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2-Comentário Bíblico Expositivo NT Vol. 2 - Warren W. Wiersbe, Notas de estudo de Teologia

2-Comentário Bíblico Expositivo NT Vol. 2 - Warren W. Wiersbe

Tipologia: Notas de estudo

2015
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Compartilhado em 28/02/2015

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NOVO TESTAMENTO 2
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Co m e n t á r i o Híb l i c o E x p o s it i v o
War ren W. W ier sbe
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NOVO TESTAMENTO 2

C o m e n t á r i o H í b l i c o E x p o s i t i v o

W a r r e n W. W i e r s b e

C omentário Bíblico

Expositivo

Novo Testamento

Volume II

W a r r en W. W ier sb e

Comentário Bíblico Expositivo Categoria: Teologia / Referência

Copyright ® 2001 por Warren W. Wiersbe Publicado originalmente pela Cook Communications Ministries, Colorado, e u a.

Título Original em Inglês: The Bible Exposition Commentary - New Testament: Vol. II

Preparação: Liege Maria de S. Marucci Revisão: Theófilo Vieira Capa: Cláudio Souto Diagramação: Viviane R. Fernandes Costa Impressão e Acabamento: Geográfica Editora

Os textos das referências bíblicas foram extraídos da versão Almeida Revista e Atualizada, 2 a edição (Sociedade Bíblica do Brasil), salvo indi- cação específica.

A 1a edição brasileira foi publicada em maio de 2006.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Wiersbe, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo : Novo Testamento : volume II / Warren W. Wiersbe ; traduzido por Susana E. Klassen. - Santo André, SP : Geográfica editora, 2006.

Título original: The Bible Exposition Commentary - New Testament: Vol. II

ISBN 85-89956-52-

  1. Bíblia A.T. - Comentários I. Título.

06-3697 CDD-225. índice para catálogo sistemático:

  1. Comentários : Novo Testamento : Bíblia 225.
  2. Novo Testamento : Bíblia : Comentários 225.

Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos reservados pela:

Geo-Gráfica e editora ltda. Av. Presidente Costa e Silva, 2151 - Pq. Capuava - Santo André - SP - Brasil Site: www.geograficaeditora.com.br

S u m á r i o

 - E f é s io s - F il ip e n s e s - C o l o s s e n s e s ................................................................................................................1 - 1 T e s s a l o n i c e n s e s - 2 T e s s a l o n i c e n s e s - 1 T i m ó t e o - 2 T i m ó t e o 
  • T i t o
    • F i l e m o m .........................................................................................................................3
    • H e b r e u s
  • T i a g o - 1 P e d r o .........................................................................................................................4
    • 2 P e d r o
      • 1 Jo ã o ............................................................................................................................6
    • 2 J o ã o ............................................................................................................................6
  • 3 Jo ã o
  • J u d a s
  • A p o c a l i p s e

Saulo de Tarso tornou-se Paulo, o após- tolo aos gentios (At 9:15). Enquanto minis- trava na igreja de Antioquia, foi chamado pelo Espírito para levar o evangelho aos gen* tios e obedeceu (At 13:1-3). O Livro de Atos registra três jornadas missionárias que leva- ram Paulo a diversas partes do império ro- mano em uma das maiores empreitadas evangelísticas da história da Igreja. Paulo mi- nistrou pela primeira vez em Éfeso por volta do ano 53, mas não ficou na cidade (At 18:19-21). Dois anos depois, enquanto rea- lizava sua terceira jornada missionária, Pau- Io passou pelo menos dois anos em Éfeso e providenciou para que toda a região fosse evangelizada (At 19:1-20). Durante esses anos, fundou uma igreja forte na cidade dedicada ao culto da deusa Diana. Para uma descrição do ministério de Paulo em Éfeso, ver Atos 20, e, para uma explicação sobre a oposição que o ministério de Paulo sofreu nesse local, ver Atos 19:21-41. Quase dez anos depois, Paulo escreveu a seus amigos queridos em Éfeso. O apósto- Io estava preso em Roma (Ef 3:1; 4:1; 6:20) e desejava compartilhar com esses cristãos as grandes verdades que o Senhor havia lhe ensinado acerca de Cristo e da Igreja. A fim de entender melhor o contexto histórico, é interessante comparar Efésios 6:21, 22 com Colossenses 4:7-9 e Filemom. Um escravo chamado Onésimo fugiu de seu senhor, Filemom, que vivia em Colossos. Enquanto estava em Roma, Onésimo encontrou-se com Paulo e se converteu. Tíquico, um dos pastores da igreja de Colossos, que talvez se reunia na casa de Filemom, também esta- va em Roma para discutir alguns problemas com Paulo. Assim, o apóstolo aproveitou a presença desses dois homens e enviou três cartas a seus amigos: A Epístola aos Efésios, a Epístola aos Colossenses e a Epístola a Filemom. Ao mesmo tempo, enviou Onési- mo de volta a seu senhor. Assim, a carta foi escrita em Roma por volta do ano 62 d.C. Apesar de estar sendo julgado, Paulo demonstrou sua preocupação com as igrejas que havia fundado. Como apóstolo, "enviado com uma comissão", ti- nha a obrigação de lhes ensinar a Palavra

San to s q u e V ivem

Efésíos 1:1-

1

E

la entrou para a história como a "mulher mais sovina da América" e, no entanto, quando morreu em 1916, "Hetty" Green deixou um espólio estimado em mais de 100 milhões de dólares. Ela comia mingau de aveia frio para não gastar gás de cozinha. Seu filho teve de sofrer uma amputação, pois ela demorou tanto tempo para encontrar atendimento gratuito que o caso tornou-se incurável. Era rica e, no entanto, escolheu viver como indigente. Excêntrica? Sem dúvida alguma! Malu- ca? Talvez... mas não a ponto de alguém pro- var isso. Foi tão insensata que apressou a própria morte ao sofrer uma apoplexia, en- quanto discutia sobre as vantagens de be- ber leite desnatado! No entanto, inúmeros cristãos hoje em dia vivem como Hetty Green: possuem riquezas ilimitadas a sua dis- posição e, no entanto, vivem como indigen- tes. Foi para cristãos desse tipo que Paulo escreveu a Epístola aos Efésios.

1. O a u t o r ( E f 1 :1 a ) Há certos nomes na história que identifica- mos de imediato, e "Paulo" é um deles. Seu nome, originalmente, era "Saulo" (At 7:58); e, uma vez que era da tribo de Benjamim (Fp 3:5), é provável que tenha recebido esse nome por causa de Saul, o primeiro rei de Israel (1 Sm 9). Ao contrário de seu homôni- mo, Saulo de Tarso era obediente e fiel em seu serviço ao Senhor. Rabino devoto, Saulo tornou-se um líder do movimento anticristão em Jerusalém (At 9:1, 2; Gl 1:13, 14). Mas, enquanto exercia essa atividade, Paulo foi "capturado" por Jesus Cristo e convertido (At 9:3ss; 26).

E F É S I O S 1 : 1 - 3 9

tirado "do mundo" e colocado "em Cristo״. O cristão está no mundo fisicam ente, mas não é d o mundo espiritualm ente (Jo 17:14־ 16). Com o um mergulhador, ele existe e atua num ambiente que lhe é estranho mediante o uso de um equipam ento especial - nesse caso, a presença interior do Espírito Santo de Deus. Todo cristão verdadeiro possui o Espírito Santo (Rm 8 :9 ; 1 C o 6 :1 9 , 20), e é pelo poder do Espírito que os cristãos são capazes de existir e de atuar no mundo. Agora, a pergunta im portante: de que maneira essas pessoas de Éfeso tornaram-se santas? A resposta pode ser encontrada em duas palavras "fiéis" e "g raça״ (Ef 1:1, 2). Q uando Paulo dirige sua carta aos "santos... e fiéis em Cristo Jesus", não está se dirigin do a dois grupos diferentes. O termo fiel re fere-se "àqueles que crêem em Cristo Jesus". Essas pessoas não eram salvas porque le vavam uma vida fiel, mas sim porque de positaram sua fé em Cristo e receberam a salvação. Esse fato fica claro em Efésios 1: 14, 19. O termo graça é usado doze vezes em Efésios e se refere à "bondade de Deus para com pessoas indignas". A graça e a fé apare cem juntas com freqüência na Bíblia e, com certeza, devem atuar juntas na salvação, pois a única forma de experim entar a graça e a salvação é por meio da fé (Ef 2:8 , 9). A expressão "em Cristo [Jesus] ״é usada quinze vezes nessa carta! Descreve a situa ção espiritual do cristão: ele é identificado com Cristo, está em Cristo e, portanto, pode lançar mão das riquezas de Cristo para sua vida diária.

3. O o b je t iv o (Ef 1:3) M esm o que trate de vários assuntos diferen tes, cada livro da Bíblia tem seu tema e sua mensagem específicos. G ênesis é o livro dos princípios; Mateus é o livro do reino; Gálatas é o livro da liberdade. Efésios 1:3 apresenta o tema desta epístola: as riquezas do cristão em Cristo. A fo n te d e n o ssa s b ê n ç ã o s. "B en dito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo." Deus o Pai nos tornou ricos em Jesus Cris to! Q uando nascem os de novo e passamos

de Deus e de procurar edificá-las na fé (Ef 4 :1 1 , 12).

2. A CON GREGAÇÃO (Ef 1:1b, 2) É de se surpreender que Paulo dirija sua car ta aos santos? Afinal, os santos são pessoas que já morreram e que, em vida, alcança ram tam anha proem inência espiritual que receberam esse título especial: santos. O u será que não é bem assim? Nenhum a palavra do Novo Testamento sofreu mais do que o termo santo. Até mes mo o dicionário define um santo com o "um a pessoa o ficialm ente reco n hecid a por sua santidade de vid a". Q uem é encarregado desse reconhecim ento oficial? Norm alm en te, alguma instituição religiosa, e o proces so pelo qual o indivíduo torna-se um santo é conhecido com o canonização. A vida da pessoa falecida é exam inada com cuidado, a fim de averiguar se ela é qualificada para receber esse título. Se o caráter e a conduta da pessoa são considerados irrepreensíveis e se ela realizou pelo menos dois milagres, então é qualificada para a canonização. Por mais interessante que seja esse pro cedim ento, não encontram os fundam ento para ele na Bíblia. Em nove ocasiões desta carta sucinta, Paulo dirige-se a seus leitores chamando-os de santos (Ef 1:1, 15, 18; 2 :1 9 ; 3:8, 18; 4 :1 2 ; 5:3; 6 :1 8 ). São santos vivos, não mortos, apesar de, outrora, terem esta do mortos "nos [seus] delitos e pecados" (Ef 2:1-3). Também fica claro que jam ais reali zaram algum milagre, apesar de terem expe rim en tado um m ilagre ao crer em Cristo com o seu Salvador (Ef 2:4-10). O termo santo é apenas uma das muitas designações usadas no Novo Testam ento para descrever "aquele que creu em Jesus Cristo com o Salvador". A pessoa está "viva" não apenas fisicam ente, mas também espi ritualmente (Ef 2:1 ). O s cristãos são cham a dos de discípulos (At 9:1, 10, 19, 25, 26, 36, 38), aqueles que são d o Cam inho (At 9:2) e santos (At 9 :1 3, 32, 41). A d e sig n ação santo sig n ifica alguém "separado". É relacionada a santificado , que significa "colocado à parte". Q uando o peca dor crê em Jesus Cristo com o Salvador, é

EFÉSIOS1:1-3 II

riquezaqueCristotememsuaIgreja, 0

apóstolousou 0 term׳o׳riquezas״anterior■

mente, maspodeserinteressanteobservar

outrostermos"financeiros״, comokança

(Ef1:11,14,18; 5 :5);p/en/tüc/e(Efϊ:10,2 3 ;

3 :1 9 ; 4 :1 3 ); enc/ier(4:1 0 ; 5 :1 8 ), Pauloestá

dizendo: ׳׳sejamricos״!

4, A ANÁLISE

AepístoladePauloaosEfésiosétãobem

estruturadaquanto 0 grandetemplode

Dianaecontémbelezaseriquezasainda

maiores! Herdamosasriquezaspelaféeas

investimospormeiodasobras. Semesse

equilíbrio, nossosbensespirituaisnãonos

trazembenefícioalgum,

daInglaterra, elareagiudeclarando: ׳׳Então,

voumecomportar bem״!Suavidaseria

regidaporseucargo, Ondequerqueesti

vesse, Vitóriaseriacontroladapelofatode

queseassentavanotronodaInglaterra.

ParaosleitoresdePaulo, erabastante

significativoeleestarescrevendosobreri

quezas, poisÉfesoeraconsiderado 0 ״ban-

co״daÁsia.Acidadeabrigavaumadassete

maravilhasdomundo, 0 templomagnífico

deDiana, constituindoumcentronãoape

nasdeidolatria, mastambémderiquezas,

Algunsdosmaiorestesourosdeartedomun

doantigoencontravam-senessetempiogran

dioso. Emsuacarta, PaulocomparaaIgreja

deCristocomumtemploeexplicaagrande

Convém observar que Deus nos esco- lheu mesmo antes de criar o universo, de modo que nossa salvação deve-se inteira- mente a sua graça, não a qualquer coisa que tenhamos feito. Ele nos escolheu em Cristo, não em nós mesmos. Também nos escolheu com um propósito: para sermos santos e irrepreensíveis. Na Bíblia, a eleição é sem- pre para alguma coisa. É um privilégio que traz consigo uma grande responsabilidade. O pecador reage à graça de Deus con- tra a própria vontade? Não, porque a graça de Deus cria dentro dele a disposição para agir. O mistério da soberania divina e da res- ponsabilidade humana não será desvenda- do nesta vida. Tanto uma quanto a outra são ensinadas na Bíblia (Jo 6:37) e são verdadei- ras e essenciais. Podemos observar que as três Pessoas da Trindade encontram-se envolvidas na salvação (ver também 1 Pe 1:3). No que se refere a Deus Pai, fomos salvos quando ele nos escolheu em Cristo na eternidade pas- sada. Mas isso não é suficiente para concre- tizar a salvação. No que se refere a Deus Filho, fomos salvos quando ele morreu por nós na cruz. No que se refere a Deus Espi- rito, fomos salvos quando cedemos à sua persuasão e recebemos a Cristo como Sal- vador. O que teve início na eternidade pas- sada cumpre-se no presente e se estende para sempre! Ele nos adotou (v. 5). Deparamo-nos aqui com o verbo predestinar, que com tan- ta freqüência é interpretado de maneira equi- vocada. De acordo com seu uso na Bíblia, refere-se, essencialmente, ao que Deus faz pelos salvos. As Escrituras não ensinam, em parte alguma, que certas pessoas são pre- destinadas para o inferno, pois esse termo refere-se apenas aos filhos de Deus. Predes- tinar significa simplesmente "ordenar de an- temão, predeterminar". A eleição refere-se a pessoas, enquanto a predestinação refere- se a propósitos. Os acontecimentos ligados à crucificação de Cristo foram predestina- dos (At 4:25-28). Deus predestinou nossa adoração (Ef 1:5) e nossa conformidade com Cristo (Rm 8:29, 30), bem como nossa he- rança futura (Ef 1:11).

G randes R iq u eza s

E fésíos 1 :4 -1 4

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U

ma das tiras de história em quadrinhos mais engraçadas que já vi mostrava um advogado todo empolado lendo o testamen- to de um cliente a um grupo de parentes gananciosos. A legenda dizia: "Eu, John Jones, mental e fisicamente apto, gastei tudo o que tinha!" Quando Jesus escreveu seu testamento para a Igreja, nos deu acesso a suas rique- zas espirituais. Em vez de gastar tudo, Jesus Cristo pagou por tudo. Sua morte na cruz e sua ressurreição viabilizaram nossa salvação. Ele nos incluiu em seu testamento e morreu a fim de que esse testamento pu- desse entrar em vigor. Então, ressuscitou dentre os mortos para se tornar nosso Advo- gado no céu e garantir que as cláusulas do testamento fossem devidamente cumpridas! Nesta frase extensa, Paulo cita apenas algumas das bênçãos que fazem parte da nossa riqueza espiritual.

1. B ê n ç ã o s de D e u s, o Pai ( E f 1 :4 -6 ) f/e nos escolheu (v. 4). Esta é a doutrina maravilhosa da eleição, uma doutrina que deixa alguns maravilhados e outros per- plexos. Um professor do seminário me dis- se certa vez: "Tente explicar a eleição e pode acabar perdendo o juízo; tente livrar-se dela e perderá a alma!" Todos os cristãos con- cordam que a salvação começa em Deus, não no ser humano. "Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros" (Jo 15:16). Aban- donado aos próprios recursos, o pecador não procura Deus (Rm 3:10, 11); em seu amor, é Deus quem procura o pecador (Lc 19:10).

(^14) E F É S I O S 1 :4-

Os efésios ouviram "a palavra da ver- dade" e descobriram que era, para eles, "o evangelho da vossa salvação" (Ef 1:13). Ape- sar de a Bíblia ensinar a eleição, também declara: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Mc 16:15). A pessoa que está evangelizando não discute a eleição com os não salvos, pois se trata de um "segredo de família" dos santos. Simples- mente anuncia a verdade do evangelho e convida os outros a crerem em Cristo. O Espírito Santo cuida do resto. D. L. Moody costumava orar: "Senhor, salva os eleitos e, depois, elege mais alguns!" O mesmo Deus que determina o fim - a salvação das almas

  • também determina os meios para alcan- çar esse fim - a pregação do evangelho no poder do Espírito. Os efésios ouviram a Palavra e creram, e foi essa fé que os salvou (Ef 2:8, 9). É um padrão de acordo com o que Paulo escre- veu em Romanos 10:13-15. Convém ler essa passagem com grande atenção, pois consti- tui o plano de Deus para o evangelismo. Quando os efésios creram, foram "selados com o Espírito Santo". A expressão "tendo nele também crido" indica que receberam o Espírito no mesmo instante em que cre- ram em Cristo. Receber o Espírito não é uma experiência subseqüente à conversão (ler At 10:34-48). A que se refere esse ato de selar realiza- do pelo Espírito Santo? Em primeiro lugar, indica uma transação concluída. Até hoje, quando documentos legais importantes são tramitados, recebem um selo oficial para in- dicar a conclusão da transação. Esse selo também denota posse: Deus colocou seu selo em nós, pois nos comprou, de modo que pertencemos a ele (1 Co 6:19, 20). Indi- ca, ainda, segurança e proteção. O selo ro- mano colocado no túmulo de Jesus tinha esse significado (Mt 27:62-66). Assim, o cris- tão pertence a Deus e está seguro e pro- tegido, pois faz parte de uma transação completada. De acordo com João 14:16,17, o Espírito Santo habita no cristão para sem- pre. É possível entristecer o Espírito e, desse modo, perder as bênçãos de seu ministério (Ef 4:30), mas ele não nos abandona.

fez distinção entre judeus e gentios, man- tendo essa distinção até a morte de Cristo na cruz. O pecado continua a causar sepa- ração por toda parte, mas em Cristo Deus reunirá todas as coisas no apogeu das eras. Fazemos parte desse plano eterno extraor- dinário! Ele nos fez herança (w. 11, 12). Algumas versões da Bíblia dizem "no qual também obtivemos uma herança", mas essa frase pode ser traduzida por "no qual fomos tam- bém feitos herança". As duas afirmações são verdadeiras, e uma inclui a outra. Em Cristo, temos uma herança maravilhosa (1 Pe 1:1־ 4), e em Cristo somos uma herança. Somos preciosos para ele. Que preço altíssimo Deus pagou para nos comprar e nos tornar parte de sua herança! Deus, o Filho, é o presen- te de amor do Pai para nós; e nós somos o presente de amor do Pai para o Filho. Ao ler João 17, é possível observar quantas vezes Cristo nos chama de "aqueles que me des- te". A Igreja é o corpo de Cristo (Ef 1:22, 23), seu edifício (Ef 2:19-22), e sua noiva (Ef 5:22, 23); a herança futura de Cristo en- contra-se entrelaçada com sua Igreja. Somos "co-herdeiros com Cristo" (Rm 8:1 7), o que significa que ele não pode apropriar-se de sua herança sem nós!

3. B ê n ç ã o s de D e u s, o E sp írito S a n t o

(Ef 1 :1 3 , 1 4 )

Da eternidade passada (Ef 1:4-6) e da histó- ria passada (Ef 1:7-12), vamos agora para a experiência imediata dos cristãos efésios. O Espírito Santo havia operado na vida deles, e sabiam disso. Ele nos selou (v. 13). O processo todo da salvação é apresentado nesse versículo, de modo que devemos examiná-lo com cui- dado. Ele nos mostra de que maneira um pecador torna-se um santo. Primeiro, o pe- cador ouve o evangelho da salvação. São as boas-novas de que Cristo morreu por nossos pecados, foi sepultado e ressuscitou (1 Co 15:1 ss). Os efésios eram gentios, e o evan- gelho foi dado para a salvação "primeiro do judeu" (Rm 1:16). Mas Paulo, um judeu, le- vou o evangelho aos gentios ao com parti- lhar com eles a Palavra de Deus.

E F É S I O S 1 :4-1 4^15

N este cap ítu lo , exam in am o s algum as doutrinas bíblicas fundam entais, todas rela cionadas ao tema das nossas riquezas em Cristo. Pode ser proveitoso recapitular o que esses versículos ensinam.

  1. As verdadeiras riquezas vêm d e D eu s. É um grande estím ulo saber que o Pai, o Filho e o Espírito Santo estão operando em nosso favor, a fim de nos enriquecer. D eus não apenas nos aben çoa "ricam ente para nosso aprazim ento" (1 Tm 6 :1 7 ), mas tam bém nos concede riquezas eternas sem as quais todos os outros bens não teriam va lor algum. U m a esposa aflita procurou um conse lheiro cristão e lhe contou a triste história de seu casam ento que estava preste a che gar ao fim.
  • M as temos tanta coisa! - com entou a m ulher várias vezes. - Veja só este anel de diam ante em meu dedo. Vale uma fortuna! Tem os uma m ansão cara em um condom í nio de alto padrão. Tem os três carros e uma casa nas m ontanhas. Tem os tudo o que di nheiro pode com prar!
  • É bom ter as coisas que o dinheiro pode com prar - o conselheiro lhe respon deu desde que não perca as coisas que o dinheiro não pode com prar. D e que lhe adiante ter uma m ansão, se você não tem um lar? D e que lhe serve um anel caríssi mo, se vo cê não tem amor? Em Cristo, temos "tudo o que dinheiro não pode com prar", e essas riquezas espiri tuais dão acesso a todos os bens da vasta criação de D eus. D esfrutam os as dádivas porque conhecem os e amam os o Doador. 2. Todas essas riquezas são co n ced id a s pela graça d e D eu s e para sua glória. É in teressante o b servar que, depois de cada seção p rincipal em Efésios 1:4-14, Paulo acrescenta o propósito dessas dádivas. Por que D eus, o Pai, nos escolheu, adotou e aceitou? "Para louvor da glória de sua gra ça" (Ef 1:6). Por que D eus, o Filho, nos re miu, perdoou, revelou a nós a vontade de D eus e nos fez parte da herança de Deus? "A fim de sermos para louvor da sua glória" (Ef 1:12). Por que Deus, o Espírito, nos selou e se tornou a garantia das nossas bênçãos

Um selo tam bém pode ser usado com o m arca de a u te n tic id a d e. A ssim co m o a assinatura numa carta atesta a genuinidade do docum ento, a presença do Espírito pro va que o cristão é autêntico. "E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Rm 8 :9 ). O que garante a autentici dade de nossa fé não é apenas a confissão de nossos lábios, nossas atividades religio sas ou boas obras, mas tam bém o testem u nho do Espírito. Ele nos deu um p e n h o r (v. 14). P enhor é um a p alavra fascin an te! N o tem po de Paulo, significava "um a entrada paga para garantir a com pra final de um bem ou pro p rie d ad e ". A in d a hoje, costum a-se pagar um a entrada na com pra de um im óvel ou de algum outro bem de valo r m ais eleva do. O Espírito Santo é a "prim eira presta ção " e garantia de D eus a seus filhos de que ele term inará sua obra e, no devido tem po, os co nd u zirá à glória. O "resgate da sua p ropriedad e" refere-se à redenção do corpo na volta de Cristo (Rm 8 :18-2 3 ; 1 jo 3:1-3). Esse "resg ate" dá-se em três estágio s:

  • Fomos remidos pela fé em Jesus Cristo (Ef 1:7).
  • Estamos sendo remidos à medida que o Espírito Santo opera em nossa vida e nos torna mais semelhantes a Cristo (Rm 8:1-4).
  • Seremos remidos quando Cristo voltar e nos tornarmos como ele.

No entanto, o term o traduzido por p en h o r tam bém significa uma "aliança de noivado". É assim que esse term o costum a ser usado hoje em dia na G ré cia. A final, o anel de noivado não é uma garantia de que certas prom essas serão cum pridas? Nosso relacio nam ento com D eus, por m eio de Cristo, não é simplesm ente de caráter com ercial; é uma experiência pessoal de amor. Cristo é o noivo e a Igreja é a noiva. Sabem os que ele voltará para tom ar sua noiva para si, pois ele nos fez essa promessa e nos deu o Espíri to com o "aliança de noivado. ״Q u e maior garantia poderíamos querer?

que estavam guardados num dos depósitos de Hearst. O magnata havia procurado de־ sesperadam ente algo que já lhe pertencia! Se houvesse olhado a relação de seus pró prios tesouros, teria poupado um bocado de trabalho e dinheiro. O desejo de Paulo era que os cristãos de Éfeso entendessem a grande riqueza que tinham em Cristo. O apóstolo sabia da fé e do amor dos efésios e se regozijava com eles. A vida cristã possui duas dim ensões insepa ráveis: a fé em Deus e o am or aos homens. No entanto, Paulo sabia que a fé e o am or eram apenas o com eço. Havia muito mais para os efésios descobrirem , e foi por isso que o apóstolo orou por eles e por nós. Nas orações que Paulo fez na prisão (Ef 1:15-23; 3:14-21; Fp 1:9-11; Cl 1:9-12), en contram os as b ên ção s que d esejava que seus convertidos desfrutassem. Em nenhu ma dessas orações, ele pede coisas materiais. Sua ênfase é sobre a percepção espiritual e sobre o verdadeiro caráter cristão. Não pede que Deus lhes dê aquilo que não têm, mas sim que Deus lhes revele o que já possuem. Antes de estudar os quatro pedidos de Paulo em sua "súplica por ilum inação״, de vem os observar dois fatos. Em primeiro lugar, esse esclarecim ento vem do Espírito Santo. Ele é o "Espírito de sabedoria e entendimen- to״ (Is 11:2; Jo 14:25, 26; 16:12-14). O ser humano não é capaz de com preender as coisas de Deus contando apenas com sua mente natural. Precisa que o Espírito o ilumi ne (1 Co 2:9-16). O Espírito Santo revela a verdade da Palavra e, então, nos dá a sabe doria para compreendê-la e aplicá-la. Também nos concede o poder - a capacitação - para colocar a verdade em prática (Ef 3:14-21). Em segundo iugar, essa ilu m in ação é dada ao coração daquele que crê (Ef 1:18). Consideram os o coração a parte em ocional do ser humano, mas, na Bíblia, ele represen ta o ser interior e inclui as em oções, a mente e a volição. O ser interior, o coração, possui faculdades espirituais paralelas aos sentidos do corpo. Pode ver (Sl 119 :1 8 ; Jo 3:3), ouvir (M t 13:9; Hb 5:11), provar (Sl 3 4 :8 ; 1 Pe 2:3 ), cheirar (Fp 4 :1 8; 2 Co 2:14) e tocar (At 17:2 7). Era a isso que Jesus se referia quando disse

O Ex t r a t o B a n c á r io

E f é s io s 1 :1 5 - 2 3

3

N

o dia 6 de janeiro de 1822, a esposa de um pastor pobre na Alem anha deu à luz um menino. Mal sabia ela que, um dia, seu filho ficaria conhecido no mundo inteiro e se tornaria extrem am ente rico. Q uan do Heinrich Schliem ann tinha 7 anos de idade, ficou fascinado com uma gravura que retra tava a antiga cidade de Tróia em cham as. Ao contrário da maioria das pessoas, Heinrich acreditava que os dois grandes poemas de Hom ero, a llíada e a Odisséia, eram basea dos em fatos reais e se pôs a provar sua con vicção. Em 1873, descobriu o local da antiga cidade de Tróia, além de um tesouro fabuio- so, que contrabandeou para fora do país, provocando a ira do governo turco. Schlie- mann tornou-se um homem rico e famoso, pois ousou acreditar num relato antigo e agiu

em função de sua fé. D escobrim os que, quando aceitam os a Cristo, "nascem os ricos". M as não basta sa ber esse fato; devemos também crescer no entendimento do que são nossas riquezas, a fim de usá-las para a glória de Deus. Mui tos cristãos nunca verificam seu "extrato ban- cário״ para descobrir as riquezas espirituais abundantes que Deus depositou na conta deles por meio de Jesus Cristo. São com o o falecido editor de jornais W illiam Randolph Hearst, que investiu uma fortuna para cole cionar obras de arte do mundo todo. Um dia, Hearst deparou-se com a descrição de alguns objetos de valor que desejou incluir em sua coleção e enviou seu agente para o exterior a fim de encontrar as tais peças. Depois de meses de busca, o agente enviou- lhe um relatório contando que finalm ente havia achado os tesouros e com unicando

18 E F É S I O S וו :5-

derrotar o inimigo, mas esse não é o propó- sito maior do texto bíblico.

2. P a r a c o n h e ç e rm o s o ch am am en to

de D e u s (Ef 1 :1 8 a )

0 termo chamado é de grande importância para o vocabulário cristão. A palavra igreja é uma combinação de dois termos gregos que j significam "chamado para fora". Paulo não j se cansava de testemunhar que Deus o havia j chamado "pela sua graça" (Gl 1:15); e lem- brou a Timóteo que o cristão possui uma "san- j ta vocação [chamado]" (2 Tm 1:9). Fomos j ״ [chamados] das trevas para a sua mara- j vilhosa luz" (1 Pe 2:9), e até mesmo "[cha- mados] à sua eterna glória" (1 Pe 5:10). O chamamento de Deus se dá por causa de sua graça, não de algum mérito que por- ventura tenhamos. Paulo deseja que nos conscientizemos da esperança que possuímos em virtude des- se chamamento (Ef 4:4). Alguns chamamen- tos não oferecem esperança alguma, mas nosso chamamento em Cristo nos garante um futuro maravilhoso. É importante lembrar sempre que, na Bíblia, o termo esperança não significa "espero que isso aconteça", como uma criança que espera ganhar uma bicicleta no Natal. Esse termo bíblico impli- ca "certeza quanto ao futuro". O cristão es- pera, evidentemente, pela volta de Jesus Cristo para buscar sua Igreja (1 Ts 4:13-18; 1 Jo 3:1-3). Quando estávamos perdidos, "não [tínhamos] esperança" (Ef 2:12); mas em Jesus, temos "uma viva esperança" (1 Pe 1:3) que nos dá ânimo a cada dia. Kenneth Chafin, um conhecido escritor batista, conta a história de um pastor e de um diácono que foram visitar uma família não cristã que estava indo aos cultos em sua igreja. Ao parar o carro em frente à casa, viram que era quase uma mansão, cercada por um gramado impecável. Havia dois car- ros na garagem e, por uma janela panorâ- mica, podia-se ver o pai lá dentro, sentado numa grande poltrona, assistindo à televi- são. O diácono voltou-se para o pastor e perguntou:

  • Que boas-novas temos para anunciar a alguém como e/e?

do povo: "vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem" (Mt 13:13). A incapacidade de ver e compreender as coisas espirituais não deve ser atribuída à inteligência, mas sim ao cora- ção. Os oíhos do coração devem ser aber- tos pelo Espírito de Deus.

1. P a r a c o n h e ç e r m o s a D eu s (Ef 1:17b) Trata-se, evidentemente, da mais elevada de todas as formas de conhecimento. O ateu afirma que não há Deus a ser conhecido, e o agnóstico afirma que, se há um Deus, não temos como conhecê-lo. No entanto, Paulo teve um encontro com Deus na pessoa de Jesus Cristo e sabia que um ser humano não é capaz de entender verdadeiramente coisa alguma sem o conhecimento de Deus. Essa ignorância intencional de Deus conduziu a humanidade à corrupção e à condenação. Em Romanos 1:18ss, Paulo descreve os estágios da degeneração huma- na: ignorar a Deus deliberadamente, dedi- car-se à idolatria (colocar uma mentira no lugar da verdade) e, por fim, se entregar à imoralidade e à indecência. Onde isso co- meça? Na recusa em conhecer a Deus como Criador, Sustentador, Governante, Salvador e Juiz. O cristão deve crescer no conhecimen- to de Deus. A salvação é o conhecimento pessoal de Deus (Jo 17:3). A santificação é o conhecimento crescente de Deus (Fp 3:10). A glorificação é o conhecimento per- feito de Deus (1 Co 13:9-12). Uma vez que fomos criados à imagem de Deus (Gn 1:26- 28), quanto melhor o conhecermos, melhor conheceremos a nós mesmos e uns aos ou- tros. Não basta conhecer a Deus somente como Salvador. Devemos conhecê-lo como Pai, Amigo e Guia, e, quanto melhor o co- nhecermos, mais gratificante será nossa vida espiritual. Certa vez, um cristão comentou comigo depois de um estudo bíblico:

  • Foi bom eu ter vindo hoje! Aprendi dois versículos para usar contra meu vizinho insuportável! Sem dúvida, há ocasiões em que a Pa- lavra de Deus é como uma espada para

20 E F É S I O S^ 1:15-

explica isso em mais detalhes posteriormen- te.) Também nos encontramos assentados nos lugares celestiais (Ef 2:6), e todas as coi- sas estão debaixo de nossos pés. Não é de se admirar que Paulo deseje que saibamos da "suprema grandeza do seu poder para com os que cremos"! Sem esse poder, não é possível lançar mão de nossa grande riqueza em Cristo. Lembro-me de acompanhar uma senho- ra de nossa igreja ao hospital para tentar convencer o marido dela a assinar um do- cumento autorizando-a a usar a conta cor- rente dele para pagar algumas dívidas. O homem estava tão debilitado que não con- seguiu assinar o documento. Por fim, diante de algumas testemunhas, ele fez um X no papel. A fraqueza dele quase privou a espo- sa de seus bens. Por intermédio de Cristo, que ressuscitou e subiu ao céu, o poder do Espírito Santo encontra-se à disposição de todos os cris- tãos, pela fé. Seu poder é "para com os que cremos" (Ef 1:19). É a graça que provê as riquezas, mas é a fé que se apropria delas. Somos salvos "pela graça [...] mediante a fé" (Ef 2:8, 9), e vivemos "pela graça de Deus" (1 Co 15:10). Nos quatro Evangelhos, vê-se o poder de Deus operando no ministério de Jesus Cristo, mas no Livro de Atos, vê-se o mesmo poder operando em homens e mulheres comuns, membros do corpo de Cristo. Pedro passou por uma transformação extraordinária entre o fim dos Evangelhos e o começo de Atos. A que se deveu essa mudança tão radical? Ao poder da ressurreição de Jesus Cristo (At 1:8). A maior falta de energia hoje em dia não acontece em nossas grandes cidades e a maior falta de combustível não afeta nossos carros. Falta energia, combustível e poder em nossa vida. A oração de Paulo será res- pondida em sua vida? Você começará, a partir de hoje, a conhecer por experiência própria o ser de Deus - seu chamamento, suas riquezas e seu poder?

capacita-nos para que usemos as riquezas de Deus. No entanto, há um segundo motivo pelo qual precisamos do poder de Deus. Há ini- migos que desejam tomar essas riquezas de nós (Ef 1:21; 6:11, 12). Jamais seriamos ca- pazes de derrotar esses adversários espiri- tuais com as próprias forças, mas é possível fazê-lo pelo poder do Espírito. Paulo tem como objetivo conscientizar-nos da grande- za do poder de Deus, de modo que não falhemos no uso de nossas riquezas e que não sejamos privados delas pelo inimigo. A ressurreição de Jesus Cristo manifes- tou esse poder. No Antigo Testamento, as pessoas mediam o poder de Deus por sua criação (Is 40:12-27) ou pelo milagre do êxodo de Israel do Egito (Jr 16:14). Hoje em dia, porém, medimos o poder de Deus pelo milagre da ressurreição de Cristo. Ela não se limita a Cristo ter sido trazido de volta dos mortos, pois ele também subiu ao céu e está assentado no lugar de autoridade, à destra de Deus. Ele não é somente nosso Salvador; também é Soberano (At 2:25-36). Nenhuma autoridade ou potestade - seja humana ou espiritual - é maior do que Jesus Cristo, o Filho exaltado de Deus. Ele está "acima de tudo" e nenhum inimigo futuro poderá vencê-lo, pois ele já foi exaltado muito aci- ma de todas as potências. Mas de que maneira isso se aplica a nós hoje? Em Efésios 1:22, 23, Paulo esclarece a aplicação prática. Pelo fato de sermos cris- tãos, fazemos parte da Igreja, o corpo de Cristo, e ele é o Cabeça. Isso significa que existe uma ligação viva entre nós e Cristo. Em termos físicos, a cabeça controla o cor- po e garante seu funcionamento adequado. Danos causados a certas regiões do cérebro podem provocar deficiências e paralisia a partes correspondentes do corpo. Cristo é nosso Cabeça espiritual. Somos ligados a ele por meio do Espírito como membros de seu corpo. Isso significa que temos parte em sua ressurreição, ascensão e exaltação. (Paulo

deplorável da pessoa não salva. O b se rve suas características: Está m orta (v. 1). É evidente que se tra ta de uma m orte espiritual; ou seja, essa pessoa não é cap az de entender nem de ap reciar as coisas espirituais. N ão possui qualquer vida espiritual e, por si mesma, não é cap az de fazer coisa alguma agradável a Deus. Assim com o uma pessoa fisicam en te m orta não reage a estím ulos aplicados ao corpo, tam bém a pessoa espiritualm en te morta não consegue reagir às coisas es pirituais. Um cadáver não é cap az de ouvir as conversas que se passam no velório. Não tem fom e nem sede; não sente dor; está morto. O m esm o se aplica ao ser interior do não salvo. Suas faculdades espirituais não funcio nam e não podem funcionar, enquanto Deus não lhe der vida. Essa morte espiritual é cau sada pelos "delitos e pecados" (Ef 2:1). "Por que o salário do pecado é a m orte" (Rm 6:2 3). Na Bíblia, a m orte significa, essencial mente, "separação", não apenas em termos físicos, com o o espírito separado do corpo (Tg 2:26), mas também em termos espirituais, com o o espírito separado de Deus (Is 59:2). O incrédulo não está enfermo; está mor to! Não precisa ser reanim ado; precisa ser re ssu scitad o. To d o s os p e c a d o re s estão mortos, e a única diferença entre um peca dor e outro é seu estado de decom posição. O s perdidos abandonados nos becos da ci dade parecem mais decrépitos do que um líder proem inente tam bém não salvo, mas os dois se encontram igualm ente m ortos em pecado - e um cadáver não pode estar mais morto do que outro! Isso significa que nosso mundo é um grande cem itério, cheio de pessoas que, mesmo vivas, estão mortas (1 Tm 5:6). É d eso b ed ie n te ( w. 2, 3a). Esse foi o co meço da morte espiritual do homem - sua d esobed iência à vontade do seu Criador. D eus disse: "Porque, no dia em que dela com eres, certam ente m orrerás" (G n 2:1 7). Satanás disse: "É certo que não m orrereis״ (Gn 3:4), e porque creram numa mentira, o primeiro homem e a primeira mulher peca ram e experim entaram a m orte espiritual

F o r a d o C e m it é r io

E f é s io s 2 : 1 - 1 0

4

D

epois de descrever nossos bens espi rituais em Cristo, Paulo volta a aten ção para uma verdade com plem entar: nossa posição espiritual em Cristo. Primeiro, expli ca o que Deus fez pelos pecadores em geral; em seguida, fala do que Deus fez mais es pecificam ente pelos gentios. O pecador que creu em Cristo foi exaltado e assentando no trono (Ef 2:1-10), e os judeus e gentios que creram foram reconciliados e edificados jun tos no templo (Ef 2:11-22). Q u e milagre da graça de Deus! Somos tirados do grande ce mitério do pecado e colocados na sala glo riosa do trono. Talvez a maneira mais fácil de abordar esse parágrafo longo seja observar dentro dele quatro obras específicas.

1. A OBRA D O PECADO CONTRA NÓS (Ef 2:1-3) C erta vez, uma editora pediu uma foto mi nha que pudesse usar para am pliar em ta m anho real e co lo car em seu estande num congresso para prom over minhas fitas cas sete. Um amigo meu tirou a foto, e foi uma experiência nova para mim. Estava acostu mado a posar sentado para fotos que mos travam só a cab eça e os om bros, o que é muito diferente de ficar em pé para uma foto de corpo inteiro. Tive de prestar aten ção em minha postura, os pés precisavam ficar no lugar certo, e os braços e mãos, norm alm ente m eio esquecidos, tinham de estar na posição correta. Felizm ente, meu amigo fotógrafo era profissional, e conse guim os um a foto boa em pouco tem po. Nestes três versículos, Paulo apresenta um retrato co m p leto da co n d içã o e sp iritu al