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Este trabalho remete-se a uma revisão bibliográfica sobre a importância da higienização das mãos que está ligada à prevenção de malefícios à saúde, tema que motiva um número grande de pesquisas. Apresenta como objetivo, caracterizar a valorização da educação, para profissionais e usuários da área da saúde, dentre as recomendações governamentais sobre controle da infecção hospitalar, recomendações estas que enfatizam os contrastes acentuados entre a prática e o ideal aconselhado. O presente estud
Tipologia: Notas de estudo
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a importância da EDUCAÇÃO para A higienização das
mãos no controle dA infecção hospitalar
João Carlos Marcos Borges 1
Este trabalho remete-se a uma revisão bibliográfica sobre a importância da higienização das mãos que está ligada à prevenção de malefícios à saúde, tema que motiva um número grande de pesquisas. Apresenta como objetivo, caracterizar a valorização da educação, para profissionais e usuários da área da saúde, dentre as recomendações governamentais sobre controle da infecção hospitalar, recomendações estas que enfatizam os contrastes acentuados entre a prática e o ideal aconselhado. O presente estudo consiste em revisão bibliográfica. Concluiu-se que a educação quanto a higienização das mãos, promoverá mudança obrigatória dos costumes e rotinas, evidenciará a interferência no comportamento, no hábito, no ambiente e no contexto assistencial com baixa adesão a essa prática dentro do ambiente hospitalar, bem como na necessidade de compreender e transformar a realidade, minimizando as discordâncias e as resistências existentes.
Palavras-Chave: Higienização das Mãos. Infecção Hospitalar. Controle. Educação.
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(^1) Enfermeiro, aluno do Curso de Pós-graduação em Saúde Pública: ênfase em Saúde da Família do Centro Universitário do Sul de Minas UNIS-MG. Email: joaocarlos_enfermagem@hotmail.com.
É básico a todo ser humano, principalmente como ato de educação, em fase de crescimento as recomendações de higiene. Entre elas a obrigação de lavar as mãos após o usar o banheiro, após espirrar, tossir, ao chegar em casa, após mexer em dinheiro e antes das refeições, etc..
Mas, o hábito de lavar as mãos serve também, ou principalmente, para evitar a transmissão de doenças. Haja visto, que num passado recente, no país foi muito divulgado por causa da Pandemia da Gripe Suína, a recomendação da lavagem das mãos como um meio de evitar contágio do H (^) 1N (^) 1.
Muitos estudiosos certificam que essa medida simples e eficiente evita a disseminação de vírus e bactérias. Além do que, os progressos científico-tecnológicos determinam que os profissionais da saúde tenham conhecimentos suficientes e específicos, com aprimoramento constante, no intento de proporcionar excelência na qualidade dos serviços que oferecem.
A despeito da técnica aplicada, seja em que setor da saúde for, é recomendado observar o ambiente e as mãos.
O ideário observado no ambiente hospitalar envolve uma recomendação baseada em costumes e rituais, de que as mãos devem ser lavadas com uma solução anti-séptica, acrescida de, ou somente com, água e sabão, antes e após qualquer procedimento da área da saúde, especialmente quando em ambiente hospitalar.
Mesmo assim, os textos principais de enfermagem orientam a realização do procedimento, para alcançar esse objetivo. E, são unânimes em descrever a técnica de higienização das mãos em passos sequenciais com ênfase em suas respectivas justificativas.
Nesse contexto, percebendo que a assistência à saúde no ambiente hospitalar necessita e exige contato físico dos diferentes profissionais com os pacientes, assim como dos acompanhantes com os usuários do sistema de saúde e que as mãos são as estruturas corporais mais utilizadas nesse contato direto.
Entende-se que como estes órgãos se constituem no principal meio de transmissão e contaminação de microrganismos, representando a ligação direta e imedita entre paciente, profissional e ambiente contaminado. A possibilidade de quebra dessa cadeia de transmissão exige a aplicação de normas básicas de higiene no ambiente hospitalar, sendo que a de maior impacto é justamente a mais simples e com menor custo: a higienização dos mesmos.
O processo de Higienização de Mãos se refere à ação de lavar as mãos, podendo ser somente com água e sabão comum, ou com água, sabão e anti-séptico. Ou ainda por meio de
Higienização das Mãos, afirma que “a prevenção e o controle das infecções relacionadas à assistência à saúde constituem grandes desafios da medicina atual”. E, que “desde 1846, uma medida simples, a higienização apropriada das mãos, é considerada a mais importante para reduzir a transmissão de infecções nos serviços de saúde”.
Sobre os primeiros conhecimentos acerca do tema, segundo a ANVISA, a lavagem das mãos é empregada para evitar ou diminuir infecção hospitalar, o mesmo documento informa que a história das infecções hospitalares segue a evolução dos hospitais. Os primeiros eram locais em que não havia habitualmente separação por tipos e gravidade de doença, nem técnicas de higiene e desinfecção que impedissem o alastramento das contaminações (Id, 2008, p. 11).
Foi o médico húngaro Ignaz Philip Semmelweis (1818-1865), que em 1846, comprovou a íntima relação da febre puerperal com os cuidados médicos. Ele notou que os médicos que iam diretamente da sala de autópsia para a de obstetrícia tinham odor desagradável nas mãos. Semmelweis postulou que a febre puerperal que afetava tantas mulheres parturientes fosse causada por ‘partículas cadavéricas’ transmitidas na sala de autópsia para a ala obstétrica por meio das mãos de estudantes e médicos. Por volta de maio de 1847, Semmelweis insistiu que estudantes e médicos lavassem suas mãos com solução clorada após as autópsias e antes de examinar as pacientes da clínica obstétrica. No mês seguinte após esta intervenção, a taxa de mortalidade caiu de 12,2 para 1,2%. Desta forma, Semmelweis , por meio do primeiro estudo experimental sobre este tema, demonstrou claramente que a higienização apropriada das mãos podia prevenir infecções puerperais e evitar mortes maternas (ANVISA, 2008, p. 11).
O documento da ANVISA, ressalta também a “atuação da Enfermagem na Prevenção das Infecções” quando destaca:
(...) como precursora da Enfermagem Moderna, Florence Nightingale (1820-1910), jovem culta e de família rica que desde cedo pretendia dedicar sua vida aos outros. Em 1854, foi convidada para ir a Guerra da Criméia, com objetivo de reformular a assistência aos doentes. A enfermaria da guerra encontrava-se em situação precária: sem conforto, medicamentos e assistência insuficientes, sem acesso e transporte aos doentes, com vários casos de infecção pós-operatória, como tifo e cólera, sem vestimenta limpa, sem água potável e alimentação, esgoto a céu aberto, com o porão infestado por ratos e insetos. Florence Nightingale e sua equipe de enfermeiras iniciaram uma série de medidas para organizar a enfermaria, como: higiene pessoal de cada paciente; utensílios de uso individual; instalação de cozinha; preparo de dieta indicada; lavanderia e desentupimento de esgoto. Com a implantação dessas medidas básicas conseguiu reduzir sensivelmente a taxa de mortalidade da instituição (ANVISA, 2008, p. 12).
O Manual “Segurança do Paciente. Higienização das Mãos” da ANVISA registra que o princípio da “Era Microbiana” sucedeu com a conclusão do século XVII quando Anton Van Leeuwenhoek (1632-1723) descobriu as bactérias, fungos e protozoários, denominando-os “animálculos”. Estes foram logo associados à fermentação e à putrefação, cujo mecanismo
não estava claro, sendo então esclarecido pelo termo de “Geração Espontânea”, no qual “os microrganismos seriam gerados pela força vital” (Id, 2008, p. 12).
Seguindo o plano histórico da ANVISA, tomou-se ciência de que o químico francês Louis Pasteur (1822-1895), realizou vários experimentos contra a “Teoria da Geração Espontânea”, derrotando-a com sua “Teoria Microbiana da Fermentação” (1850), quando ligou a ação fermentadora de microrganismos ao produto final fermentado. O passo imediato dessa evolução foi dado pelo médico alemão Robert Koch (1843-1910), que ao estudar o “carbúnculo”, foi o primeiro abonar que um tipo específico de micróbio causa uma determinada doença, criando a “Teoria Microbiana da Doença” (1846) (Id, 2008, p. 12).
Segundo a ANVISA (2008), entre a década de 1975 e 1985, alguns guias foram publicados sobre as práticas de lavagem das mãos em hospitais pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC - Centers for Disease Control and Prevention ) 3. Tais publicações recomendavam lavar as mãos com sabonete não acompanhado de produto anti- séptico antes e após contato com pacientes e lavá-las com sabonete acompanhado de produto anti-séptico antes e após a realização de procedimentos invasivos ou promoção de cuidados a pacientes de alto risco.
A recomedação pelo uso de agentes anti-sépticos não hidratados, como soluções à base de álcool, era apenas em emergências ou em áreas onde não houvesse pias (Id, 2008, p. 12).
Já no período entre 1988 e 1995, as guias da ANVISA para lavagem e anti-sepsia de mãos foram publicados pela Associação para Profissionais de Controle de Infecções (APIC - Association for Professionals in Infection Control and Epidemiology ). Sendo que as indicações preconizadas para lavagem das mãos eram parecidas com àquelas elencadas nas orientações dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (Id, 2008, p. 12).
Porém, nos anos de 1995 e 1996, o Comitê Consultivo em Práticas de Controle de Infecções (HIPAC - Health Care Infection Control Practices Advisory Committee ) dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, aconselhou que um sabonete associado a anti- séptico ou um agente não-hidratado fossem usados para asseio das mãos ao deixar os quartos de pacientes com microrganismos patógenos multirresistentes (Id, 2008, p. 12).
Guideline for Hand Hygiene in Health-Care Settings: recommendations of the Healthcare Infection Control Practices Advisory Committee and the HICPAC/SHEA/APIC/IDSA Hand Hygiene Task Force. Morbidity and Mortality Weekly Report (MMWR), v. 51, n. RR-16, p. 1-45, 2002. Disponível em: http://www.cdc.gov/mmwr/.
Para incentivar esta fácil, útil e essencial medida entre todas as classes de profissionais de saúde, sobretudo entre os que lidam diretamente com o paciente, a OMS instituiu o dia 5 de maio como a data para lembrar a iniciativa de salvar vidas pela simples limpeza das mãos, enfocando que esta é a atitude primeira para frear e até mesmo reduzir infecções e transmissões de doenças associadas ao atendimento em saúde e, assim, até prevenir mortes junto com a prática de bons hábitos diários (SBI, 2009). Esse movimento de impulso à adequada lavagem das mãos faz parte de um grande programa realizado no mundo todo da OMS, a de que o “Cuidado Limpo é Cuidado Seguro”. Tratando-se de uma campanha de sensibilização baseada na temática de que mãos bem lavadas propiciarão mais saúde (OMS, 2009).
Em 1989, o MS^7 brasileiro divulgou o manual “Lavar as Mãos: Informações para os Profissionais de Saúde”, a fim de guiar os profissionais quanto às normas e aos procedimentos para lavar as mãos, visando à prevenção e controle das infecções.
A seriedade dessa prática foi avigorada pelo MS, quando incluiu sugestões para
(^7) BRASIL. Ministério da Saúde. Normas e Manuais Técnicos: Lavar as Mãos - Informações para Profissionais de Saúde. Série A. Brasília, Centro de Documentação, 1989. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizacao_maos/index.htm
lavagem das mãos como as encontradas no anexo IV da Portaria MS 2616/98 8 , a qual instruiu sobre o programa de educação para controle de infecções nos estabelecimentos de assistência
(^8) BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria MS n°. 2616 de 12 de maio de 1998. Estabelece as normas para o programa de controle de infecção hospitalar. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF,
13 de maio de 1998.
LAVAGEM DAS MÃOS
4.1 A lavagem e anti-sepsia cirúrgica das mãos são realizadas sempre antes dos procedimentos cirúrgicos.
5.1 A lavagem das mãos com anti-séptico é recomendada em: realização de procedimentos invasivos; prestação de cuidados a pacientes críticos; contato direto com feridas e/ou dispositivos, tais como cateteres e drenos.
das mãos.
A pele das mãos constituem as principais vias de transmissão de microrganismos entre os seres humanos. Trata-se de um reservatório de diversos microrganismos, que podem se transferir de uma superfície para outra, por meio de contato direto, ou indireto, através do toque em objetos e superfícies contaminados (Id, 2007).
Por meio das mãos infectadas pode acontecer a dispersão de microrganismos como bactérias (estafilococos), vírus (Rotavirus), fungos ( Cândida albicans ) e parasitos (giárdias, amebas e ascaris) e estes podem vir a transmitir doenças como resfriado, gripe, diarreia, catapora, etc. (Id, 2007).
A infestação acontece em regra sem o indivíduo perceber, em diversas ocasiões do dia a dia. Nos casos mais comuns, como por exemplo quando se vai ao sanitário: a urina não contaminada não contém flora bacteriana. Nestas condições, ela apresenta apenas substâncias derivadas do metabolismo urinário. Já as fezes, apresentam uma flora bacteriana em condições de normalidade e estas são fundamentais para o perfeito funcionamento do intestino. Porém, quando eliminadas, podem se tornar patogênicas para o ser humano (Id, 2007).
Diante disso, a ANVISA comunica que é importantíssimo que as pessoas tomem ciência da gravidade da higienização das mãos e façam desse ato banal, ordinário e normalmente sem a devida importância, um hábito regrado e habitual (Id, 2007).
Assim, a ANVISA (2007) reforça que algumas medidas são fundamentais para que não exista a contaminação, já que a limpeza das mãos tem como finalidades: (a) remoção de sujidade, suor, oleosidade, pêlos, células descamativas e microbiota da pele, interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato; (b) prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas.
Segundo orientação da ANVISA, sempre com base nos guias da OMS, deve-se, no dia a dia, higienizar as mãos com água e sabonete nas seguintes situações: (a) quando as mãos estiverem visivelmente e sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais, como por exemplo suor, urina e fezes; (b) ao iniciar e terminar um turno de trabalho; (c) ao chegar em casa; (d) antes e após ir ao banheiro; (e) antes e depois das refeições; (f) antes de preparo de alimentos; (g) antes de preparo e manipulação de medicamentos; (h) antes de manipular crianças (Id, 2007).
Ainda conforme as recomendações da ANVISA/OMS, na higienização das mãos,
deve-se observar de mesma maneira as seguintes orientações: (a) manter as unhas naturais, limpas e curtas; (b) não usar unhas postiças quando entrar em contato direto com as pessoas; (c) evitar o uso de esmaltes nas unhas; (d) evitar utilizar anéis, pulseiras e outros adornos quando tocar um doente (Id, 2007). Para ANVISA/OMS, a higienização deve ser habitual, costumeira, e encarada com naturalidade, a fim de evitar a propagação de distintas enfermidades, promovendo qualidade de vida, bem-estar e conforto das pessoas (Id, 2007).
Segundo o Jornal do Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Minas Gerais (COREN/MG): “qualquer descuido é intolerável”, pois os profissionais de enfermagem são os melhores intérpretes para exercitar e ensinar a lavagem adequada das mãos dentro do cenário da saúde. São os melhores, os argumentadores e explanadores das inúmeras vantagens desta técnica aos demais profissionais da área da saúde, bem como para os usuários e familiares. Pois, mais do que remediar, aos profissionais de saúde compete à adoção de práticas habituais simples que evitem o contágio e a proliferação de doenças (COREN/ MG, 2011, p. 7). O método da lavagem das mãos é uma maneira diligente no cuidado com os agentes patogênicos nocivos a saúde, mas bastante negligenciada. (...) apesar de imprescindível na rotina do trabalho diário, parte dos profissionais da saúde permite que a técnica seja abolida gradativamente, pois por estarem envolvidos com um grande volume de serviço, eles passam a não executar a técnica correta de lavagem das mãos. É muito importante a higienização das mãos ser um hábito realizado várias vezes ao dia, tanto pelos usuários dos serviços de saúde, e ainda pela sociedade em geral. É importante lembrar que a imunidade de uma pessoa hospitalizada é reduzida, estado esse que permite a penetração pelas mucosas de micro-organismos que podem desencadear infecções oportunistas (COREN/MG, 2011, p. 7).
Entretanto, de acordo com o mesmo artigo Jornal do Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Minas Gerais (2011), para que a prática seja “efetivamente adotada”, sem ser somente nos momentos limítrofes e urgentes como do caso da pandemia da Gripe H (^) 1N 1 e em seguida ser esquecida e/ou banalizada, é indispensável: (a) investimentos na conscientização dos profissionais e da comunidade. Por meio de campanhas educativas
infecções hospitalares: 1-cocos Gram-positivos: Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA), Staphylococcus coagulase negativo, e Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium ; 2- bastonetes Gram-negativos: Escherichia coli , Klebsiella pneumoniae , Enterobacter sp , Proteus mirabilis , Citrobacter sp , bastonetes Gram- negativos (BGN) produtores de beta-lactamase de expectro ampliado (BLEA); 3- bastonetes Gram-negativo não fermentadores (BGNNF): Pseudomonas aeruginosa , Burkolderia cepacia , Acinobacter baumanii , Stenotrophomonas maltophilia , entre outros. Assim, a simples higienização das mãos com água e sabão é suficiente para a remoção da sujidade e remoção da microbiota transitória e consequentemente diminuição da incidência de infecção hospitalar (PALOS et al., 2009, p. 574).
Ainda conforme Palos et al. (2009), a higienização das mãos é indicada: antes de calçar as luvas, imediatamente após a sua remoção e antes da realização de qualquer procedimento. Segundo as autoras, a utilização de água e sabão ou anti-séptico, além de produzir uma limpeza eficiente, remove a microbiota transitória. Porém, mesmo assim, não há evidência epidemiológica de que o uso de produtos anti-sépticos proporcione benefícios aditivos na prevenção e transmissão de patógenos. Embora, dentro de seu estudo, observaram a assiduidade e a constância da higienização das mãos numa equipe multiprofissional, de uma Unidade de Terapia Intensiva, revelando que era esperado que 23 profissionais da equipe de enfermagem realizassem a higienização das mãos 298 vezes, entretanto, a adesão desses profissionais foi de apenas 45/298 (15,0%). Já para 06 médicos, era esperado que as sua mãos fossem higienizadas 34 vezes, porém esse procedimento ocorreu 9/34 (26,4%); com relação aos 02 técnicos de laboratório e a 01 fisioterapeuta, o número previsto foi de 25, entretanto, a higienização das mãos foi realizada uma única vez (Id, 2009, p.17). Sob esta situação, concluíram que em ambientes onde os profissionais têm contato frequente com grande número de pacientes e tempo parco, o uso de soluções alcoólicas glicerinadas, lenços de base alcoólica, álcool gel, espumas e outros produtos estão recomendados como complemento à higienização das mãos, mas não como substitutos. Contudo, vários fatores podem intervir na eficácia dessas soluções sobre os microrganismos, como por exemplo, a aplicação de quantidade insuficiente dos produtos e/ou presença de sujidade nas mãos (Id, 2009). Palos et al. (2009), do mesmo modo esclareceram que a instrução dos profissionais de saúde acerca da técnica apropriada para o uso de anti-séptico pode somar expressivamente a sua ação sobre as bactérias, desde que a fricção possa abranger todas as regiões das mãos, por um período de um minuto e deixando-as secar naturalmente. A despeito de ser muito simples, esta opção não deve ser utilizada em prejuízo da higienização das mãos com água e sabão, que é avaliada como a medida mais importante no controle das infecções hospitalares (Id, 2009).
Porém, segundo Palos et al. (2009), a higiene das mãos deve ser parte de uma aproximação integrada ao controle da infecção. As Comissões de Controle de Infecção Hospitalar devem ter como estratégia primordial a capacidade de influenciar a mudança de comportamento das pessoas no diário de seu trabalho, bem como aplicar medidas eficazes de controle das infecções, sendo a higienização das mãos uma das medidas mais relevantes. Sales; Wingester; Rodrigues (2010, p. 100) em seu estudo sobre os pontos de vista dos profissionais de enfermagem de uma Unidade de Centro Cirúrgico sobre infecção hospitalar e lavagem de mãos antes e após a aplicação de uma atividade educativa, explicaram ser um a concordância da literatura, “o quão maléficas são as infecções hospitalares para os indivíduos envolvidos, direta ou indiretamente nos procedimentos invasivos e também a capacidade dos microrganismos disseminadores dessas infecções, em resistir às barreiras desenvolvidas pela ciência para combatê-los”. Deste modo, (...) uma infecção hospitalar pode ser adquirida a partir de uma fonte endógena, quando esta infecção surge de outro local do próprio paciente, referida como autoinfecção, ou ainda exógena, através de outro paciente ou do meio ambiente, também conhecida por infecção cruzada, incluindo veículos como mãos, secreção salivar, fluidos corpóreos, ar e materiais contaminados. As infecções nasocomiais frequentemente têm um extraordinário ônus em termo de morbidade e até mesmo mortalidade, observando que diversos fatores relacionados à hospitalização predispõem os pacientes ao risco de contraírem essas infecções. Dentre eles estão o status imunológico, a idade, o uso abusivo de antibióticos, procedimentos médicos e em particular os invasivos, a imunossupressão e as falhas nos procedimentos de controle de infecção. Os procedimentos invasivos podem representar uma porta de entrada de microrganismos; o uso de antimicrobianos que fazem pressão seletiva em favor dos germes resistentes, favorecendo sua superpopulação; o meio ambiente, que tem importância secundária na cadeia epidemiológica dessas infecções, onde casos em que os preceitos básicos de higiene não são seguidos, a presença de um profissional disseminador de um microrganismo ou a utilização de um medicamento contaminado, podem levar a um surto de infecção. Neste contexto, o Centro Cirúrgico se apresenta como um grande exemplo. Neste setor está o conjunto das áreas e instalações que permitem efetuar procedimentos cirúrgicos nas melhores condições de segurança para o paciente e de conforto para a equipe que o assiste. É considerado o setor mais complexo dentro de um hospital; um ambiente controlado, onde vigoram rigorosos padrões de higiene e assepsia. O atendimento prestado no Centro Cirúrgico, pelo grau de invasibilidade dos procedimentos cirúrgicos e anestésicos e a consequente diminuição das defesas orgânicas, faz com que este momento seja o principal determinante para a ocorrência de infecção hospitalar. Neste setor, todas as atividades exigem estado permanente de alerta, pois há intervenções que podem colocar em risco a vida do paciente e ainda a natureza do ato cirúrgico, que estabelece condições para o contato com sangue, líquidos e tecidos orgânicos, implicando em risco de exposição ocupacional aos agentes biológicos. Apesar da existência deste conhecimento, algumas precauções são negligenciadas na prática profissional, entre elas, o cuidado com as mãos (SALES; WINGESTER; RODRIGUES, 2010, p. 101).
As autoras consideraram que se deve apreciar o papel epidemiológico das mãos na transmissão de uma infecção hospitalar. Segundo as mesmas, alguns estudos admitem que
uma atividade educativa. Os resultados demonstraram que estes profissionais possuiam certo conhecimento sobre o assunto em questão, entretanto, as informações eram desconexas, formando conceitos equivocados e pouco discernidos, provocando nos entrevistados, sentimentos de insegurança ao lidarem com situações durante a vida profissional (Id, 2010). Sales; Wingester; Rodrigues (2010) concluíram que a ação educativa realizada penetrou de modo irreversível numa ponderação a respeito dos assuntos acometidos, promovendo uma pequena transformação no entendimento dos sujeitos, contudo, insuficiente para provocar mudanças de comportamento em suas práticas diárias. As autoras averiguaram a ideia dos profissionais acerca da temática abolida do campo visual (já que não se tem a olho nu, a noção do que acontece durante a contaminação, transmissão e infecção), antes e após a prática de um exercício educativo, que até acende neles, sentimentos de dúvidas e incertezas ao lidarem especialmente quando trocam experiências entre si no campo de trabalho. Mas, que não impedem, pelo senso comum, de acreditar que a verdadeira importância de se prevenir está centrada no paciente e na reabilitação da saúde dele, não deixando de demonstrar preocupação com o desgaste de sua própria saúde (Id, 2010). Todavia, existe uma noção de autoproteção no relato dos sujeitos entrevistados, quando durante as suas falas comentaram sobre o risco ao qual estão expostos na esfera hospitalar, durante o momento em que acontece a análise pelo projeto educativo de cada ação realizada, possibilitando a fundamentação de ações em um saber de antemão causado e determinado e não na rotinização. Oliveira et al. (2010) quanto ao fator microscópio dos organismos contaminantes, esclareceram que a superfície das mãos tem a capacidade de guardar micro-organismos, bem como funcionar como fonte de transmissão dos mesmos durante as atividades de cuidado com a saúde dos pacientes. Segundo os autores, as mãos apresentam, principalmente, dois diferentes tipos de populações microbianas, formadas pela microbiota residente e a transitória. A microbiota residente é constituída por micro-organismos com baixa virulência, como os Staphylococcus coagulase negativa, corinebactérias e micrococos, pouco associados às infecções transmitidas pelas mãos. E este tipo é mais difícil de ser removida pela higiene das mãos com água e sabão, uma vez que coloniza as camadas mais internas da pele. A microbiota transitória coloniza as camadas mais superficiais da pele, sendo mais facilmente removida pela higiene das mãos com água e sabão, quando comparada com a microbiota residente. Comumente é formada por bactérias Gram-negativas, como as enterobactérias e Pseudomonas, bem como bactérias aeróbias formadoras de esporos, fungos e vírus (OLIVEIRA et al., 2010, p. 28-29).
Oliveira et al_._ (2010), de mesma forma, objetivaram por meio de seu estudo “avaliação
da higiene das mãos na perspectiva microbiológica”, ponderar o fato da haver presença de dois micooorganismos e Staphylococcus coagulase negativa e Pseudomonas spp , antes e após a higiene antisséptica das mãos, realizada por profissionais da saúde. Falaram igualmente das evidências científicas de que a promoção e a melhoria da higiene das mãos reduzem as taxas de infecção nos serviços de saúde e que existe uma relação temporal entre a melhora da adesão à higiene das mãos e a redução das taxas de infecção. Mas, que com certeza: (a) a contagem microbiana nas mãos de profissionais de saúde varia de pessoa para pessoa; (b) o grau de contaminação nas mãos reflete o tipo e a intensidade do contato que o profissional tem com o paciente e com as atividades que envolvam o contato direto ou indireto; (c) diante do risco de infecção, a higiene das mãos representa sem sombra de dúvidas uma medida individual de prevenção simples e de baixo custo; e, (d) a dose infectante, ou o número de Unidades Formadoras de Colônias (UFC) para a maioria dos microorganismos, capaz de induzir infecção em indivíduos da comunidade e/ ou hospitalar, ainda não está estabelecida (Id, 2010). Seria no entanto, para Oliveira et al. (2010, p. 30-31), bom considerar que: (a) a etiologia da ocorrência da infecção associada ao cuidado em saúde é complexa e multifatorial. Quanto maior o número de UFC (carga microbiana), maior será o risco de contaminação/ infecção; (b) acresceram igualmente que a pele do ser humano é colonizada por diferentes microorganismos, e especificamente nas mãos de profissionais da saúde, ainda se observa ausência de conformidade, especialmente no que se refere ao padrão de colonização microbiana das mãos em termos quantiqualitativos; (c) há de se considerar que por algum tempo tinha-se a compreensão de que o Staphylococcus coagulase negativa representava risco reduzido para infecção devido a sua participação na composição da microbiota da pele de indivíduos sadios. Considerando de mesma forma que nas últimas décadas é significativo seu potencial para infecção envolvendo dispositivos implantáveis, principalmente o cateter venoso. Oliveira et al_._ (2010) citaram que: Boyce e Pittet^9 alertaram para a facilidade de transmissão microbiana de um local para outro, envolvendo as mãos dos profissionais de saúde e assim completar o ciclo de transmissão microbiana sempre que houver negligência dos princípios de assepsia.Com relação à avaliação qualitativa dos microorganismos, Lee e colaboradores^10 identificaram 59% de Staphylococcus coagulase negativa resistente a oxacilina nas mãos de 129 profissionais de saúde. É possível especular que talvez o aumento de Staphylococcus coagulase negativa no grupo controle, após a higiene das mãos, seja decorrente da descama-ção das camadas superficiais das mãos e que (^9) Op. cit. (^10) Lee YL, Cesario T, Lee R, Nothvogel S, Nassar J, Farsad N et al. Colonization by Staphylococcus species resistant to methicillin or quinolone on hands of medical personnel in a skilled-nursing facility. Am J Infect Control. v. 22, n. 6, pp:346-351, 1994. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7695113.
do conhecimento e a identificação de novos riscos biológicos incluindo, no mínimo, todos os dados disponíveis sobre: riscos potenciais para a saúde; precauções para evitar a exposição aos agentes e normas de higiene; (e) quanto às condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho, todo setor onde exista risco de exposição ao agente biológico deve ter um lavatório apropriado para higiene das mãos provido de água corrente, sabonete líquido toalha descartável e lixeira com tampa de acionamento por pedal. é vedado o uso deste lavatório para fins diversos do especificado; (f) no caso de quartos ou enfermarias destinados ao isolamento de pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas, deve ser previsto um lavatório para cada quarto/enfermaria; e, por fim, (g) o uso de luvas não substitui a lavagem das mãos, o que deve ocorrer antes e após o uso daquelas.
Por ser uma das medidas mais respeitáveis de prevenção e controle de infecção hospitalar, o modo/maneira da lavagem das mãos antes e após qualquer ação na área da saúde, demanda um relacionamento interdisciplinar entre as instituições de saúde, profissionais, pacientes e seus cuidadores.
Apesar de ser um procedimento de asseio saudável já celebrado pelos profissionais de saúde, a sua prática habitual e rotineira ainda não é a mais apropriada, justamente pelo fato de que colocá-la em exercício a torna uma tarefa complexa, difícil e por não se enxergar os microorganismos a olho nú, sem vantagem.
Motivados pela Portaria 2616/98 e RDC 50/2002, os instrumentos normativos da ANVISA, esforçam em convencionar o papel da higienização das mãos e a prevenção e controle das infecções em serviços da saúde como eficaz. Por meio deles, avigora-se que este método deve ser provido a todas as equipes do setor hospitalar (da limpeza, da administração, da enfermagem, dos médicos, dos pacientes e visitantes) com o objetivo principal de fazer com que todos abracem pelo menos à causa da higienização com água e sabão.
No ideário deste artigo, consideramos importante procurar rotas educadoras, facilitadoras de transformações da realidade sanitária, com fito de tornar mínimos os agravos à saúde das pessoas no geral, para maior segurança e qualidade na assistência
hospitalar. Para finalizar, mas ainda dentro do contexto benéfico dos processos educativos, podemos igualmente citar o seguimento e a obediência das normas regulamentadoras que são relativas à segurança e medicina do trabalho, e de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos. Concluímos que há muito a se fazer para tornar os profissionais conscienciosos da gravidade da higienização das mãos na assistência à saúde para a segurança e qualidade da prevenção proporcionada. Dessa forma, faz-se obrigatória a atenção dos empregadores, dos gestores públicos e administradores dos serviços de saúde para com o incentivo e a sensibilização do profissional de saúde à demanda.
This work refers to a literature review on the importance of hand hygiene is linked to the prevention of harm to health, an issue that motivates a large number of searches. And, aimed to characterize the value of education to professionals and users of health care, among the recommendations on government control of hospital infection. These recommendations which emphasized the sharp contrasts between the ideal and practical advice. It was concluded that the change will promote compulsory education of the customs and routines will show the interference behavior, the habit, the environment and in health care settings with low adherence to this practice within the hospital environment, and the need to understand and transform reality minimizing disagreements and resistances exist.
Keywords : Hand Hygiene. Infection. Control. Education.