solução para os impactos gerados. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Engenharia de Produção – Faculdade do Espírito Santo, Cachoeiro de Itapemirim, 2013.

RESUMO

A indústria de rochas ornamentais é muito importante para a economia brasileira, especialmente para a do Espírito Santo. O setor encerrou o ano de 2011 com R$1, bilhões em exportação no Estado, responsável por 7% do PIB capixaba. Possui cerca de 1.700 empresas e geram aproximadamente 20 mil empregos diretos. Essas indústrias causam vários impactos ao meio ambiente e aos seus trabalhadores, sendo esses acarretados tanto no processo de lavra quanto no beneficiamento. O objetivo deste trabalho é relatar como é realizado o processo produtivo das rochas ornamentais do início ao fim, destacando os danos gerados ao meio ambiente e nas pessoas que estão ao seu redor, buscando alternativas sustentáveis ou que diminua o impacto no meio ambiente e medidas que promovam uma diminuição dos riscos em que os trabalhadores ficam expostos. Para realização deste trabalho a metodologia adotada foi primeiramente a revisão de bibliografias e a prática de visitas em lavras (pedreiras) e beneficiamento (serrarias e marmorarias), responsáveis pela produção completa das rochas ornamentais, buscando analisar os principais impactos gerados. Portanto, serão buscadas melhores formas de diminuir os danos causados ao ser humano e ao meio ambiente durante o processo produtivo. Afinal uma empresa com responsabilidade deve adotar medidas de compromisso com o meio ambiente e com a sociedade.

Palavras-chave: Rochas ornamentais. Impactos. Meio ambiente.

ALTOÉ, Cássio Rigo. Análise do processo produtivo das rochas ornamentais em busca de uma solução para os impactos gerados. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Engenharia de Produção – Faculdade do Espírito Santo, Cachoeiro de Itapemirim, 2013.

ABSTRACT

The dimension stone industry is very important for the Brazilian economy, and especially for Espírito Santo. The stone sector in the state ended the year 2011 with $ 1.3 billion in exports, accounting for 7% of GDP of Espírito Santo. It has about 1,700 businesses and generates about 20,000 direct jobs. These industries generate various impacts on the environment and the human being, and these caused both the mining process as milling. The aim of this paper is to report how is the production process of ornamental rocks from beginning to end, highlighting their impacts on the environment and the people who are around you, seeking sustainable alternatives or reduce the impact on the environment and measures promote a reduced risk in which workers are exposed. To carry out this work the methodology adopted was first reviewing bibliographies and practice visits in mines (quarries) and processing (sawmills and marble), responsible for the complete production of ornamental rocks, trying to analyze the main impacts. Therefore, this work will be sought the best ways to reduce the impacts to humans and the environment caused. For a company with responsibility to adopt measures of commitment to the environment and society.

Keywords: Ornamental. Impacts. Environment.

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Principais funções e EPIs de uso eventual ou de rotina na pedreira .......... 42 Tabela 2 – Traços da confecção dos tijolos e resultados a resistência e compressão simples .......................................................................................................................... 48 Tabela 3 – Tipo, dimensão, uso e exemplo de tijolos ecológicos ................................. 49

1 INTRODUÇÃO

As rochas ornamentais começaram a serem usadas nas construções há milhares de anos, suas vantagens em relação aos outros materiais (como a madeira, por exemplo) eram de ter uma maior resistência e durabilidade com o passar do tempo. Essa característica foi percebida facilmente por grandes povos da antiguidade e seus vestígios se encontram até hoje em nosso meio, como é o caso dos templos gregos, das gigantes pirâmides egípcias, e das grandes construções incas, astecas e maias nas Américas. Mas apesar das rochas serem utilizadas há vários anos, o volume explorado era pequeno e geravam poucos impactos.

Segundo os dados do site do Sindirochas, as rochas começaram a ser extraídas no Espírito Santo no ano de 1957 pelos empreendedores pioneiros Horácio Scaramussa e Og dias de Oliveira. Logo após, muitos homens também aderiram a esse trabalho, e no final da década de 70 houve a descoberta de imensas reservas de mármore e granito, o que propiciou um grande crescimento nas extrações de rochas e nas outras etapas de seu beneficiamento no estado do Espírito Santo.

Por muito tempo essas operações foram realizadas sem preocupação com o meio ambiente e com a saúde e segurança do trabalhador desses locais. Muitas pedreiras foram abertas em locais impróprios, como na beira de rios e lagos, assim como também muitas serrarias eliminavam seus resíduos sem cuidado algum, devastando o ambiente, podendo contaminar até mesmo o lençol freático. O que deixou um imenso dano a fauna e flora. Com a falta de conscientização, a preocupação com o trabalhador também era a mínima possível, por isso o índice de acidentes era constante.

Nessas últimas décadas começou a surgir uma preocupação maior com o meio ambiente em todo o mundo, principalmente sobre a escassez de água potável, e no Brasil não foi diferente. Começaram várias campanhas para prevenção ambiental. Desde então os problemas ambientais passaram a chamar cada vez mais atenção. Por isso, a cada dia novas leis são criadas para um maior controle, além disso, novos institutos e órgão estão sendo formados com propósito de fiscalizar cada vez mais os infratores. Os alvos dessa fiscalização podem ser tanto pessoas físicas ou

jurídicas, mas o foco principal são as empresas que trabalham com a exploração de produtos não renováveis e que utilizam água no seu sistema produtivo, como por exemplo, as indústrias de lavra e beneficiamento de rochas ornamentais.

Essa preocupação também teve efeito sobre as formas de trabalho nessas indústrias. Devido à grande quantidade de acidentes no setor, começaram a ocorrer fiscalizações constantes por órgãos governamentais e pelo sindicato da categoria, chamado de Sindimármore (Sindicato dos Trabalhadores do Mármore e Granito do Espírito Santo).

No processo de lavra, os maiores problemas gerados que afetam o meio ambiente são devido ao mau planejamento no início das atividades, com isso ocorre um empobrecimento do solo, risco de assoreamento de rios e córregos e retirada da vegetação nativa, afetando a fauna e a flora do local. Na extração encontramos os problemas que causam danos ao trabalhador, eles estão relacionados á poeira gerada pelas perfurações, movimentos de veículos e máquinas, o alto índice de barulho produzido pelos equipamentos e o fator ergonômico que o trabalhador fica exposto.

Já na etapa do beneficiamento os maiores problemas estão relacionados à poluição da água e do solo. Isso acontece pela lama abrasiva gerada no processo produtivo que se descartada de forma incorreta, contamina o solo e os recursos hídricos. Nesse ambiente o impacto que o ser humano fica exposto são os ruídos provocados pelas máquinas, ao ar impuro causado pelas lixadeiras na fase de acabamento e ao risco de acidente devido à necessidade de manuseio e transporte da rocha.

Portanto, este trabalho tem como objetivo investigar o processo produtivo das rochas ornamentais e analisar os impactos gerados seja eles ao meio ambiente ou ao ser humano. Buscando encontrar soluções para reduzir os danos e os rejeitos produzidos na lavra e no beneficiamento, e se possível à utilização desses como matéria prima para outra cadeia produtiva. E estudar métodos para diminuir o mal causado as pessoas que estão inseridas nesses processos.

2.2 Características e Importância do Setor

Segundo a página na internet do governo do Espírito Santo (2010, acesso em 22 de abr. 2013), as rochas capixabas atraem grandes negócios nacionais e internacionais. O estado é o maior produtor, processador e exportador do Brasil, além de estar localizada mais da metade das indústrias desse setor no país. É responsável por 80% das exportações brasileiras no segmento, contribuindo para o saldo da balança comercial. Cristina Santos, atual secretaria de Estado e Desenvolvimento, ressalta que o Espirito Santo é referência mundial no setor e líder na produção de rochas, possui um grande potencial geológico e investimento em pesquisas de extração e beneficiamento.

Dados tirados do site do governo do estado do Espírito Santo (acesso em 22 de abr.

  1. mostraram que com a extração e beneficiamento o setor gera em torno de 130 mil empregos, onde cerca de 20 mil são diretos e 110 mil são indiretos. O Espirito Santo contém 57% das instalações de equipamentos instalados no Brasil, aproximadamente 900 teares em operação. E responde por 7% do PIB capixaba.

Ainda segundo o governo do estado, a extração nas jazidas de mármores é concentrada em Cachoeiro de Itapemirim enquanto a extração de granito Nova Venécia é referência. O principal polo de beneficiamento de rochas fica localizado na região sul do estado, porém, a região da grande Vitória vem registrando crescimento de empresas de grande porte, e o seu produto é caracterizado por ter um maior valor agregado (ESPÍRITO SANTO, acesso em 22 de abr. 2013).

Para auxiliar na divulgação das novas descobertas o setor conta com duas feiras internacionais, uma que acontece em Cachoeiro de Itapemirim (Cachoeiro Stone Fair), geralmente no mês de agosto, e outra em Vitória (Vitória Stone Fair) em fevereiro. Elas possibilitam que os empresários fiquem por dentro das novas tecnologias de beneficiamento além de divulgar seus materiais aos visitantes que veem de diversas regiões do país e do exterior.

2.3 Ciclo Produtivo

São destacadas três importantes fases no processo de produção das rochas ornamentais, a lavra ou extração, o beneficiamento primário e o beneficiamento secundário ou final.

Na lavra ocorre a retirada da matéria prima, o produto dessa lavra são os blocos de formato retangulares e medidas variadas. No beneficiamento primário, segunda etapa, conhecida como serragem ou desdobramento, é o processo em que o bloco é transformado em chapas, essa fase marca a primeira etapa do beneficiamento. A terceira etapa, do beneficiamento final¸ onde o beneficiador dará o último acerto de acordo com a necessidade do cliente, podendo ser polida, cortada e trabalhada aos detalhes.

2.4 Conceituações de Lavra

Para o Ministério de Minas e Energia (2010, acesso em 22 de abr. 2013), o processo de lavra é definido como um conjunto de operações coordenadas com o objetivo do aproveitamento industrial da jazida, desde a extração de substâncias minerais úteis até o beneficiamento das mesmas. Contudo, antes da aprovação da lavra a jazida deverá estar pesquisada com relatório aprovado pelo DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) e a área de lavra deverá ser adequada à condução técnico-econômico dos trabalhos de extração e beneficiamento respeitando os espaços limites da área de pesquisa.

Para a extração do mineral é necessário que o empreendedor esteja regularizado de acordo com as normas do DNPM, que concede a ele licenças para exercer tal atividade. Caso contrário, estará sujeito a algumas punições, como por exemplo, pagamento de multa e apreensão dos equipamentos de trabalho que estiverem no local.

Nessa etapa é importante fazer a análise de qual forma de lavra será adotada na extração. Esse estudo mostra qual melhor maneira de trabalho reduz os custos e os impactos no meio ambiente e proporciona uma boa produtividade.

Essa forma de lavra é marcada pelo fato de agredir pouco o meio ambiente. O difícil é manter a estabilidade da mina, por isso, o risco de acidentes sérios é muito grande.

b) Lavra por desabamento

Nesse método a rocha é separada do maciço por meios de explosivos, são fragmentados vários pedaços, grandes e pequenos, ambos de formas irregulares.

Segundo Chiodi Filho (1998) esse método pode ser utilizado em locais acidentados com rochas valorizadas, mas com fraturamentos complexos. A energia resultante da detonação é elevada, o que pode gerar desmoronamentos incontroláveis. Por isso nesse processo a quantidade de refugo produzido é muito grande. Nos granitos de Palma (Itália) algumas detonações chegam a desmontar 5.000m³ de rocha.

Reis e Souza (2003) concluem que esse método exige pouco conhecimento técnico e seu custo de operação e investimento inicial é baixo. Seu custo é comparado ao da lavra por matacões, entretanto, esse exige maiores equipamentos de limpeza para a grande quantidade de refugo.

c) Lavra por tombamento

Para Chiodi Filho (1998) esse processo é indicado para terrenos menos acidentados, onde o maciço é fatiado horizontalmente ou verticalmente. As fatias horizontais são indicadas quando o terreno possui inclinação de até 40°, enquanto na vertical o terreno não é abundante e o relevo muito inclinado. Esse tipo de lavra é dividido de duas formas: bancadas baixas e bancadas altas.

  • Bancadas baixas:

De acordo com Matta (2003), essa forma de extração é usada para jazidas ditas homogêneas, e a altura da bancada corresponde ao tamanho do bloco que será

comercializado posteriormente, e conclui que a extração dessa pedreira é pouco seletiva.

Muitas vezes essas bancadas são utilizadas por pedreiras que estão na fase inicial, pois elas não conseguem no início de suas atividades lavrarem bancas com mais de 3 metros de altura. Também são usadas quando não é possível lavrar em profundidade.

  • Bancadas altas:

Chiodi Filho (1998) mostra que geralmente as lavras por bancadas altas são para produção em grande escala desdobrando blocos primários, secundários e terciários. Segundo ele, o bloco primário possui entre 6 a 8 metros de altura, ou mais amplamente 4 a 16 metros, espessura entre 3 a 6 metros e largura de 15 a 40 metros. Podendo atingir até 2.000m³.

Segundo Reis e Souza (2003) são várias as tecnologias de corte disponíveis, mas a mais utilizada é a do fio diamantado. Também afirmam que esse processo é marcado pela grande quantidade de perfurações que são feitas no bloco primário e no secundário até chegar ao terciário, bloco ideal para se comercializar.

d) Lavra em poço e em fossa:

Para Matta (2003) essas formas de lavra são variações da lavra em bancadas, ela é caracterizada pela depressão formada no terreno, esse método geralmente é aplicado em jazidas que se encontram em planícies, e suas depressões são limitadas ao nível do lençol freático, por isso inundações são frequentes e às vezes é necessário o uso de bomba d’água para continuar o processo de produção.

Reis e Souza (2003) afirmam que essa lavra causa uma mínima poluição visual, pois só é possível vê-las de níveis mais elevados. O acesso ao fundo da lavra é feito por escadas ou guindastes. Na do tipo poço, as laterais são ainda mais inclinada, e com pouco espaço para manobras, o que torna o ambiente ainda mais propício a