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A OCORRÊNCIA DE DENGUE EM CRIANÇAS: REVISÃO DE
LITERATURA^1
WESLEY ALVES DA SILVA^2
Resumo: A dengue é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e é causada por um dos quatro sorotipos dos vírus da dengue. Os sintomas vão desde febre e sintomas constitucionais leves até manifestações hemorrágicas e choque, ou Dengue Hemorrágico/Síndrome do Choque associada ao dengue (DH/SCD). A Dengue surgiu entre crianças no Sudeste Asiático na década de 1950 e desde então se transformou em um grave problema de saúde pública mundial, sendo uma importante causa de morbidade e mortalidade infantil e adulta. O presente estudo objetivou analisar por meio de uma revisão na literatura cientifica a ocorrência da dengue em crianças. A metodologia utilizada foi à revisão de literatura, feita nos meses de maio a setembro de 2011, na qual foram realizadas a busca de artigos científicos nos bancos de dados da LILACS, BIREME e SCIELO. Foram analisados os resumos de 25 artigos sendo categorizados pelo ano de publicação, o cenário, a metodologia abordada e a temática apresentada. Destes foram excluídos 13 artigos que não apresentavam texto completo, O ano de 2008, foi o que publicou o maior número de produções sobre a problemática em questão, tendo em vista que foram quatro artigos publicados nesse ano. Durante o ano de 2007 obteve-se três publicações, seguido de duas do ano de 2009. Os anos de 2004, 2005 e 2010 obtiveram a menor produção sobre o tema aqui avaliado, possuindo somente uma publicação em cada ano.
Palavras-chave: Aedes aegypti. Dengue. Criança.
Abstract: Dengue is a disease transmitted by Aedes aegypti mosquito and is caused by one of fourserotypes of dengue virus. Symptoms range from fever and mild constitutional symptomsto hemorrhagic manifestations and shock, or Dengue Hemorrhagic / shock syndromeassociated with dengue (DHF / DSS). Dengue has emerged among children in Southeast Asia in the 1950s and since then has become a serious public health problem worldwide and a major cause of morbidity and infant and adult mortality. This study aimed to analyzethrough a revision in the scientific literature the occurrence of dengue in children. The methodology used was the literature review, conducted in the months from May to September 2011, which were carried out in search of scientific databases LILACS,BIREME and SciELO. We analyzed the abstracts of 25 articles were categorized by year of publication, the setting, the methodology presented and topics discussed. Of these 13were excluded articles that did not have full text, the year 2008, which was published the largest number of papers on the issue in question, considering that four articles werepublished that year. During 2007 we obtained three publications, followed by two of 2009.The years 2004, 2005 and 2010 have the lowest production evaluated on the topic here, having only one publication each year.
Keywords: Aedes aegypti. Dengue. Child.
________________________________ 1 Artigo apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Microbiologia e Parasitologia, sob a orientação da profª Mestre Maria Cristiana da Silva Souto. (^2) Biólogo e aluno do Curso de Especialização em Microbiologia e Parasitologia da Faculdade de Ciências, Cultura e Extensão do RN – email: wesley.ellus@hotmail.com
Introdução
A dengue é atualmente um dos principais problemas de saúde pública que o Brasil enfrenta, como também em outros países tropicais e subtropical, sendo uma das mais importantes arbovirose que afeta o ser humano e que constitui sérios problemas de saúde pública no mundo^11. É causada por um arbovírus pertencente ao gênero Flavivirus , onde possuem quatro sorotipos diferentes: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-47,13.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, a dengue ocorre em maior escala nos meses de janeiro a maio, devido às condições climáticas adequadas a sua reprodução em massa nessa época do ano^5.
É transmitida por picadas de insetos, sendo o principal vetor, o Aedes aegypti^14 , o mosquito por sua vez, é um inseto típico de regiões urbanas de clima tropical e subtropical. Possui hábitos urbanos, o que facilita sua grande disseminação^6.
Segundo CAMARA (2007) a dengue encontra-se hoje presente em todos os 27 estados da Federação, distribuída por 3.794 municípios, sendo responsável por cerca de 60% das notificações nas Américas^6.
No primeiro semestre de 2011, o Brasil apresentou redução no número de notificações, como informa a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Na região Nordeste, nesse mesmo período, foram notificados 157.297 casos, correspondendo a 22% em relação a todo o território^4.
O Aedes aegypti está adaptado a se reproduzir nos ambientes doméstico e peridoméstico, utilizando-se de recipientes que armazenam águas potáveis e recipientes descartáveis que acumulam água de chuvas, comumente encontrados nos lixos das cidades^6 , sendo esse um dos principais problemas identificados para o controle da dengue, pois a participação popular é insuficiente para as atividades de controle dos criadouros do mosquito, e com isto tem contribuído para disseminação desse vetor^9.
A dengue tem crescido cada vez mais e isso é bem notável, principalmente, em crianças, uma vez que as mesmas são mais susceptíveis ao extravasamento plasmático, por apresentarem permeabilidade vascular aumentada^7.
O diagnóstico dessa doença em crianças é difícil, devido às infecções serem de caráter assintomático e sua manifestação se assemelhar com de outras doenças^15. Estudos recentes têm mostrado que existe um aumento nas notificações dos casos da Febre Hemorrágica da Dengue em crianças de 0 a 15 anos^14. Outro fato observado é a transmissão vertical, relatada por alguns especialistas da área, no entanto, sem comprovação científica^11.
De acordo com COSTA (2010) o DEN-3, foi o principal sorotipo isolado nos casos de dengue em crianças^7.
Diante do exposto, o presente estudo objetivou analisar por meio de uma revisão na literatura cientifica a ocorrência da dengue em crianças.
Metodologia
Trata-se de uma revisão de literatura, realizada nos meses de maio a setembro de 2011, na qual foram realizadas a busca de artigos científicos nos bancos de dados da LILACS, BIREME e SCIELO. A busca nos bancos de dados foi realizada utilizando às terminologias cadastradas nos Descritores em Ciências da Saúde criados pela Biblioteca Virtual em Saúde e desenvolvido a partir do Medical Subject Headings da U.S. National Library of Medicine, que permite o uso da terminologia comum em português, inglês e espanhol. As palavras-chave utilizadas na busca foram: “dengue” e “dengue em criança”^16.
Os juízos críticos utilizados para a seleção dos artigos foram: artigos originais de pesquisa sobre dengue e dengue em crianças publicados em português e inglês com pesquisas realizadas no Brasil, dissertações, teses e estudos apresentados em congressos e seminários^2. Foram excluídos estudos publicados antes de 2001 e artigos que apresentavam menos de 04 páginas em seu estudo^16.
Pesquisa desenvolvida exclusivamente a partir de fontes já elaboradas – artigos científicos, os quais apresentam como vantagem a cobertura de uma ampla gama de fenômenos que não poderia contemplar-se diretamente. No entanto, requer cuidado de, ao escolher tais fontes, certificar-se de que sejam seguras^1.
Resultados e Discussão
Inicialmente foram selecionados 25 artigos, onde 06 artigos foram descartados, pois os estudos foram publicados antes de 2001, e outros artigos apresentavam menos de 04 páginas em seu estudo e não apresentava a linha de pensamento com o tema abordado na pesquisa.
Em seguida os trabalhos foram lidos para dar seqüência ao estudo em questão. Sendo assim, foram excluídos mais 03 artigos que não estavam completos. Ao todo foram descartados 13 artigos. Portanto, ficaram 12 artigos que correlacionavam os critérios de inclusão.
Das 12 produções cientificas obtidas em toda a pesquisa, destacou-se o ano de 2008, proporcionando o maior número de produções sobre a problemática em questão, tendo em vista que foram quatro artigos publicados nesse ano. Durante o ano de 2007 obteve-se três publicações, seguido de duas do ano de 2009. Os anos de 2004, 2005 e 2010 obtiveram a menor produção sobre o tema aqui avaliado, possuindo somente uma publicação em cada ano. Dos cincos artigos encontrados que foram publicados na língua inglesa, os mesmos foram realizadas no Brasil.
De acordo com ROCHA^14 foram pesquisadas amostras de sangue de crianças menores de 15 anos, através da RT-PCR (Reação da transcriptase reversa) com o intuito de se identificar os sorotipos virais da dengue na população infantil, em Manaus/AM, durante o ano de 2008. Obtendo como resultado o DENV-3 como o único sorotipo viral encontrado. Em seus estudos, 83% das crianças avaliadas apresentaram resultado negativo para dengue através do RT-PCR sugerindo a ocorrência de outras doenças febris que necessitam ser esclarecidas. Uma vez que de acordo com RODRIGUES^15 a dengue é habitual entre as doenças febris na infância, com prevalência variante de acordo com a situação epidemiológica. A clínica das
142 evoluíram para a forma de febre benigna da dengue, das variáveis pesquisadas como possíveis fatores de prognósticos associados à gravidade da dengue, por meio da analise multivariadas foram identificados os seguintes fatores: o aparecimento de sangramento com quatro dias ou mais de doença; dor abdominal em qualquer fase da doença; prova do laço positivo no primeiro atendimento; primeiro atendimento médico com quatro dias ou mais de doença; relato de dengue anterior; albumina com valores correspondente ao intervalo igual a 3g/dL e menor que 3,5d/dL.
Conclusão
A dengue é um problema de saúde pública em que o governo vem tendo como prioridade controla-lá, por meio de ações de monitoramento da circulação viral, identificação, tratamento e eliminação de criadouros, bem como ações educativas as quase objetivam sensibilizar a população quanto à importância que cada um tem para o controle dessa doença.
Esse trabalho não teve por pretensões trazer algo novo ou supostas soluções para nosso atual quadro epidemiológico, mas sim, mostrar a gravidade que a dengue apresenta quando acomete as crianças. Espera-se, portanto, que o presente estudo sirva de fonte de pesquisa para aqueles que venham a se apropriar do mesmo, ajudando na busca e respaldando os futuros estudos.
Referências Bibliográficas
(^1) ALVES, Magda. Como escrever teses e monografias: um roteiro passo a passo / Magda Alves. 2ª reimpressão, Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
(^2) ARAÚJO, José Raimundo. FERREIRA, Efigênia Ferreira. ABREU, Mauro Henrique Nogueira Guimarães de. Revisão sistemática sobre estudos de espacialização da dengue no Brasil Rev Bras Epidemiol 2008; 11(4): 696-708.
(^3) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – 6. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2005.
(^4) Brasil. Portal da Saúde. Ministério da Saúde. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_ area=1498&CO_NOTICIA=12895 > Acesso em 13 julho 2011.
(^5) Brasil. Ministério da Saúde. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/dengue_0210.pdf Acesso em 13 julho 2011.
(^6) CÂMARA, Fernando Portela. THEOPHILO, Regina Lúcia Gonçalve. SANTOS, Gualberto Teixeira dos. PEREIRA, Silva Regina Ferreira Gonçalves. CÂMARA, Daniel Cardoso P. MATOS, Roberto Rodrigues C. Estudo retrospectivo (histórico) da dengue no Brasil: características regionais e dinâmicas. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 40(2):192-196, mar-abr, 2007
(^7) COSTA, Cristóvão Alves. FAÇANHA, Gracilhane Palheta. Sorotipos virais de dengue identificados em crianças de Manaus, Estado do Amazonas, 2008. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 44(2):249-251, mar-abr, 2011
(^8) FIRMIDA, Mônica de Cássia. DERRAME PLEURAL NA CRIANÇA COM DENGUE. Escola de Medicina da UNIGRANRIO, Acta Scientiae Medica_On line Vol. 1(1): 35-43; 2008
(^9) MACIEL, Ethel Leonor Noia. OLIVEIRA, Carla Braga. FRECHIANI, Janaína Menezes. SALES, Carolina Maia Martins. BROTTO, Léia Damasceno de Aguiar. ARAÚJO, Maristela Dalbello. Projeto Aprendendo Saúde na Escola: a experiência de repercussões positivas na qualidade de vida e determinantes da saúde de membros de uma comunidade escolar em Vitória, Espírito. Ciência & Saúde Coletiva, 15(2):389-396, 2010
