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Guias e Dicas
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Adminstração Cientifica de Taylor, Notas de estudo de Administração Empresarial

O que é a administração cientifica proposta por Taylor, suas ideias e perspecções.

Tipologia: Notas de estudo

2010
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Compartilhado em 26/02/2010

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ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
Taylorismo ou Administração científica é o modelo de administração desenvolvido
pelo engenheiro estadunidense Frederick Winslow Taylor (1856-1915), que é considerado
o pai da administração científica.
Índice
[esconder]
1 Primeiros estudos essenciais desenvolvidos por Taylor
2 Metodologia do estudo
3 Organização Racional do Trabalho
4 Princípios da Administração Científica
5 Ver também
[editar] Primeiros estudos essenciais desenvolvidos por Taylor
Em relação ao desenvolvimento de pessoal e seus resultados: acreditava que,
oferecendo instruções sistemáticas e adequadas aos trabalhadores, ou seja,
treinando-os, haveria possibilidade de fazê-los produzir mais e com melhor
qualidade.
Em relação ao planejamento a atuação dos processos: achava que todo e
qualquer trabalho necessita, preliminarmente, de um estudo para que seja
determinada uma metodologia própria, visando sempre o seu máximo
desenvolvimento.
Em relação a produtividade e à participação dos recursos humanos: estabelecia
a co-participação entre o capital e o trabalho, cujo resultado refletirá em menores
custos, salários mais elevados e, principalmente, em aumentos de níveis de
produtividade.
Em relação ao autocontrole das atividades desenvolvidas e às normas
procedimentais: introduziu o controle com o objetivo de que o trabalho seja
executado de acordo com uma seqüência e um tempo pré-programados, de modo
a não haver desperdício operacional. Inseriu, também, a supervisão funcional,
estabelecendo que todas as fases de um trabalho devem ser acompanhadas de
modo a verificar se as operações estão sendo desenvolvidas em conformidades
com as instruções programadas. Finalmente, apontou que estas instruções
programadas devem, sistematicamente, ser transmitidas a todos os empregados.
[editar] Metodologia do estudo
Taylor iniciou o seu estudo observando o trabalho dos operários. Sua teoria seguiu um
caminho de baixo para cima, e das partes para o todo; dando ênfase na tarefa. Para ele a
administração tinha que ser tratada como ciência. Desta forma ele buscava ter um maior
rendimento do serviço do operariado da época,o qual era desqualificado e tratado com
desleixo pelas empresas. Não havia, à época, interesse em qualificar o trabalhador, diante
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ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

Taylorismo ou Administração científica é o modelo de administração desenvolvido

pelo engenheiro estadunidense Frederick Winslow Taylor (1856-1915), que é considerado

o pai da administração científica.

Índice

[esconder]

  • 1 Primeiros estudos essenciais desenvolvidos por Taylor
  • 2 Metodologia do estudo
  • 3 Organização Racional do Trabalho
  • 4 Princípios da Administração Científica
  • 5 Ver também

[editar] Primeiros estudos essenciais desenvolvidos por Taylor

  • Em relação ao desenvolvimento de pessoal e seus resultados : acreditava que,

oferecendo instruções sistemáticas e adequadas aos trabalhadores, ou seja,

treinando-os, haveria possibilidade de fazê-los produzir mais e com melhor

qualidade.

  • Em relação ao planejamento a atuação dos processos : achava que todo e

qualquer trabalho necessita, preliminarmente, de um estudo para que seja

determinada uma metodologia própria, visando sempre o seu máximo

desenvolvimento.

  • Em relação a produtividade e à participação dos recursos humanos : estabelecia

a co-participação entre o capital e o trabalho, cujo resultado refletirá em menores

custos, salários mais elevados e, principalmente, em aumentos de níveis de

produtividade.

  • Em relação ao autocontrole das atividades desenvolvidas e às normas

procedimentais : introduziu o controle com o objetivo de que o trabalho seja

executado de acordo com uma seqüência e um tempo pré-programados, de modo

a não haver desperdício operacional. Inseriu, também, a supervisão funcional,

estabelecendo que todas as fases de um trabalho devem ser acompanhadas de

modo a verificar se as operações estão sendo desenvolvidas em conformidades

com as instruções programadas. Finalmente, apontou que estas instruções

programadas devem, sistematicamente, ser transmitidas a todos os empregados.

[editar] Metodologia do estudo

Taylor iniciou o seu estudo observando o trabalho dos operários. Sua teoria seguiu um

caminho de baixo para cima, e das partes para o todo; dando ênfase na tarefa. Para ele a

administração tinha que ser tratada como ciência. Desta forma ele buscava ter um maior

rendimento do serviço do operariado da época,o qual era desqualificado e tratado com

desleixo pelas empresas. Não havia, à época, interesse em qualificar o trabalhador, diante

de um enorme e supostamente inesgotável "exército industrial de reserva". O estudo de

"tempos e movimentos" mostrou que um "exército" industrial desqualificado significava

baixa produtividade e lucros decrescentes, forçando as empresas a contratarem mais

operários.

[editar] Organização Racional do Trabalho

  • Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos: objetivava a isenção de

movimentos inúteis, para que o operário executasse de forma mais simples e

rápida a sua função, estabelecendo um tempo médio, afim de que as atividades

fossem feitas em um tempo menor e com qualidade, aumentando a produção de

forma eficaz.

  • Estudo da fadiga humana: a fadiga predispõe o trabalhador à diminuição da

produtividade e perda de qualidade, acidentes, doenças e aumento da rotatividade

de pessoal.

  • Divisão do trabalho e especialização do operário, cada um se especializaria e

desenvolveria as atividades em que mais tivessem aptidões.

  • Desenho de cargos e tarefas: desenhar cargos é especificar o conteúdo de tarefas

de uma função, como executar e as relações com os demais cargos existentes.

  • Incentivos salariais e prêmios por produtividade
  • Condições de trabalho: O conforto do operário e o ambiente físico ganham valor,

não porque as pessoas merecessem, mas porque são essenciais para o ganho de

produtividade

  • Padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e

reduzir os custos

  • Supervisão funcional: os operários são supervisionados por supervisores

especializados, e não por uma autoridade centralizada.

  • Homem econômico: o homem é motivável por recompensas salariais, econômicas

e materiais.

A empresa era vista como um sistema fechado, isto é, os indivíduos não recebiam

influências externas. O sistema fechado é mecânico, previsível e determinístico. Porém,

a empresa é um sistema que movimenta-se conforme as condições internas e externas,

portanto, um sistema aberto e dialético.

[editar] Princípios da Administração Científica

Taylor pretendia definir princípios científicos para a administração das empresas. Tinha

por objetivo resolver os problemas que resultam das relações entre os operários, como

conseqüência modificam-se as relações humanas dentro da empresa, o bom operário não

discute as ordens, nem as instruções, faz o que lhe mandam fazer. A gerência planeja e o

operário apenas executa as ordens e tarefas que lhe são determinadas.

Os quatro princípios fundamentais da administração Científica são:

1. Princípio do planejamento

2. Princípio da preparação dos trabalhadores

  • Fordismo

Fordismo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ir para: navegação, pesquisa

A Wikipédia possui o

Portal de Administração

Idealizado pelo empresário estadunidense Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford

Motor Company, o Fordismo é um modelo de Produção em massa que revolucionou a

indústria automobilística na primeira metade do século XX. Ford utilizou à risca os

princípios de padronização e simplificação de Frederick Taylor e desenvolveu outras

técnicas avançadas para a época. Suas fábricas eram totalmente verticalizadas. Ele

possuia desde a fábrica de vidros, a plantação de seringueiras, até a siderúrgica.

Ford criou o mercado de massa para os automóveis. Sua obsessão foi atingida: tornar o

automóvel tão barato que todos poderiam comprá-lo.

Uma das principais características do Fordismo foi o aperfeiçoamento da linha de

montagem. Os veículos eram montados em esteiras rolantes que movimentavam-se

enquanto o operário ficava praticamente parado, realizando uma pequena etapa da

produção. Desta forma não era necessária quase nenhuma qualificação dos trabalhadores.

O método de produção fordista exigia vultuosos investimentos e grandes instalações, mas

permitiu que Ford produzisse mais de 2 milhões de carros por ano, durante a década de

1920. O veículo pioneiro de Ford no processo de produção fordista foi o mítico Ford

Modelo T, mais conhecido no Brasil como "Ford Bigode".

O Fordismo teve seu ápice no período posterior à Segunda Guerra Mundial, nas décadas

de 1950 e 1960, que ficaram conhecidas na história do capitalismo como Os Anos

Dourados. Entretanto, a rigidez deste modelo de gestão industrial foi a causa do seu

declínio. Ficou famosa a frase de Ford, que dizia que poderiam ser produzidos

automóveis de qualquer cor, desde que fossem pretos. O motivo disto era que com a cor

preta, a tinta secava mais rápido e os carros poderiam ser montados mais rapidamente.

A partir da década de 70, o Fordismo entra em declínio. A General Motors flexibiliza sua

produção e seu modelo de gestão. Lança diversos modelos de veículos, várias cores e

adota um sistema de gestão profissionalizado, baseado em colegiados. Com isto a GM

ultrapassa a Ford, como a maior montadora do mundo.

Na década de 70, após os choques do petróleo e a entrada de competidores japoneses no

mercado automobilístico, o Fordismo e a Produção em massa entram em crise e

começam gradativamente a serem substituídos pela Produção enxuta, modelo de

produção baseado no Sistema Toyota de Produção.

Em 2007 a Toyota torna-se a maior montadora de veículos do mundo e pôe um ponto

final no Fordismo.

[editar] Referências

Maia, Adinoel Motta. A era Ford: Filosofia, ciência, Técnica. Salvador: Casa da

Qualidade, 2002. ISBN 85-85674-70-9 Womack, James P. A máquina que mudou o

mundo. Rio de Janeiro: Campus, 1992. ISBN 85-7001742-

  • Toyotismo

Toyotismo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ir para: navegação, pesquisa

O toyotismo é um modo de organização da produção capitalista que se desenvolveu a

partir da globalização do capitalismo na década de 1950. Surgiu na fábrica da Toyota no

Japão após a II Guerra Mundial, e foi elaborado por Taiichi Ohno mas só a partir da crise

capitalista da década de 1970 é que foi caracterizado como filosofia orgânica da

produção industrial ( modelo japonês ), adquirindo uma projeção global.

O Japão foi o berço da automação flexível pois apresentava um cenário diferente do dos

Estados Unidos e da Europa: um pequeno mercado consumidor, capital e matéria-prima

escassos, e grande disponibilidade de mão-de-obra não-especializada, impossibilitavam

a solução taylorista-fordista de produção em massa. A resposta foi o aumento na

produtividade na fabricação de pequenas quantidades de numerosos modelos de produtos

, voltados para o mercado externo, de modo a gerar divisas tanto para a obtenção de

matérias-primas e alimentos, quanto para importar os equipamentos e bens de capital

necessários para a sua reconstrução pós-guerra e para o desenvolvimento da própria

industrialização. O sistema pode ser teóricamente caracterizado por quatro aspectos:

1. mecanização flexível, uma dinâmica oposta à rígida automação fordista

decorrente da inexistência de escalas que viabilizassem a rigidez.

2. processo de multifuncionalização de sua mão-de-obra, uma vez que por se basear

na mecanização flexível e na produção para mercados muito segmentados, a mão-

de-obra não podia ser especializada em funções únicas e restritas como a fordista.

Para atingir esse objetivo os japoneses investiram na educação e qualificação de

seu povo e o toyotismo, em lugar de avançar na tradicional divisão do trabalho,

seguiu também um caminho inverso, incentivando uma atuação voltada para o

enriquecimento do trabalho.

3. Implantação de sistemas de controle de qualidade total, onde através da promoção

de palestras de grandes especialistas norte-americanos, difundiu-se um

aprimoramento do modelo norte-americano, onde, ao se trabalhar com pequenos

lotes e com matérias-primas muito caras, os japoneses de fato buscaram a

qualidade total. Se, no sistema fordista de produção em massa, a qualidade era

assegurada através de controles amostrais em apenas pontos do processo

As tentativas de resolver os problemas gerados pela crise do capitalismo, que fazem gerar esse movimento, são responsáveis por modificações importantes no campo do trabalho, como a introdução de novas tecnologias e aumento da exploração da classe operária.

A concorrência intercapitalista e a necessidade de marcar o domínio do controle das lutas sociais, oriundas do trabalho, através das transformações do modelo de produção fazem com que o mundo do trabalho sofra transformações em sua estrutura produtiva, sindical e política. Nos países de desenvolvimento tecnológico acelerado, a acumulação de capital se fortificou, as mudanças tecnológicas foram inseridas no mundo da produção fabril, provocando intensas modificações, e é possível afirmar que, “[...] a classe-que-vive-do-trabalho sofreu a mais aguda crise deste século, que atingiu não só a sua materialidade, mas teve profundas repercussões na sua subjetividade e, no íntimo inter-relacionamento destes níveis, afetou a sua forma de ser”. (Antunes, 1999, p. 15).

Harvey (1989) afirma que essas transformações surgem com a intensa recessão iniciada em 1973 quando a crise estrutural do capitalismo, gerada pela crise do padrão de acumulação taylorista/fordista, faz com que o capital mergulhe num processo de reestruturação para restaurar o seu domínio societal. Nesse momento, instaura-se uma “guerra” entre os países considerados super potências, pela acumulação de capital, e a competitividade passa a ser a “arma” mais importante. O modelo de produção industrial fundamentado no princípio taylorista/ fordista, de produção em massa, perde a exclusividade e iniciam tentativas para superá-lo. Nesse contexto assistimos a uma nova fase de expropriação da mão-de-obra, a chamada acumulação flexível - a partir do modelo de produção criado pelos japoneses, toyotismo - e junto com ela a degradação das condições de trabalho, dos direitos trabalhistas e, conseqüentemente, dos trabalhadores.

Ao término dos anos 60 a empresa japonesa Toyota já estava totalmente dentro desse novo modelo de produção flexível e o modelo era divulgado dentro e fora do Japão. Os princípios ideológicos e organizacionais desse modelo passaram a sustentar as práticas empresariais como modelo de administração e, “[...] com a mundialização do capital, na década de 1980, o toyotismo tornou-se a ideologia universal da produção sistêmica do capital”.(GIOVANI, 2001).

Sendo assim objetiva-se, através do presente texto, aprimorar conhecimentos acerca dos pressupostos desse modelo japonês de produção – toyotismo – analisando-os, para compreender sua influência no mundo do trabalho.

TOYOTISMO: ORIGEM E CARACTERÍSTICAS

Nos anos 50, relata Wood Jr. (1992), o engenheiro japonês Eiji Toyoda passou alguns meses em Detroit conhecendo a indústria automobilística americana, sistema dirigido pela linha fordista de produção, onde o fluxo normal é produzir primeiro e vender depois quando já dispunham de grandes estoques. Toyoda ficou impressionado com as gigantescas fábricas, a quantidade de estoques, o tamanho dos espaços disponíveis nas fábricas e o alto número de funcionários. Para ele, naqueles moldes, seu país, arrasado por um período pós-guerra, não teria condições de desenvolver uma forma semelhante de produção.

Relatou isso quando escreveu à sede de sua empresa dizendo que ia ser necessário uma nova forma de organização do trabalho, mais flexível e que exigisse menor concentração de estoques, pois sabia que o Japão possuía um mercado pequeno, capital e matéria – prima escassos, “[...] a compra de tecnologia no exterior era impossível e a possibilidade de exportação era remota”. (WOOD JR., 1992).

Para conseguir competir então, nos grandes mercados, a Toyota precisaria modificar e simplificar o sistema da empresa americana Ford. Na procura de soluções para esse encaminhamento, Toyoda e seu especialista em produção Taichi Ohno, iniciaram um processo de desenvolvimento de mudanças na produção. Introduziram técnicas onde fosse possível alterar as máquinas rapidamente durante a produção, para ampliar a oferta e a variedade de produtos, pois para eles era onde se concentrava a maior fonte de lucro. Obtiveram excelentes resultados com essa idéia e ela passou a ser a essência do modelo japonês de produção.

O espaço para armazenamento da produção era outro obstáculo para os japoneses, por isso, as mercadorias deveriam ter giro rápido, e a eliminação de estoques, ainda que parecesse impossível, estava nos projetos de Toyoda. A partir de então, regras criteriosas foram incorporadas gradativamente à produção, caracterizando o que passou chamar toyotismo, (ou Ohnismo, devido aos nomes Toyoda e Ohno). Partiram do princípio de que qualquer elemento que não agregasse valor ao produto, deveria ser eliminado, pois era considerado desperdício e classificaram o desperdício em sete tipos principais: tempo que se perdia para consertos ou refugo, produção maior do que o necessário, ou antes, do tempo necessário, operações desnecessárias no processo de manufatura, transporte, estoque, movimento humano e espera.

A partir do princípio acima citado, planejou-se um modelo de produção composto por: automatização, just-in-time, trabalho em equipe, administração por estresse, flexibilização da mão-de-obra, gestão participativa, controle de qualidade e subcontratação. A seguir serão abordados os conceitos fundamentados em Gounet.

A automatização é considerada o primeiro elemento desse modelo. Trata-se da utilização de máquinas capazes de parar automaticamente quando surgem problemas. Assim o trabalhador que até então era treinado para desenvolver seu trabalho em uma única máquina pode se responsabilizar por várias, o que diminuiria a quantidade de trabalhadores necessários numa linha de montagem, onde a autora teve experiência de trabalho, como relata a seguir.

É uma fábrica de máquinas copiadoras e a tarefa que é atribuída à autora consiste em prender inúmeros fios, fixar quatro mil parafusos por dia (45 em cada máquina dependendo do modelo),

além de fixar gavetas e laterais.[2] O tempo exigido para a realização da atividade é de quatro a

cinco minutos dependendo do modelo. No interior da fábrica robôs transitam pelo imenso espaço levando os “esqueletos das máquinas” de um posto a outro. Um sensor faz com que ele pare no local devido. Também são eles que repõem as peças solicitadas, pelos operários, através de um painel eletrônico, “[...] por todos os lados sirenes piscam e os ruídos ensurdecedores da estrutura de metal em funcionamento misturam-se com a música sintética [...] A primeira impressão chega a lembrar um sofisticado parque de diversões, a segunda impressão sugere a imagem do inferno”. (OCADA, 2004, p. 172).

Um dos elementos de maior destaque dentro do modelo toyotista é o chamado just-in-time (na hora certa). Foi inserido, pela primeira vez, na Toyota japonesa, em meados da década de 70 por Taichii Ohno. Surgiu da necessidade de criar uma alternativa aos poucos espaços para armazenar estoques, sejam eles matérias-primas, peças intermediárias ao processo produtivo ou mercadorias já produzidas, e da escassez de recursos para manter a produção parada. Consiste em detectar a demanda e a produção de bens em função da necessidade específica, ao

contrário do fordismo [3]. Assim, toda demanda tem que ser produzida após ter sido efetivada

sua venda, mantendo um fluxo de produção contínuo. Para isso criam-se os sistemas visuais de

informação, kanban[4] , através deles é possível informar a quantidade de peças necessárias

para o dia.

O trabalho em equipe é outra estratégia usada pela Toyota para racionalizar a utilização de mão-de-obra. A idéia consiste em agrupar os trabalhadores em equipes, com a orientação de um Rida (líder). Este trabalharia junto com os demais operários, com a função de coordenar o grupo e substituir qualquer um que venha faltar. Enquanto no fordismo cada trabalhador é responsável por uma parte da produção e após realizá-la passa adiante para que outro trabalhador realize a parte que lhe cabe, no toyotismo vemos eliminado esse tempo entre um trabalhador e outro, considerado “tempo morto” e que não agrega valor à produção, adequando-se a cadeia de montagem. Na cadeia de montagem quem se movimenta é o produto em fase de produção, através de robôs ou de esteiras, assim são eliminados muitos segundos que seriam gastos para que um trabalhador levasse o produto de um posto de trabalho a outro. Além disso, cada trabalhador deveria descobrir outros “tempos mortos” a fim de diminuir cada vez mais o tempo de produção de determinada peça.

[...] Dicho de outra forma, lo que el obrero realizaba em 60 segundos, a hora lo tiene que hacer em 50 segundos [...] Pero este tipo de racionalización alcanza límites cuando se

tempo livre é utilizado para repouso e recuperação. Os acidentes de trabalho passam a ser constantes e verifica-se também um alto índice de suicídios. Nesse sentido Ocada (2004) coloca-nos o fato de que

A realidade social adquire o simples aspecto de relações sociais de compra e venda de uma força de trabalho destituída de qualquer forma de subjetividade e concebida como um corpo social assexuado, da mesma forma todas as motivações culturais e valorativas que orientam as condutas dos atores sociais são reduzidas ao determinismo de uma causalidade econômica.

Esse nível de estresse também decorre da necessidade dos trabalhadores estarem sempre preparados para produzir o que pede a demanda, uma vez que a produção é feita sob encomenda. Desta maneira devem adaptar-se imediatamente para a nova produção no decorrer do dia. Também é necessário que o trabalhador esteja disponível para incorporar à sua rotina de trabalho árdua e desgastante, muitas horas de trabalho, caso assim for necessário para suprir a demanda. A flexibilização da mão-de-obra passa a ser outro requisito essencial para o trabalhador inserido no sistema toyotista. É preciso ser polivalente para assumir qualquer posto que se faça necessário. Baseado neste princípio de multifuncionalidade é deflagrada nas últimas décadas a teoria das competências, onde o indivíduo precisa desenvolver uma série de capacidades para se inserir ou se manter no mercado de trabalho.

Para atingir os objetivos dento do padrão toyotista - estoque mínimo, controle de qualidade, eliminação de tempos “mortos”, just-in-time – é implantado um processo de qualificação da mão- de-obra através, da educação do povo, objetivando alcançar um de seus princípios fundamentais: a eliminação de desperdício. Para os japoneses a função da escola deveria ser de iniciar o indivíduo nestes princípios, sempre exigindo dele qualidade total. Isso surge na verdade, com a implantação do toyotismo, a partir da necessidade de utilização adequada da matéria- prima de elevado valor. É preciso um índice zero de desperdício para o sucesso da produção, ou seja, a lucratividade. Essa “preocupação” com a qualidade total fez o país desenvolver um produto de alto padrão de qualidade e se inserir no competitivo mercado dos países centrais.

Ainda com referência aos princípios subjacentes ao modelo japonês de produção temos a gestão participativa onde os trabalhadores são levados a se sentirem como participantes da empresa. Assumem um posto de liderança frente a um grupo (líderes coordenadores da linha de montagem, por exemplo) e, com a ilusão de se tornarem “gerentes”, passam a responder pela marcha da produção, ao mesmo tempo em que executam o processo de controle de qualidade. É uma sobrecarga de trabalho e responsabilidades, contudo aos olhos do trabalhador numa análise superficial, é sinal de valorização dentro da fábrica. Esse nível de “avanço” dentro da fábrica estimula a competitividade e a emulação – meritocracia - o que resulta em grande produtividade, pois todo trabalhador almeja atingir o referido avanço. Isso acaba provocando o individualismo e solapando o trabalho organizado. Assim a estratégia da gestão participativa traz consigo a tentativa, bem sucedida, de eliminação da ação sindical, como esclarece Antunes (1999, p. 16).

Vivem-se formas transitórias de produção, cujos desdobramentos são também agudos, no que diz respeito aos direitos do trabalho. Estes são desregulamentados, são flexibilizados, de modo a dotar o capital do instrumental necessário para adequar-se a sua nova fase. Direitos e conquistas históricas dos trabalhadores são substituídos e eliminados do mundo da produção. Diminui-se ou mescla-se, dependendo da intensidade, o despotismo taylorista, pela participação dentro da ordem e do universo da empresa, pelo envolvimento manipulatório, próprio da sociabilidade moldada contemporaneamente pelo sistema produtor de mercadorias.

Obviamente, afirma Harvey (1989), a organização do trabalho necessita se desmantelar, pois, a acumulação flexível de capital representa um confronto direto com a rigidez fordista, se apóia na flexibilidade dos processos de trabalho e não pode conviver com um sistema jurídico que regula rigidamente a exploração da força de trabalho humana, por legislação trabalhista.

Nesse contexto a subcontratação passa a representar uma necessidade e um recurso poderoso dentro do modelo japonês de produção. Para as funções essenciais dentro da fábrica a Toyota

seleciona os trabalhadores efetivos e as demais funções são deixadas para o pessoal subcontratado. Para estes reserva-se salário mais baixo, carga horária maior, serviços desqualificados e nenhum vínculo empregatício ou sindical.

No Japão, segundo Sasaki (1999) quem mais se utiliza desse tipo de mão-de-obra, são as pequenas empresas, que recebem encomendas das grandes empresas montadoras e não dispõe de mão-de-obra pois, os japoneses, sobretudo os mais jovens, formados, que ingressam no mercado de trabalho, as recusam por não haver, nestas fábricas, perspectivas de ascensão profissional e pelas condições precárias a que são submetidos os trabalhadores. Sendo assim, “não conseguindo atrair os empregados japoneses, as pequenas empresas começaram a contar com os trabalhadores estrangeiros. A falta de mão-de-obra no Japão fez com que as empresas comecem, nesse momento, a clamar por modificações na política imigratória e a procurar trabalhadores fora do Japão”.(Sasaki, 1999).

Nesse momento há o aumento de estrangeiros ilegais no país o que passa a representar um sério problema às autoridades japonesas. Nesse sentido a política de imigração torna-se mais rigorosa dando maior abertura ao imigrante latino, principalmente brasileiro, pois, considera-se que, uma vez que é onde está localizada a maior colônia japonesa fora do Japão, será menor o choque cultural.

No Brasil, o final da década de 1980 e início de 1990 foi marcado pela massificação do

movimento dekassegui[5]. A posse de Fernando Collor como presidente em 1990 juntamente

com as medidas econômicas tomadas por sua equipe, provocaram uma grande instabilidade no país e, alavancaram a migração internacional.

É nesse contexto em que a autora chega ao Japão e vivencia, como operária subcontratada, o trabalho em linhas de produção de produtos automobilísticos e tecnológicos. Percebe-se rapidamente que a experiência na fábrica é um grande desafio e o problema é acrescido por questões como a comunicação, a alimentação e, principalmente a submissão às empreiteiras, empresas responsáveis pela (sub)contratação de mão-de-obra estrangeira.

Destes dois anos de experiência, foi possível analisar algumas questões referentes ao mundo do trabalho operário, focando o modelo japonês de produção sob a ótica do trabalhador.

A chegada já é muito traumática. Incluindo a autora são seis brasileiros chegando ao Japão pela primeira vez. São recepcionados no aeroporto de Nagoya. Após identificados pelo encarregado da empreiteira entram em um grande carro e começam uma viagem, rumo ao alojamento, na cidade de Toyohashi, que parece não ter fim. Depois de aproximadamente duas horas de viagem este encarregado fez uma parada, compra latas de café quente, incentiva um bate-papo informal e pede pra ver passaportes e canhotos de passagem, onde há a passagem de retorno ao Brasil. Com os documentos nas mãos revela que é preciso recolher os documentos. Sob pena de não serem aceitos, todos entregam.

Ao chegar deparam-se com uma construção aparentemente abandonada. As pessoas são divididas em grupos porém, os casais permanecem juntos num alojamento individual. No interior dos alojamentos encontram uma pequena geladeira em péssimo estado de conservação, uma pia com muitos insetos e um armário, para roupas, praticamente destruído. Pela janela avistam um terreno baldio também com sinais de abandono. O encarregado que os conduziu até ali entrega um pacote com dois futons (acolchoados), dois macurás (travesseiros) e dois edredons. Por esses materiais todos assinam vales no valor de 15 mil ienes cada um (na época somavam 150 reais aproximadamente). Também é oferecido um kit com utensílios de cozinha no valor de 21 mil ienes (aproximadamente 210 reais) o qual todos recusam. O encarregado despede-se e promete voltar durante a semana.

No dia seguinte, todos aproveitam para conversar e se conhecer. Há algumas pessoas que estão ali há uma semana e relatam aos demais que é costume da empreiteira hospedar os “novatos” neste alojamento para uma certa “pressão psicológica”, para que aceitem o primeiro emprego que surgir e não fiquem colocando obstáculos, pois, só a partir de efetivados no trabalho são transferidos para um “apto” (por pior que fosse seria sempre melhor que aquele lugar). Após três dias de espera o tantocha ( nome dado ao encarregado da empreiteira ) volta ao alojamento para

A experiência como operária subcontratada tornou possível ver bem de perto que o a única diferença entre os trabalhadores, ainda que isso seja despercebido para muitos deles, são as mercadorias que produzem. Não fosse assim, não haveria diferença de uma fábrica para outra. Em todas que a autora teve oportunidade de trabalhar ou apenas conhecer, como era de se esperar, as atividades sempre seguiam a mesma linha, extremamente repetitivas e exaustivas, onde o trabalho se encontra totalmente alienado. “[...] Ao operário já não cabia pensar o seu trabalho, mas apenas reagir interpretativamente aos movimentos que o ritmo do processo de trabalho impunha ao seu corpo. O processo de trabalho não dependia da mediação de sua interpretação para que tivesse seqüência. Seu corpo fora transformado num instrumento dos movimentos automáticos da linha de produção”.(MARTINS, 1994).

Nesse sentido é possível concordar com Antunes (1999) quando enfatiza que não se pode atribuir ao toyotismo um caráter de novo modelo de organização e de produção, nem ao menos é possível considerá-lo como um avanço do sistema taylorista/fordista.

[...] a questão que nos parece mais pertinente é aquela que interroga em que medida a produção capitalista realizada pelo modelo toyotista se diferencia essencialmente ou não das várias formas existentes de fordismo. [...] a diminuição entre elaboração e execução, entre concepção e produção, que constantemente se atribui ao toyotismo, só é possível porque se realiza no universo estrito e rigorosamente concebido do sistema produtor de mercadorias, do processo de criação e valorização do capital. (p. 33).

A partir dessa breve análise é possível concluir que o toyotismo representou, na verdade, uma grande ofensiva aos trabalhadores, uma vez que se instalou como um processo apenas preocupado em resgatar o domínio e o poder de acumulação do capital. Evidenciando assim que, ainda vai longe esse modelo de sociedade composta por exploradores e explorados.

Referências ALVES, Giovanni. Toyotismo e neocorporativismo no sindicalismo do século XXI. Outubro, São Paulo, n.5, p. 47-58,

ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 6ed. São Paulo: Cortez; Campinas: Editora da Universidade de Campinas, 1999. ________ Ricardo. O toyotismo, as novas formas de acumulação de capital e as formas contemporâneas do estranhamento (alienação). Disponível em: http://www.alast.org/PDF/Walter/Tec-Antunes.PDF. Acesso em: 21 jun.

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QUESTÕES

Perguntas para Revisão e discussão. As perguntas abaixo podem não estar todas no texto

acima, devendo ser pesquisadas no livro introduçao à Teoria Geral de Administração de

Idalberto Chiavenato ou outros.

)1 Comente os princípios da administração de Taylor.

)2 Em que aspectos a análise do trabalho e o estudo dos tempos e

movimentos srviram de base para o trabalho de Taylor?

)3 Explique o que é eficiência.

)4 O que é divisão do trabalho e especialização do operário?

)5 O que é o desenho de cargos e de tarefas para a administração científica?

)6 Explique o conceito de homo economicus.

)7 Qual a importância das condições de trabalho para a Administração

Científica?

)8 O que é padronização?

)9 O que é supervisão funcional?

)10 Comente os princípios básicos de Ford.

)11 O que é princípio da exceção?

)12 Explique o princípio da administração científica.

)13 Explique a superespecialização do operário como um problema imposto

pela Administração Científica.

)14 Explique de que se trata o Toyotismo.