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Comparação de 3 Métodos p/ Calcular Capacidade Térmica Molar., Notas de estudo de Engenharia Mecânica

Este documento discute a proposta de yuan & mok (1968) para calcular a capacidade térmica molar de gás ideal, que não tem integral analítica integral, e compara-a com outras propostas de aly & lee (1981) e hildebrand (1976). O documento mostra que as funções gama incompleta e integral exponencial, conhecidas como funções especiais da física matemática, possuem propriedades e valores tabelados que permitem a obtenção de integrais analíticas. A vantagem da solução analítica é a capacidade de análise global do comportamento da função para diferentes parâmetros sem exigir repetidas comparações numéricas.

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 29/08/2009

sandor-dangelo-4
sandor-dangelo-4 🇧🇷

4.6

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bg1
Boletim téc. Petrobras, Rio de Janeiro, 47 (2/4): 101 – 106, abr./dez. 2004 101
As Integrais Analíticas das Funções exp[t-n] e exp[t-n] / t
Em recente artigo(1) publicado no Boletim Técnico da Petrobras, está citada a equação (4),
*exp( )
n
P
CAB CT=+ , proposta por Yuan & Mok(2) (1968), que segundo os proponentes não
tem integral analítica. Segundo relatado em (1), Aly e Lee(3) (1981) consideram isto uma séria
desvantagem pois a equação exigiria integração numérica, e propõem outra equação (5), que tem
integral analítica, sendo portanto vantajosa em relação à anterior.
A afirmativa de Yuan & Mok poderia ser tomada como correta se tivesse sido qualificada,
especificando que a integral não pode ser expressa em termos de funções matemáticas elementares
(algébricas, exponenciais, trigonométricas etc.). Segundo Moura (2003), este não foi o caso.
Gostaríamos de mostrar que existe a integral analítica se considerarmos outras funções, conhecidas
como funções especiais da física matemática. Para este caso específico elas são as funções gama
incompleta e integral exponencial, que tem propriedades conhecidas e valores tabelados. Não
entramos no mérito da comparação entre a facilidade de computação numérica destas funções
especiais, comparada com as funções elementares, visto que a capacidade de computação e os
algoritmos atualmente existentes permitem executar qualquer uma das duas tarefas com igual
eficiência e velocidade. A vantagem da solução analítica é que permite a análise global do
comportamento da função para diferentes parâmetros sem exigir repetidas comparações numéricas.
Omitindo as constantes aditivas e multiplicativas na equação (4) as funções a serem integradas são:
exp(ctn) para obtenção da entalpia, e [exp(ctn)] / t para obtenção da entropia.
Consideremos inicialmente a função gama de x, Γ(x), ou função fatorial. Tomando somente as
expressões como função de uma variável real, esta função pode ser expressa por uma integral
definida como(4):
0
1
() ; 0
xt
xtedt x
−−
Γ= >
Como t é a variável muda na integral definida, resulta uma função de x, Γ(x).
Uma generalização desta função produz duas outras, a função gama incompleta superior Γ(a,x) e a
função gama incompleta inferior γ(a,x):
11
0
(,) (,)
x
at at
x
ax t e dt e ax t e dt
γ
−− −−
Γ= =
∫∫
(1)
de forma que: Γ(a,x) + γ(a,x) = Γ(x)
1 Moura, C.A.D., & Portela, L.S. - Comparação Entre Três Equações Usadas Para Representar a Capacidade Térmica
Molar do Gás Ideal. Bol. Téc. Petrobrás, Rio de Janeiro, 46 (3/4): 220-227, jul./dez.,2003.
2 Yuan, S.C. & Y.I. Mok – New look at heat capacity prediction. Hydrocarbon Processing, 47(3), 133-136, March 1968:
Part 2, 47(7), 153-154, July 1968.
3 Aly, F.A. & L.L. Lee – Self-Consistent Equations for Calculating the Ideal Gas Heat Capacity, Enthalpy, and Entropy.
Fluid Phase Equilibria, 6(3-4), 169-179, 1981.
4 Abramowitz, M. & Stegun, I.A., Eds. - Handbook of Mathematical Functions. National Bureau of Standards, 1972.
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As Integrais Analíticas das Funções exp[t-n] e exp[t-n] / t

Em recente artigo

(1) publicado no Boletim Técnico da Petrobras, está citada a equação (4),

exp( )

n CP = A + BC T , proposta por Yuan & Mok

(2) (1968) , que segundo os proponentes não

tem integral analítica. Segundo relatado em

(1) , Aly e Lee

(3) (1981) consideram isto uma séria

desvantagem pois a equação exigiria integração numérica, e propõem outra equação (5), que tem

integral analítica, sendo portanto vantajosa em relação à anterior.

A afirmativa de Yuan & Mok poderia ser tomada como correta se tivesse sido qualificada,

especificando que a integral não pode ser expressa em termos de funções matemáticas elementares

(algébricas, exponenciais, trigonométricas etc.). Segundo Moura (2003) , este não foi o caso.

Gostaríamos de mostrar que existe a integral analítica se considerarmos outras funções, conhecidas

como funções especiais da física matemática. Para este caso específico elas são as funções gama

incompleta e integral exponencial, que tem propriedades conhecidas e valores tabelados. Não

entramos no mérito da comparação entre a facilidade de computação numérica destas funções

especiais, comparada com as funções elementares, visto que a capacidade de computação e os

algoritmos atualmente existentes permitem executar qualquer uma das duas tarefas com igual

eficiência e velocidade. A vantagem da solução analítica é que permite a análise global do

comportamento da função para diferentes parâmetros sem exigir repetidas comparações numéricas.

Omitindo as constantes aditivas e multiplicativas na equação (4) as funções a serem integradas são:

exp(−ct

−n ) para obtenção da entalpia, e [exp(−ct

−n )] / t para obtenção da entropia.

Consideremos inicialmente a função gama de x, Γ(x), ou função fatorial. Tomando somente as

expressões como função de uma variável real, esta função pode ser expressa por uma integral

definida como

(4) :

0

1 ( ) ; 0

x t x t e dt x

∞ − − Γ = > ∫

Como t é a variável muda na integral definida, resulta uma função de x, Γ(x).

Uma generalização desta função produz duas outras, a função gama incompleta superior Γ(a,x) e a

função gama incompleta inferior γ(a,x):

1 1

0

x a t a t

x

a x t e dt e γ a x t e dt

∞ − − − − Γ = = ∫ ∫

de forma que: Γ(a,x) + γ(a,x) = Γ(x)

1 Moura, C.A.D., & Portela, L.S. - Comparação Entre Três Equações Usadas Para Representar a Capacidade Térmica

Molar do Gás Ideal. Bol. Téc. Petrobrás, Rio de Janeiro, 46 (3/4): 220-227, jul./dez.,2003. 2 Yuan, S.C. & Y.I. Mok – New look at heat capacity prediction. Hydrocarbon Processing, 47(3), 133-136, March 1968:

Part 2, 47(7), 153-154, July 1968. 3 Aly, F.A. & L.L. Lee – Self-Consistent Equations for Calculating the Ideal Gas Heat Capacity, Enthalpy, and Entropy.

Fluid Phase Equilibria, 6(3-4), 169-179, 1981. 4 Abramowitz, M. & Stegun, I.A., Eds. - Handbook of Mathematical Functions. National Bureau of Standards, 1972.

A derivada da função Γ(a,x) em relação ao parâmetro x (considerando o parâmetro a como

constante) pode ser obtida aplicando a regra de Leibniz (Eq. 2) para diferenciação de integrais

definidas envolvendo um parâmetro.

( ) ( )

( ) ( )

B x B x

A x A x

d f x t dB x dA x f x t dt f x B x f x A x dx x dx dx

Esta regra, aplicada a integrais impróprias

(5) , sob condições apropriadas de convergência e

continuidade da função e da sua derivada, é:

( ) ( )

A x A x

d f x t dA f x t dt f x A dx x dx

∞ ∞ ∂ = − ∂

Tomando o parâmetro a como constante, e aplicando esta regra a Γ(a,x), obtemos a derivada

( , ) '( , )

a x a x x

1 1 1 1

'[ , ] e ( e ) e 0 e

d (^) a t a t a x dx a x a x dt x x dx x dx x x

t dt t

− − − − − − − −

∞ ∞ ∂ Γ = = − = − ∂

Logo:

1 '[ , ] a x

a x x e

− −

e Γ [ , a x ] = Γ '[ , a x dx ] + C

A constante de integração C pode ser determinada observando que:

1 1 1 1

0 0 0 0

x x x a t a t a t a t

x

a x t e dt t e dt t e dt a t e dt a t dt

∞ ∞ − − − − − − − − Γ = = − = Γ + − = Γ + Γ′ ∫ ∫ ∫ ∫ ∫

Podemos obter uma expansão para

1

0 0

'( ) e

x x a t t dt t dt

− − Γ = − ∫ ∫

em série de potências expandindo e

−t em

série de potências, multiplicando a série por t

a− 1 e integrando termo a termo:

1

0 0 0 0

x x (^) n a n n a n

n n

t x t dt dt a n a n n

∞ +^ −^ ∞ +

= =

∫ ∑^ ∑

Com este resultado e nossa Eq. (4), obtemos uma expansão em série de potências para Γ ( , a x ):

0

n a n

n

x a x a a n a n

∞^ +

=

Tomemos agora a integral e

ct n dt

−^ − ∫ , e façamos a mudança de variáveis

n z ct

5 Hildebrand, F.B. - Advanced Calculus for Applications. Prentice-Hall, Englewood Cliffs, N.J, 1976.

O integrando em (7) ou (8) contém uma singularidade em x = 0, e a integral indefinida de E ( ) 1 ′ x

pode ser avaliada numericamente subtraindo esta singularidade:

ln

t t t e e e dt dt dt dt t t t t t t

− − −   (^) − − = − (^)  − (^)  − = − −

 

, e agora o último integrando pode ser

expandido em série de potências e integrado termo a termo, de forma que obtemos:

1

ln !

t n n

n

e t dt t t n n

− (^) ∞

=

Já a avaliação da integral definida (a função E 1 (x), por exemplo) requer a determinação da constante

de integração. Esta pode ser obtida a partir de uma integração por partes, como segue:

(^1 ) 0 0 0 0

E ( ) ln ln

x x t t t t t t

x

e e e e x dt dt dt e t e tdt dt t t t t

∞ ∞ − − − ∞ − ∞ − − = = − = + −

. Aqui temos:

lim( ln ) 0

t t

e t

− →∞

= , o valor da primeira integral

(4, 6) é −γ , e a segunda integral foi resolvida acima

através de uma expansão em série de potências em torno de x = 0, extraindo a singularidade

logarítmica:

(^1 0 0 ) 1 0 1

E ( ) ln ln ln ln ln !!

x n n n n t x t t t t n n

t x x e t t e t x t n n n n

∞ ∞ − − = = = = =

∑ ∑ ;

0

lim(1 ) ln 0

t t

e t

− →

1

E ( ) ln !

n n

n

x x x n n

=

∑ ,^ onde

(^1 )

lim ln e ln 0,5772156649...

n

n k

x n x dx k

γ

→∞

∑ (^) ∫ é a constante de Euler.

A determinação da entropia a partir do calor específico requer a avaliação da integral:

e

n ct dt t

− − ⌠  ⌡

, e novamente fazemos a mudança de variáveis z = ct

−n , obtendo:

e 1 e

ct^ n^ z

dt dz t n z

− −^ −   = (^)  −   

. Comparando o integrando com as expressões (9), temos finalmente:

1 (^ )^ (^ )^ (^ )

E Ei 0,

e n n n

ct n

dt ct ct ct t n n n

− − −

− −

= = − − = Γ

Moura & Portela (2003), no Apêndice I, apresentam as seguintes constantes ajustadas para o para-

dietilbenzeno (C 10 H 14 ):

A = 24,742871 ; B = 126,36471 ; C = 991,47830 ; n = 1,

( )

( )

    • (^ )

onde : exp , e

exp exp ; ln( )

P

P P

n

n n

c A B Ct

c Ct H c dt At B Ct dt S dt A t B dt t t

∗ ∗

− −

∫ ∫

Dispondo de um programa que calcule a função gama incompleta ou a integral exponencial

podemos traçar gráficos das integrais das funções desejadas. Inicialmente, nas figuras 1 e 2,

mostramos somente as integrais dos termos correspondentes à parte exponencial das funções:

Fig. 1 – fH(t) = H(t) − A.t Fig. 2 – fS(t) = S(t) − A.ln(t)

Ambas as funções convergem muito rapidamente para zero para t < 100. Por exemplo:

fH(100) = 2,05 ; fH(50) = 3,37× 10

− 4 e fS(100) = 2,28× 10

− 2 ; fS(50) = 7,14× 10

− 6 ,

de forma que nas integrais completas, para valores pequenos de t prevalecerão os termos lineares,

A.t , na entalpia H, e logarítmico, A.ln(t) , na entropia S.

Gráficos das integrais completas para H* e S* são mostrados nas figuras 3 e 4.

Fig. 3 – fH(t) = H(t) − A. Fig. 4 – fS(t) = S(t) − A.ln(t)