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AHA - 2015 Guidelines BLS/ACLS - Atualização das diretrizes de RCP e ACE, Notas de estudo de Enfermagem

Destaques da American Heart Association 2015 - Atualização das diretrizes de RCP e ACE (AHA - 2015 Guidelines BLS/ACLS)

Tipologia: Notas de estudo

2015

Compartilhado em 15/10/2015

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santiago-amaro-1 🇧🇷

4.7

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DESTAQUES
da American Heart Association 2015
Atualização das Diretrizes de RCP e ACE
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D E S T A Q U E S

da American Heart Association 2015

Atualização das Diretrizes de RCP e ACE

Introdução....................................................... 1

Questões Éticas.................................................. 3

Sistemas de Atendimento e Melhoria Contínua da Qualidade............. 3

Suporte Básico de Vida para Adultos e Qualidade da RCP: RCP Aplicada por Socorrista Leigo................................... 5

Suporte Básico de Vida para Adultos e Qualidade da RCP: SBV Aplicado por Profissionais de Saúde............................. 8

Técnicas Alternativas e Dispositivos Auxiliares para RCP................ 11

Suporte Avançado de Vida Cardiovascular para Adultos................ 13

Cuidados Pós-PCR.............................................. 14

Síndromes Coronárias Agudas..................................... 16

Situações Especiais em Ressuscitação.............................. 18

Suporte Básico de Vida em Pediatria e Qualidade da RCP............... 20

Suporte Avançado de Vida em Pediatria............................. 23

Ressuscitação Neonatal.......................................... 25

Educação...................................................... 27

Primeiros Socorros............................................... 29

Referências..................................................... 32

Índice

Agradecimentos

A American Heart Association agradece as seguintes pessoas pela contribuição que fizeram para o desenvolvimento desta publicação: Mary Fran Hazinski, RN, MSN; Michael Shuster, MD; Michael W. Donnino, MD; Andrew H. Travers, MD, MSc; Ricardo A. Samson, MD; Steven M. Schexnayder, MD; Elizabeth H. Sinz, MD; Jeff A. Woodin, NREMT-P; Dianne L. Atkins, MD; Farhan Bhanji, MD; Steven C. Brooks, MHSc, MD; Clifton W. Callaway, MD, PhD; Allan R. de Caen, MD; Monica E. Kleinman, MD; Steven L. Kronick, MD, MS; Eric J. Lavonas, MD; Mark S. Link, MD; Mary E. Mancini, RN, PhD; Laurie J. Morrison, MD, MSc; Robert W. Neumar, MD, PhD; Robert E. O’Connor, MD, MPH; Eunice M. Singletary, MD; Myra H. Wyckoff, MD; e a equipe do Projeto de Destaques das Diretrizes da AHA.

Edição em português: Hélio Penna Guimarães, MD, PhD, FAHA e a equipe do Projeto de Destaques das Diretrizes da AHA.

© 2015 American Heart Association

2 American Heart Association

Distribuição de classes de recomendação e nível de evidências, em porcentagem, do total de 315 Recomendações para Atualização das Diretrizes da AHA 2015

Figura 2

Classe III: Danos Classe III: Nenhumbenefício 5% 2%

Classe IIb 45%

Classe I 25%

Classe IIa 23%

Classes de recomendação de 2015

NE C-LD 46%

NE C-EO 23%

NE B-R 15%

NE B-NR 15%

NE A 1%

Níveis de Evidência

Porcentagem de 315 recomendações.

2 American Heart Association

Uma vez selecionados os tópicos, houve duas adições importantes ao processo de revisão de 2015. Em primeiro lugar, os revisores utilizaram o Grading of Recommendations Assessment, Development, and Evaluation (GRADE; www.gradeworkinggroup.org), um sistema de revisão de evidências altamente estruturado e replicável, para melhorar a consistência e a qualidade das revisões sistemáticas de 2015. Em segundo lugar, revisores de todas as partes do mundo puderam trabalhar juntos, virtualmente, para concluir as revisões sistemáticas. Eles utilizaram a Systematic Evidence Evaluation and Review System (SEERS), uma plataforma na Internet desenvolvida especialmente pela AHA com o objetivo de auxiliar em várias das etapas do processo de avaliação. O site da SEERS foi utilizado para divulgar publicamente os rascunhos do Consenso Internacional de 2015 sobre a Ciência da RCP e do ACE com Recomendações de Tratamento do ILCOR e receber comentários do público. Para saber mais sobre a SEERS e verificar a lista completa de todas as revisões sistemáticas realizadas pelo ILCOR, acesse www.ilcor.org/seers.

A Atualização das Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACE é bem diferente das edições anteriores das Diretrizes da AHA para RCP e ACE. O Comitê de ACE determinou que esta versão da 2015 seria uma atualização, que trataria somente dos tópicos abordados pela revisão de evidências do ILCOR 2015 ou daqueles solicitados pela rede de treinamento. Essa decisão é garantia de termos apenas um padrão para avaliação de evidências, que é o processo criado pelo ILCOR. Em decorrência disso, a Atualização das Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACE não constitui uma revisão completa das Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE. A versão integrada

está disponível on-line em ECCguidelines.heart.org.

A publicação do Consenso Internacional de 2015 sobre a Ciência da RCP e do ACE com Recomendações de Tratamento dá início a um processo de revisões contínuas da ciência da ressuscitação. Os tópicos revisados em 2015 serão atualizados conforme necessário, com a adição de novos tópicos. Os leitores devem monitorar o site da SEERS para manter-se atualizados sobre os mais recentes conhecimentos em ressuscitação e sobre a avaliação desse conhecimento pelo ILCOR. Quando surgirem evidências suficientes que indiquem a necessidade de alterar as Diretrizes da AHA para RCP e ACE, as alterações serão feitas e comunicadas aos médicos e à rede de treinamento.

Na Atualização das Diretrizes de 2015, foi utilizada a versão mais recente das definições da AHA para as Classes de Recomendações e Níveis de Evidência (Figura 1). Os leitores notarão que essa versão contém uma modificação na recomendação da Classe III: Nenhum benefício — a ser utilizada com pouca frequência quando for demonstrado, segundo evidências observadas em um estudo de qualidade alta ou moderada (nível de evidência (NE) A ou B, respectivamente), que uma determinada estratégia não chega a ser melhor que o controle. Os níveis de evidência também foram modificados. O NE B é agora dividido em NE B-R (estudos randomizados) e NE B-NR (estudos não randomizados). O NE C agora é dividido em NE C-LD (dados limitados) e C-EO (opinião do especialista).

Conforme apresentado no recém-publicado relatório^4 do Instituto de Medicina e na Resposta da AHA ao Consenso do ACE a esse relatório, 5 é necessário fazer muito mais para avançar a ciência e a prática da ressuscitação. É preciso um esforço conjunto para financiar pesquisas sobre ressuscitação por PCR semelhantes às que têm impulsionado as pesquisas sobre câncer e AVC nas duas últimas décadas. As lacunas existentes na ciência são claras quando se analisam as recomendações que constam na Atualização das Diretrizes de 2015 (Figura 2). Coletivamente, os níveis de evidência e as classes de recomendação em

ressuscitação são baixos, sendo apenas 1% do total das recomendações de 2015 (3 de 315) baseado no maior nível de evidência (NE A) e apenas 25% das recomendações (78 de 315) designadas como de Classe I (recomendação forte). A maioria (69%) das recomendações da Atualização das Diretrizes de 2015 se respalda em baixos níveis de evidência (NE C-LD ou C-EO), e quase a metade (144 de 315; 45%) é classificada como de Classe IIb (recomendação fraca).

Durante todo o processo de avaliação de evidências do ILCOR e o desenvolvimento da Atualização das Diretrizes de 2015, os participantes aderiram rigorosamente às exigências de declaração de conflitos de interesse da AHA. A equipe da AHA processou mais de 1000 declarações de conflitos de interesse, de todos os coordenadores do grupo de redação das Diretrizes e pelo menos 50% dos membros desse grupo não podiam apresentar conflitos de interesse relevantes.

Destaques da Atualização das Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACE 3

Questões Éticas

Com a evolução da prática da ressuscitação, é preciso também reavaliar as considerações éticas. É um desafio, sob vários pontos de vista, gerenciar as muitas decisões associadas à ressuscitação, sobretudo quando os profissionais de saúde lidam com questões éticas ao decidir sobre fornecer ou não intervenções cardiovasculares de emergência.

As questões éticas que envolvem a decisão sobre quando iniciar ou finalizar uma RCP são complexas e podem variar em diferentes contextos (dentro ou fora do hospital), entre profissionais (suporte básico ou avançado) e a população de pacientes (neonatal, pediátrico, adulto). Embora os princípios éticos não tenham mudado desde a publicação das Diretrizes de 2010, os dados que servem de base para muitas discussões éticas foram atualizados pelo processo de revisão de evidências. O processo de revisão de evidências do ILCOR 2015 e a consequente Atualização das Diretrizes da AHA incluem várias atualizações do conhecimento que têm implicações nas decisões éticas referentes a pacientes antes, durante e depois da PCR.

Recomendações importantes, novas

e atualizadas, que podem servir de

base para decisões éticas

  • Uso de RCP extracorpórea (ECPR) para PCR
  • Fatores prognósticos durante a PCR
  • Revisão de evidências sobre os escores do prognóstico para bebês prematuros
  • Prognóstico para crianças e adultos após PCR
  • Função de órgãos transplantados recuperados após a PCR

Novas estratégias de ressuscitação, como a ECPR, tornaram mais complicadas as decisões sobre a suspensão das medidas de ressuscitação (consulte a seção Suporte Avançado de Vida Cardiovascular nesta publicação). A compreensão do uso adequado, das implicações e dos benefícios prováveis relacionados a esses novos tratamentos terá impacto na decisão. Há novas informações sobre o prognóstico para neonatos, crianças e adultos durante e após a PCR (consulte Ressuscitação neonatal, Suporte avançado de vida em pediatria e Cuidado pós-parada cardíaca). O aumento da utilização do CDT (controle direcionado de temperatura) levou a novos desafios para prever desfechos neurológicos em pacientes comatosos após a PCR. Os dados mais recentes sobre a utilidade de determinados exames e estudos devem servir de base para decisões sobre metas de tratamento e a limitação de intervenções.

Há uma maior consciência de que, embora as crianças e os adolescentes não possam tomar decisões legalmente válidas, é preciso compartilhar as informações com eles na medida do possível, utilizando linguagem e informações adequadas em nível de desenvolvimento de cada paciente. Além disso, o termo limitação dos cuidados foi alterado para limitação de intervenções, e há maior disponibilidade do formulário POLST (Physician Orders for Life-Sustaining Treatment, ou ordem do médico para tratamento de suporte de vida), um novo método legal de identificação das pessoas que apresentam limitações específicas nas intervenções de final da vida, tanto dentro como fora das unidades de saúde. Mesmo com os novos dados de que o sucesso dos transplantes renais e hepáticos obtidos de doadores adultos não está relacionado ao fato de o doador receber manobra de RCP, a doação de órgãos após a ressuscitação permanece controversa. Os pontos de vista sobre várias questões éticas importantes, que são temas de debate contínuo sobre a doação de órgãos no cenário de emergência, estão resumidos na "Parte 3: Questões Éticas" da Atualização das Diretrizes de 2015.

Sistemas de Atendimento e

Melhoria Contínua da Qualidade

A Atualização das Diretrizes de 2015 fornece às partes interessadas uma nova perspectiva sobre os sistemas de atendimento, diferenciando as PCR ocorridas no ambiente hospitalar (intra-hospitalares) (PCRIH) das PCR extra- hospitalares (PCREH). Os principais destaques são:

  • Uma taxonomia universal para os sistemas de atendimento
  • Separação da Cadeia de sobrevivência do adulto da AHA em duas: uma para sistemas de atendimento intra-hospitalar e outra para o ambiente extra-hospitalar
  • Revisão das melhores evidências sobre como esses sistemas de atendimento de PCR são reavaliados, com foco em PCR, infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMST) e acidente vascular cerebral (AVC)

Figura 3

Taxonomia dos sistemas de atendimento: SPSO

Estrutura Processo Sistema (^) do pacienteEvolução

Melhoria contínua da qualidade

Integração, Colaboração, Medição, Avaliação Comparativa, Feedback

Pessoas Educação Equipamentos

Protocolos Políticas Procedimentos

Programas Organizações Cultura

Satisfação

Qualidade Segurança

Estrutura Processo Sistema Desfecho

Destaques da Atualização das Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACE 3

Destaques da Atualização das Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACE 5

Time de ressuscitação: Sistemas de sinais

de alerta iniciais, times de resposta rápida

e sistemas de times de emergência médica

2015 (Atualizado):^ Para pacientes adultos, os sistemas de times de resposta rápida (TRR) ou de times de emergência médica (TEM) podem ser eficazes na redução da incidência de PCR, especialmente nos setores de cuidados gerais. Sistemas de TEM/TRR pediátricos podem ser considerados em instalações em que crianças com doenças de alto risco são atendidas em unidades gerais de internação. Pode-se considerar a utilização de sistemas de sinais de alerta iniciais para adultos e crianças.

2010 (Antigo):^ Embora existam evidências conflitantes, o consenso entre especialistas recomenda a identificação sistemática de pacientes com risco de PCR, resposta organizada a esses pacientes e a avaliação dos desfechos para promover a melhoria contínua da qualidade.

Por quê: TRRs ou TEMs foram estabelecidos para fornecer intervenção inicial em pacientes com deterioração clínica, com o objetivo de prevenir a PCRIH. As equipes podem ser compostas por diversas combinações de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas. Essas equipes são geralmente convocadas ao leito do paciente quando a equipe do hospital identifica uma deterioração aguda. O time, normalmente, traz consigo equipamentos e medicamentos para monitoramento de emergência e ressuscitação. Embora as evidências ainda estejam em evolução, há uma nítida validade no conceito de ter equipes treinadas na complexa coreografia da ressuscitação.

Melhoria contínua da qualidade dos programas

de ressuscitação

2015 (Reconfirmação de 2010):^ Os sistemas de ressuscitação devem estabelecer a avaliação contínua e a melhoria dos sistemas de atendimento.

Por quê: (^) Há evidências de considerável variação regional nas incidências e nos desfechos de PCR relatados nos Estados Unidos. Essa variação destaca a necessidade de que as comunidades e os sistemas identifiquem cada ocorrência de PCR tratada e registrem os desfechos. É provável que haja oportunidades de melhorar a probabilidade de sobrevivência em muitas comunidades.

Programas de ressuscitação comunitários e em hospitais devem monitorar sistematicamente as PCRs, o nível do suporte de ressuscitação fornecido e o desfecho. A melhoria contínua da qualidade inclui avaliação sistemática e feedback, medição ou avaliação comparativa e análise. São necessários esforços contínuos para otimizar o atendimento de ressuscitação para que se possam reduzir as lacunas existentes entre o desempenho ideal e real durante a ressuscitação.

Regionalização do atendimento

2015 (Reconfirmação de 2010):^ Pode-se considerar uma abordagem regionalizada para a ressuscitação por PCREH que inclua a utilização de centros de ressuscitação cardíaca.

Por quê: Por centro de ressuscitação cardíaca, entende-se um hospital que oferece atendimento baseado em evidências durante a ressuscitação e nos cuidados pós-PCR, inclusive a capacidade de intervenção coronária percutânea (ICP) 24 horas por dia, 7 dias por semana, controle direcionado de temperatura com um volume anual adequado de casos e compromisso com a melhoria contínua do desempenho, que inclua medição, avaliação comparativa, feedback e alterações nos processos. Espera-se que os sistemas de atendimento de ressuscitação aumentem a probabilidade de sobrevivência observada após a implantação de outros sistemas de atendimento, como em traumatologia.

Suporte Básico de Vida para Adultos

e Qualidade da RCP: RCP

Aplicada por Socorrista Leigo

Resumo dos principais pontos de discussão e alterações

Entre as principais questões e alterações feitas nas recomendações da Atualização das Diretrizes de 2015 para RCP de adultos, realizada por socorristas leigos, estão:

  • Os elos fundamentais da cadeia de sobrevivência de adultos no ambiente extra-hospitalar permaneceram inalterados com relação a 2010, com ênfase contínua no algoritmo universal simplificado do Suporte Básico de Vida (SBV) para adultos.
  • O Algoritmo do SBV/Adulto foi modificado de modo a refletir o fato de que os socorristas podem ativar o serviço de médico emergência (ou seja, via telefone celular) sem sair do lado da vítima.
  • Recomenda-se que as comunidades que têm pessoas com risco de PCR implantem programas de acesso público à desfibrilação (APD).
  • As recomendações foram reforçadas com objetivo de incentivar o reconhecimento imediato da ausência de resposta, o acionamento do serviço médico de emergência e o início da RCP, caso o socorrista leigo encontre uma vítima que não responde que não esteja respirando ou que não respire normalmente (por exemplo, com gasping).
  • Deu-se mais ênfase à rápida identificação de possível PCR por parte dos atendentes, com disponibilização imediata das instruções de RCP para a pessoa ao telefone (ou seja, RCP orientada pelo atendente).
  • A sequência recomendada para um único socorrista foi confirmada: o único socorrista deve iniciar as compressões torácicas antes de aplicar as ventilações de resgate (C-A-B em vez de A-B-C), para reduzir o tempo até a primeira compressão. O único socorrista deve iniciar a RCP com 30 compressões torácicas seguidas por duas respirações.
  • Tem-se dado ênfase permanente nas características de uma RCP de alta qualidade: comprimir o tórax com frequência e profundidade adequadas, permitir o retorno total do tórax após cada compressão, minimizar interrupções nas compressões e evitar ventilação excessiva.
  • A velocidade recomendada para as compressões torácicas é de 100 a 120/min (atualizada em relação ao mínimo de 100/min).
  • A recomendação confirmada para a profundidade das compressões torácicas em adultos é de, pelo menos, 2 polegadas (5 cm), mas não superior a 2,4 polegadas (6 cm).
  • Pode-se considerar a administração de naloxona por transeuntes, em casos de suspeita de emergências potencialmente fatais associadas a opioides.

Destaques da Atualização das Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACE 5

66 American Heart AssociationAmerican Heart Association

Estas alterações têm como objetivo simplificar o treinamento de socorristas leigos e enfatizar a necessidade de aplicar compressões torácicas o quanto antes em vítimas de PCR. Mais informações sobre estas alterações encontram-se abaixo.

Nos tópicos a seguir, as alterações ou os pontos a enfatizar para socorristas leigos que sejam semelhantes aos utilizados para profissionais de saúde estão indicados com um asterisco (*).

Programas comunitários de DEAs para socorristas leigos

2015 (Atualizado):^ Recomenda-se implantar os programas de APD para pacientes com PCREH em locais públicos onde haja uma probabilidade relativamente alta de PCR presenciada (por exemplo, aeroportos, cassinos, instalações esportivas).

2010 (Antigo):^ A RCP e o uso de desfibriladores externos automáticos (DEAs) por primeiros socorristas socorristas de segurança pública foram recomendados por aumentarem a probabilidade de sobrevivência em casos de PCR extra- hospitalar. As Diretrizes de 2010 recomendavam estabelecer programas de DEAs em locais públicos nos quais exista probabilidade relativamente alta de PCR presenciada (por exemplo, aeroportos, cassinos, instituições esportivas).

Por quê: Há evidências claras e consistentes de uma maior sobrevivência à PCR quando a pessoa presente no local realiza a RCP e rapidamente usa um DEA. Assim, o acesso imediato a um desfibrilador é um componente fundamental do sistema de atendimento. A implantação de um programa de APD envolve quatro componentes essenciais: (1) uma resposta prática e planejada, que, preferencialmente, inclua a identificação dos locais e bairros onde haja alto risco de PCR, a disponibilização e informação da localização dos DEAs para as pessoas presentes no local, e, normalmente, supervisão por um profissional de saúde; (2) treinamento dos possíveis socorristas em RCP e na utilização do DEA; (3) contato integrado com o serviço médico de emergência local; e (4) um programa de melhoria contínua da qualidade.

A abordagem do sistema de atendimento para casos de PCREH pode incluir políticas públicas que vinculem os locais de DEAs aos pontos de acesso A serviços públicos (PASP, o ponto de acesso a serviços públicos substituiu ponto menos preciso ponto de atendimento como a central de SME). Com essas políticas, os PASPs poderiam orientar as pessoas presentes no local a buscar os DEAs próximos e ajudá-las a utilizá-los quando da ocorrência de um PCREH. Muitas cidades, bem como o governo federal dos EUA, aprovaram leis para disponibilizar DEAs em edifícios municipais, grandes locais públicos, aeroportos, cassinos e escolas. Para os 20% de casos de PCREH que ocorrem em espaços públicos, esses programas comunitários representam um elo importante na cadeia de sobrevivência entre o reconhecimento e o acionamento dos PASPs. Essas informações são mais detalhadas na "Parte 4: Sistemas de Atendimento e Melhoria Contínua da Qualidade" na Atualização das Diretrizes de 2015.

Existe pouca evidência para recomendações pró ou contra a implementação de DEAs em domicílios. Vítimas de PCREH que ocorrem em residências particulares têm muito menos probabilidade de receber compressões torácicas do que pacientes que sofrem PCR em locais públicos. Instruções em tempo real, fornecidas pelos atendentes de emergências, podem ajudar os possíveis socorristas, no ambiente domiciliar, a iniciar a ação. Programas arrojados de treinamento em PCR para as comunidades, juntamente com protocolos eficazes de atendimento antes da chegada dos profissionais de saúde, podem melhorar os desfechos.

Identificação de gasping pelo atendente/operador

As vítimas de PCR podem apresentar atividade semelhante a convulsão ou gasping, o que pode confundir os possíveis socorristas. Os atendentes devem ser treinados especificamente para identificar essas apresentações de PCR e possibilitar o reconhecimento e a aplicação imediatos da RCP orientada por eles.

2015 (Atualizado):^ Para ajudar as pessoas presentes no local a reconhecer a PCR, os atendentes devem perguntar sobre a ausência de resposta da vítima e a qualidade da respiração (normal ou anormal). Se a vítima não responder e não respirar, ou apresentar respiração anormal, o socorrista e o atendente devem presumir que a vítima esteja sofrendo uma PCR. Os atendentes devem ser treinados para identificar a ausência de resposta com gasping ou respiração agônica em várias apresentações e descrições clínicas. 2010 (Antigo):^ Para ajudar as pessoas presentes a reconhecerem a PCR, os atendentes devem perguntar sobre a capacidade de resposta da vítima adulta, se a vítima está respirando e se a respiração está normal, na tentativa de distinguir vítimas com gasping (ou seja, que necessitam de RCP) de vítimas que respiram normalmente e que não necessitam de RCP.

Por quê: Essa alteração em relação às Diretrizes de 2010 enfatiza a função do atendente de emergência em ajudar o socorrista leigo a reconhecer a ausência ou a anormalidade da respiração.

Os atendentes devem ser especificamente treinados para ajudar as pessoas presentes a entender que o gasping é um sinal de PCR. Os atendentes/operadores também devem estar cientes de que convulsões breves e generalizadas podem ser a primeira manifestação da PCR. Em suma, além de acionar os profissionais do serviço de emergência, o atendente deve fazer perguntas claras e diretas sobre se o paciente está respondendo e se a respiração está normal ou anormal, a fim de identificar pacientes com possível PCR e possibilitar a RCP orientada pelo próprio atendente.

Ênfase nas compressões torácicas*

2015 (Atualizado):^ Socorristas leigos sem treinamento devem fornecer RCP somente com as mãos, com ou sem orientação de um atendente, para adultos vítimas de PCR. O socorrista deve continuar a RCP somente com compressão até a chegada de um DEA ou de socorristas com treinamento adicional. Todos os socorristas leigos devem, no mínimo, aplicar compressões torácicas em vítimas de PCR. Além disso, se o socorrista leigo treinado puder realizar ventilações de resgate, as compressões e as ventilações devem ser aplicadas na proporção de 30 compressões para cada 2 ventilações. O socorrista deve continuar a RCP até a chegada e a preparação de um DEA para uso, ou até que os profissionais do SME assumam o cuidado da vítima ou que a vítima comece a se mover.

2010 (Antigo):^ Se a pessoa presente não tiver treinamento em RCP, ela deverá aplicar a RCP somente com compressão na vítima adulta que apresentar colapso súbito, com ênfase em "comprimir com força e rapidez" no centro do tórax, ou seguir as instruções do atendente do SME. O socorrista deve continuar a RCP somente com compressão até a chegada e a preparação de um DEA para uso ou até que os profissionais do SME assumam o cuidado da vítima. Todos os socorristas leigos treinados devem, no mínimo, aplicar compressões torácicas em vítimas de PCR. Além disso, se o socorrista leigo treinado puder realizar ventilações de resgate, as compressões e as ventilações devem ser aplicadas na relação de 30 compressões para cada

8 American Heart Association

Por quê: Há dados epidemiológicos substanciais que demonstram a grande carga de doenças oriunda de overdoses de opioides letais, bem como alguns casos de sucesso documentados em estratégias nacionais direcionadas para a administração de naloxona por transeuntes em pessoas sob risco. Em 2014, o autoinjetor de naloxona foi aprovado pela Food and Drug Administration dos EUA para uso por socorristas leigos e profissionais de saúde.^7 A rede de treinamento em ressuscitação solicitou informações sobre a melhor maneira de incorporar esse dispositivo nas diretrizes e no treinamento de SBV para adultos. Essa recomendação inclui o tratamento recém-aprovado.

Suporte Básico de Vida para

Adultos e Qualidade da

RCP: SBV Aplicado por Profissionais

de Saúde

Resumo dos principais pontos de discussão e alterações

Entre as principais questões e alterações feitas nas recomendações da Atualização das Diretrizes de 2015 para profissionais de saúde estão:

  • Estas recomendações permitem flexibilidade no acionamento do serviço médico de emergência para corresponder melhor ao ambiente clínico do profissional de saúde.
  • Socorristas treinados são encorajados a executar simultaneamente algumas etapas (ou seja, verificar se há respiração e pulso ao mesmo tempo), na tentativa de reduzir o tempo até a primeira compressão torácica.
  • Equipes integradas por socorristas bem treinados podem usar uma abordagem coreografada que execute várias etapas e avaliações simultaneamente, em vez do modo sequencial, utilizado por socorristas individuais (por exemplo, um socorrista ativa o serviço médico de emergência, enquanto outro começa as compressões torácicas, e um terceiro fornece ventilação ou busca o dispositivo bolsa-válvula-máscara para ventilações de resgate, e um quarto busca e prepara o desfibrilador).
  • Tem-se dado maior ênfase em RCP de alta qualidade, que utiliza metas de desempenho (com frequência e profundidade de compressão torácica adequadas, permitindo retorno total do tórax entre as compressões, minimizando interrupções nas compressões e evitando ventilação excessiva). Consulte a Tabela 1.
  • A frequência das compressões foi modificada para o intervalo de 100 a 120/min.
  • A profundidade das compressões em adultos foi modificada para pelo menos 2 polegadas (5 cm), mas não deve ser superior a 2,4 polegadas (6 cm). - Para que haja retorno total da parede do tórax após cada compressão, os socorristas devem evitar apoiar-se no tórax entre as compressões. - Os critérios para minimizar as interrupções são esclarecidos, com a maior meta possível na fração de compressões torácicas, com alvo de pelo menos 60%. - Em locais onde os sistemas de SME já adotaram conjuntos de procedimentos que envolvem compressões torácicas contínuas, o uso de técnicas de ventilação passiva pode ser considerado parte desse conjunto para vítimas de PCREH. - Em pacientes com RCP em curso e uma via aérea avançada instalada, recomenda-se uma frequência de ventilação simplificada de 1 respiração a cada 6 segundos (10 respirações por minuto).

Estas alterações foram concebidas para simplificar o treinamento do profissional de saúde e continuar enfatizando a necessidade de aplicar uma RCP de alta qualidade, o quanto antes, em vítimas de PCR. Mais informações sobre estas alterações encontram-se a seguir.

Nos tópicos a seguir, destinados a profissionais de saúde, o sinal de asterisco (*) indica aqueles que são semelhantes para profissionais de saúde e socorristas leigos.

Reconhecimento imediato e acionamento do serviço médico de emergência

2015 (Atualizado):^ Os profissionais de saúde devem pedir ajuda nas proximidades ao encontrarem uma vítima que não responde, mas seria bastante prático o profissional de saúde continuar a avaliar a respiração e o pulso simultaneamente antes de acionar totalmente o serviço médico de emergência (ou telefonar para pedir apoio).

2010 (Antigo):^ O profissional de saúde deve verificar se há resposta, olhando para o paciente, para determinar se a respiração está anormal ou ausente.

Por quê: A intenção das alterações feitas nas recomendações é minimizar atrasos e incentivar a rapidez e a eficiência na avaliação e na resposta simultâneas, em vez de uma abordagem lenta, metódica, passo a passo.

Ênfase nas compressões torácicas*

2015 (Atualizado):^ É sensato que os profissionais de saúde apliquem compressões torácicas e ventilação em todos os pacientes adultos com PCR, seja por uma causa cardíaca ou não cardíaca. Além disso, os profissionais de saúde podem adaptar a sequência de ações de resgate à causa mais provável da PCR.

2010 (Antigo):^ É esperado que o SME e os socorristas profissionais nos hospitais apliquem compressões torácicas e ventilações de resgate em vítimas de PCR.

Tabela 1 O que fazer e o que não fazer no SBV para obter uma RCP de alta qualidade para adultos

Os socorristas devem Os socorristas não devem

Realizar compressões torácicas a uma frequência de 100 a 120/min Comprimir a uma frequência inferior a 100/min ou superior a 120/min

Comprimir a uma profundidade de pelo menos 2 polegadas (5 cm) Comprimir a uma profundidade inferior a 2 polegadas (5 cm) ou superior a 2,4 polegadas (6 cm)

Permitir o retorno total do tórax após cada compressão Apoiar-se sobre o tórax entre compressões

Minimizar as interrupções nas compressões Interromper as compressões por mais de 10 segundos

Ventilar adequadamente (2 respirações após 30 compressões, cada respiração administrada em 1 segundo, provocando a elevação do tórax)

Aplicar ventilação excessiva (ou seja, uma quantidade excessiva de respirações ou respirações com força excessiva)

8 American Heart Association

Destaques da Atualização das Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACE 9

Por quê: A RCP somente com compressão é recomendada para socorristas não treinados, pois é relativamente fácil para os atendentes orientá-los com instruções por telefone. Espera-se que os profissionais de saúde sejam treinados em RCP e possam executar compressões e ventilações com eficiência. No entanto, a prioridade do profissional, sobretudo se atuando sozinho, ainda deve ser ativar o serviço médico de emergência e aplicar compressões torácicas. Pode haver circunstâncias que justifiquem uma alteração na sequência, como a disponibilidade de um DEA que o profissional possa rapidamente buscar e usar.

Choque primeiro versus RCP primeiro

2015 (Atualizado):^ Em PCR de adultos presenciada, quando há um DEA disponível imediatamente, deve-se usar o desfibrilador o mais rapidamente possível. Em adultos com PCR sem monitoramento ou quando não houver um DEA prontamente disponível, deve-se iniciar a RCP enquanto o desfibrilador é obtido e aplicado e tentar a desfibrilação, se indicada, assim que o dispositivo estiver pronto para uso.

2010 (Antigo):^ Ao presenciar uma PCR extra-hospitalar e havendo um DEA prontamente disponível no local, o socorrista deverá iniciar a RCP com compressões torácicas e usar o DEA o quanto antes. Profissionais de saúde que tratem de um PCR em hospitais ou outras instituições com DEAs ou desfibriladores no local devem aplicar a RCP imediatamente e usar o DEA/ desfibrilador tão logo o equipamento esteja disponível. Estas recomendações foram concebidas como apoio à RCP precoce e à desfibrilação inicial, em particular quando há um DEA ou um desfibrilador disponível instantes após o ataque da PCR. Quando a PCREH não for presenciada pelo pessoal do SME, o SME poderá iniciar a RCP enquanto verifica o ritmo com o DEA ou no ECG e se prepara para a desfibrilação. Em tais circunstâncias, podem-se considerar de 1½ a 3 minutos de RCP antes da tentativa de desfibrilação. Quando houver dois ou mais socorristas presentes, aplique a RCP enquanto se busca o desfibrilador.

Em PCR no hospital, há pouca evidência para sustentar ou refutar a RCP antes da desfibrilação. Contudo, em pacientes monitorados, o tempo desde a fibrilação ventricular (FV) até a administração do choque deve ser inferior a 3 minutos, devendo-se aplicar a RCP enquanto o desfibrilador é preparado.

Por quê: (^) Embora inúmeros estudos tenham se dedicado a saber se há algum benefício obtido com a aplicação de compressões torácicas por um determinado período (normalmente, 1,5 a 3 minutos) antes da administração do choque, não se observou nenhuma diferença no desfecho quando comparado com a administração do choque tão logo o DEA esteja pronto. A RCP deve ser administrada enquanto as pás do DEA são aplicadas e até que o DEA esteja pronto para analisar o ritmo.

Velocidade das compressões torácicas:

100 a 120/min*

2015 (Atualizado):^ Em vítimas adultas de PCR, o correto é que os socorristas apliquem compressões torácicas a uma frequência de 100 a 120/min.

2010 (Antigo):^ É sensato que os socorristas leigos e profissionais de saúde realizem compressões torácicas a uma frequência mínima de 100 compressões por minuto.

Por quê: (^) A frequência mínima recomendada para as compressões continua sendo de 100/min. O limite superior de 120/min para a frequência foi adicionado porque, segundo uma série ampla de registros, à medida que a frequência das compressões aumenta e ultrapassa 120/min, a profundidade das compressões diminui de forma dependente da dose.

Por exemplo, a proporção de compressões de profundidade inadequada era de cerca de 35%, para uma frequência de compressões de 100 a 119/min, mas aumentava com profundidade inadequada em 50% das compressões, quando a frequência das compressões era de 120 a 139/min, e com uma profundidade inadequada em 70% das compressões, quando a frequência de compressões era superior a 140/min.

Profundidade das compressões torácicas*

2015 (Atualizado):^ Durante a RCP manual, os socorristas devem aplicar compressões torácicas até uma profundidade de, pelo menos, 2 polegadas (5 cm) para um adulto médio, evitando excesso na profundidade das compressões torácicas (superiores a 2,4 polegadas (6 cm)).

2010 (Antigo):^ O esterno adulto deve ser comprimido, no mínimo, 2 polegadas (5 cm).

Por quê: A profundidade das compressões, de aproximadamente 5 cm, está associada a uma maior probabilidade de desfechos favoráveis em comparação com compressões menos profundas. Embora haja menos evidências sobre a existência de um limite superior além do qual as compressões poderiam ser demasiadamente profundas, um recente pequeno estudo sugere possíveis lesões (não potencialmente fatais) causadas pelo excesso de profundidade das compressões torácicas (superior a 2,4 polegadas (6 cm). Pode ser difícil julgar a profundidade de compressão sem o uso de dispositivos de feedback. A identificação dos limites superiores da profundidade de compressão também pode ser um desafio. É importante que os socorristas saibam que a profundidade das compressões torácicas é geralmente mais superficial do que profunda demais.

Retorno do tórax*

2015 (Atualizado):^ Os socorristas devem evitar apoiar-se sobre o tórax entre as compressões, para permitir o retorno total da parede do tórax em adultos com PCR.

2010 (Antigo):^ Cabe aos socorristas permitir o retorno total do tórax após cada compressão, para que o coração se encha completamente antes da próxima compressão.

Por quê: (^) O retorno total da parede do tórax ocorre quando o esterno retorna à posição natural ou neutra durante a fase de descompressão da RCP. O retorno da parede do tórax cria uma pressão intratorácica negativa relativa que promove o retorno venoso e o fluxo sanguíneo cardiopulmonar. Ao apoiar- se sobre a parede torácica entre as compressões, impede-se o retorno total da parede do tórax. Quando incompleto, o retorno aumenta a pressão intratorácica e reduz o retorno venoso, a pressão de perfusão coronária e o fluxo sanguíneo do miocárdio, podendo influenciar os desfechos da ressuscitação.

Minimização de interrupções nas compressões torácicas*

2015 (Reconfirmação de 2010):^ Os socorristas devem tentar minimizar a frequência e a duração das interrupções das compressões, para maximizar o número de compressões aplicadas por minuto.

2015 (Novo):^ Para adultos em PCR que recebem RCP sem via aérea avançada, pode-se realizar a RCP com a intenção de obter uma fração de compressão torácica tão alta quanto possível, tendo como meta pelo menos 60%.

Destaques da Atualização das Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACE 9

Destaques da Atualização das Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACEDestaques da Atualização das Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACE 1111

Por quê: As interrupções das compressões torácicas podem ser propositais, como parte dos cuidados necessários (ou seja, análise do ritmo e ventilação), ou involuntárias (isto é, distração do socorrista). A fração das compressões torácicas é uma medida da proporção do tempo total de ressuscitação durante o qual são executadas as compressões. Para aumentar a fração de compressões torácicas, devem-se minimizar as pausas. A meta ideal de fração das compressões torácicas ainda não foi definida. A adição de uma meta na fração das compressões visa limitar as interrupções das compressões e maximizar a perfusão coronária e o fluxo sanguíneo coronário durante a RCP.

Comparação dos principais elementos do SBV

em adultos, crianças e bebês

A Tabela 2 apresenta os principais elementos do SBV para adultos, crianças e bebês de 2015 (excluindo-se a RCP para bebês recém-nascidos).

Feedback das compressões torácicas

2015 (Atualizado):^ É aceitável utilizar dispositivos de feedback audiovisuais durante a RCP, para otimizar, em tempo real, o desempenho da RCP.

2010 (Antigo):^ Novos dispositivos de feedback para RCP podem ser úteis no treinamento de socorristas e como parte de uma estratégia geral para melhorar a qualidade da RCP em ressuscitações reais. O treinamento da complexa combinação de habilidades necessária para a adequada execução de compressões torácicas deve se concentrar em demonstrar perícia.

Por quê: (^) A tecnologia permite o monitoramento em tempo real, a gravação e o feedback da qualidade da RCP, incluindo parâmetros fisiológicos do paciente e de desempenho do socorrista. Esses dados importantes podem ser usados em tempo real durante a ressuscitação, em reuniões de consolidação após a ressuscitação e em programas de melhoria da qualidade que abranjam todo o sistema. Manter o foco durante a RCP nas características da taxa das compressões, na profundidade e no retorno do tórax, minimizando simultaneamente as interrupções, é um desafio complexo, mesmo para profissionais altamente treinados. Há algumas evidências de que o feedback da RCP pode ser eficaz no sentido de modificar a taxa das compressões torácicas quando forem muito altas. Há também evidências separadas de que o feedback da RCP diminui a força de apoio durante as compressões torácicas. No entanto, até o momento, nenhum estudo demonstrou nenhuma melhoria significativa no desfecho neurológico favorável ou na sobrevivência à alta hospitalar com o uso de dispositivos de feedback para RCP durante eventos reais de PCR.

Atraso na ventilação

2015 (Novo):^ Em PCREH presenciada, com ritmo chocável, os sistemas de SME, que atendem com base na prioridade e cuja resposta é dividida em diversos níveis, podem atrasar a ventilação com pressão positiva (PPV), utilizando uma estratégia de até 3 ciclos de 200 compressões contínuas com insuflação de oxigênio passiva e equipamentos acessórios para vias aéreas.

Por quê: (^) Vários sistemas de SME têm testado a estratégia de aplicar compressões torácicas iniciais contínuas com atraso na PPV em adultos que sejam vítimas de PCREH. Em todos esses sistemas de SME, os profissionais recebem treinamento adicional, com ênfase na aplicação de compressões torácicas de alta qualidade. Três estudos realizados em sistemas que utilizam atendimento baseado em prioridade, com resposta

dividida em diversas camadas, em comunidades urbanas e rurais, e que oferecem um pacote de serviços de atendimento que incluam até 3 ciclos de insuflação passiva de oxigênio, inserção de equipamentos acessórios para vias aéreas e 200 compressões torácicas contínuas com choques interpostos, mostraram melhora da sobrevivência, com estado neurológico favorável, para vítimas com PCR presenciada ou ritmo chocável.

Ventilação durante a RCP com via aérea avançada

2015 (Atualizado):^ O socorrista pode administrar 1 ventilação a cada 6 segundos (10 respirações por minuto), enquanto são aplicadas compressões torácicas contínuas (ou seja, durante a RCP com via aérea avançada).

2010 (Antigo):^ Quando houver uma via aérea avançada (ou seja, tubo endotraqueal, tubo esofagotraqueal ou máscara laríngea) durante uma RCP com 2 pessoas, administre 1 ventilação a cada 6 a 8 segundos, sem tentar sincronizar as respirações entre as compressões (o que se traduz em 8 a 10 ventilação por minuto).

Por quê: Essa proporção única e simples para adultos, crianças e bebês, em vez de um intervalo de ventilações por minuto, é mais fácil de aprender, memorizar e realizar.

Time de ressuscitação: Princípios básicos

2015 (Novo):^ Para profissionais de saúde, a Atualização das Diretrizes de 2015 proporciona flexibilidade para acionar o serviço médico de emergência e para o controle subsequente, a fim de melhor corresponder ao ambiente clínico do profissional (Figura 5).

Por quê: (^) As etapas do algoritmo de SBV são tradicionalmente apresentadas como uma sequência, para ajudar o socorrista que atua sozinho a priorizar as ações. No entanto, existem vários fatores em qualquer ressuscitação (por exemplo, tipo de PCR, localização, presença de profissionais treinados nas proximidades, necessidade de o socorrista deixar a vítima para ativar o serviço médico de emergência) que podem exigir modificações na sequência do SBV. Os algoritmos de SBV atualizados para profissionais de saúde têm o objetivo de comunicar quando e onde cabe haver flexibilidade na sequência.

Técnicas Alternativas e Dispositivos

Auxiliares para RCP

Resumo dos principais pontos de discussão e alterações

A RCP convencional, que consiste em compressões torácicas manuais intercaladas com ventilação de resgate, é ineficiente, de forma inerente, no que diz respeito à geração de débito cardíaco significativo. Várias alternativas e adjuntos para a RCP convencional foram desenvolvidos com o objetivo de aumentar o débito cardíaco durante a ressuscitação por PCR. Desde a publicação das Diretrizes de 2010, diversos ensaios clínicos têm fornecido novos dados sobre a eficácia dessas alternativas.

Em comparação com a RCP convencional, muitas dessas técnicas e dispositivos requerem equipamento e treinamento especializados. Quando os socorristas ou os sistemas de saúde estão considerando a implantação, deve-se salientar que algumas técnicas e dispositivos foram testados somente em subgrupos altamente seletos de pacientes com PCR.

  • Não se recomenda o uso rotineiro do dispositivo de limiar de impedância (DLI) como adjunto à RCP convencional.

1212 American Heart AssociationAmerican Heart Association

Algoritmo de PCR em adultos para profissionais da saúde de SBV - Atualização de 2015

Figura 5

Não, não chocável

Sim, chocável

Sem respiração normal, com pulso

O DEA chega.

Verifique o ritmo. Ritmo chocável?

Aplique 1 choque. Reinicie a RCP imediatamente por cerca de 2 minutos (até avisado pelo DEA para a verificação do ritmo). Continue até que o pessoal de SAV assuma ou até que a vítima comece a se MOVIMENTAR.

Administre ventilações de resgate: 1 respiração a cada 5 a 6 segundos, ou cerca de 10 a 12 respirações/min.

  • Ative o serviço médico de emergência (caso ainda não o tenha feito) após 2 minutos.
  • Continue as ventilações de resgate; verifique o pulso a cada 2 minutos. Na ausência de pulso, inicie a RCP (vá para o quadro “RCP”).
  • Em caso de possível overdose de opioides, administre naloxona, se disponível, de acordo com o protocolo.

Reinicie a RCP imediatamente por cerca de 2 minutos (até avisado pelo DEA para a verificação do ritmo). Continue até que o pessoal de SAV assuma ou até que a vítima comece a se MOVIMENTAR.

RCP

Inicie ciclos de 30 compressões e 2 ventilações. Use o DEA assim que ele estiver disponível.

Monitore até a chegada do serviço de emergência.

Verifique a segurança do local.

Vítima não responde. Grite por ajuda para alguém próximo Acione o serviço médico de emergência por telefone celular (se apropriado). Obtenha um DEA e equipamentos de emergência (ou peça para alguém fazê-lo).

Verifique se não há respiração ou se há somente gasping e verifique o pulso (simultaneamente). É possível sentir definitivamente o pulso em 10 segundos?

Respiração normal, com pulso

Sem respiração ou apenas com gasping, sem pulso

A essa altura, em todos os cenários, o serviço médico de emergência ou o apoio já foram acionados, e o DEA e os equipamentos de emergência já foram buscados ou estão a caminho.

SBV para Profissionais de Saúde Algoritmo de PCR em adultos - Atualização de 2015

1414 American Heart AssociationAmerican Heart Association

  • Estudos sobre o uso da lidocaína após a RCE são conflitantes, e não se recomenda o seu uso de rotina. No entanto, pode-se considerar o início ou a continuação da lidocaína imediatamente após a RCE após uma PCR em FV/TVSP.
  • Um estudo observacional sugere que o uso de ß-bloqueadores após a PCR pode estar associado a melhores desfechos do que quando não se utilizam ß-bloqueadores. Embora esse estudo observacional não constitua evidência suficientemente forte para recomendar o uso rotineiro, pode-se considerar o início ou a continuação de um ß-bloqueador oral ou endovenoso imediatamente após a hospitalização por PCR devida a FV/TVSP.

Vasopressores para ressuscitação: Vasopressina

2015 (Atualizado):^ A vasopressina em combinação com a epinefrina não oferece nenhuma vantagem como substituto da dose padrão de epinefrina em PCR.

2010 (Antigo):^ Uma dose de 40 unidades EV/IO de vasopressina pode substituir a primeira ou a segunda dose de epinefrina no tratamento da PCR.

Por quê: (^) A administração de epinefrina e vasopressina durante a PCR mostrou melhorar a RCE. A análise das evidências disponíveis mostra que a eficácia das 2 drogas é semelhante e que não há benefício comprovado de administrar a epinefrina junto com a vasopressina, em comparação com a epinefrina isoladamente. Em prol da simplicidade, a vasopressina foi removida do Algoritmo de PCR em adultos.

Vasopressores para ressuscitação: Epinefrina

2015 (Novo):^ Pode-se administrar epinefrina, tão logo possível, após o início da PCR devido a um ritmo inicial não chocável.

Por quê: (^) Em um grande estudo observacional sobre PCR com ritmo não chocável, comparou-se a administração de epinefrina no período de 1 a 3 minutos com a administração de epinefrina em 3 intervalos posteriores (4 a 6, 7 a 9 e superior a 9 minutos). No estudo, constatou-se uma associação entre a administração precoce de epinefrina e o aumento da RCE, da sobrevivência à alta hospitalar e da sobrevivência neurologicamente intacta.

ETCO 2 para previsão do fracasso da ressuscitação

2015 (Novo):^ Em pacientes intubados, a incapacidade de obter um ETCO 2 superior a 10 mmHg por capnografia com forma de onda após 20 minutos de RCP pode ser considerada um componente de uma abordagem multimodal para decidir quando terminar os esforços de ressuscitação, mas não deve ser utilizada isoladamente.

Por quê: (^) A incapacidade de obter um ETCO 2 igual a 10 mmHg por capnografia com forma de onda após 20 minutos de ressuscitação foi associada a pouquíssima chance de RCE e sobrevivência. No entanto, os estudos realizados até a presente data são limitados, por apresentarem possíveis fatores de confusão e incluírem um número relativamente pequeno de pacientes. Por isso, não é aconselhável confiar unicamente no ETCO 2 para determinar quando terminar a ressuscitação.

RCP extracorpórea

2015 (Novo):^ A ECPR pode ser considerada entre determinados pacientes com PCR que não tenham respondido à RCP convencional inicial, em ambientes em que se possa implementá-la rapidamente.

Por quê: Embora nenhum estudo de alta qualidade tenha comparado a ECPR com a RCP convencional, vários estudos de menor qualidade sugerem melhora da sobrevivência, com bons desfechos neurológicos para determinadas populações de pacientes. Como a ECPR requer muitos recursos e é cara, considere-a apenas quando o paciente tiver uma probabilidade razoavelmente alta de benefícios - em casos em que o paciente tiver uma doença potencialmente reversível ou como apoio a pacientes que esperam por um transplante cardíaco.

Tratamento medicamentoso pós-PCR: Lidocaína

2015 (Novo):^ Não há evidências adequadas que respaldem o uso rotineiro de lidocaína após a PCR. No entanto, pode-se considerar o início ou a continuação da lidocaína imediatamente após a RCE causada por uma PCR devida a FV/TVSP.

Por quê: (^) Embora estudos anteriores tenham mostrado associação entre a administração de lidocaína após o infarto do miocárdio e o aumento da mortalidade, um estudo recente sobre lidocaína, feito com sobreviventes de PCR, mostrou uma diminuição na incidência de FV/TVSP recorrente, mas sem benefícios nem danos no longo prazo.

Tratamento medicamentoso pós-PCR: ß -bloqueadores

2015 (Novo):^ Não há evidências adequadas que respaldem o uso rotineiro de ß-bloqueadores após a PCR. No entanto, pode-se considerar o início ou a continuação de um ß-bloqueador oral ou EV imediatamente após a hospitalização causada por uma PCR devida a FV/TVSP.

Por quê: (^) Em um estudo observacional com pacientes que tiveram RCE após uma PCR por FV/TVSP, a administração de um ß-bloqueador foi associada à maior probabilidade de sobrevivência. No entanto, esta constatação é apenas uma relação associativa. O uso rotineiro de ß-bloqueadores após a PCR é potencialmente perigoso, pois os ß-bloqueadores podem causar ou agravar a instabilidade hemodinâmica, exacerbar a insuficiência cardíaca e causar bradiarritmias. Portanto, os profissionais devem avaliar os pacientes individualmente para saber se eles estão aptos para receber ß-bloqueadores.

Cuidados Pós-PCR

Resumo dos principais pontos de discussão e alterações

Entre as principais questões e alterações feitas nas recomendações da Atualização das Diretrizes de 2015 para o tratamento da PCR estão:

  • A angiografia coronária de emergência é recomendada para todos os pacientes que apresentem supradesnivelamento do segmento ST e para pacientes hemodinâmica ou eletricamente instáveis sem supradesnivelamento do segmento ST, para os quais haja suspeita de lesão cardiovascular.
  • As recomendações de controle direcionado de temperatura foram atualizadas com novas evidências que sugerem ser aceitável uma faixa de temperatura que deve ser atingida no período pós-PCR.
  • Finalizado o controle direcionado de temperatura, o paciente pode apresentar febre. Embora haja dados observacionais conflitantes sobre os danos causados pela febre após o controle direcionado de temperatura, a sua prevenção é considerada benigna e, portanto, deve ser almejada.
  • A identificação e a correção da hipotensão são recomendadas no período imediatamente após a PCR.

Destaques da Atualização das Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACEDestaques da Atualização das Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACE 1515

  • Atualmente, recomenda-se o prognóstico em um prazo superior a 72 horas após a conclusão do controle direcionado de temperatura; nos casos em que não há esse tipo de controle, recomenda-se avaliar o prognóstico em um prazo superior a 72 horas após a RCE.
  • Todos os pacientes que evoluírem para morte cerebral ou circulatória após a PCR inicial devem ser considerados possíveis doadores de órgãos.

Angiografia coronária

2015 (Atualizado):^ A angiografia coronária deve ser realizada em caráter de emergência (em vez de ao final do período de internação ou de simplesmente não realizá-la) para pacientes com PCREH com suspeita de PCR de etiologia cardíaca e supradesnivelamento do segmento ST no ECG. A angiografia coronária de emergência é aconselhada para determinados pacientes adultos (por exemplo, elétrica ou hemodinamicamente instáveis) que estejam em coma após uma PCREH com suspeita de origem cardíaca, mas sem supradesnivelamento do segmento ST no ECG. A angiografia coronária é aconselhada em pacientes pós-PCR para os quais haja indicação desse tipo de procedimento, independentemente de o paciente estar em coma ou acordado.

2010 (Antigo):^ A ICP primária (ICPP) após a RCE em indivíduos com PCR de etiologia presumidamente isquêmica cardíaca pode ser administrada, mesmo na ausência de um IAMST claramente definido. O tratamento adequado das síndromes coronárias agudas (SCA) ou do IAMST, inclusive ICP ou fibrinólise, deve ser iniciado independentemente do estado de coma.

Por quê: (^) Vários estudos observacionais constataram associações positivas entre a revascularização coronária de emergência e a sobrevivência e desfechos funcionais favoráveis. Na ausência de PCR, as diretrizes já recomendam o tratamento de emergência do IAMST e da SCA sem supradesnivelamento do segmento ST com instabilidade hemodinâmica ou elétrica. Por ser possível melhorar o desfecho do coma com a correção da instabilidade cardíaca, e como o prognóstico do coma não pode ser determinado de forma confiável nas primeiras horas após a PCR, o tratamento de emergência de pacientes pós-PCR deve seguir diretrizes idênticas.

Controle direcionado da temperatura

2015 (Atualizado):^ Todos os pacientes adultos comatosos (ou seja, sem resposta sensata a comandos verbais) com RCE após a PCR devem ser submetidos ao CDT (controle direcionado de temperatura), tendo como temperatura-alvo entre 32 °C e 36 °C, mantida constantemente durante pelo menos 24 horas.

2010 (Antigo):^ Pacientes adultos comatosos (isto é, sem resposta adequada a comandos verbais) com RCE após PCR por FV extra-hospitalar devem ser resfriados até 32°C a 34 °C durante 12 a 24 horas. Pode-se também considerar a hipotermia induzida em pacientes adultos comatosos com RCE após uma PCRIH, com qualquer ritmo inicial, ou após uma PCREH com ritmo inicial de atividade elétrica sem pulso ou assístole.

Por quê: Estudos preliminares sobre o CDT examinaram o resfriamento a temperaturas entre 32 °C e 34 °C, em comparação com a ausência de um CDT bem definido. Constatou-se melhora no desfecho neurológico nos pacientes em que a hipotermia foi induzida. Um recente estudo de alta qualidade comparou o controle da temperatura a 36 °C e a 33 °C, obtendo-se desfechos semelhantes em ambos. Analisados em conjunto, os estudos iniciais sugerem que o CDT é benéfico. Portanto, continua valendo a recomendação de selecionar uma única temperatura-alvo e aplicar o CDT. Tendo em vista que 33 °C não é melhor que 36 °C, os clínicos podem escolher entre uma ampla faixa de temperaturas-alvo. A temperatura escolhida pode ser determinada com base na preferência do médico ou em fatores clínicos.

Continuação do controle de temperatura além de 24 horas

2015 (Novo):^ É aconselhável evitar ativamente a febre em pacientes comatosos após o CDT.

Por quê: (^) Em alguns estudos observacionais, a febre, após o reaquecimento com relação ao CDT, está associada ao agravamento dos danos neurológicos, embora os estudos sejam conflitantes. Como a prevenção da febre após o CDT é relativamente benigna, e a febre pode estar associada a danos, a indicação é a de prevenir a febre.

Resfriamento extra-hospitalar

2015 (Novo):^ Não é recomendado o resfriamento pré-hospitalar rotineiro de pacientes com infusão rápida de fluidos EV frios após a RCE.

Por quê: (^) Antes de 2010, o resfriamento de pacientes no ambiente pré-hospitalar ainda não tinha sido extensamente avaliado. Presumia-se que o início precoce do resfriamento pudesse proporcionar outros benefícios e, também, que o início pré-hospitalar pudesse facilitar e incentivar o resfriamento contínuo no ambiente hospitalar. Estudos de alta qualidade recém-publicados não demonstraram nenhum benefício no resfriamento pré-hospitalar. Além disso, identificaram possíveis complicações ao usar fluidos EV frios para resfriamento pré-hospitalar.

Metas hemodinâmicas após a ressuscitação

2015 (Novo):^ É aconselhável evitar e corrigir imediatamente a hipotensão (pressão arterial sistólica inferior a 90 mmHg, pressão arterial média inferior a 65 mmHg) durante os cuidados pós-PCR.

Por quê: Em estudos sobre pacientes após a PCR, constatou- se que a pressão arterial sistólica inferior a 90 mmHg ou a pressão arterial média inferior a 65 mmHg está associada ao aumento da mortalidade e à redução da recuperação funcional, enquanto a pressão arterial sistólica superior a 100 mmHg está associada a uma melhor recuperação. Embora valores de pressão mais elevados pareçam melhores, não foi possível identificar os alvos específicos das pressões arteriais sistólica e média, já que nos ensaios, normalmente, estudou- se um conjunto de várias intervenções, inclusive o controle hemodinâmico. Além disso, como a pressão arterial basal varia de paciente para paciente, diferentes pacientes podem apresentar diferentes necessidades para manter a perfusão ideal dos órgãos.

Destaques da Atualização das Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACEDestaques da Atualização das Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACE 1717

2010 (Antigo):^ Se os profissionais não forem treinados para interpretar o ECG de 12 derivações, recomenda-se a transmissão em campo do ECG (telemedicina) ou um relatório automatizado para o hospital receptor.

2010 (Antigo):^ O hospital receptor deve ser notificado sobre os pacientes que foram identificados com IAMST.

Por quê: (^) O ECG de 12 derivações é um exame barato, de fácil execução, e pode rapidamente demonstrar as evidências de supradesnivelamento agudo do ST. A preocupação de que a interpretação de ECGs, feita por profissionais que não são médicos, possa levar a um sobrediagnóstico, com consequente uso excessivo de recursos ou, por outro lado, a um subdiagnóstico, que possa provocar atraso no tratamento, tem inibido a expansão dos programas de ECG para sistemas de SME. Preocupações semelhantes existiam com relação à interpretação automatizada de ECGs por computador. Uma revisão da literatura mostra que, quando a fibrinólise não é administrada no cenário pré-hospitalar, a notificação imediata do hospital sobre a chegada iminente de um paciente com supradesnivelamento do segmento ST ou a ativação pré-hospitalar do laboratório de hemodinâmica reduz o tempo de reperfusão, a morbidade e a mortalidade. Como pode demorar um pouco para que um profissional inexperiente desenvolva habilidade para interpretar ECGs de 12 derivações, a interpretação automarizada provavelmente aumenta a precisão da interpretação quando usada em conjunto com a interpretação por um profissional treinado que não seja médico.

Reperfusão

2015 (Novo):^ Quando a fibrinólise pré-hospitalar estiver disponível nas unidades de tratamento do IAMST e for possível fazer o transporte direto a um centro de ICP, deve-se dar preferência à triagem pré-hospitalar e ao transporte direto ao centro de ICP, por haver uma pequena relativa redução na incidência de hemorragia intracraniana. Não há, contudo, nenhuma evidência de benefícios de uma terapia sobre a outra em termos de mortalidade.

2015 (Novo):^ Em pacientes adultos que apresentam IAMST no serviço de emergência de um hospital sem capacidade de realizar ICP, recomenda-se a transferência imediata, sem fibrinólise, para um centro de ICP, ao invés da fibrinólise imediata no hospital inicial com posterior transferência para ICP motivadas por isquemia.

2015 (Novo):^ Quando não for possível transferir, em tempo hábil, pacientes com IAMST para um hospital com capacidade de realizar ICP, o tratamento fibrinolítico com posterior transferência de rotina para angiografia (veja abaixo) pode ser uma alternativa aceitável comparada à transferência imediata para ICP primária.

2015 (Novo):^ Ao administrar o tratamento fibrinolítico em um paciente com IAMST em um hospital sem capacidade de realizar ICP, aconselha-se transportar todos os pacientes após a fibrinólise para a realização imediata de uma angiografia de rotina nas primeiras 3 a 6 horas e até 24 horas, em vez de transportá-los apenas quando for necessária uma angiografia motivada por isquemia.

2010 (Antigo):^ É aconselhável transferir pacientes de alto risco que tenham recebido reperfusão primária com tratamento fibrinolítico.

Por quê: (^) A fibrinólise tem sido o tratamento padrão para IAMST há mais de 30 anos. Nos últimos 15 anos, a ICP tornou-se mais disponível na maior parte da América do Norte e mostrou melhorar modestamente os resultados, em comparação com a fibrinólise, quando fornecida em tempo hábi e por profissionais experientes. No entanto, quando há atraso da ICPP, dependendo da extensão desse atraso, a fibrinólise imediata pode superar qualquer benefício adicional obtido com a ICP. A transferência direta para um hospital com capacidade de realizar ICP, em comparação com a fibrinólise pré-hospitalar, não gera nenhuma diferença na mortalidade, mas gera uma pequena redução relativa na incidência de hemorragia intracraniana. Um novo olhar sobre as evidências possibilitou a estratificação das recomendações de tratamento de acordo com o tempo decorrido desde o início do sintoma e o atraso previsto na ICPP, o que permitiu elaborar recomendações especificamente para médicos que atuam em hospitais sem capacidade de realizar ICP. A ICP imediata, após o tratamento com fibrinólise, não proporciona nenhum benefício adicional, mas a angiografia de rotina, realizada nas primeiras 24 horas após a fibrinólise, reduz a reincidência de infarto.

Troponina para identificar pacientes que possam receber alta do serviço de emergência com segurança

2015 (Novo):^ A troponina T e a troponina I de alta sensibilidade, medidas no início e duas horas depois (sem realizar a estratificação do risco clínico) não devem ser usadas isoladamente para excluir o diagnóstico de SCA, mas as medidas de troponina I de alta sensibilidade inferiores ao 99º percentil podem ser usadas em conjunto com escores de estratificação de baixo risco (TIMI com Escore de 0 ou 1, ou de baixo risco) para prever uma chance inferior a 1% de evento cardíaco adverso maior (major adverse cardiac event, MACE) em 30 dias. Além disso, as medidas negativas de troponina I ou troponina T no início e entre 3 e 6 horas podem ser utilizadas em conjunto com a estratificação de risco muito baixo (TIMi com score 0, score de risco baixo segundo a regra de Vancouver, score 0 segundo a Escala de Dor Torácica Norte-Americana e idade inferior a 50 anos, ou score HEART de baixo risco) para prever uma chance inferior a 1% de MACE em 30 dias.

2010 (Antigo):^ Se os biomarcadores forem inicialmente negativos nas seis primeiras horas após o início dos sintomas, recomenda-se que os biomarcadores sejam novamente dosados entre 6 a 12 horas após o início dos sintomas.

Por quê: Um resultado negativo no teste da troponina, se avaliado isoladamente ou em conjunto com uma avaliação de risco não estruturado, gera uma taxa inaceitavelmente elevada de MACE em 30 dias. No entanto, previsões baseadas em resultados negativos nos testes de troponina, aliadas a uma avaliação de risco estruturada, implicam um risco inferior a 1% de MACE em 30 dias.

1818 American Heart AssociationAmerican Heart Association

Outras intervenções

Quando um medicamento reduz a morbidade ou a mortalidade, Sua administração pré-hospitalar em comparação a administração intra- hospitalar antecipa a ação e pode diminuir ainda mais a morbidade ou a mortalidade. No entanto, quando o tempo de resposta e de transporte do SME em ambiente urbano é curto, a chance de efeito benéfico do medicamento pode não ser grande. Além disso, a adição de medicamentos aumenta a complexidade dos cuidados pré-hospitalares, o que pode, por sua vez, produzir efeitos negativos.

  • A inibição de difosfato de adenosina para pacientes hospitalizados com suspeita de IAMST tem sido recomendada há muitos anos. A administração de um inibidor de difosfato de adenosina no ambiente pré-hospitalar não proporciona nenhum benefício adicional nem danos em comparação com a espera para administrá-lo no hospital.
  • A heparina não fracionada (HNF), administrada em pacientes com IAMST no ambiente pré-hospitalar, não mostrou oferecer benefícios adicionais em comparação com sua administração no hospital. Em sistemas em que a administração pré-hospitalar de HNF já ocorre, é aconselhável continuar a usá-la. Quando não for utilizada no contexto pré-hospitalar, é aconselhável esperar para administrar a HNF quando da chegada ao hospital.
  • Antes das recomendações 2010, administrava-se oxigênio rotineiramente em todos os pacientes com suspeita de SCA, independentemente da saturação de oxigênio ou do quadro respiratório. Em 2010, as fracas evidências de nenhum benefício e de possíveis danos levaram à recomendação de que não era necessário fornecer oxigênio suplementar para pacientes com SCA que apresentassem saturação de oxi-hemoglobina igual a 94% ou superior (ou seja, sem hipoxemia) e nenhuma evidência de desconforto respiratório. Outras evidências de que a administração rotineira de oxigênio suplementar pode ser prejudicial, respaldadas por um estudo multicêntrico randomizado e controlado, publicado desde a revisão sistemática de 2015,^8 reforça a recomendação de que o oxigênio seja suspenso de pacientes com possível SCA que apresentem saturação de oxigênio normal (ou seja, que não apresentem hipoxemia).
  • Em pacientes com IAMST, aconselha-se a administração pré- hospitalar de HNF ou bivalirudina.
  • Em caso de pacientes com suspeita de IAMST que sejam transferidos para ICPP, a enoxaparina é uma alternativa à HNF.

Situações Especiais

em Ressuscitação

Resumo dos principais pontos de discussão e alterações

  • A experiência no tratamento de pacientes com suspeita ou diagnóstico de overdose de opioides tem demonstrado que a naloxona pode ser administrada com aparente segurança e eficácia no contexto de primeiros socorros e de SBV. Por esse motivo, recomenda-se agora a administração de naloxona por socorristas leigos e profissionais de saúde. Um treinamento simplificado já é oferecido. Além disso, é fornecido um novo algoritmo para o tratamento de vítimas que não respondem e que apresentam suspeita de overdose de opioides.
  • Pode-se considerar o uso de emulsão lipídica intravenosa (ELI) para o tratamento de toxicidade sistêmica por anestésico local. Além disso, há uma nova recomendação que defende uma possível função da ELI em pacientes que têm PCR e não respondem às medidas de ressuscitação convencionais em decorrência de toxicidade por drogas, e não de toxicidade sistêmica por anestésico local.
  • A importância da RCP de alta qualidade durante qualquer PCR levou à reavaliação das recomendações sobre o alívio da compressão aortocava em uma PCR durante a gravidez. Com essa reavaliação, refinaram-se as recomendações sobre as estratégias para deslocamento uterino.

Educação sobre overdose de opioides e treinamento e distribuição de naloxona

2015 (Novo):^ É adequado oferecer educação sobre resposta à overdose de opioides, isoladamente ou em conjunto com treinamento e distribuição de naloxona, para pessoas sob risco de overdose de opioides (ou que vivam ou estejam em contato frequente com essas pessoas). É aconselhável basear o treinamento nas recomendações de primeiros socorros e de SBV prestado por pessoas que não são profissionais de saúde, em vez de em práticas mais avançadas destinadas a profissionais de saúde.

Tratamento da overdose de opioides

2015 (Novo):^ A administração empírica de naloxona IM ou IN em todas as vítimas que não respondem em uma emergência potencialmente fatal, possivelmente associada a opioides, pode ser adequada como complemento aos protocolos convencionais de primeiros socorros e de SBV prestado por pessoas que não são profissionais de saúde. Em pacientes com suspeita ou diagnóstico de overdose de opioides que tenham pulso presente, mas sem respiração normal ou somente com gasping (ou seja, uma parada respiratória), além de prestar os cuidados convencionais, os socorristas adequadamente treinados devem administrar naloxona IM ou IN em pacientes com emergência respiratória associada a opioides (Figura 6). Os atendentes não devem retardar o acesso a serviços médicos mais avançados enquanto aguardam resposta do paciente à naloxona ou a outras intervenções.

A administração empírica de naloxona IM ou IN em todos os pacientes que não respondem à ressuscitação em emergência associada a opioides pode ser adequada como complemento aos protocolos convencionais de primeiros socorros e de SBV prestado por pessoas que não são profissionais de saúde. Os procedimentos de ressuscitação convencionais, inclusive a ativação do SME, não devem ser adiados para a administração de naloxona.

PCR em pacientes com suspeita ou diagnóstico de overdose de opioides

2015 (Novo):^ Pacientes sem pulso definido podem estar sofrendo uma PCR ou ter pulso fraco ou lento não detectado. Esses pacientes devem ser tratados como pacientes com PCR. As medidas de ressuscitação convencionais devem ter prioridade sobre a administração de naloxona, com foco em uma RCP de alta qualidade (compressões mais ventilação). Pode ser adequado administrar naloxona IM ou IN com base na possibilidade de o paciente estar sofrendo uma parada respiratória, e não uma PCR. Os atendentes não devem retardar o acesso a serviços médicos mais avançados enquanto aguardam resposta do paciente à naloxona ou a outras intervenções.

Por quê: (^) Anteriormente, a administração de naloxona não era recomendada para prestadores de primeiros socorros, pessoas que não são profissionais de saúde ou profissionais de SBV. No entanto, há atualmente dispositivos aprovados para administração de naloxona, destinados à utilização por socorristas leigos, disponíveis para uso nos Estados Unidos. O sucesso na implantação de programas de naloxona para socorristas leigos tem sido destacado pelos Centros de Controle de Doenças.^9 Embora não se espere que a naloxona seja benéfica na PCR, independentemente de causa ser ou não overdose de opioides, reconhece-se que pode ser difícil distinguir a PCR da depressão respiratória intensa em vítimas de overdose de opioides. Embora não haja evidências de que a administração de naloxona ajude o paciente em PCR, pode, no entanto, auxiliar em pacientes que não respondem, apresentam intensa depressão respiratória, que apenas pareçam estar sofrendo uma PCR (isto é, é difícil determinar se o pulso está presente).