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Seg Trabalho
Tipologia: Trabalhos
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Ilane Ferreira Cavalcante
C U R S O T É C N I C O E M S E G U R A N Ç A D O T R A B A L H O
Noções de Coesão e Mecanismos de Coesão Referencial
Coordenadora da Produção dos Materias Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Ivana Lima José Antônio Bezerra Júnior Mariana Araújo de Brito Vitor Gomes Pimentel
Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Revisão Tipográfica Adriana Rodrigues Gomes Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Jeremias Alves A. Silva Margareth Pereira Dias Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade
Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho Revisão Técnica Rosilene Alves de Paiva
Projeto Gráfico Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal Ministério da Educação
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PARA COMEÇO DE
CONVERSA...
Em situação de poço, a água equivale A uma palavra em situação dicionária: Isolada, estanque no poço dela mesma, E porque assim estanque, estancada; E mais: porque assim estancada, muda, E muda porque com nenhuma comunica, Porque cortou-se a sintaxe desse rio, O fio de água que por ele discorria. (João Cabral de Melo Neto, Rios sem discurso)
O poema de João Cabral de Melo Neto que introduz esta nossa aula, discorre sobre como a água e o discurso se assemelham em alguns aspectos. No fragmento citado, ele demonstra como a água parada, “em situação de poço”, lembra a palavra “em situação dicionária”. Ou seja, ambas estão estanques, imóveis, não se comunicam, não se interligam a mais nada. A palavra é o maior instrumento de comunicação criado pelo ser humano, mas para comunicar ela precisa do discurso “rio corrente”, na metáfora de João Cabral de Melo Neto. Ou seja, a palavra precisa estar ligada a outras palavras, formando o discurso. É sobre essa ligação que nós vamos falar nesta aula. Pois, a ligação entre as palavras é o que denominamos sintaxe da língua. Essa sintaxe ocorre tanto entre palavra e palavra, em um enunciado, quanto entre oração e oração, formando textos maiores. A essa conectividade do discurso, denominamos coesão.
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Coesão textual
A coesão textual é elaborada através de uma série de processos da língua que têm por função principal estabelecer relações lingüísticas significativas entre os elementos de um texto.
A coesão é uma espécie de costura. Assim, seja inter-relacionando orações, períodos, parágrafos ou, ainda, segmentos maiores − como um parágrafo final conclusivo que se articula a todos os parágrafos antecedentes, ou até mesmo a articulação de capítulos entre si − os mecanismos coesivos estabelecem um entrelaçamento na superfície textual.
Além disso, se bem utilizada, a coesão contribui de forma decisiva para que o tema tratado se mantenha ao mesmo tempo em que progride, acabando por se tornar um dos recursos responsáveis pela coerência textual.
Com certeza, há textos que não possuem elementos coesivos, o que atesta não ser a coesão uma condição necessária para que uma determinada seqüência verbal seja tida como texto. Veja o exemplo a seguir:
Exemplo 1:
Olhar fi to no horizonte. Apenas o mar imenso. Nenhum sinal de vida humana. Tentativa desesperada de recordar alguma coisa. Nada.
Relações textuais (Campo 1)
Procedimentos (Campo 2)
Recursos (Campo 3)
Seleção de palavras semanticamente próximas
1.2. Substituição 1.2.1. Substituição gramatical
1.2.2. Substituição lexical
1.2.3. Elipse (^) • retomada por elipse
Retomada por:
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A coesão referencial é o tipo de coesão que se caracteriza por apresentar um componente da superfície do texto fazendo remissão a outro(s) elemento(s) do universo textual numa relação de dependência semântica.
A coesão seqüencial se caracteriza pela possibilidade de tornar mais clara a progressão do tema do texto.
Irandé Antunes (2005), por sua vez, nos fornece o quadro exposto no Quadro 1, a seguir, em que apresenta uma série de recursos coesivos. Observe que o quadro apresenta três colunas específi cas: Coluna 1 - das relações textuais; Coluna 2 - dos procedimentos e Coluna 3 - dos recursos.
Quadro1 - Quadro de coesão
Fonte:
Antunes (2005, p.51).
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Na Coluna 1 podemos ver três formas de estabelecimento das relações textuais – Reiteração, Associação e Conexão. A última pode ser observada como forma de coesão seqüencial, enquanto as duas primeiras estariam no âmbito da coesão referencial.
Como procedimentos da reiteração, vemos a Repetição e a Substituição, na Coluna 2, que apresentam, por sua vez, diversos recursos cada uma, como podemos observar no Coluna 3. Como procedimentos da Associação, vemos a seleção lexical (na Coluna
Na maioria das vezes, compreender o uso e as formas de aplicação desses elementos é fundamental para o co-enunciador entender satisfatoriamente a mensagem que lhe é destinada. Então, vamos aos exemplos.
Vamos começar por analisar alguns exemplos de coesão referencial, ou seja, de reiteração ou associação. Logo depois trataremos da coesão seqüencial, ou como a nomeia Antunes (2005), da Conexão.
Observe no Exemplo 3, a seguir, a importância da relação entre os referentes e seus respectivos termos remissivos.
Exemplo 3:
SERÁ QUE ISTO É VERDADE?
Contar piadas de loiras diminui o raciocínio delas, segundo testes de QI feitos na Universidade de Bremen, Alemanha. As cobaias que ouviram as brincadeiras demoraram mais para responder às questões, apesar de registrarem um índice parecido de acertos. Para os cientistas, as gozações deixaram-nas mais inseguras nas respostas.
(SUPERINTERESSANTE, ago. 2004).
Atente para o fato de que os pronomes isto, elas, que e as, assim como as expressões substantivas as cobaias, as brincadeiras e as gozações dependem dos seus respectivos referentes textuais para serem compreendidas.
O pronome isto remete para o que foi enunciado na primeira frase da nota: “Contar piadas de loiras diminui o raciocínio delas [...]”. O pronome elas e a expressão substantiva as cobaias remetem para o termo “loiras”. Os pronomes que e as remetem para o termo “cobaias”. Por fi m, as expressões substantivas as brincadeiras e as gozações remetem para o termo “piadas”.
Praticando... 1
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a) Na semana passada, a situação do Iraque se agravou. A população ____________ recebeu instruções contra mais um possível atentado terrorista. (substantivo de sentido mais geral)
b) Apesar de a aids ter se expandido em todo o mundo, são visíveis os avanços da ciência no combate _________________. (substantivo de sentido mais geral)
c) Militares que estiverem em ______________ não precisam mais bater_ continência ao passar por superiores, devendo apenas manter os veículos em velocidade moderada. (Substantivo de sentido específico/restrito)
d) Muitos adultos que cresceram distante dos objetos da informática têm computador pessoal em casa, mas não _________ utilizam porque não sabem como ligar ___________. (Pronome)
e) Parece haver consenso de que os romanos e os gregos criaram as bases da cultura ocidental. _____________ , no terreno teórico; ______________, prático. (Pronome)
f) Luís Inácio da Silva já deixou de ser metalúrgico há muito tempo; atualmente, ________________ apresenta-se como um político calejado. (Redução do referente)
h) Estudar é o caminho de progresso pessoal, mas não parece ser essa a opinião da juventude brasileira sobre o __________________. (Nominalização)
Antes de detalharmos alguns dos mecanismos de coesão referencial, a que vamos nos dedicar nesta aula, faça uma primeira atividade e observe se compreendeu o conteúdo.
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a) Os fanáticos aparentam ser egoístas, voltados apenas para suas paixões individuais. São pessoas ____________________ não simpatizo.
b) Admiro todos os compositores _______________ músicas são alegres.
c) O amor é a lente __________________ podemos ver a vida com entusiasmo.
d) Sendo o carnaval uma das festas _________________ mais gosto, achei melhor não viajar.
e) As crises ___________________ passamos devem ser oportunidades de crescimento.
f) Nas situações _______________ rumos parecem incertos, é importante manter a serenidade.
Alguns mecanismos
de coesão referencial
A partir de agora vamos apenas nomear alguns mecanismos de coesão referencial.
a) Pronominalização é a substituição do referente por um pronome (ele, a, isso...) ou por um advérbio (aqui, ali, lá, aí).
Exemplo 6:
Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao acaso.
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Exemplo 12:
Tinha uma voz inconfundível e foi apreciada por mais de duas gerações. Elis Regina marcou uma fase da MPB.
Antes da flexão verbal tinha ocorreu a elipse do sujeito Elis Regina, assim como antes da fl exão verbal foi. Percebemos essa supressão ao nos depararmos com o sujeito desses verbos no último enunciado. Só assim, também, conseguimos compreender sobre quem se está falando.
Exemplo 14:
O governo tem-se preocupado com os índices de infl ação. O Planalto diz que não aceita qualquer remarcação de preço.
Exemplo 15:
Santos Dumont chamou a atenção de toda Paris. O Sena curvou-se diante de sua invenção.
Exemplo 13:
Lígia Fagundes Telles é uma das principais escritoras brasileiras da atualidade. Lígia é autora de “Antes do baile verde”, um dos melhores livros de contos de nossa literatura.
e) Metonímia é o processo de substituição de uma palavra por outra, fundamentada numa relação de contigüidade semântica. Ou seja, quando essas palavras guardam alguma relação de sentido entre si.
d) Repetição de nome próprio ou parte dele é a reiteração total ou parcial de um nome próprio (de pessoa, de lugares, etc.).
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Exemplo 18:
Ele não suportou a desfeita diante do seu próprio fi lho. Desfeitear um homem de bem não era coisa pra se deixar passar em branco.
Quanto ao exemplo 14, sabemos que Palácio do Planalto é a sede do governo brasileiro e, por isso, o termo planalto é utilizado como substituto de governo, toma-se a parte (sede do governo) pelo todo (governo). O mesmo ocorre no exemplo 15, tomando-se o rio que corta Paris pela sua população.
f) Epíteto é uma qualificação elogiosa ou injuriosa atribuída a alguém.
Exemplo 16:
Glauber Rocha fez fi lmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema brasileiro tenha morrido tão cedo.
Glauber Rocha foi substituído pelo qualifi cativo o cineasta mais famoso do cinema brasileiro.
g) Nominalização é o emprego de um substantivo que remete a um verbo enunciado anteriormente.
Exemplo 17:
Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porém, que tal testemunho não era válido por serem parentes do assassino.
O substantivo testemunho remete o co-enunciador (leitor) para o verbo testemunhar. Também é possível ocorrer o contrário: um verbo fazer remissão a um substantivo já enunciado.
O verbo desfeitear foi elaborado a partir do substantivo do primeiro enunciado – a desfeita.
h) Sinonímia é o emprego de palavras ou expressões sinônimas ou quase sinônimas.
Praticando... 2
Responda aqui
14 A
Ela navega
Para se desenvolver, este bicho, quando Ǿ ainda é uma larva microscópica, passa pela parede do intestino e Ǿ cai na corrente sangüínea. Esse é seu primeiro porto. Depois, chega ao pulmão, onde encontra oxigênio e as condições ideais para que cresça durante cerca de dez dias. Mais desenvolvida, a lombriga volta ao intestino, mas pode fazer o ciclo novamente e retornar já adulta aos pulmões, onde causa crises de bronquite e de pneumonia. De lá, é comum ela seguir pelo aparelho respiratório e sair pelo nariz, pela garganta e até mesmo pelo canal lacrimal. Também Ǿ é capaz de fugir pelo ânus, sua estratégia de fuga na maioria das vezes. Esse verme causa desvio nos hábitos alimentares e deixa, por exemplo, a pessoa com mais vontade de comer doces. Isso acontece porque o organismo pede mais nutrientes para repor os roubos que a lombriga faz. (REVISTA DOS CURIOSOS, fev. 2003).
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Leituras complementares
APOIO A PORTUGUÊS. Coesão textual. 16 abr. 2007. Disponível em: <http://apoioptg. blogspot.com/2007/04/coeso-textual.html>. Acesso em: 11 ago. 2008.
GRAMÁTICA on-line: português para concursos. Exercícios de coerência e coesão textual. 11 jul. 2005. Disponível em: <http://gramaticaonline.blogspot.com/2005/07/ exerccios-de-coerncia-e-coeso-textual.html>. Acesso em: 11 ago. 2008.
Quer conhecer um pouco mais sobre coesão textual? Existem inúmeros livros que podem servir de um bom material de estudos para você, tais como os utilizados como referência para a elaboração desta aula. No entanto, alguns sites na internet também podem ser úteis para estudar. Experimente o sítio Apoio a Português. Nele você vai encontrar a explicação sobre alguns mecanismos de coesão. Ou, se preferir, responda a alguns exercícios on line no sítio Gramática On-line: português para concursos.
Nesta aula, estudamos um pouco acerca do conceito de coesão e de sua divisão em dois tipos (referencial e seqüencial), mas nos centramos na observação e aplicação prática de alguns dos mecanismos de coesão referencial. Você vai continuar estudando coesão na próxima aula, mas a coesão seqüencial, de outra natureza, mas tão importante quanto a coesão referencial para a melhor organização de suas idéias no texto.
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e) De acordo com relatório elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de cinco mil trabalhadores morrem no mundo todos os dias por causa de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. A Instituição alerta que a maioria da força trabalhista mundial não possui segurança preventiva, serviços médicos nem mesmo compensação para acidentes ou doenças.
a) De acordo com relatório elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de cinco mil trabalhadores morrem no mundo todos os dias por causa de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. O documento, denominado Trabalho Decente – Trabalho Seguro, alerta que a maioria da força trabalhista mundial não possui segurança preventiva, serviços médicos nem mesmo compensação para acidentes ou doenças.
b) Irritação, cansaço, fadiga e ansiedade fazem parte de sua rotina? Esses sintomas podem indicar estresse.
c) Maria, a mãe de Jesus, é a mulher mais famosa da história.
d) Ato inseguro é o ato praticado pelo homem, em geral consciente do que está fazendo, que está contra as normas de segurança. São exemplos de atos inseguros: subir em telhado sem cinto de segurança contra quedas, ligar tomadas de aparelhos elétricos com as mãos molhadas e dirigir em alta velocidade.
Anotações
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Referências
ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.
ARANHA, Maria Lúcia Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 1993.
KOCH, Ingedore Villaça. A coesão textual. 3. ed. São Paulo: Contexto, 1991.
VILELA, M.; KOCH, I. V. Gramática da língua portuguesa. Coimbra: Almedina, 2001.
MAINGUENEAU, Dominique. Análise de textos de comunicação. Tradução de Cecília P. de Sousa-e-Silva e Décio Rocha. São Paulo: Cortez, 2001.