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Adolf Lutz cap1, Notas de estudo de Química

QUALIDADE LABORATORIAL

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 26/09/2010

Jaidsonf
Jaidsonf 🇧🇷

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GESTÃO DA

QUALIDADE

LABORATORIAL

I

CAPÍTULO

Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição 1ª Edição Digital

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Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição 1ª Edição Digital

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  • Estabelecer um padrão internacional e único para atestar a competência dos labora- tórios para realização de ensaios e/ou calibrações, incluindo amostragem. Tal padrão facilita o estabelecimento de acordos de reconhecimento mútuo entre os organismos de credenciamento nacionais;
  • Facilitar a interpretação e a aplicação dos requisitos, evitando ao máximo opiniões divergentes e conflitantes. Ao incluir muitas notas que apresentam esclarecimentos sobre o texto, exemplos e orientações, a 17.025 reduz a necessidade de documentos explicativos adicionais;
  • Estender o escopo em relação à ISO Guia 25, abrangendo também amostragem e desenvolvimento de novos métodos;
  • Estabelecer uma relação mais estreita, clara e sem ambigüidade com a ISO 9.001 e 9.002 (a 17.025 é de 1999, portanto antes da publicação da 9.001:2000).

As principais modificações introduzidas pela 17.025 com relação à ISO Guia 25 podem ser divididas em dois grupos: mudanças estruturais e mudanças conjunturais. As estruturais dizem respeito à introdução de novos conceitos e enfoques, bem como ao or- denamento e à disposição dos requisitos listados na ISO/IEC 17.025, cuja apresentação difere completamente da estrutura existente na ISO Guia 25. São diferenças não apenas de forma, mas também de conteúdo, e que demonstram claramente a preocupação da nova norma em estabelecer orientações gerais e modernas para que os laboratórios desen- volvam um sólido gerenciamento das suas atividades segundo padrões de qualidade reco- nhecidos internacionalmente. Além disso, o aprofundamento de alguns requisitos de ca- ráter técnico, antes superficiais na ISO Guia 25, propiciará melhores condições para que os laboratórios demonstrem de forma mais consistente sua competência técnica. Dentre as principais mudanças de caráter estrutural introduzidas pela 17.025, destacam-se:

  • Na ISO/IEC 17.025 há uma nítida separação entre os requisitos gerenciais e os re- quisitos técnicos; a seção 4 contém os requisitos para a administração, e a seção 5 especifica os requisitos para a competência técnica dos ensaios e/ou calibrações que o laboratório realiza. Essa separação facilita a condução das avaliações, quer sejam inter- nas ou externas;
  • Maior atenção deve ser dada aos clientes do laboratório (item 4.7 – Atendimento ao cliente). Deverá ser privilegiada uma cooperação mais estreita com os clientes no que tange aos aspectos contratuais e ao acesso do cliente às áreas do laboratório para acom- panhamento dos ensaios e/ou calibrações. Embora não sejam requisitos auditáveis, os laboratórios são encorajados a estabelecer canais de comunicação e obter feedback dos clientes;
  • Foi incluído o requisito que trata das ações preventivas a serem tomadas pelo labora- tório (item 4.11), pelo qual deverão ser identificadas oportunidades de melhoria;
  • Como conseqüência da extensão do escopo com o desenvolvimento de novos métodos

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pelo laboratório (item 5.4.3), critérios e orientações específicos foram estabelecidos para a validação de métodos (item 5.4.5);

  • Compatibilidade e convergência com as normas ISO 9.001/9.002. Foram incorpo- rados na ISO/IEC 17.025 todos os requisitos da 9.001 e 9.002 (ação preventiva, por exemplo) que são pertinentes ao escopo dos serviços de ensaio e calibração cobertos pelo sistema da qualidade do laboratório. Portanto, se os laboratórios de ensaio e ca- libração atenderem aos requisitos da 17.025, eles operarão um sistema da qualidade que também estará de acordo com os requisitos da 9.001 ou 9.002. Contudo, para efeitos de credenciamento do laboratório, a existência de um sistema da qualidade é condição necessária mas não suficiente para o pleno atendimento da 17.025, uma vez que os laboratórios terão que demonstrar ainda sua competência técnica para produzir dados e resultados tecnicamente válidos, o que não está presente na 9.001 nem na 9.002. Com a nova versão da ISO 9.001:2000, é provável que a ISO/CASCO forme um grupo de trabalho para estudar a possibilidade de serem feitos aditamentos técni- cos para alinhar a ISO/IEC 17.025:1999 com a ISO 9.001:2000.

O segundo grupo de mudanças introduzidas pela 17.025, em comparação à ISO Guia 25, são as diferenças de natureza conjuntural, ou seja, melhorias e modificações pontuais que se constituem em ponto de partida para a evolução de aspectos gerenciais e de competência técnica abordados anteriormente na ISO Guia 25, mas que, por estarem redigidos de forma pouco abrangente, davam margem a dúvidas, omissões e conflitos. Dentre essas mudanças destacam-se:

  • Definição do conteúdo mínimo a ser contemplado na declaração da política da quali- dade do laboratório;
  • Inclusão de um requisito específico (item 4.10) para a implementação de ações corre- tivas;
  • Como conseqüência do alinhamento da ISO/IEC 17.025 com as ISO 9.001 e 9.002, o item 4.4 detalha em profundidade como deve ser desenvolvida a atividade de análise crítica dos pedidos, propostas e contratos, de modo a prover maior confiança na pres- tação dos serviços e no relacionamento entre o cliente e o laboratório;
  • A rastreabilidade das medições é tratada no item 5.6 de modo detalhado e abrangente, contendo inúmeras notas explicativas e de orientação. Há um tratamento diferenciado na ISO/IEC 17.025 para a rastreabilidade a ser demonstrada pelos laboratórios de calibração (item 5.6.2.1) e pelos laboratórios de ensaio (item 5.6.2.2);
  • Destaque maior é dado à apresentação dos resultados dos ensaios e/ou calibrações, sendo este tópico muito mais extenso do que aquele contido na ISO Guia 25. Há uma distinção clara entre a emissão de relatórios de ensaio (item 5.10.3) e a emissão de certificados de calibração (item 5.10.4). No item 5.10.5 são especificados os requisitos a serem cumpridos pelo laboratório quando forem incluídas opiniões e interpretações em um relatório de ensaio, o que antes não era abordado na ISO Guia 25.

Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial

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  • O uso da ISO/IEC 17.025 facilitará a cooperação entre laboratórios e outros organis- mos, auxiliando na troca de informações e experiências, bem como na harmonização de normas e procedimentos, o que poderá significar redução de custos.

Em suma, a adequação das atividades gerenciais e técnicas do laboratório de acor- do com os critérios da ISO/IEC 17.025 deve ser vista não como um custo, mas como um investimento de médio e longo prazos, cujo retorno comercial e financeiro certamente será garantido pela comprovação da competência técnica do laboratório perante o mer- cado. (Valle & Bicho)

Introdução

Atualmente é indiscutível a importância do trabalho com qualidade, em qualquer esfera profissional. A demonstração da competência técnica alicerçada em regras interna- cionais consensuadas é pré-requisito para a sobrevivência de qualquer laboratório. O ar- tigo que apresenta este capítulo é a prova cabal da importância da implantação da norma NBR ISO/IEC 17025.

O primeiro passo para a concretização de um Sistema de Qualidade em um labora- tório é a criação de uma Comissão Permanente da Qualidade, capitaneada por um geren- te ou coordenador da qualidade e um substituto ou vice-gerente, com a total aprovação da alta administração do laboratório.

Esta comissão deve desenvolver várias atividades no sentido de implementar o Sis- tema de Qualidade, de acordo com os requisitos da norma ABNT ISO/IEC 17.025, sen- do que a maioria delas diz respeito à motivação, conscientização e capacitação dos funcio- nários, preparando-os para incorporar uma mentalidade pró-ativa, capaz de lidar com as mudanças de forma dinâmica e de enxergar as oportunidades de melhoria onde antes só viam problemas. Deve também, na medida do possível, prover os laboratórios dos meios necessários para o desenvolvimento das atividades relacionadas com a qualidade.

A grande maioria dos laboratórios que desenvolvem suas atividades no controle da qualidade de alimentos deve optar pela Norma ABNT ISO/IEC 17.025. Entretanto, aque- les que, além das atividades de rotina desenvolvem pesquisas como nos seguintes casos: a) estudos que fundamentem a concessão, renovação ou modificação de registro de aditi- vos para alimentos, agrotóxicos, alimentos transgênicos, rações e outros afins, por organis- mos regulamentadores/fiscalizadores com fins de responsabilização para comercialização. b) estudos conduzidos em resposta a questionamentos de organismos de qualquer setor governamental, deverão também seguir as Boas Práticas de Laboratório (BPL), além da norma descrita acima para suas atividades de rotina.

Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial

Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição 1ª Edição Digital

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O Guia para Qualidade em Química Analítica - Uma Assistência à Acreditação, guia da EURACHEM traduzido para o português encontra-se no Apêndice 2. Ele é de grande valia para a implantação da qualidade nos laboratórios de ensaio e uma referência importante para consulta.

Siglas, Sites e Definições

Algumas siglas, sites e definições estão descritas a seguir e são úteis na compreensão deste capítulo e de outros textos relacionados com temas da qualidade.

Siglas

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária BIPM – Bureau Internacional de Pesos e Medidas CB – 25 – Comitê Brasileiro da Qualidade GGLAS – Gerência Geral de Laboratórios em Saúde, da ANVISA IEC – International Electromechanical Comission INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial ISO – International Organization for Standardization. LNM – Laboratório Nacional de Metrologia NIG – Norma Geral – INMETRO. NIST – National Institute of Standards and Technology NIT – Norma Técnica – INMETRO. NPL – The National Physical Laboratory OIML – Organização Internacional de Metrologia Legal PDCA – Plan, Do, Check, Act POP – Procedimento Operacional Padrão. PTB – Physikalisch -Technische Bundesanstalt RBC – Rede Brasileira de Calibração. REBLAS – Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde. SI - Sistema Internacional de Unidade

Sites

Farmacopéia Brasileira http://coralx.ufsm.br/farmacopeia

Farmacopéia Alemã http://www.bfarm.de/de/Arzneimittel/azbuch/index.php

Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição 1ª Edição Digital

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quisas em segurança, saúde e meio ambiente no trabalho.

Fundação Bio-Rio http://www.biorio.org.br Instituição de direito privado sem fins lucrativos, foi instituída por duas Agências finan- ciadoras de pesquisa e desenvolvimento, a FINEP e o CNPq.

Instituto Butantan - SP http://www.butantan.gov.br O Instituto Butantan é um centro de pesquisa biomédica vinculado à Secretaria da Saúde do Governo do Estado de São Paulo.

Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO http://www.inmetro.gov.br Organismos de Certificação e Inspeção ao mesmo tempo em que vem trabalhando para que o país ingresse competitivamente no mercado externo.

Rede Metrológica RS http://www.redemetrologica.com.br A Associação Rede de Metrologia e Ensaios do Rio Grande do Sul - Rede Metrológica RS, é uma Organização não-governamental de cunho técnico-científico. A Rede é constituída por laboratórios especializados em Calibração e Ensaios, avaliados periodicamente de acordo com padrões internacionais.

Sociedade Brasileira de Metrologia - SBM http://www.sbmetrologia.org.br Tem como principal objetivo a persuasão de cientistas e profissionais de todos os níveis de formação acadêmica e profissional interessados na ciência e na tecnologia das medições.

Agence Française de Sécurité Sanitaire des Produits de Santé - AFSSAPS http://agmed.sante.gouv.fr Site da Agência Francesa de Segurança Sanitária de Produtos para a Saúde; contém in- formações sobre a farmacopéia francesa, textos regimentais e monografias em consulta pública naquele país.

American National Standards Institute - ANSI http://www.ansi.org Instituição americana de normalização técnica, fornecendo a base necessária ao desenvol- vimento tecnológico do país.

Asia Pacific Laboratory Accreditation Cooperation – APLAC

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http://www.ianz.govt.nz Instituição que conglomera os organismos da Ásia e Pacífico com responsabilidade de credenciamento de laboratórios, ensaios e calibração.

Association of Official Analytical Chemists - A.O.A.C. International http://www.A.O.A.C..org Instituição americana que trata de credenciamento de laboratórios de alimentos

Bundesnastait für Materialforachung und - prüfung - BAM http://www.bam.de Instituição pública alemã que trata de teste em materiais.

Bureau International des Poids et Mesures (BIPM) http://www.bipm.fr Organização Metrológica Internacional sediada em Paris-França, estabelecida pela Con- venção do Metro (Convention of the Metre) com a a atribuição de assegurar a unifor- midade mundial de pesos e medidas e sua rastreabilidade ao Sistema Internacional de Unidades (SI).

Code of Reference Materials (COMAR) http://www.comar.bam.de Informações sobre o COMAR (Base de Dados de Materiais de Referência Certificados), criado com o intuito de auxiliar aos profissionais de laboratórios de ensaios na busca por materiais de referência (MR’s) adequados aos seus trabalhos. Idealizado pelo Serviço de Materiais de Referência do Laboratório Nacional de Ensaios (Reference Materials Service of the Laboratoire National d’Essais), um dos 5 laboratórios básicos do Departamento Nacional de Metrologia Francês (French Bureau National de Métrologie), foi desenvolvi- do e é mantido com a colaboração de vários países.

Environment, Health and Safety - OECD http://www.oecd.org Organização econômica que trata das questões técnicas na comunidade européia e discu- te no Painel GLP os seus critérios.

EURACHEM http://www.eurachem.bam.de Instituição européia que conglomera instituições que tratam da química analítica na Europa. European Co-operation for Accreditation – EA http://www.european-accreditation.org Instituição européia que conglomera instituições de organismos credenciadores na Euro- pa e em outros continentes

Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial

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melhoram os valores dos testes clínicos dentro da comunidade de saúde através do desen- volvimento e disseminação dos padrões, guias e melhores práticas.

National Conference of Standards Laboratories – NCSL http://www.ncsli.org Sociedade de normalização americana com interesse na ciência da medição e sua aplica- ção na pesquisa, desenvolvimento e educação nos laboratórios de análises clínicas.

National Institute of Health Sciences - NIHS (Japão) http://www.nihs.go.jp Instituição de saúde japonesa estabelecida em Tókio em 1874, originalmente com o nome de Tokyo Drug Control Laboratory (Laboratório de Controle de Drogas de Tókio), é hoje a principal organização dentro do Ministério da Saúde e Bem-Estar do Japão, sendo também o mais antigo instituto de pesquisa naquele país.

National Institute of Standards and Technology – NIST http://www.nist.gov Instituição pública americana que trata da metrologia, padrões e tecnologias de medição.

Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS http://www.opas.org.br Organismo internacional de saúde pública com um século de experiência, dedicado a melhorar as condições de saúde dos países das Américas. Ela também atua como Escri- tório Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS/WHO) para as Américas e faz parte dos sistemas da Organização dos Estados Americanos (OEA/OAS) e da Organiza- ção das Nações Unidas (ONU/UN).

Panalimentos.org http://www.panalimentos.org Página mantida pelo Instituto Pan-americano de Proteção de Alimentos e Zoonose (INPPAZ), organização que tem a missão de fornecer cooperação técnica em inocuidade alimentar a todos os países das Américas, com o objetivo de diminuir os riscos para a saúde da população humana, originados pelas enfermidades transmitidas por alimentos, e considerando todas as etapas da cadeia alimentar.

Physikalisch Techaische BundesanstaltPTB http://www.ptb.de Instituição pública alemã que trata da política e guarda dos padrões primários e política de calibração.

Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial

Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição 1ª Edição Digital

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The Centers for Disease Control and PreventionCDC http://www.cdc.gov Agência federal estadunidense responsável pela segurança e proteção da saúde da popu- lação daquele país. O CDC trabalha no desenvolvimento e administração de medidas de prevenção e controle de enfermidades (incluindo doenças emergentes), na manutenção da saúde ambiental, e na promoção e planejamento de atividades educativas voltadas para a melhoria da saúde da população dos Estados Unidos da América.

United Kingdom Accreditation Service – UKAS http://www.ukas.com Organismo inglês privado que trata do credenciamento de laboratório de ensaio e de calibração.

U.S. Food and Drugs Administration – FDA http://www.fda.gov Órgão governamental norte americano responsável pela regulamentação de produtos das áreas médica, cosmética e alimentícia, produzidos e comercializados naquele país.

Definições

Ação corretiva – Ação implementada nas ocorrências de não conformidades em relação aos produtos, serviços associados e processos de acordo com o Sistema de Gestão da Qualidade.

Ação preventiva – Ação implementada para eliminar ou prevenir as causas de possível não-con- formidade, um defeito ou uma situação indesejável. Deve ser verificada sempre sua eficácia.

Acreditação – Procedimento pelo qual um organismo autorizado reconhece formalmen- te que um laboratório é competente para desenvolver os ensaios que realiza.

Alta administração – É o órgão ou pessoa que executa a política traçada pela adminis- tração superior, dirigindo, coordenando e controlando os recursos humanos e materiais que assegurem eficiência e bom desempenho administrativo e, é o executor das análises críticas do sistema de qualidade.

Análise crítica – Avaliação formal, feita pela alta administração de um sistema da quali- dade quanto ao estado e adequação aos requisitos e política da qualidade.

Área de acesso controlado – Área em que somente pessoas autorizadas podem entrar e circular.

Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição 1ª Edição Digital

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Equipamento e Instrumento de medição – Dispositivo utilizado para uma medição, sozinho ou em conjunto com dispositivo(s) complementar(es).

Equipamentos críticos – Aqueles que interferem diretamente no resultado dos ensaios.

Equipamentos não críticos – São aqueles que não interferem no resultado dos ensaios.

Evidência objetiva – dados que apóiam a existência ou a veracidade de alguma coisa.

Exatidão da medição – Grau de concordância entre o resultado de uma medição e um valor verdadeiro do mensurando.

Fornecedor – Organização que fornece produtos ao cliente.

Garantia da qualidade – Conjunto das atividades que são implementadas pelo Sistema da Qualidade para prover a confiança adequada de que o laboratório ou a organização adere aos requisitos da qualidade que lhe são exigidos.

Gestão da qualidade – Conjunto de atividades da gerência de uma organização que determinam a política da qualidade, seus objetivos e responsabilidades. Deve ser liderada pela alta administração da organização.

Incerteza da medição – Parâmetro associado ao resultado de uma medição, que ca- racteriza a dispersão dos valores que podem ser fundamentalmente atribuídos a um mensurando.

Item de ensaio – Material ou artefato apresentado ao laboratório para análise, amostra.

Laboratório de referência – Laboratório que fornece valores de referência para um item de ensaio.

Manual da qualidade – Documento que declara a política da qualidade e descreve o sistema da qualidade de um laboratório ou organização.

Manutenção corretiva – Manutenção não programada a ser conduzida quando for de- tectado desvio de funcionamento do equipamento.

Manutenção preventiva – Manutenção programada com determinada freqüência e de- finida pelo laboratório.

Material de referência – Material ou substância que tem um ou mais valores de proprieda- des que são suficientemente homogêneos e bem estabelecidos, para ser usado na calibração de

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um aparelho, na avaliação de um método de medição ou atribuição de valores a materiais.

Material de referência certificado – Material de referência, acompanhado por um certi- ficado, com um ou mais valores de propriedades, e certificado por um procedimento que estabelece sua rastreabilidade à obtenção exata da unidade na qual os valores da proprie- dade são expressos. E cada valor certificado é acompanhado de uma incerteza para um nível de confiança estabelecido.

Medição – Conjunto de operações que têm por objetivo determinar o valor de uma grandeza.

Melhoria da qualidade – Parte da gestão da qualidade focada no aumento da capacida- de de atender aos requisitos da qualidade, que podem estar relacionados com a eficácia e a eficiência ou a rastreabilidade do sistema.

Mensurando – Objeto da medição, grandeza específica submetida à medição.

Método de ensaio – Procedimento técnico especificado para realizar um ensaio.

Não-conformidade – Não-atendimento a requisitos especificados.

Organismos credenciadores – Organizações nacionais e internacionais que estabelecem, por um ciclo definido de avaliações e de auditorias, a competência técnica de um labora- tório de ensaios ou de calibrações.

Organização – Grupo de instalações ou pessoas com um conjunto de responsabilidades, autoridades e relações.

Padrão de referência – Geralmente tem a mais alta qualidade metrológica disponível em um dado local ou em uma dada organização, a partir do qual as medições lá executadas são derivadas.

Padrão de trabalho – Padrão utilizado rotineiramente para calibrar ou controlar medi- das materializadas, instrumentos de medição ou materiais de referência.

Parâmetros críticos – Grandezas ou faixas que interferem diretamente no ensaio.

Precisão – Grau de concordância entre os resultados independentes de ensaios obtidos conforme condições preestabelecidas.

Procedimento – Forma especificada de executar uma atividade. Podem ser chamados de procedimentos escritos ou documentados.

Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial

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Verificação periódica – Conferência periódica das condições dos equipamentos.

Implantação do Sistema da Qualidade

Este capítulo não tem a pretensão de capacitar o leitor para implantar um Sis- tema de Qualidade Laboratorial. Nossa intenção é fornecer alguns subsídios da expe- riência do Instituto Adolfo Lutz que talvez possam ser úteis para iluminar um pouco mais o caminho daqueles laboratórios que estão iniciando a implantação de seu Sis- tema da Qualidade.

Para a implantação de um Sistema de Qualidade em um laboratório, indepen- dentemente de seu tamanho e número de análises realizadas, sugere-se seguir as seguin- tes etapas: motivação, capacitação, elaboração dos documentos da qualidade, treina- mento nos documentos da qualidade, preparação do laboratório, auditorias internas, habilitação/acreditação.

Motivação

É difícil definir exatamente o conceito de motivação, uma vez que este termo tem sido utilizado com diferentes sentidos. De um modo geral, “motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a uma propensão a um comportamento específico”. Este impulso à ação pode ser pro- vocado por um estímulo externo (provocado pelo ambiente) ou interno (provocado pelo próprio indivíduo).

O ponto de partida para a implantação da qualidade em um laboratório ou em qualquer organização é o fator motivacional. Estamos vivenciando uma época de mu- danças constantes e velozes e as organizações e seus funcionários devem se moldar a esta realidade para competirem e sobreviverem. À medida que as organizações crescem, o número de níveis hierárquicos aumenta e ocorre um distanciamento entre a alta admi- nistração e os funcionários, o que conduz a um conflito entre os objetivos individuais (pessoais) e organizacionais (da alta administração).

A implantação da qualidade acarreta um volume de trabalho maior, o que ocasiona na maioria dos indivíduos desmotivação, desinteresse e desâni- mo, pois eles não conseguem perceber que, a longo prazo, seu trabalho será enormemente facilitado. A integração entre as pessoas e a alta administração é complicada e dinâmica e, para melhor resolver esta complicação e trabalhar este dinamismo, atividades motivacionais passam a ser um excelente meio

Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial

Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição 1ª Edição Digital

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facilitador, não somente entre o indivíduo e a organização, mas entre os pró- prios indivíduos. O grande desafio é justamente despertar e desenvolver o fator motivacional existente no interior de cada ser humano.

Qualquer que seja a forma de motivação (curso, palestra, vivência, vídeo, etc.) ela deve deixar nos técnicos os seguintes principais conceitos:

  • a qualidade implica em melhoria contínua.
  • todos são igualmente importantes para a qualidade.
  • a qualidade depende do trabalho em equipe.
  • qualidade não se impõe, conquista-se por meio de motivação, treinamento e experiência.

A forma de motivação escolhida deve, também, provocar em seus colaboradores um comportamento positivo e produtivo, garantindo a vontade de aprimoramento, o prazer de produzir resultados com qualidade e a vontade de seguir os princípios básicos da qualidade:

  • total satisfação do cliente (interno ou externo).
  • gerência participativa.
  • desenvolvimento dos recursos humanos.
  • constância de propósito.
  • aperfeiçoamento contínuo.
  • gerência de processo.
  • não-aceitação dos erros.
  • delegação.
  • disseminação de informações.
  • garantia de qualidade.

Capacitação

O Programa da Qualidade deve ser implantado gradualmente, contemplan- do ações de produção de conhecimento, baseadas na análise sistemática dos re- sultados, gerando instrumentos que contribuam para obter êxito a médio e longo prazo ou de impacto, segundo o definido nos objetivos do Sistema da Qualida- de.

Um dos passos mais importantes para a implementação da Qualidade no labo- ratório se refere à capacitação de seus funcionários.