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Guias e Dicas
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A Era das Revoluções, Notas de estudo de História do Direito

Historia Contemporanea

Tipologia: Notas de estudo

2015

Compartilhado em 28/09/2015

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irineu-matos-9 🇧🇷

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FACULDADES ALFREDO NASSER
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO – ISE
CURSO DE HISTÓRIA
TRABALHO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA
A ERA DAS REVOLUÇÕES
Europa 1789-1848
Terceiro Capítulo
A REVOLUÇÃO FRANCESA
DOCENTE: Ms. FERNANDA LAURA
DISCENTE: IRINEU APARECIDO MATOS
APARECIDA DE GOIÂNIA-GO
2015
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FACULDADES ALFREDO NASSER

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO – ISE

CURSO DE HISTÓRIA

TRABALHO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA

A ERA DAS REVOLUÇÕES

Europa 1789- 1848 Terceiro Capítulo A REVOLUÇÃO FRANCESA DOCENTE: Ms. FERNANDA LAURA DISCENTE: IRINEU APARECIDO MATOS APARECIDA DE GOIÂNIA-GO 2015

A DECADÊNCIA DA ARISTOCRACIA FEUDAL

A monarquia absoluta, conquanto inteiramente aristocrática e até mesmo feudal no seu etos, tinha destituído os nobres de sua independência política e responsabilidade e reduzido ao mínimo suas velhas instituições representativas "estados" e parlamentos. O fato continuou a se agravar entre a mais alta aristocracia e entre a noblesse de robe mais recente, criada pelos reis para vários fins, principalmente financeiros e administrativos; uma classe média governamental enobrecida que expressava tanto quanto podia o duplo descontentamento dos aristocratas e dos burgueses através das assembleias e cortes de justiça remanescentes. A crise do governo deu à aristocracia e aos parlamentos a sua chance. Eles se recusavam a pagar pela crise se seus privilégios não fossem estendidos. A primeira brecha no fronte do absolutismo foi uma "assembleia de notáveis" escolhidos a dedo, mas assim mesmo rebeldes, convocada em 1787 para satisfazer as exigências governamentais. A classe média e a aristocracia imediatamente aceitaram o inevitável: todos os privilégios feudais foram oficialmente abolidos embora, quando a situação política se acalmou, fosse fixado um preço rígido para sua remissão. AS REVOLUÇÕES CAMPONESAS As revoluções camponesas são movimentos vastos, disformes, anónimos, mas irresistíveis. O que transformou uma epidemia de inquietação camponesa em uma convulsão irreversível foi a combinação dos levantes das cidades provincianas com uma onda de pânico de massa, que se espalhou de forma obscura mas rapidamente por grandes regiões do país: o chamado Grande Medo ( Grande Peur ), de fins de julho e princípio de agosto de 1789 A EXPLORAÇÃO DAS CLASSES POPULARES SOBRETUDO CAMPONESAS A CRISE NAS INSTITUIÇÕES EM QUE SE VERIFICAVA UMA ENORME INCAPACIDADE FINANCEIRA E POLÍTICA CRISES ECONÔMICAS AGRÍCOLAS

termo "liberdade", antes de 1800 sobretudo uma expressão legal que denotava o oposto de "escravidão", tinha começado a adquirir um novo conteúdo político. Sua influência direta é universal, pois ela forneceu o padrão para todos os movimentos revolucionários subsequentes, suas lições (interpretadas segundo o gosto de cada um) tendo sido incorporadas ao socialismo e ao comunismo modernos. A Revolução Francesa é assim a revolução do seu tempo, e não apenas uma, embora a mais proeminente, do seu tipo. Nem mesmo chegou a ter "líderes" do tipo que as revoluções do século XX nos têm apresentado, até o surgimento da figura pós-revolucionária de Napoleão. Não obstante, um surpreendente consenso de ideias gerais entre um grupo social bastante coerente deu ao movimento revolucionário uma unidade efetiva. O grupo era a "burguesia"; suas ideias eram as do liberalismo clássico, conforme formuladas pelos "filósofos" e "economistas" e difundidas pela maçonaria e associações informais. LUTA DAS CLASSES E O BANDITISMO Fazia-os sofrer ainda mais, porque o empobrecimento do campo reduzia o mercado de manufaturas e portanto também produzia uma depressão industrial. Os pobres do interior ficavam assim desesperados e envolvidos em distúrbios e banditismo; os pobres das cidades ficavam duplamente desesperados já que o trabalho cessava no exato momento em que o custo de vida subia vertiginosamente. Em circunstâncias normais, teria ocorrido provavelmente pouco mais que agitações cegas. Mas em 1788 e 1789 uma convulsão de grandes proporções no reino e uma campanha de propaganda e eleição deram ao desespero do povo uma perspectiva política A ASSEMBLEIA CONSTITUINTE Economicamente as perspectivas da Assembleia Constituinte eram inteiramente liberais: sua política em relação aos camponeses era o cerco das terras comuns e o incentivo aos empresários rurais; para a classe trabalhadora, a interdição dos sindicatos; para os pequenos artesãos, a abolição dos grémios e corporações. Dava pouca satisfação concreta ao povo comum, exceto, a partir de 1790, com a secularização e venda dos terrenos da Igreja (bem como dos terrenos da nobreza emigrante) que tinha a tripla vantagem de enfraquecer o clericalismo,

fortalecer o empresário rural e provinciano e dar a muitos camponeses uma retribuição mensurável por suas atividades revolucionárias A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA A Constituição de 1791 rechaçou a democracia excessiva através de um sistema de monarquia constitucional baseada num direito de voto censitário dos "cidadãos ativos" reconhecidamente bastante amplo. Esperava-se que os passivos honrassem sua denominação. Na verdade, isto não aconteceu. Por um lado, a monarquia, embora a esta altura fortemente apoiada por uma poderosa facção burguesa ex-revolucionária, não podia se conformar com o novo regime. A Assembleia Nacional Legislativa foi o Parlamento francês instituído pela Constituição de 1791, durante o processo conhecido como Revolução Francesa, ela sucedeu a Assembleia Nacional Constituinte e funcionou de 1º de outubro de 17 91 até 21 de setembro de 1792. A CONVENÇÃO A heroica idade de ferro da Revolução Francesa começou entre os massacres dos prisioneiros políticos, as eleições para a Convenção Nacional - provavelmente a mais notável assembleia na história do parlamentarismo - e a conclamação para a resistência total aos invasores. O rei foi feito prisioneiro é a invasão estrangeira sustada por um nada dramático duelo de artilharia em Valmy. As guerras revolucionárias impõem sua própria lógica. O partido dominante na nova Convenção era o dos girondinos, belicosos no exterior e moderados em casa, um corpo de oradores parlamentares com charme e brilho que representava os grandes negócios, a burguesia provinciana e muita distinção intelectual. A República do Ano II tinha enfrentado com sucesso crises piores e com menos recursos. Para estes homens, como de fato para a maioria da Convenção Nacional que no fundo deteve o controle durante todo este período, a escolha era simples: ou o Terror, com todos os seus defeitos do ponto de vista da classe média, ou a destruição da Revolução, a desintegração do Estado nacional e provavelmente

  • já não havia o exemplo da Polónia? - o desaparecimento do país.

O que é mais certo é que a queda da Bastilha levou a revolução para as cidades provincianas e para o campo A DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO QUE VEIO A INSPIRAR A REVOLUÇÃO AMERICANA Este documento é um manifesto contra a sociedade hierárquica os privilégios nobres, mas não um manifesto a favor de uma sociedade democrática e igualitária. " Os homens nascem e vivem livres e iguais perante as leis ", dizia seu primeiro artigo; mas ela também prevê a existência de distinções sociais, ainda que " somente no terreno da utilidade comum ". A propriedade privada era um direito natural, sagrado, inalienável e inviolável. Os homens eram iguais perante a lei e as profissões estavam igualmente abertas ao talento; mas, se a corrida começasse sem handicaps, era igualmente entendido como fato consumado que os corredores não terminariam juntos. O COMEÇO DA REPÚBLICA JACOBINA DO ANO I E II Por outro lado, os jacobinos podiam sustentar o radicalismo porque em sua época não existia uma classe que pudesse fornecer uma solução social coerente como alternativa à deles. Esta classe só surgiu no curso da revolução industrial, com o "proletariado" ou, mais precisamente, com as ideologias e movimentos baseados nele. A guerra foi declarada em abril de 1792. A derrota, que o povo (bem plausivelmente) atribuiu à sabotagem e à traição real, trouxe a radicalização. Em agosto-setembro, a monarquia foi derrubada, a República estabelecida e uma nova era da história humana proclamada, com a instituição do Ano I do calendário revolucionário, pela ação armada das massas sansculottes de Paris. A incontrolada economia de livre empresa dos moderados acentuou as flutuações no nível dos preços dos alimentos e consequentemente a militância dos pobres das cidades, especialmente em Paris. O preço do pão registrava a temperatura política de Paris com a exatidão de um termómetro e as massas de Paris eram a força revolucionária decisiva: não por mero acaso, a nova bandeira nacional francesa foi uma combinação do velho branco real com as cores vermelha e azul de Paris. A eclosão da guerra agravou a situação; isto quer dizer que ela

ocasionou uma segunda revolução em 1792, a República Jacobina do Ano II, e, consequentemente, Napoleão. Em outras palavras, ela transformou a história da Revolução Francesa na história da Europa. Duas forças levaram a França a uma guerra geral: a extrema direita e a esquerda moderada. O rei, a nobreza francesa e a crescente emigração aristocrática e eclesiástica, acampados em várias cidades da Alemanha Ocidental, achavam que só a intervenção estrangeira poderia restaurar o velho regime. Somente hoje em dia podemos ver quanto do que se passou na República Jacobina e no "Terror" de 1793-4 faz sentido apenas nos termos de um moderno esforço de guerra total. Os sansculottes saudaram um governo revolucionário de guerra, e não apenas porque corretamente defendiam que só assim a contrarrevolução e a intervenção estrangeira podiam ser derrotadas, mas também porque seus métodos mobilizavam o povo e traziam a justiça social mais para perto. A República Jacobina conseguiu, e seu empreendimento foi sobre-humano. Em junho de 1793, 60 dos 80 departamentos franceses estavam em revolta contra Paris; os exércitos dos príncipes alemães estavam invadindo a França pelo norte e pelo leste; os britânicos atacavam pelo sul e pelo oeste: o país achava-se desamparado e falido. Quatorze meses mais tarde, toda a França estava sob firme controle, os invasores tinham sido expulsos, os exércitos franceses por sua vez ocupavam a Bélgica e estavam perto de começar um período de 20 anos de quase ininterrupto e fácil triunfo militar. A Revolução Francesa contribuiu para uma revolução das relações agrárias, acabando com o feudalismo Três semanas após o 14 de julho, a estrutura social do feudalismo rural francês e a máquina estatal da França Real ruíam em pedaços. Tudo o que restou do poderio esta tal foi uma dispersão de regimentos pouco confiáveis, uma Assembleia Nacional sem força coercitiva e uma multiplicidade de administrações municipais ou provincianas da classe média que logo montaram "Guardas Nacionais" burguesas segundo o modelo de Paris. A família francesa e os reinos educados satélites cobriam ainda a Espanha, o resto da Itália, o resto da Renânia Vestfália e uma grande parte da Polónia. Em todos estes territórios (exceto talvez o Grão-Ducado de Varsóvia), as instituições da Revolução Francesa e do Império napoleônico foram automaticamente aplicadas ou

Em todos os índices comerciais e industriais, a Grã-Bretanha estava agora muito mais à frente de todos os outros Estados (com a possível exceção dos EUA) do que estivera em 1789. Se acreditarmos que a eliminação temporária de seus rivais e o virtual monopólio dos mercados coloniais e marítimos eram uma condição prévia para a maior industrialização da Grã-Bretanha, seu preço para obtê-la foi modesto.

REFERÊNCIAS

HOBSBAWM, Eric J; A Era Das Revoluções, Europa 1789-1848; tradução de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel, Rio de janeiro, Paz e Terra, 2000. 12ª edição. Original em inglês: The age of Revolution. Europe 1789-1848.