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Adolf Lutz cap6, Notas de estudo de Química

ANÁLISE SENSORIAL

Tipologia: Notas de estudo

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ANÁLISE
SENSORIAL
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Capítulo VI - Análise sensorial
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IAL - 279

ANÁLISE

SENSORIAL

VI

CAPÍTULO

Capítulo VI - Análise sensorial

Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição 1ª Edição Digital

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Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição 1ª Edição Digital

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desprendidas e aspiradas são solubilizadas pela secreção aquosa que recobre as terminações

ciliadas, entrando em contato com os receptores nervosos e produzindo impulsos elétri-

cos. Estes, quando chegam ao cérebro, geram informações que, comparadas aos padrões

conhecidos por ele se encaixam como num sistema de “chave-fechadura”. Em média, o ser

humano pode distinguir de 2000 a 4000 impressões olfativas distintas. Para avaliar o poder

de discriminação, certas substâncias químicas comuns ou raras podem ser apresentadas

ao indivíduo para reconhecimento e identificação, como por exemplo: acético, alcoólico,

amoníaco, sulfídrico, pinho, lenhoso, cítrico, caramelo, mentol, eugenol, etc.

Audição

O ouvido humano tem a função de converter uma fraca onda mecânica no ar em es-

tímulos nervosos que são decodificados e interpretados por uma parte do cérebro, o córtex

auditivo, de forma a reconhecer diferentes ruídos. Para avaliar a capacidade de discrimina-

ção de indivíduos, algumas características peculiares dos produtos podem ser empregadas

utilizando simultaneamente os sentidos da audição e tato, como por exemplo: a dureza do

pé-de-moleque, a crocância do biscoito ou da batata frita, a mordida da maçã ou da azeito-

na e o grau de efervescência da bebida carbonatada, cujos sons ou ruídos são reconhecidos

pela quebra e mordida entre os dentes e o borbulhar do alimento.

Tato

É toda sensibilidade cutânea humana. É o reconhecimento da forma e estado dos

corpos por meio do contato direto com a pele. Ao tocar o alimento com as mãos ou com

a boca, o indivíduo facilmente avalia sua textura, mais do que quando utiliza a visão e a

audição. A textura, considerada como o grau da dureza, é definida como a força requerida

para romper uma substância entre os dentes molares (sólidos) ou entre a língua e o palato

(semi-sólidos). Para avaliar o poder de discriminação dos indivíduos, podem ser apresenta-

dos para reconhecimento alguns produtos de diferentes graus de dureza, como, por exem-

plo: a amêndoa (dura), a azeitona (firme), o requeijão (mole), etc.

Gosto

Na boca, a língua é o maior órgão sensório e está recoberta por uma membrana

cuja superfície contém as papilas, onde se localizam as células gustativas ou botões gus-

tativos e os corpúsculos de Krause, com as sensações táteis. O mecanismo de transmissão

da sensação gustativa se ativa quando estimulado por substâncias químicas solúveis que

se difundem pelos poros e alcançam as células receptoras que estão conectadas, de forma

única ou conjuntamente com outras, a uma fibra nervosa que transmite a sensação ao cére-

IAL - 283

bro. A sensibilidade não se limita apenas à língua, pois outras regiões também respondem

aos estímulos, como o palato duro, amídalas, epiglote, mucosa dos lábios, as bochechas e

superfície inferior da boca. A percepção mais conhecida envolve quatro gostos primários:

doce, salgado, ácido e amargo, sendo citado também o umami. Algumas soluções químicas

em concentrações diferentes são utilizadas para avaliar o poder de discriminação pelo

reconhecimento, como por exemplo: a sacarose, 5,76 g/L (doce); o cloreto de sódio,

1,19 g/L (salgado); a cafeína, 0,195 g/L (amargo); o ácido cítrico, 0,43 g/L (ácido); o

glutamato monossódico, 0,595 g/L (umami) e o sulfato heptahidratado de ferro II, 0,

g/L (metálico) (ISO/DIS 3972/1979). O espectro de gostos também pode incluir a presen-

ça de gostos secundários (alcalino e metálico) e os elementos sensíveis à química comum

(adstringente, refrescante, ardente, quente e frio). As sensações denominadas “picantes”

também definidas como “ardentes” ou “pungentes”, não são consideradas estímulos puros,

pois se percebe em toda a língua e garganta.

Preparo e apresentação de amostras

Os procedimentos de preparo e apresentação de amostras são etapas críticas e de-

vem ser padronizados segundo o tipo, a espécie ou a variedade de produto. Basicamente,

recomendam-se os seguintes procedimentos:

  • Amostra representativa e, se necessário, acompanhada da amostra de referência ou pa-

drão, similar, de mesma procedência, marca e/ou fabricante, que possa servir como comparação. Sempre na quantidade suficiente para análise e, se for o caso, com medidas de massa ou peso e volumes bem definidos.

  • Modo de preparo adequado da amostra e, de preferência, conforme a orientação do

fabricante nos rótulos. Durante o preparo, determinadas variações físicas devem ser controladas com utilização de cronômetros, termômetros ou termopares. Prepare todas as amostras de forma idêntica, estimando tempos mínimos e máximos de espera até a apresentação. Para todas as unidades de amostras, a porção, a quantidade, o formato e o tamanho (espessura) devem ser controlados segundo as características do produto.

  • Amostras servidas em recipientes próprios ou os comumente utilizados nas refeições

de indivíduos, como, por exemplo, recipientes de vidro, porcelana ou plásticos des- cartáveis. Se necessário, sirva em bandejas de cor branca ou neutra. Utilize talheres compatíveis, descartáveis ou não, guardanapos, toalhas absorventes e vasilhames para o descarte de resíduos. Todos os recipientes devem estar bem limpos, secos e livres de odores estranhos.

Capítulo VI - Análise sensorial

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  • O indivíduo deve estar ciente de que a participação nos testes é espontânea e voluntá- ria. Verifique se cada membro da equipe tem interesse, disponibilidade, pontualidade, tranqüilidade e vontade de avaliar grande parte das categorias de produtos nos dias marcados para teste, seleção e treinamento previamente agendados.
  • Verifique se o candidato revela boa forma de expressão, habilidade verbal e vocabulário

próprio que possa definir e descrever adequadamente os atributos sensoriais. Deve-se evitar qualquer tipo de comunicação com os colegas durante os testes, pois a resposta de cada um é própria, independente e de responsabilidade exclusiva.

  • O candidato deve apresentar boas condições de saúde, ausência de gripes e alergias, comunicando quando houver doenças como diabetes, hipercolesterolemia ou qualquer outra. Evite o indivíduo que use aparelho dentário corretivo, pois os dentes têm papel importante na avaliação sensorial. Evite os fumantes, caso contrário, alerte a não fumar pelo menos uma hora antes dos testes.
  • Avalie a acuidade sensorial e o poder de discriminação para cores, textura, odores e gos- tos primários. Fique atento nos casos de ocorrência de anomalias nos órgãos da visão, olfato, audição e paladar. A faixa etária recomendável situa-se entre 18 a 50 anos, pois, após esta idade o indivíduo pode revelar certa dessensibilização dos órgãos sensores.
  • Oriente o julgador a não fazer uso de cosméticos e perfumes fortes e a não consumir alimentos muito picantes nos dias marcados para os testes. Os medicamentos também podem influenciar na sensibilidade do gosto do indivíduo.

Características sensoriais

Método subjetivo utilizado para avaliar as características sensoriais de alimentos, bebidas e água. Este método considera as opiniões de indivíduos na interpretação de efeitos do estímulo sensorial, simples ou múltiplos, segundo as impressões percebidas pelos órgãos sensórios (visão, olfato, gosto, tato e audição) que irão gerar as interpretações e descrições das propriedades intrínsecas aos produtos. A forma de definir atributos sensoriais é descre- ver os componentes relativos às propriedades dos produtos, como os seguintes:

Aparência – Refere-se às propriedades visíveis como o aspecto, cor, transparência, brilho, opacidade, forma, tamanho, consistência, espessura, grau de efervescência ou carbonata- ção e as características de superfície. A cor, propriedade capaz de provocar estimulação da retina por raios luminosos de comprimentos de onda variáveis, tem sua percepção limitada à fonte de luz, devendo ser avaliada com iluminação adequada como, por exemplo, a luz

Capítulo VI - Análise sensorial

Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição 1ª Edição Digital

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do dia, natural ou artificial. Na avaliação, geralmente, são utilizadas cabines especiais de

controle visual de cores. Ela também é definida com maior coerência e uniformidade, por

meio de quadros cromáticos, discos ou dicionários de cor. Na avaliação da aparência e cor,

um quadro com expressões usuais e comuns poderá auxiliar na sua melhor denominação

( Quadro 2 ).

Odor e aroma – O odor é perceptível pelo órgão olfativo quando certas substâncias

voláteis são aspiradas e o aroma, via retronasal durante a degustação. O julgador deve

aproximar a amostra da narina e dar cheiradas curtas, evitando longas inalações que

cansem o olfato pela adaptação. O cansaço olfativo pode ser amenizado se for cheirada

a pele do próprio pulso ou por outro aroma que neutralize o anterior. Nesta avaliação,

pode-se fazer comparações com padrões de referência conhecidos, que serão identifica-

dos e descritos pelos seus odores ou aromas peculiares. No Quadro 3 são citados alguns

termos usuais e comuns para produtos alimentícios.

Textura oral e manual – Refere-se às propriedades reológicas e estruturais (geométricas

e de superfície) dos produtos. Geralmente é percebida por três ou quatro sentidos: os

receptores mecânicos, táteis e, eventualmente, os visuais e auditivos. Relaciona-se com a

sensibilidade térmica e cinestésica. A avaliação da textura é mais complexa nos alimentos

sólidos, como nos ensaios de corte, compressão, relaxação, penetração, cisalhamento,

dobramento, etc. O julgador deve utilizar a pele da mão, da face e/ou da boca (cavidade

bucal e dentes). Quando avaliado pela boca pode ser definido como sensação bucal,

utilizando-se também termos como: adstringente, metálico, quente, frio, etc. Algu-

mas sensações são também nasais, como: pungente, refrescante, etc. Uma listagem de

termos próprios pode ser utilizada para melhor definição das propriedades de textura

( Quadro 2 ).

Sabor e gosto – É considerada como uma experiência mista, mas unitária de sensações

olfativas, gustativas e táteis percebidas durante a degustação. O sabor é percebido, prin-

cipalmente, através dos sentidos do gosto e olfato, também influenciado pelos efeitos tá-

teis, térmicos, dolorosos e/ou cinestésicos. O julgador deve tomar uma certa quantidade

da amostra, sem excessos, e proceder à deglutição, tomando o cuidado em evitar a fadiga

sensorial. Entre uma amostra e outra é aconselhável lavagem da cavidade oral com água

filtrada ou a neutralização do paladar ingerindo-se uma maçã, pão ou biscoito tipo cream

craker. O julgador deve evitar sensações fortes de gostos pelo menos 30 minutos antes do

teste, não deve apresentar nenhuma indisposição no organismo. Alguns termos usuais e

comuns para o sabor estão descritos no Quadro 3.

Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição 1ª Edição Digital

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  • Relativa à tonalidade, luminosidade e saturação ou pureza. A cor pode ser primária

(como: azul, vermelho e amarelo); secundária (misturas proporcionais das cores pri- márias, como: vermelho + amarelo = laranja; amarelo + azul = verde; azul + verme- lho = violeta) e terciárias (misturas proporcionais das cores primárias e secundárias, como: branco + azul = azul claro; preto + branco = cinza; verde + amarelo = verde- amarelado; laranja + azul = marrom; branco + azul + vermelho = lilás; amarelo + vermelho + pouco preto = bege; verde forte + alaranjado + preto = verde azeitona; violeta + vermelho + preto = vinho, etc.)

Nota: as definições dos atributos citados podem ser encontradas na literatura, por inter-

médio de um glossário de termos empregados em análise sensorial.

Exemplos: consistente = propriedade de fluxo detectada pela estimulação dos recep-

tores mecânicos e táteis, especialmente na cavidade oral, e que varia com a textura do

produto; cristalino = relativo à forma e orientação das partículas ou cristais de um pro-

duto, como o açúcar cristal; crocante = produto duro que ao ser quebrado produz som

característico, como da batata frita “chips”; efervescente = aquele que desprende gás

carbônico na superfície, observado em bebidas gaseificadas ou carbonatadas; esfarelenta

= que esfarela ou desintegra, como o bolo-de-fubá; fibrosa = propriedade da textura em

relação à percepção da forma e presença de partículas, como fibras do palmito e manga

espada; gomosa = relativa à energia necessária para desintegrar um produto semi-sólido

a fim de que possa ser ingerido, resultado de um fraco grau de dureza e alto grau de co-

esão, como flocos de aveia bem cozidos. Líquido, ralo, untuoso, viscoso = propriedade

de resistência ao escoamento, como a água (baixa), leite (média-baixa), creme de leite

(média), cuja correspondência pode ser a viscosidade; macio, firme, dura = relativa à

força necessária para obter dada deformação, penetração e/ou cizalhamento, como o

queijo cremoso (macio-baixa resistência); azeitona (firme-média resistência); bala (du-

ra-alta resistência); translúcida = aquela substância que permite a passagem da luz, mas

não permite a distinção de uma imagem distinta; transparente = aquela substância que

permite a passagem da luz e o aparecimento de uma imagem nítida.

IAL - 289

Quadro 3 – Atributos de odor e sabor comuns a alguns produtos alimentícios

Odor e Sabor

Ácido

Acre

Acético

Achocolatado

Açucarado

Adamascado

Adoçado

Adocicado

Adiposo

Adstringente

Adulterado

Afumado

Agradável

Agre

Agridoce

Aguado

Alcalino

Alcoólico

Aliáceo

Alterado

Amargo

Amargoso

Amanteigado

Amendoado

Amiláceo

Amoniacal

Anormal

Ardente

Ardido

Apimentado

Aromático

Atípico

Artificial

Azedo

Azeitonado

Balsâmico

Benzênico

Bouquet

Butírico

Cacau

Café-com-leite

Cafeinado

Caramelado

Característico

Cáustico

Carbonatado

Condimentado

Cúprico

Defumado

Desagradável

Desodorante

Diluído

Doce

Enfumaçado

Enjoativo

Envelhecido

Estragado

Estranho

Etéreo

Fermentado

Ferruginoso

Fétido

Floral

Frutado

Frutoso

Gorduroso

Graxo

Impróprio

Impuro

Inadequado

Inodoro

Irritante

Insípido

Insosso

Insuportável

Horrível

Láctico

Leve

Licoroso

Maresia

Maturado

Medicinal

Melado

Mentolado

Metálico

Mofado

Natural

Normal

Nauseante

Odorífico

Picante

Penetrante

Perfumado

Próprio

Pungente

Putrefato

Pútrido

Rançoso

Refrescante

Remanescente

Repulsivo

Salgado

Salino

Sápido

Saponáceo

Suave

Sulfuroso

Oxidado

Queimado

Velho

Fonte: Instituto Adolfo Lutz (Baseado em MELO, 1946).

Nota: as definições dos atributos citados podem ser encontradas na literatura, por meio de

um glossário de termos empregados em análise sensorial. Exemplos: acre = odor e sabor picante,

irritante e áspero, como o do alho, fósforo e solução de ácido fórmico a 90% (p/v); agre = qualifica

a sensação gustativa com predomínio ácido, onde alguns fatores que contribuem para esta sensação

se relacionam a um processo de fermentação (acético ou láctico); adstringente = sensação

produzida pela contração da mucosa da boca, como por uma solução aquosa diluída de

alguns taninos, como do caqui ou banana verde; alcalino = sensação escorregadia devido à

alcalinidade, como solução de bicarbonato de sódio; azedo = sensação complexa olfativa e/

ou gustativa, geralmente devido à presença de ácidos orgânicos. Entretanto não pode ser

usado como sinônimo de gosto primário ácido e pode ter algumas vezes, uma conotação

hedônica negativa. Bouquet = conjunto de caracteres olfativos específicos de um produto,

como vinho, licores; cúprico = com sabor de cobre, áspero e penetrante; estranho = aquele

odor ou sabor não característico do produto; inodoro = qualifica um produto que não tem

odor; insosso = ou “flat”, produto que não atinge nível sensorial adequado, como sem sal,

Capítulo VI - Análise sensorial

IAL - 291

dicando por comparações, se existem ou não diferenças estatísticas entre amostras. Exi-

gem cuidados na padronização do preparo e apresentação das amostras e na formação da

equipe sensorial. Todas as amostras devem ser codificadas com números aleatórios de três

dígitos, casualizadas e apresentadas à equipe pré-selecionada e treinada. Os testes devem

ser conduzidos em cabines individualizadas com controle das condições ambientais, tais

como: iluminação, temperatura, ausência de sons ou ruídos e livre de odores estranhos.

Os testes discriminativos ou de diferença mais empregados em análise sensorial são o

triangular, duo-trio, ordenação, comparação pareada e comparação múltipla ou diferença

do controle.

155/IV Testes discriminativos – Teste triangular

Procedimento – O teste triangular detecta pequenas diferenças entre amostras. São apre-

sentadas simultaneamente três amostras codificadas, sendo duas iguais e uma diferente.

Cabe ao julgador identificar a amostra diferente ( Ficha 2 ). A escolha é forçada. A proba-

bilidade de acertos é p = 1/3. A interpretação do resultado se baseia no número total de

julgamentos versus o número de julgamentos corretos ( Quadro 4 ). Se o número de julga-

mentos corretos for maior ou igual ao valor tabelado ( Tabela 1 ), conclui-se que existe dife-

rença significativa entre as amostras no nível de probabilidade correspondente. O número

de julgadores selecionados deve ser de 20 a 40, embora apenas 12 possam ser utilizados

quando as diferenças entre amostras são razoavelmente grandes. As amostras devem ser

apresentadas casualizadas em igual número de vezes nas permutações distintas: AAB, BAA,

ABA, ABB, BBA e BAB.

Ficha 2 – Modelo para teste triangular

Amostra: Julgador: Data:

Você está recebendo três amostras codificadas, sendo duas iguais e uma diferente. Identifique com um círculo a amostra diferente.


Comentários:

Fonte: ABNT, NBR 12995, 1993.

Capítulo VI - Análise sensorial

Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição 1ª Edição Digital

292 - IAL

Quadro 4 – Modelo de casualização e resultado do teste triangular

Amostra: Nº de codificação: (A) _______/_______ (B) _______/_______

Nº Nome do julgador

Ordem de apresentação

Resposta do julgador* (C) ou (E)

Comentários

1 A A B 2 B A A 3 A B A 4 A B B 5 B B A 6 B A B 7 A A B p nº de julgamentos totais nº de julgamentos corretos

Valor tabelado (nível de probabilidade)

  • Correta (C)

Errada (E).

p = nº de julgadores

Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição 1ª Edição Digital

294 - IAL

156/IV Testes discriminativos – Teste duo-trio

Procedimento – O teste duo-trio detecta diferença sensorial entre uma amostra e um

padrão (P). São apresentados simultaneamente o padrão e duas amostras codificadas,

sendo uma delas idêntica ao padrão. Cabe ao julgador identificar a amostra igual ao

padrão ( Ficha 3 ). A escolha é forçada. A probabilidade de acertos é de 50% (p = 1/2).

A interpretação do resultado se baseia no número total de julgamentos versus o número

de julgamentos corretos ( Quadro 5 ). Se o número de julgamentos corretos for maior

ou igual ao valor tabelado ( Tabela 2 ), conclui-se que existe diferença significativa entre

as amostras no nível de probabilidade correspondente. O número de julgadores deve

ser no mínimo de sete julgadores especialistas ou no mínimo de 15 julgadores sele-

cionados. As amostras podem ser apresentadas casualizadas nas permutações: AB, BA

(para P = A) e AB, BA (para P = B).

Ficha 3 – Modelo para teste duo-trio

Amostra: Julgador: Data:

Você está recebendo uma amostra padrão (P) e duas amostras codificadas. Uma das amostras

codificadas é igual ao padrão, faça um círculo nesta amostra.

__________ __________

Comentários:

Fonte: ABNT, NBR 13169, 1994.

Quadro 5 – Modelo de casualização e resultado do teste duo-trio

Amostra:

nº de codificação: (P = A) (A)______/ (B)______ (P = B) (A)______/ (B)_____

Nº Nome do julgador Ordem de apresentação

Resposta do julgador* (C) ou (E)

Comentários

1 A B
2 B A
3 A B
4 B A
5 A B
6 B A

p nº de julgamentos totais nº de julgamentos corretos Valor tabelado (nível de probabilidade)

  • Correta (C) Errada (E) p = nº de julgadores P = padrão
IAL - 295

Tabela 2 – Teste duo-trio (unilateral p = 1/2). Número mínimo de julgamentos corretos

para estabelecer significância a vários níveis de probabilidade.

Nº total de julgamentos

Níveis de probabilidade (α) 5% 4% 3% 2% 1% 0,5% 0,1% 7 7 7 7 7 7 - - 8 7 7 8 8 8 8 - 9 8 8 8 8 9 9 - 10 9 9 9 9 10 10 10 11 9 9 10 10 10 11 11 12 10 10 10 10 11 11 12 13 10 11 11 11 12 12 13 14 11 11 11 12 12 13 13 15 12 12 12 12 13 13 14 16 12 12 13 13 14 14 15 17 13 13 13 14 14 15 16 18 13 14 14 14 15 15 16 19 14 14 15 15 15 16 17 20 15 15 15 16 16 17 18 21 15 15 16 16 17 17 18 22 16 16 16 17 17 18 19 23 16 17 17 17 18 19 20 24 17 17 18 18 19 19 20 25 18 18 18 19 19 20 21 26 18 18 19 19 20 20 22 27 19 19 19 20 20 21 22 28 19 20 20 20 21 22 23 29 20 20 21 21 22 22 24 30 20 21 21 22 22 23 24 31 21 21 22 22 23 24 25 32 22 22 22 23 24 24 26 33 22 23 23 23 24 25 26 34 23 23 23 24 25 25 27 35 23 24 24 25 25 26 27 36 24 24 25 25 26 27 28 37 24 25 25 26 26 27 29 38 25 25 26 26 27 28 29 39 26 26 26 27 28 28 30 40 26 27 27 27 28 29 30 41 27 27 27 28 29 30 31 42 27 28 28 29 29 30 32 43 28 28 29 29 30 31 32 44 28 29 29 30 31 31 33 45 29 29 30 30 31 32 34 46 30 30 30 31 32 33 34 47 30 30 31 31 32 33 35 48 31 31 31 32 33 34 36 50 32 32 33 34 34 35 37 60 37 38 38 39 40 41 43 70 43 43 44 45 46 47 49 80 48 49 49 50 51 52 55 90 54 54 55 56 57 58 61 100 59 60 60 61 63 64 66

Fonte: ABNT, NBR 13169, 1994.

Capítulo VI - Análise sensorial

IAL - 297

Quadro 6 – Modelo de casualização e tabulação de resultado do teste de ordenação

Amostra:

nº de codificação: (A)______ (B)______ (C)______ (D)______

nº Nome do julgador Ordem de apresentação Comentários

1 A B C D

2 A C B D

3 B A D C

4 B C A D

5 C D B A

4 C A D B

5 D B A C

6 D C B A

7 A B C D

p

Tipos de amostras ou tratamentos (A) (B) (C) (D)

Soma das ordens Σ (A) Σ(B) Σ(C) Σ(D)

nº de julgamentos (p)

nº de amostras ou tratamentos (t)

Valor tabelado (nível de significância)

Teste de Friedman – Com o número de amostras ou tratamentos avaliados (t) e o núme-

ro de julgamentos (p) obtidos, utiliza-se a tabela de Newel e MacFarlane ( Tabelas 3 ou

4, respectivamente, para os níveis de significância de 5% e 1%), para obter a diferença

crítica entre os totais de ordenação. Se as diferenças entre as soma das ordens de duas

amostras (Quadro 7) diferirem por um valor maior ou igual ao valor tabelado (crítico),

existe diferença significativa entre elas ao nível testado.

Quadro 7 – Módulos de diferenças entre somas das ordens de amostras

Amostras (A) (B) (C) (D)

Somatória total Σ (A) Σ (B) Σ (C) Σ(D)

Diferenças versus A - Σ (A) - Σ (B) Σ (A) - Σ(C) Σ (A) - Σ(D)

Diferenças versus B - - Σ (B) - Σ(C) Σ(B) - Σ (D)

Diferenças versus C - - - Σ (C) - Σ(D)

Nota: para saber quais amostras diferem entre si, primeiro coloque-as em ordem cres-

cente da somatória total e, depois, dê letras diferentes para as que diferirem por um

número maior ou igual ao valor tabelado e letras iguais para as que não diferirem

entre si.

Capítulo VI - Análise sensorial

Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição 1ª Edição Digital

298 - IAL

Tabela 3 – Valores críticos para comparação com os módulos das diferenças entre as so-

mas das ordens do teste de ordenação, a 5% de significância

Nº de julgamentos

nº de amostras ou tratamentos 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 5 8 11 14 17 21 24 27 30 34 37 6 9 12 15 19 22 26 30 34 37 42 7 10 13 17 20 24 28 32 36 40 44 8 10 14 18 22 26 30 34 38 43 47 9 10 15 19 23 27 32 36 41 46 50 10 11 15 20 24 29 34 38 43 48 53 11 11 16 21 25 30 35 40 45 51 56 12 12 17 22 27 32 37 42 48 53 58 13 12 18 23 28 33 39 44 50 55 61 14 13 18 24 29 34 40 46 52 57 63 15 13 19 24 30 36 42 47 53 59 66 16 14 19 25 31 37 42 49 55 61 67 17 14 20 26 32 38 44 50 56 63 69 18 15 20 26 32 39 45 51 59 65 71 19 15 21 27 33 40 46 53 60 66 73 20 15 21 28 34 41 47 54 61 68 75 21 16 22 28 35 42 49 56 63 70 77 22 16 22 29 36 43 50 57 64 71 79 23 16 23 30 37 44 51 58 65 73 80 24 17 23 30 37 45 52 59 67 74 82 25 17 24 31 38 46 53 61 68 76 84 26 17 24 32 39 46 54 62 70 77 85 27 18 25 32 40 47 55 63 71 79 87 28 18 25 33 40 48 56 64 72 80 89 29 18 26 33 41 49 57 65 73 82 90 30 19 26 34 42 50 58 66 75 83 92 31 19 27 34 42 51 59 67 76 85 93 32 19 27 35 43 51 60 68 77 85 95 33 20 27 36 44 52 61 70 78 87 96 34 20 28 36 44 53 62 71 79 89 98 35 20 28 37 45 54 63 72 81 90 99 36 20 29 37 46 55 63 73 82 91 100 37 21 29 38 46 55 64 74 83 92 102 38 21 29 38 47 56 65 75 84 94 103 39 21 30 39 48 57 66 76 85 95 105 40 21 30 39 48 57 67 76 86 96 106 41 22 31 40 49 58 68 77 87 97 107 42 22 31 40 49 59 69 78 89 98 109 43 22 31 41 50 60 69 79 89 99 110 44 22 32 41 51 60 70 80 90 101 111 45 23 32 41 51 61 71 81 91 102 112 46 23 32 42 52 62 72 82 92 103 114 47 23 33 42 52 62 72 83 93 104 115 48 23 33 43 53 63 73 84 94 105 116 49 24 33 43 53 64 74 85 95 106 117 50 24 34 44 54 64 75 85 95 107 118 55 25 35 46 56 67 78 90 101 112 124 60 26 37 48 59 70 82 94 105 117 130 65 27 38 50 61 73 85 97 110 122 135 70 28 40 52 64 76 88 101 114 127 140 75 29 41 53 66 79 91 105 118 131 145 80 30 42 55 68 81 94 108 122 136 150 85 31 44 57 70 84 97 111 125 140 154 90 32 45 58 72 86 100 114 129 144 159 100 34 47 61 76 91 105 121 136 151 167

Fonte: ABNT – NBR 13170, 1994.