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2 Comentario Biblico Espositivo do Antigo Testamento - Warren W. Wiersbe-Volume-II-Historico, Notas de estudo de Teologia

2 Comentario Biblico Espositivo do Antigo Testamento - Warren W. Wiersbe-Volume-II-Historico

Tipologia: Notas de estudo

2015

Compartilhado em 28/02/2015

edson-nobre-6
edson-nobre-6 🇧🇷

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Históric os
Co m e n t a r
War r en W. W iersbe
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H i s t ó r i c o s

C o m e n t a r

W a r r e n W. W i e r s b e

C o m e n t á r io B íb l ic o

Ex p o s it iv o

Antigo Testamento

Volume II —Histórico

W a r r e n W. W iersbe

T r a d u z i d o p o r

S u s a n a E. K l a s s e n

I a Edição 5a Impressão

Geográfica

Santo André, SP - Brasil 2010

S u m á r i o

  • J o s u é
    • J u iz e s
    • R u t e.................................................................................................1
      • 1 S a m u e l
    • 2 S a m u e l / 1 C r ô n ic a s
      • 1 R eis..................................................................................................
    • 2 R eis / 2 C r ô n ic a s
      • Es d r a s .............................................................................................
      • N ee m ia s...........................................................................................6
      • Es t e r ,

J o s u é

ESBOÇO

Tema-chave: A propriando-nos de nossa vi tória e de nossa herança em Cristo Versículo-chave: Josué 1:

I. PREPARANDO A NAÇÃO -

  1. A nim ando o líder - 1
  2. Espiando a terra - 2
  3. Atravessando o rio - 3 - 4
  4. Confirm ando a aliança - 5

II. DERROTANDO O IN IM IG O -

  1. A cam panha central - 6 - 9
  2. A cam panha ao sul - 10
  3. A cam panha ao norte - 11
  4. Resum o das vitórias - 12

III. APROPRIANDO-SE DA HERANÇA -

  1. O s territórios são designados às tribos - 1 3 - 1 9
  2. A s cid ad es de refúgio são separadas -
  1. As cidades dos levitas são identificadas - 21
  2. A s tribos da fronteira são m andadas para casa - 22

IV. RENOVANDO A ALIANÇA -

  1. A última mensagem de Josué aos líderes - 23
  2. A última mensagem de Josué à nação - 24

CONTEÚDO

  1. R eco m eço (Introdução ao Livro de Josué) ................
  2. Sigam o líder (Js 1)...........................................................................
  3. Um a prosélita em Canaã (Js 2 )..............................................................................
  4. Avante pela fé (Js 3 - 4 ) .....................................................................
  5. Preparando-se para a vitória (Js 5)............................................................................. 32
  6. C o m eça a conquista (Js 6 ).............................................................................
  7. Derrota na terra da vitória (Js 7).............................................................................
  8. Transformando a derrota em vitória (Js 8 )..............................................................................
  9. O inimigo mora ao lado (Js 9:1 - 1 0 :2 8 ).....................................................
  10. Esta terra é nossa! (Js 1 3 - 2 1 ) ..............................................................
  11. Q uando termina a batalha (Js 2 2 ).......................................................................... 72
  12. O cam inho de todos os da terra (Js 23 - 2 4 ) ............................................................ 78
  13. Retrospectiva de uma grande vid a.......

J O S U É 9

coragem , que não tinha medo de confron tar o inimigo, confiando que o Senhor lhe daria a vitória. O n d e Josué aprendeu a usar a espada e a com andar um exército? Sem dúvida, havia recebido dons especiais do Senhor, mas até mesm o os dons celestiais precisam ser des cobertos e desenvolvidos num contexto aqui na terra. Teria Josué participado, de alguma forma, do exército egípcio e recebido ali seus prim eiros treinam entos? A pesar de as Escri turas não dizerem coisa alguma a respeito e de não poderm os ser dogm áticos, essa é uma possibilidade. Assim com o M oisés re cu so u um carg o e le va d o no p a lá cio do Faraó, mas recebeu ali sua ed u cação (H b 1 1 :24-26; At 7:22), tam bém é possível que Josué tenha recusado prom oções no exérci to para que pudesse se identificar com seu povo e servir ao Senhor. D e acordo com Êxodo 1 7:14, o escritor indica que D eus havia escolhido Josué para um trabalho especial no futuro. A pesar de Josué não saber disso, a batalha contra Ama- leque foi um tempo de prova durante o qual Deus exam inou sua fé e coragem. "Faça de toda ocasião um a grande ocasião, pois você nunca sabe quando alguém pode estar me dindo você para algo m aior" (M arsden). O conflito de Josué com Am aleque foi uma pre paração para as muitas batalhas que ele ain da iria travar na Terra Prometida. Jo su é > o servo. Em Êxodo 2 4 :1 3 , Josué é cham ado de servo de M oisés ("servid or"), o que indica que, a essa altura, Josué era um assistente oficial do líder de Israel. A com pa nhou M oisés ao monte e na ocasião em que M oisés julgou o povo por ter confecciona do o bezerro de ouro (Êx 32:1 7). Não basta va Josué ser um bom guerreiro; tam bém era preciso que conhecesse o Deus de Israel e as santas leis dadas por D eus a seu povo para que o b ed ecesse. Verem os que o se gredo das vitórias de Josué não foi sua des treza com a espada, mas sua subm issão à Palavra de D eus (Js 1:8) e ao Deus da Pala vra (Js 5:13-15). Durante a jornada de Israel pelo deser to, M oisés tinha uma tenda especial, arm a da do lado de fora do acam pam ento, onde

podia se encontrar com Deus (Êx 33:7-11). Era responsabilidade de Josué ficar à porta dessa tenda e guardá-la. Josué não era ape nas um guerreiro, mas tam bém um adorador, e sabia viver na presença de Deus. O zelo de Josué não se limitava à glória de D eus, estendendo-se ainda à honra e à autoridade de M oisés. Trata-se de uma boa ca racte rística para um servo, evid en ciad a quando D eus enviou seu Espírito sobre os setenta anciãos que M oisés havia escolhido para auxiliá-lo em seu trabalho (Nm 11:16- 30). Q uand o o Espírito veio sobre Eldade e M edade - dois hom ens que não haviam se reunido com os dem ais anciãos no taberná- culo e que se encontravam no acam pam en to - , Josué protestou e pediu a M oisés que os im pedisse de profetizar. (Para uma passa gem paralela no Novo Testam ento, ver Lc 9 :4 9 , 5 0 .) A lib e ra lid a d e do e sp írito de M o isés deve ter exe rcid o im p acto sobre Josué, uma vez que M oisés não pediu qual quer privilégio especial para si. Vale a pena observar que, na ocasião da divisão da Terra Prom etida depois da conquista, Josué tomou sua parte para si por último (Js 19:49-51). Jo su é , o espia. Q uand o Israel chegou a Cades-Barnéia, na fronteira da Terra Prom e tida, D eus ordenou a M oisés que escolhes se doze homens - dentre eles Josué - para espiar a terra de C anaã (N m 13). D epois de quarenta dias investigando a terra, os espias voltaram e relataram a M oisés que, de fato, a terra era boa. No entanto, d ez desses es pias desanim aram o povo, dizendo que Is rael não era forte o suficiente para vencer o inim igo, enquanto dois espias - C aleb e e Josué - incentivaram o povo a confiar em Deus e a entrar na terra. Infelizm ente, o povo deu ouvidos aos dez espias incrédulos. Foi esse ato de incredulidade e de rebeldia que adiou a conquista da terra durante quarenta anos. Essa crise revelou algum as e xcele n tes qualidades de liderança em Josué. Não era cego para a realidade da situação, mas não permitiu que os problem as e dificuldades ti rassem dele sua fé em Deus. O s dez espias olharam para Deus através das dificuldades, enquanto Josué e C aleb e olharam para as

10 J O S U É

d ificu ld a d e s atra vé s d a q u ilo que sabiam sobre D eus. O Deus deles era grande o sufi ciente para as batalhas que Israel enfrentaria adiante! Sabendo que estava certo, Josué não teve m edo de se p ro nunciar contra a m aioria. Som ente ele, M oisés e C aleb e assum iram essa posição e arriscaram a vida ao fazê-lo, mas D eu s estava d o lado deles. Alguém dis se muito bem que "um a pessoa com Deus a seu lado constitui a m aioria". Era desse tipo de coragem q u e Josué iria precisar para conduzir Israel a sua terra, a fim de derrotar os inimigos e de se apropriar de sua herança. Pense nos anos de bênçãos na Terra Pro metida que Josué perdeu porque o povo não teve fé em Deus! Porém, Josué perm aneceu pacientem ente ao lado de M oisés e fez seu trabalho, sabendo que, um dia, ele e Caíebe receberiam a herança prom etida (Nm 14:1- 9). O s líderes devem saber não apenas quan do conquistar vitórias, mas tam bém quando aceitar derrotas. Suspeito que Josué e C alebe se reuniam com freqüência para encorajar- se m utuam ente, à medida que o m omento de receber sua herança se aproxim ava. D ia riam ente, durante quarenta anos, iam ven do a geração mais velha morrer, mas cada dia os levava para mais perto de C anaã (ver Hb 10:22-25 para um a passagem paralela no Novo Testam ento). Josué, o sucessor. Ao longo daquela jo r nada pelo deserto, D eus estava preparando Josué para seu m inistério co m o su cessor de M oisés. Q u an d o Israel derrotou O gue, rei de Basã, M oisés usou essa vitória para e n c o ra ja r Josué a não tem er os inim igos (D t 3:21-28; Nm 2 1 :33-35). Q uand o M oisés estava se preparando para m orrer, pediu a D eus q u e desse um líder ao povo, e Deus nom eou Josué (N m 2 7 :1 2 , 13; D t 3:23-29). Em sua últim a m ensagem a Israel, M oisés disse ao povo que D eus usaria Josué para derrotar seus inim igos e ajudá-los a ap ro priar-se da h e ra n ç a. Tam b é m e n c o ra jo u Josué a confiar em D eus e a não tem er (D t 31:1-8). M oisés im pôs as mãos sobre seu sucessor, e D eus deu a Josué o poder espi ritual necessário para realizar seu trabalho (D t 3 4 :9 ).

Assim com o M oisés, Josué era humano e com eteu erros, mas continuou sendo o líder escolhido e ungido de D eus, e o povo sab ia d isso. Foi por esse m otivo que os israelitas disseram a Josué: "C o m o em tudo obedecem os a M oisés, assim obedecerem os a ti" (Js 1:1 7). O povo de D eus na igreja de hoje precisa reconhecer os líderes de Deus e dar-lhes o respeito que lhes é devido com o servos do Senhor (1 Ts 5 :1 2 , 13). O segredo do sucesso de Josué foi sua fé na Palavra de D eus (Js 1:7-9), em seus m and am entos e prom essas. A Palavra de Deus para Josué foi: "Sê forte" (Js 1:6, 7, 9, 18; ver tam bém Dt 3 1 :6 , 7, 23), e essa tam bém é sua Palavra para seu povo hoje.

  1. A NOVA TERRA A Terra Prometida. A palavra "terra" apare ce noventa e seis vezes no Livro de Josué, pois este livro é o registro da entrada, con quista e posse da Terra Prom etida por Israel. D eus prometeu a Abraão que lhe daria essa terra (G n 12:1-7; 13:15-17; 15:7, 18; 17:8; 2 4 :7 ) e confirm ou essa prom essa a Isaque (G n 26:1-5), Jacó (G n 2 8 :4 , 13, 15; 3 5 :1 2 ) e a seus descendentes (G n 50 :2 4 ). A narrativa do êxodo apresenta várias reafirm ações des sa prom essa (Êx 3 :8 , 1 7; 6 :4 , 8; 1 2 :2 5 ; 1 3:5, 11; 1 6 :3 5 ; 23:20-33; 33:1-3; 34:10-16), que se repetem em L e vítico (Lv 1 4 :3 4 ; 1 8 :3 ; 1 9 :2 3 ; 20:22-24; 2 3 :1 0 ; 2 5 :2 , 38) e em Nú meros (Nm 11:12; 1 5 :2 ,1 8 ; 1 6 :1 3 ,1 4 ; 20:12, 2 4 ; 2 7 :1 2 ; 3 3 :5 3 ; 3 4 :2 , 12). (V er tam bém 1 C r 16:14-18.) Em seu "discurso de despedida" (Deute- ronôm io), M oisés fez m enção da terra com freqüência, bem com o da responsabilidade do povo em tomar posse dela. A palavra "ter ra" a p a re c e q u a se d u z e n ta s v e z e s em D euteronôm io, e o verbo "possuir", mais de cinqüenta vezes. Israel era "proprietário" da terra em função da aliança que D eus, em sua graça, havia feito com Abraão (G n 12:1- 5), mas o usufruto da terra dependia de sua obediência fiel a D eus. (Ver Lv 26 e Dt 28 - 30.) Enquanto os israelitas obedeceram à lei de D eus, o Senhor os abençoou, e eles pros peraram na terra. No entanto, quando o povo deu as costas para D eus e voltou-se para os

(^12) J O S U É

descanso e na herança que vos dá o S e n h o r , vosso D e u s" (D t 1 2 :9 ; ver tam bém 3 :2 0 ; 12:9, 10; 2 5 :1 9 ). Esse "descanso em Canaã" é um retrato d o descanso que os cristãos ex perim entam quando entregam tudo a Cristo e apropriam-se d e sua herança pela fé. O s quatro lugares encontrados na his tória de Israel ilustram quatro experiências espirituais. O Egito foi o lugar de morte e de escravidão do qual Israel foi liberto. O san gue do cordeiro livrou-os da morte, e o po der de Deus abriu o mar Verm elho e os fez atravessar em segurança. Isso ilustra a sal vação que temos pela fé em Jesus Cristo, "o C o rd e iro de D e u s, que tira o pecad o do m undo!" (Jo 1:29). Por meio de sua morte e ressurreição, Jesus Cristo livra da escravidão e do julgam ento todo pecad or que crê. O tempo que Israel passou no d eserto retrata os cristãos que vivem em increduli dade e em desobediência e que não entram no descanso nem desfrutam as riquezas de sua herança em C risto, quer pelo fato de não saberem da existência dessa herança, quer por se recusarem a entrar. Assim com o Israel, chegam a um lugar de crise (Cades- B arnéia), mas se recusam a o b e d e ce r ao Senhor e a apropriar-se da vontade dele para sua vida (Nm 13 - 14). São libertos do Egito, mas o Egito ainda se encontra em seu cora ção e, com o os hebreus, desejam voltar à antiga vida (Êx 16:1-3; Nm 11; 14:2-4; ver Is 3 0 :3 ; 3 1 :1 ). Em vez de passarem pela vida m archando com o conquistad ores, p e rco r rem cam inhos tortuosos, vagando de um lado para outro sem desfrutar a plenitude que Deus reservou para eles. A Epístola aos H ebreus refere-se especificam ente a essas pessoas. Canaã representa a vida cristã com o ela deve ser: conflito e vitória, fé e obediência, riquezas espirituais e descanso. É uma vida de fé, co n fia n d o que Jesus C risto , nosso Josué, o Autor da nossa salvação (H b 2:10), nos conduzirá a vitórias consecutivas (1 Jo 5 :4 ,5 ). Q uand o Israel estava no Egito, o ini migo encontrava-se a seu redor, tornando sua vida infeliz. Q uand o Israel atravessou o mar Verm elho, deixou o inimigo para trás, mas quando atravessou o rio Jordão, viu novos

inimigos diante de si e conquistou esses ini migos pela fé. A vida cristã vitoriosa não é um triunfo definitivo que dá cabo de uma vez por to das de todos os nossos problem as. Confor me Israel ilustra no Livro de Josué, a vida cristã vitoriosa é uma série de conflitos e de vitórias, ao derrotarm os inimigos consecuti vos e nos apropriarm os cada vez mais de nossa herança para a glória de Deus. O co nhecido pregador escocês Alexander W hyte costum ava dizer que "a vida cristã vitoriosa é uma série de recom eços". D e acordo com Josué 11:23, os israelitas deveriam tomar a terra toda, mas de acordo com Josué 13:1, "ainda muitíssima terra ficou para se possuir". Não se trata de uma con tradição, pois essa é a declaração de uma verdade espiritual básica: em Cristo, temos todo o necessário para uma vida cristã vi toriosa, mas devem os nos apropriar de nos sa herança pela fé, um passo de cada vez (Js 1:3), um dia de cada vez. A pergunta que Josué fez ao povo é bastante apropriada para a igreja de hoje: "Até quando sereis remis- sos em passardes para possuir a terra que o S e n h o r [...] vos deu?" (Js 18:3). O quarto lugar no "m apa espiritual" de Israel é a Babilônia, onde a nação passou por setenta anos de cativeiro, pois desobe deceu a D eus e adorou ídolos de nações pagãs ao seu redor (ver 2 C r 36; Jr 39:8-10). Q uand o os filhos de Deus se rebelam deli beradam ente, o Pai am oroso deve discipli ná-los até que aprendam a ser submissos e obedientes (H b 12:1-11). Q uand o confessam seus pecados e os deixam , Deus perdoa e restaura seus filhos à com unhão, fazendo com que voltem a dar frutos (1 Jo 1:9; 2 Co 7:1). O protagonista do Livro de Josué não é o próprio Josué, mas sim o Senhor Jeová, o D eus de Josué e de Israel. Em tudo o que Josué fez pela fé, seu desejo foi glorificar ao Senhor. Q uand o os israelitas atravessaram o rio Jordão, Josué lembrou-os de que o Deus vivo estava no meio deles e venceria seus inim igos (Js 3 :1 0 ). Josué q u e ria q ue, por m eio da obediência de Israel, todo o povo da terra viesse a conhecer e tem er o Senhor (Js 4 :2 3 , 24). Em seu "discurso de despedida"

J O S U É (^13)

aos líderes (cap. 23) e à nação (cap. 24), Josué deu a Deus toda glória por aquilo que Israel havia conquistado sob sua liderança. Pelo menos quatorze vezes neste livro, Deus é cham ado de "o S e n h o r , Deus de Is rael" (Js 7:13, 19, 20; 8 :3 0 ; 9 :1 8 , 19; 10:40, 42; 13:14, 33; 14:14; 2 2 :2 4 ; 2 4 :2 , 23). Tudo o qu e Israel fez trouxe glória ou vergonha para o nom e d e seu D eu s. Q uand o Israel obede ceu pela fé, Deus cum priu suas prom essas e operou em favor deles, e seu nom e foi glorificado. Porém , quando desobedeceram com sua incredulidade, Deus os abandonou a seus próprios cam inhos e foram hum ilha dos pelas derrotas. O m esm o princípio espiri tual aplica-se à Igreja de hoje.

Ao olhar para sua vida e para a vida da igreja da qual faz parte, vê a si m esm o e outros cristãos vagando pelo deserto ou con quistando a Terra Prometida? No deserto, os israelitas foram um povo murmurador, mas em Canaã, foram um povo conquistador. No deserto, Israel olhou para trás inúmeras ve zes, mas na Terra Prometida, olhou para fren te, na expectativa de conquistar os inimigos e de apropriar-se de seu descanso e de suas riquezas. A m archa pelo deserto foi uma ex periência de dem ora, derrota e morte, en quanto sua e xp e riê n cia em C a n a ã foi de vida, poder e vitória. O n d e vo cê se encontra, ao olhar para o "m apa espiritual" de sua vida cristã?

J O S U É 1 15

e proféticas nos lábios do rei, enquanto sua b a rc a fu n e rá ria ru m a va p a ra o m ar. Sir Bedevire exclam ou: "Vejo que os velhos tem pos m orreram ", ao que Artur respondeu:

A antiga ordem muda, dando lugar à nova, e Deus cumpre seus propósitos de muitas maneiras, para que uma boa tra dição não venha a corromper o mundo.

["O Falecimento de Artur"]

"A h, se a vid a fosse com o a som bra de um m uro ou de um a á rvo re ", diz o Talm ude, "m as ela é com o a som bra de um pássaro a voar". Tentar agarrar-se ao passado e man tê-lo junto ao coração é tão inútil quanto procurar segurar a sombra passageira de uma ave em seu vôo. Um líder sábio não abandona co m p leta m ente o passado, mas sim constrói sobre seus alicerces ao mover-se em direção ao futuro. M oisés é m encionado cinqüenta e seis veze s no Livro de Josué, prova de que Josué respeitava o líder anterior por aquilo que havia feito por Israel. Josué adorava o mesm o D eus que M oisés havia adorado e obedecia à m esm a Palavra que M oisés ha via dado à nação. H ouve continuidade de um líder para outro, mas não necessariam en te conform idade, pois cada líder é diferente e deve manter sua individualidade. Nesses versículos, M oisés é cham ado em duas o ca siões de servo de Deus (Js 2 4 :2 9 ). O im por tante não é o servo, mas sim o Mestre. Josué é cham ado de "servid or de M oi sés" (Js 1:1), termo que descrevia tanto os que serviam no tabernáculo quanto os que serviam um líder (ver Êx 2 4 :1 3 ; 3 3 :1 1 ; Nm 1 1 :2 8 ; D t 1:38). Antes de com andar com o general, Josu é ap ren d e u a ser um servo o bediente; foi prim eiro servo e depois go ve rn a n te (M t 2 5 :2 1 ). "A q u ele que nunca aprendeu a obedecer não tem com o ser um bom com andante", escreveu Aristóteles em sua obra Política. D eu s com issio n o u Josué para realizar três coisas: co nd uzir o povo à terra, derrotar o inimigo e tom ar posse da herança. Deus poderia ter enviado um anjo para fazer isso,

mas escolheu usar um hom em e dar-lhe o poder de que precisava para cum p rir seu trabalho. C o m o vim os anteriorm ente, Josué é um tipo de Jesus Cristo, Autor de nossa salvação (H b 2 :1 0 ), que conquistou a vitó ria e agora com partilha conosco sua heran ça espiritual. O estímulo das prom essas de D eus (vv. 3-6). U m a vez que Josué tinha um a missão tripla a cum prir, D eus lhe deu três prom es sas especiais, um a para cada tarefa. Deus cap acitaria Josué a cru zar o rio e se apro priar da terra (vv. 3, 4 ), a derrotar o inimigo (v. 5) e a dividir a terra entre as tribos com o herança (v. 6). D eus não deu a Josué expli ca çõ e s sobre co m o re aliza ria tais co isas, pois o povo de D eus vive de prom essas, não de exp lica çõ es. A o confiar nas prom es sas de D eus e dar um passo de fé (v. 3), esteja certo de que o Senhor lhe dará a o rien tação de que precisar, no m om ento em que precisar. Em primeiro lugar, Deus prometeu a Jo sué que Israel entraria na terra (vv. 3, 4). Ao longo dos séculos, Deus reafirm ou essa pro m e ssa d e sd e suas p rim e ira s p a la v ra s a A b raão (G n 12) até suas últim as palavras a M oisés (D t 3 4 :4 ). Deus os faria atravessar o Jordão e entrar em território inimigo. Em seguida, ele os capacitaria a se apropriarem da terra que lhes prom etera. O m edo e a incredulidade que haviam causado a derro ta de Israel em Cades-Barnéia (Nm 13) não se repetiriam. D eus já lhes havia concedido a terra, e era responsabilidade deles dar um passo de fé ao apropríar-se de sua herança (Js 1:3; ver G n 1 3 :1 4 -1 8 ). D eus reafirm ou a Josu é a m esm a prom essa de vitória que havia dado a M oisés (Nm 11:22-25) e definiu com pre cisão as fronteiras da terra. Israel só atingiu os limites desse território durante os reina dos de D avi e de Salom ão. A lição para o povo de D eus hoje é cla ra: Deus nos deu "toda sorte de bênção es piritual [...] em C risto" (Ef 1:3) e devem os dar um passo de fé e nos apropriar dessa b ênção. O Senhor co loco u diante de sua Igreja uma porta aberta que ninguém pode fechar (Ap 3 :8 ). D evem os passar por essa

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porta pela fé e tom ar posse de novos territó rios para o Senhor. É im possível ficar parado na vida e no serviço cristãos, p o is quando ficam os parados, co m eçam os im ediatam en te a regredir. Deus nos desafia com o igreja a que nos deixem os "levar para o que é per feito" (H b 6 :1 ), e isso significa avançar so bre novos territórios. Deus tam bém prometeu a Josué vitória so bre o inim igo (Js 1:5). O Senhor disse a Abraão que a Terra Prom etida era habitada por outras nações (G n 15:18-21) e repetiu esse fato a M oisés (Êx 3:1 7). Deus prometeu que, se Israel obedecesse ao Senhor, ele os ajudaria a derrotar essas nações. No entan to, advertiu o povo a não fazer concessão alguma ao inimigo, pois se isso aconteces se, Israel venceria a guerra, mas perderia a vitória (Êx 23:20-33). Infelizm ente, foi exata mente o que aconteceu. U m a vez que os israelitas com eçaram a adorar os deuses de seus vizinhos pagãos e a adotar suas práticas perversas, Deus teve de disciplinar Israel em sua terra para trazer o povo de volta para si (Jz 1 - 2). Q u e prom essa m aravilhosa Deus deu a Josué! "C o m o fui com M oisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desam para rei" (Js 1:5). Deus havia dado uma promessa sem elhante a Jacó (G n 2 8 :1 5 ), e M oisés a havia repetido a Josué (D t 31:1-8). Um dia, o S en h o r d a ria essa m esm a p ro m e ssa a G id eão (Jz 6 :1 6 ) e aos exilados judeus que voltavam a sua terra depois do cativeiro na Babilônia (Is 4 1 :1 0; 4 3 :5 ); mais tarde, Davi a daria a seu filho, Salom ão (2 C r 2 8 :2 0 ). O melhor de tudo, porém , é que D eus dá essa mesm a prom essa a seu p o vo h oje! O Evan gelho de M ateus co m e ça com "Em an u el (que quer d ize r: D eus conosco)" (M t 1:23) e term ina com Jesus d ize n d o : "E eis que estou convosco todos os dias" (M t 2 8 :2 0 ). Ao escrever Hebreus 13:5, o autor dessa epís tola cita Josué 1:5 e aplica essa passagem aos cristãos da atualidade: "N ão te deixarei, nunca jam ais te abandonarei". Isso significa que o povo de Deus pode avançar dentro da vontade de Deus e estar certo da presença do Senhor. "Se D eus é por nós, quem será contra nós?" (Rm 8:31).

Antes de Josué co m eçar sua conquista de Jericó, o Senhor apareceu a ele e o assegu rou de sua presença (Js 5:13-15). Josué não p re cisa va de q u a lq u e r o u tra garantia de vitória. Q u an d o m inha esposa e eu estávam os em nosso prim eiro pastorado, D eus orien tou a igreja a construir um novo tem plo. A congregação não era grande nem abastada, e alguns e s p e cia lista s da área fin a n c e ira nos disseram que se tratava de um a m issão im possível, mas o Senhor nos guiou do co m eço ao fim. Ele usou 1 C rô n ica s 2 8 :2 0 de m aneira especial para me fortalecer e dar seg u ra n ça ao longo desse pro jeto d ifícil. Po sso g a ran tir, p or e x p e riê n c ia p ró p ria , que a prom essa da p re se n ça de D e u s é verd adeira! A terceira prom essa d e D eus a Josué foi que e/e dividiria a terra co m o herança para as tribos conquistadoras (Js 1:6). Essa era a garantia de D eus de que a o inimigo seria derrotado e de que Israel possuiria a terra. D eus cum priria sua prom essa a Abraão de que seus descendentes herdariam a terra (G n 12:6, 7; 13:14, 15; 15:18-21). O Livro de Josué registra o cum prim en to dessas prom essas: a primeira nos capítu los 2 - 5, a segunda nos capítulos 6 - 12 e a terceira nos capítulos 13 - 22. No final de sua vida, Josué lembrou aos líderes de Israel que "N em uma só prom essa caiu de todas as boas palavras que falou de vós o S e n h o r , vosso D e u s; todas vos so b revie ram , nem uma delas falhou" (Js 2 3 :1 4 ). Antes que D eus pudesse cum prir suas prom essas, porém , foi p reciso que Josué exercitasse sua fé e que fosse "forte e cora jo so " (Js 1:6). A soberania divina não substi tuiu a responsabilidade hum ana. A Palavra soberana de D eus é um estímulo para que os servos do Senhor creiam nele e obede çam a suas ordens. Nas palavras de Charles Spurgeon: "Josué não deveria usar a prom es sa com o um sofá sobre o qual espalhar-se em indolência, mas com o um cinturão para fortalecer seus lombos ao preparar-se para o trabalho que se encontrava diante dele"2. Em resumo, as promessas de Deus são estí mulos e não encostos.

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essa não foi uma delas. Deus havia falado, sua vontade era clara, e a nação devia estar pronta a obedecer. Q uarenta anos antes, em Cades-Barnéia, D e u s h a v ia m o stra d o su a v o n ta d e aos israelitas, mas eles se recusaram a obedecer (Nm 13). Isso porque acreditaram no relato dos espias em vez de crerem na ordem de Deus e de obedecerem pela fé. Se tivessem dado ouvidos às palavras de C alebe e Josué

  • o relatório da minoria - , teriam se poupa do dos anos difíceis que passaram vagando pelo deserto. O conselho piedoso tem seu lugar no serviço cristão, mas o relatório de uma com issão não substitui um m andam en to claro de Deus. Em lugar da ordem de preparar com ida, seria de se esperar que Josué ordenasse: "Preparem barcos para que possam os atra vessar o rio Jordão". Josué não julgou ter mais conhecim ento do que Deus nem ten tou resolver as coisas a seu modo. Ele sabia que o D eus que havia aberto o mar V erm e lho tam b ém p o d e ria a b rir o rio Jo rd ão. C aleb e e ele haviam sido testem unhas da ocasião em que Deus livrou a nação do Egito e estavam certos de que Deus faria maravi lhas por eles novamente. M esm o confiando que Deus era capaz de operar um milagre, Josué ainda teve de fazer preparativos para as necessidades coti dianas. Nos exércitos m odernos, a unidade de logística providencia para que os soldados tenham com ida e suprim entos, mas Israel não possuía uma unidade dessas. Cad a fa mília e clã deveria, portanto, prover a pró pria alim entação. O maná ainda caía do céu cada m anhã (Êx 16) e não cessaria enquan to Israel não estivesse em sua terra (Js 5:11, 12). No entanto, era im portante que o povo perm anecesse forte, pois estava prestes a com eçar um a série de batalhas pela posse da Terra Prometida. O b serve que as palavras de Josué aos líderes são de fé e encorajam ento: "passareis este Jordão, para que entreis na terra que vos dá o S e n h o r , vosso D eus, para a pos- suirdes" (Js 1:11). Josué havia feito um dis curso sem elhante quarenta anos antes, mas aquela geração de líderes não lhe havia dado

ouvidos. Depois que aqueles líderes m orre ram, a nova geração estava pronta a crer em Deus e a conquistar a terra. É um a triste verd ad e que, por v e ze s, a ú n ica form a de um m inistério progredir é re aliza r alguns funerais. U m pastor am igo meu pediu e n care cid a m e n te à diretoria de sua igreja um novo prédio com salas de aula para abrigar a Escola D o m in ical que e stava c re s c e n d o ra p id a m e n te. U m dos m em bros de longa data do conselho, um hom em de negócios proem inente da cida de, replicou: — Só se for sobre o meu cadáver! £ foi o que a co n teceu! Alguns dias de pois, esse hom em teve um ataque cardíaco e faleceu. A igreja pôs-se, em seguida, a cons truir as salas tão necessárias. Q uanto mais velhos ficam os, mais cor remos o risco de petrificar nossos costum es e de nos tornarm os "obstrucionistas santifi c a d o s ", m as isso não p re c isa a c o n te c e r. C alebe e Josué eram os hom ens mais idosos do acam p am ento e, no entanto, estavam cheios de entusiasm o para confiar em Deus e entrar na terra. O que im porta não é a idade, mas sim a fé, e a fé vem pela m edita ção na Palavra de D eus (Js 1:8; Rm 10:17). Sou muito grato a D eus pelos cristãos mais velhos que participaram de meu ministério e que me encorajaram a confiar no Senhor e ir avante. Josué tinha algo especial a dizer às duas tribos e meia que viviam do outro lado do rio Jordão e que já haviam recebido sua he rança (Nm 32). Lem brou a elas as palavras de instrução e de a d ve rtê n cia dadas por M oisés (Nm 21:21-35; Dt 3:12-20) e instou- as a cum prir a prom essa que haviam feito. A preocupação de Josué era que Israel se man tivesse unido com o povo ao conquistar a terra e adorar ao Senhor. Por certo, as duas tribos e meia cum priram sua prom essa de ajudar a conquistar a terra, mas, ainda as sim, criaram problem as para Josué e Israel pelo fato de viverem do outro lado do Jordão (Js 22). Em Israel, quem ia para a guerra eram hom ens aptos, com 20 anos ou mais de ida de (Nm 1:3), e o registro mostra que as duas

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tribos e m eia possuíam 1 3 6 .9 3 0 hom ens disponíveis (Nm 2 6 :7 , 18, 34). No entanto, só quarenta mil hom ens chegaram a cruzar o Jordão e a lutar na Terra Prometida (Js 4:13). O resto dos soldados ficou para trás, a fim de proteger as m ulheres e crianças das cida des que as tribos haviam conquistad o na terra de C ilead e (Nm 32:1-5, 16-19). Q u an do os soldados voltaram para casa, dividi ram os despojos de guerra com os irmãos (Js 22:6-8). M oisés fez um a con ce ssão ao perm itir que as duas tribos e m eia vivessem fora da Terra Prom etida. As tribos gostaram daque las terras, pois eram um "lugar de gado" (Nm 3 2 :1 , 4, 16). Ao que parece, a prim eira pre ocup ação deles era sua so b revivência, não sua verdadeira existência. Preferiam ter gran des rebanhos de ovelhas e gado a viver com os irm ãos e irm ãs na herança que D eus ha via lhes dado. Estavam longe do lugar de ad o ração e tiveram de erguer um m onu m ento especial para lem brar seus filhos de que eram cid ad ão s de Israel (Js 22:1 Oss). Essas tribos representam os muitos "cristãos lim ítrofes" na igreja de hoje, que se aproxi mam da herança, mas, por mais bem -suce didos que pareçam ser, n u n ca chegam a apropriar-se dela de fato. Estão dispostos a servir a D eus e aos irm ãos por algum tem po, mas quando com pletam sua tarefa, to mam o rum o de casa para faze r aquilo que desejam.

3. O s O FIC IA IS ENCO RAJAM SEU LÍDER
(Js 1:16-18)

Aqueles que "responderam " a Josué prova velm ente foram os oficiais aos quais Josué havia se dirigido e não apenas os líderes das duas tribos e m eia. Q u e grande incentivo deram a seu novo líder! Para com eçar, eles o encorajaram garan tindo o b e d iê n cia total a ele (vv. 16, 17a). "Tudo quanto nos ordenaste farem os e aon de quer que nos enviares irem os." Esses ofi ciais não buscavam seus próprios interesses nem pediram que Josué lhes fize sse co n ce ssõ es. O b e d e c e ria m a todas as ordens dele e iriam a todo lugar para o qual ele os enviasse. A Igreja de hoje precisa de mais

com prom isso desse tipo! M uitas vezes, so mos com o os hom ens descritos em Lucas 9:57-62, cada um com um assunto pessoal a resolver antes de seguir ao Senhor. Em seu livro O M arquês d e Lossie, um dos personagens de G eorge M acD onald diz: "Enquanto faço a vontade de D eus não te nho tempo de ficar discutindo o plano dele". Foi essa atitud e que os o ficiais de Josué mostraram. Não estavam apegados a M oisés a ponto de colocá-lo acim a de Josué. Deus havia escolhido tanto M oisés quanto Josué, e desobedecer ao servo era o mesm o que desobedecer ao M estre. Josué não precisa va exp licar nem defender suas ordens, só precisava transmiti-las, e seus hom ens obe deceriam. O s oficiais encorajaram Josué orando p o r ele (v. 1 7). "Tão-som ente seja o Senhor, teu D e u s, contigo, com o foi com M o isés." A melhor coisa que podem os fazer por aqueles que nos lideram é orar por eles diariam ente e pedir que D eus esteja com eles. Josué era um hom em bem preparado e experiente, mas isso não era garantia de sucesso. Sem oração, nenhum obreiro cristão é capaz de alcançar o su cesso para a glória de Deus. "A oração é seu volante ou seu estepe?", é a pergunta feita por Corrie Ten Boon e que se aplica especialm ente àqueles que ocupam posições de liderança. Q uand o Josué não parou para buscar a vontade de D eus, en frentou fracassos terríveis (Js 7 e 9), e o mes mo acontecerá conosco. Encorajaram Josué garantindo que a o b e diência d eles era uma questão d e vida ou m orte (v. 18). Levaram sua liderança e suas responsabilidades a sério. Posteriorm ente, A cã desrespeitou as ordens de Josué e foi m orto (At 7 :1 5 ). "Por que me cham ais Se nhor, Senhor, e não fazeis o que vos m an do?" (Lc 6 :4 6 ). C om o nosso m inistério para um m undo perdido seria diferente se o po vo de D eus hoje considerasse a obediên cia a C risto um a questão de vid a ou morte! O b e d e c e m o s às ordens do Senhor se te mos vontade, se é conveniente e se ganha mos algum a co isa com isso. C o m soldados assim , Josué jam ais teria conquistado a Ter ra Prom etida!

U m a P rosélita

em C a n a ã

Jo s u é 2

H

ebreus 11, o "H all da Fama da Fé", cita apenas duas m ulheres pelo nom e: Sara, a esposa de Abraão (v. 11) e Raabe, uma prostituta de Jericó (v. 31). Sara era uma m ulher tem ente a D eus, esposa do fundador do povo hebreu, e Deus usou seu corpo consagrado para dar à luz Isaque. Raabe, por sua vez, era uma gentia ím pia que adorava deuses pagãos e vendia seu corpo. Em termos humanos, Sara e Raabe não tinham nada em com um. Mas do ponto de vista divino, Sara e Raabe compartilhavam a coisa mais im portante da vida: as duas exer citaram a fé salvadora no verdadeiro D eus vivo. A Bíblia não apenas associa Raabe a Sara com o tam bém , em Tiago 2:21-26, a relacio na a Abraão. Tiago usa tanto Abraão quanto Raabe para ilustrar o fato de que a verdadei ra fé salvadora sem pre é dem onstrada por m eio de boas obras. Porém , a Bíblia vai ainda mais longe e relaciona Raabe ao M essias! Ao ler a genea logia de Jesus Cristo em M ateus 1, encon tramos o nom e de Raabe na m esm a lista (v.

  1. que os nomes de Jacó, D avi e de outras pessoas fam osas da linhagem m essiânica. Sem dúvida, ela percorreu um longo cam i nho de prostituta pagã a antep assada do M essias! "M as onde ab und ou o p ecad o, superabundou a graça" (Rm 5:20). Não se esqueça, porém , de que o mais im portante sobre Raabe é sua fé. A fé é o que há de mais essencial para qualquer pes soa, pois "sem fé é im possível agradar a D eus" (H b 11:6). Nem tudo o que é cham a do de "fé" constitui, de fato, fé verdadeira com o aquela descrita na Bíblia. Com o era a fé de Raabe?

3

1. U m a fé c o r a j o s a ( J s 2:1-7)

Tanto H e b re u s 11:31 quanto T iag o 2 :2 5 mostram que Raabe havia depositado sua fé no D eus Jeová antes de os espias che garem a Je ric ó. A ssim co m o o povo em Tessalônica, havia "[deixado] os ídolos, [se convertido] a D eus, para [servir] o Deus vivo e verdadeiro" (1 Ts 1:9). Não era com o os habitantes de Samaria, séculos dtepois, que "tem iam o S e n h o r e, ao mesm o tempo, ser viam aos seus próprios deuses" (2 Rs 1 7:33). Jericó era uma das várias "cidades-esta- dos" de Canaã, cada uma delas governada por um rei (ver Js 12:9-24). A cidade ocupa va cerca de oito ou nove acres, e há evidên cias arqueológicas de que era protegida por uma muralha dupla, cada parte separada da outra por uma distância de cinco metros. A casa de Raabe ficava nessa m uralha (Js 2 :1 5 ). Je ricó era um a cid ad e e straté g ica no plano de Josué para a conquista de Canaã. D epois de tom ar Jericó, poderia atravessar a terra dividida, sendo bem mais fácil derro tar primeiro as cidades do Sul e, depois, as do Norte. Q uarenta anos antes, M oisés havia en viado doze espias a Canaã, e som ente dois deles haviam apresentado um relato favorá vel (Nm 13). Josué enviou dois hom ens para espiar a terra e, especialm ente, para obter inform ações sobre Jericó. Q u eria descobrir com o os habitantes da cidade estavam rea gindo à chegada do povo de Israel. Tendo em vista que Josué sabia que Deus já havia dado a terra a seu povo, a decisão de enviar espias não foi um ato de incredulidade (ver Js 1 :1 1 ,15 ). Antes de entrar numa batalha, um bom general procura descobrir o máxi mo possível sobre o inimigo. D e que m odo os dois espias entraram na cidade sem ser im ediatam ente reconhe cidos com o forasteiros? Com o encontraram Raabe? Ao ver esses acontecim entos se de sen ro lan d o , som os co m p elid o s a cre r na providência divina. Raabe era a única pes soa em Jericó que cria no Deus de Israel, e D eus levou os espias até ela. A palavra hebraica traduzida por "prosti tuta" tam bém pode significar "alguém que cuid a de um a hosp edaria". Se tivéssem os

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apenas o texto do Antigo Testamento a nos sa disposição, poderíamos absolver Raabe de qualquer imoralidade e chamá-la de "proprie tária de uma hospedaria". No entanto, não há com o escapar dos fatos, pois Tiago 2:25 e Hebreus 11:31 empregam o termo grego que significa, inequivocam ente, "um a m eretriz". É im pressionante com o D e u s, em sua graça, usa pessoas que, a nosso ver, jam ais po d e riam servi-lo. "P elo c o n trá rio , D eus escolheu as coisas loucas do m undo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do m undo para envergonhar as for tes; e D eus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de D eus" (1 C o 1:27-29). Jesus foi "amigo de publicanos e pecadores" (Lc 7:34) e não se envergonhava de ter uma ex-prostituta em sua árvore genealógica! Raabe colocou sua vida em perigo ao receb er os espias e escondê-los, mas esse fato, em si, mostra sua fé no Senhor. £ im pos sível ocultar a fé salvadora p o r m uito tem po. U m a vez que aqueles dois hom ens represen tavam o povo de D eus, ela não teve medo de ajudá-los. Se o rei tivesse descoberto a dissim ulação de Raabe, ela teria sido exe cutada com o traidora. Sabendo que Raabe cria em D eus, com o podem os defender suas m entiras? Por um lado, ela dem onstrou fé no Senhor ao arris car a vida a fim de proteger os espias. Mas, por outro lado, agiu com o qualquer outro pagão daquela cidade ao m entir sobre seus hóspedes. Talvez estejam os esperando de mais de uma recém -convertida, cujo conhe cim ento de Deus era suficiente para levá-la à salvação, mas, sem dúvida, ainda limitado no que se referia às coisas práticas da vida. Se até m esm o hom ens de D eus experien tes, com o Abraão e isaque (G n 12:10-20; 20; 26:6-11) e Davi (1 Sm 2 1 :2 ), usaram de d issim u lação , não podem os ser rigorosos demais com Raabe. Não se trata de descul par nem de encorajar a mentira, mas sim de levar em consideração as circunstâncias nas quais se encontrava, a fim de não a conde nar com severidade excessiva.

É errado mentir (Pv 12:22), e o fato de D eus haver providenciado para que as men tiras de R aab e fossem registradas nas Es crituras não serve, de m odo algum, com o evidência da aprovação divina. No entanto, devem os confessar que a m aioria de nós hesitaria em dizer a verdade em se tratando, d e fato, d e uma questão d e vida ou m orte. Um a coisa é eu dizer a verdade sobre mim m esm o e sofrer as conseqüências, mas será que tenho o direito de causar a morte de outros, especialm ente de pessoas às quais dei abrigo e que me dispus a proteger? M ui ta gente recebeu honras por enganar o inimi go em tem pos d e guerra e por salvar a vida de pessoas in o ce n tes. R aab e e os espias estavam vivendo em tempos de guerra! Se olhássem os para Raabe com o uma "m ilitan te pela liberdade", isso não m udaria alguma coisa? Problem as éticos à parte, a lição princi pal dessa passagem mostra com o a fé de Raabe era evidente e com o ela a dem ons trou ao acolher os espias e arriscar a vida para protegê-los. Tiago considerou as atitu des de Raabe com o evidência de que ela, sem dúvida, cria no Senhor (Tg 2 :2 5 ). Sua fé não era o culta, pois os espias viram que Raabe era mesm o tem ente a Deus.

2. U m a fé c o n f i a n t e (Js 2:8-11)

A fé vale tanto quanto aquilo em que se crê. H á quem creia na fé e pense que pelo sim ples fato de crer pode fazer m aravilhas. O u tros crêem em m entiras, o que na verdade não é fé, mas sim superstição. C e rta vez, ouvi um psicólogo dizer que os participantes de um grupo de apoio deveriam "ter algum tipo de fé, mesm o que fosse apenas na má quina de vend er refrigerante". M as a fé vale tanto quanto aquilo em que crê. D e que vai lhe adiantar a m áquina de refrigerante, es pecialm ente se você estiver sem dinheiro? D. M artyn Lloyd-Jones nos lembra de que "a fé manifesta-se em toda a personalidade". A verdadeira fé salvadora não é apenas uma proeza resultante do esforço intelectual pelo qual nos convencem os de que algo é verda de, quando não o é. D a m esma forma, não é sim plesm ente uma série de em oções que